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1.
INTRODUÇÃO
Este artigo relata os resultados parciais da pesquisa empírica sobre as imagens midiáticas dos festejos juninos em Campina Grande. O final deste século tem apontado para grandes modificações no que se refere ao consumo cultural da comunicação, dos mercados econômicos e das relações de poder do mundo globalizado. Para compreender as novas formas de celebração das Festas de São João na Paraíba, iniciamos uma pesquisa exploratória/comparativa na mídia impressa e nos eventos realizados no Parque do Povo. O objetivo é identificar as estratégias de negociação entre a produção, circulação e recepção dos espaços noticiosos de interesse da indústria cultural na promoção do evento “O Maior São João do Mundo” e o resgate dos símbolos tradicionais das festas juninas na Paraíba.
O estudo está centrado nas imagens do ciclo junino publicizadas na mídia paraibana no período de realização da festa nos anos de 1997/98. Para viabilizar a pesquisa foi selecionado o seguinte corpus e amostra: os jornais diários editados em Campina Grande “Diário da Borborema/DB”, “Jornal da Paraíba/JP” e o informativo - que circula apenas durante os festejos - “A Brasa” editado pela Assesssoria de Comunicação e Turismo da Prefeitura Municipal de Campina Grande.
Como amostra principal foram selecionados os jornais “Diário da Borborema/DB” e “Jornal da Paraíba/JP” por serem dois importantes veículos impressos de comunicação, de propriedade de grupos pluri-midiáticos e de influência na opinião da população que habita na região polarizada pela Grande Campina Grande .*
A cidade de Campina Grande fica a 130 km de João Pessoa a Capital do Estado, a uma altitude de 551 metros, localizada na Serra da Borborema. É o segundo maior centro urbano, econômico e cultural da Paraíba, com população acima de 400 mil habitantes, vem se destacando nos últimos anos pela realização de grandes eventos, entre eles: “Encontro para Nova Consciência” (no período do carnaval), “Festival de Inverno” (no mês de julho quando a região tem clima bastante agradável), “Micarande (carnaval fora de época), “Feira de Tecnologia (FETEC)”, “Festival de Violeiros” e, no mês de junho, “O Maior São João do Mundo” - objeto do nosso estudo - que tem a duração de 30 dias, começando na primeira semana de junho e terminando na primeira semana de julho. Em Campina Grande o turismo de eventos vem sendo incentivado como uma das alternativas para minimizar a crise econômica e a falta de emprego que atinge toda a região.
2. O CICLO
JUNINO
No mês de junho, ocorrem
as festas mais tradicionais do catolicismo popular em todo o Brasil,
especialmente na região nordestina. São os festejos do ciclo junino, em
homenagem aos três santos: Santo Antonio, comemorado no dia 13; São João
Batista, no dia 24; e São Pedro, no dia 29. A noite de São João é, sem dúvida,
a mais festejada.
A celebração
dessas festas tem a sua origem na tradição pagã dos povos da Europa, Ásia e
África, que festejavam as divindades protetoras da fertilidade e da colheita
quando se aproximava a chegada do verão no Hemisfério Norte e que foram
transportadas para o calendário católico. [1]
Não é apenas uma
coincidência a data hagiográfica dos festejos juninos. Os antigos rituais
agrários, no Velho Mundo, por ocasião do solstício de verão (que ocorre entre
os dias 22 e 23 de junho), marcavam o início da colheita dos cereais. A relação
do homem com a terra era muito forte e os ritos de fertilidade do plantio
também estavam associados à fertilidade humana. Plantar e colher era mais que
um ato profano. Benjamim afirma:
"A Igreja Católica situou a festa de
São João nas proximidades da mudança de estação (solstício de verão) procurando
absorver os cultos agrários pagãos. Para a hierarquia da igreja a festa de São
João constitui uma antecipação do anúncio do Advento, considerando o papel de
João Batista, como precursor de Cristo". [2]
As
práticas de antigas hierofanias em homenagem ao sol de verão pelos povos da
Europa estão incorporadas aos vários sistemas religiosos da atualidade.
Passaram pelos tempos e chegam de formas diferentes, mas conservando suas
arcaicas manifestações representadas no nosso folclore.
Os
rituais de celebração dos povos antigos da Europa demonstravam o seu amor pelas
colheitas, que ocorriam no período do final do inverno e início do verão, o que
nós aqui denominamos de "o mês de São João", eram verdadeiras lutas
entre as forças do bem contra as do mal.
Neste período os
andarilhos do bem (benandanti) saíam
armados com galhos de erva-doce e alho para enfrentar os feiticeiros e as
bruxas, que com suas pragas ameaçavam a colheita de cereais. O desenrolar da
batalha entre essas forças simbolizava a passagem do inverno para o verão e
caso o bem fosse vencido o ano seria
de muita fome, doenças e miséria. Quando os benandanti venciam a
contenda o ano era de fartura. Eram festividades de origem pagã ligadas ao
calendário agrário e que ao longo dos tempos foram sendo passadas para o
calendário cristão, sendo difundidas em toda a civilização da Europa. Diz Ginzburg que: "O contraste entre combater "por amor das colheitas" e
combater "pela fé cristã" é gritante. Nessa religiosidade popular tão
compósita, formada por contribuições variadíssimas, tal sincronismo certamente
não chega a provocar espanto. Mas somos levados a indagar o porquê dessa
cristianização dos ritos agrários praticados pelos benandanti". Esses rituais praticados pelos
andarilhos do bem (benandanti) foram
proibidos pela Igreja e os seus praticantes sujeitos ao julgamento da
Inquisição. [3]
As festas
populares tinham as suas datas
agendadas para as comemorações dos ritos pagãos e nem com as pressões do
Cristianismo, para acabar esses cultos considerados profanos, foi possível desmotivar o povo em realizar
as suas cerimonias aos deuses agrários. Não tendo conseguindo acabar com as
tradições dos povos pagãos o Cristianismo, ao longo dos anos apropriou-se dos
festejos populares incorporando-os ao seu calendário de celebrações religiosas.
Como resultado desta apropriação temos em várias partes do mundo as atuais
festas do catolicismo popular, entre elas destacam as do Ciclo Junino que
comemoram Santo Antonio, São João e São Pedro, que até hoje são celebradas
pelos povos ibéricos.
O nossos atuais
Festejos Juninos com os novenários, as procissões, crendices, superstições,
fogos e fogueiras, danças e folguedos próprios desta época são de origens
remotíssimas e aqui chegaram trazidas pelos colonizadores portugueses.
O evento “O
Maior São João do Mundo”, foi criado em 1983 na administração do então
prefeito Ronaldo Cunha Lima e consolidou-se como um dos maiores festejos
populares do Nordeste. São 30 dias de festa atraindo milhares de pessoas para
Campina Grande.
O centro da festa
popular é no Parque do Povo, que recebe nesse período mais de 200 mil pessoas.
Na casa de shows Spazzio é realizada
uma programação com os grandes artistas de sucesso nacional. O Spazzio, construído num terreno de 4
hectares, com uma área coberta de 8.400 m, chega a receber mais de 20 mil
pessoas num show da cantora paraibana Elba Ramalho.
Com o objetivo de
promover a festa junina como uma grande atração turística os governos estadual,
municipal e as empresas privadas investem alto na sua promoção ocupando os
diversos espaços na mídia. [4]
No Nordeste, as
festas juninas estão diretamente vinculadas ao início da colheita do milho. As
suas características de origem rural vêm se mantendo apesar da influência que
recebem do meio urbano. Com a apropriação pela indústria cultural das tradições
populares, as festas juninas ganharam uma nova dimensão e passam por
transformações para adequar-se à nova realidade sócio-cultural e aos interesses
turísticos.
O culto ao fogo
está cada vez mais presente nos festejos juninos, não se limitando apenas às
rodas em volta da fogueira, mas aos sofisticados espetáculos pirotécnicos. As
adivinhações ganham programas especiais na informática. As comidas de milho
encontram-se em supermercados, casas de congelados ou "disk pamonha".
As quadrilhas com suas inovações deixam de lado o cenário de matutos
desdentados, com roupas remendadas e chapéus de palha rasgados para mostrar
luxo e beleza, com coreografias ensaiadas e incorporando novos passos até mesmo
de aeróbica. O enredo atualizado da parte dramática de encenação do
"casamento matuto" é também uma inovação. Os grupos estão se
organizando com mais profissionalismo mobilizando figurinistas, costureiras e
coreógrafos que estão transformando as quadrilhas em verdadeiras empresas.
Quando termina o carnaval os organizadores dão início à estruturação das
quadrilhas com a confecção das roupas, o contrato com os marcadores e tocadores
além de realizarem promoções com o objetivo de arrecadar fundos. Durante os 30
dias de festa no Parque do Povo, em 97, participaram 500 quadrilhas com cerca
de 3.000 figurantes. (O Parque do Povo é o local onde são instaladas as barracas
para venda de comidas e bebidas, banheiros químicos, telefones públicos, vários
palcos com estrutura de luz e som num espaço de 43 mil m2).
Também para
atender os interesse dos agentes de turismo e os novos espectadores, são
criados grupos parafolclóricos que representam as manifestações folclóricas em
um tempo/espaço determinado pelo agente contratante.
Mais de 150 mil
pessoas acessaram o endereço do São João de Campina Grande na Internet durante
os 30 dias de festa em 1997 - http://www.saojoao.com.br. Em 1998 o acesso poderia ser
feito pela Internet através do seguinte endereço: www.forronet.com.br.
As tradições dos
festejos juninos como: superstições, adivinhações, crenças, agouros, fogueiras,
danças e comidas típicas, representam nos seus tempos e espaços, um passado que
está no nosso imaginário e que continua sendo representado nos dias atuais.
Em
Campina Grande, temos "O Maior São
João do Mundo" e em Caruaru a "Capital do Forro", onde se
degusta" o maior cuscuz do mundo". As duas cidades, nesta época do
ano se enfeitam com elementos característicos do meio rural, cujo objetivo é
criar um clima de São João. Por outro lado, os festejos juninos continuam sem
os sofisticados preparativos exigidos pela indústria cultural. O São João do
"pé de serra", do "forrobodó" nas periferias dos centros
urbanos e áreas rurais polarizadas por Campina Grande continua sendo organizado
espontaneamente pela comunidade.
Campina Grande e
Caruaru neste período enfrentam uma saudável disputa pelo forró e quem sai
ganhando são os habitantes a região e os turistas que têm a oportunidade de
viver 30 dias de muita festa com muita música, dança, comidas, bebidas e muitas
outras diversões.
A disputa entre
Campina Grande e Caruaru é demonstrada através dos números e da infra-estrutura
que tem como objetivo atrair maior público para cada cidade.
Campina Grande
Público: 400 mil Investimento: R$ 1 milhão Horas de eventos: 385 h Parque de Eventos: 42 mil m2 Iluminação: 5 torres com 16 refletores de mil watts Locais de animação: 03 Restaurantes: 11 Bares: 16 Barracas: 400 Leitos de hotéis: 1.200 Leitos de motéis: 400 Hospedagem alternativa: 500 casas |
Caruaru
350 mil R$ 1 milhão 442 h 49.500m2 4 torres com 24 refletores de mil watts 03 08 26 282 969 429 500 casas |
Fonte: Jornal - O
Norte, 24/Jun/97
Continuar não
distinguindo o tradicional do antigo e modernidade do que é atual, é querer parar
o tempo. Modernidade não significa atualidade e nem antigüidade significa
necessariamente tradição. "Antiguidade
e actualidade designam recortes cronológicos no desenrolar da história humana,
ao passo que tradição e modernidade designam representações do mundo que
encontramos em qualquer época histórica. [5]
O
importante é o acompanhamento da evolução dos fatos culturais sem perder o rumo
da história e das novas tecnologias. A indústria cultural constrói suas bases
estruturadas naquilo que chamamos de "está na alma do povo", no mundo
dualista do trabalho e do não trabalho, do profano e do sagrado e dos ritos de
passagem. Os povos antigos, antes da cristianização festejavam a passagem dos
quatro tempos do mundo com rituais em que o profano se misturava com o sagrado.
As práticas ao culto do fogo, as superstições, crenças e tantas outras
manifestações ligadas ao calendário agrário tinham no solstício (23 de junho) e
no equinócio (23 de setembro) datas importantes para a compreensão do mundo e
suas relações com as divindades protetoras da fertilidade da terra e dos
homens. Atualmente, com a difusão do cristianismo temos estas relações
estabelecidas com o nosso Ser soberano.
O
ciclo junino se carateriza pelas danças e músicas, comidas típicas da época, os
coloridos dos balões e bandeirolas, pela demonstração de fé aos três santos e
pela participação dos jovens. Neste aspecto é importante ressaltar que os
festejos juninos proporcionam encontros entre os adolescentes e jovens cuja
participação nos festejos não seria uma reminiscência dos antigos ritos de
fertilidade humana, que estavam associados aos ritos de fertilidade da terra.
A Mídia trabalha
muito bem com todas essas variantes, ressaltando os símbolos tradicionais do
ciclo junino assim como: fogueira, fogo,
fogos de artifício, forró, balões, quadrilhas, xotes, roupas, comidas e bebidas
típicas da época etc. (Vide UJ-1,
UJ-2, UJ-3, Uj -4, UJ- 5). [6]
Mas,
a mídia também promove os grandes eventos com os seus aparatos tecnológicos tão
necessários para a realização de espetáculos, as inovações com forte apelo de
consumo dos bens culturais produzidos e veiculados pela indústria cultural.
(Vide UJ-6, Uj-7, UJ-9, UJ-10, UJ-11, UJ-21).
No Parque do Povo, que no
período da festa junina se transforma em um grande arraial, é reproduzida uma
cidade cenográfica com características de interior, um local geograficamente
adequado para criar um clima de festa junina.
A Mídia tem uma
rua específica – Rua da Imprensa -
com estrutura para as transmissões ao vivo das redes de TV e rádio, além de
computadores, fax e telefones oferecendo as melhores condições de trabalho aos
profissionais de imprensa. (Vide Uj-12, Uj-14, Uj-15, Uj-16, Uj-17, UJ-18,
Uj-19, UJ 20).(T )
“O Maior São
João do Mundo” é de fundamental importância para uma
melhor análise desse fenômeno cultural. Não basta fazer críticas, é necessário
estudar e avaliar os resultados. No Parque do Povo se dança o forró
tradicional, o forró-pé-de-serra, lambada e música baiana.
“A Paraíba, está em pleno clima junino. Desde
o chamado forró de pé de serra até forró lambadeado, há de tudo nos arraiás e
casas de shows paraibano. Campina Grande ostenta o bastão de “Maior São João do
Mundo”, enquanto Cajazeiras promete realizar o Melhor São João da Paraíba.(...)
Elba Ramalho, Banda Eva, Fagner, Chiclete com Banana, Banda Mix e Edmar Miguel
são algumas das atrações que estarão animando os festejos juninos da Paraíba ” [7]
A sociedade atual vive momentos de grandes
reformulações, de desenvolvimento de um novo mercado de consumo de bens culturais,
da ampliação das áreas de alcance da mídia e consequentemente dessa onda
modernizadora que chega também aos produtores das culturas populares.
“A evolução das festas tradicionais, da produção e venda de
artesanato revela que essa não é mais tarefa exclusiva dos grupos étnicos, nem
sequer de setores camponeses mais amplos, nem mesmo da oligarquia agrária;
intervêm também em sua organização os ministérios de cultura e de comércio, as
fundações privadas, as empresas de bebidas, as rádios e a televisão.” [8]
A organização, promoção e
patrocínio do “Maior São João do Mundo” envolve os interesses do mercado de
bebidas, da popularidade dos políticos e da guerra pela audiência das emissoras
de rádio e televisão. A transformação das festas tradicionais em grandes
eventos é um fenômeno mundial para atender às estratégias de políticas
culturais voltadas para o fomento do turismo, geração de emprego e criação de
novos hábitos de consumo. (Vide UJ –10, UJ -12)
Vivemos
num mundo de coexistência entre as culturas tradicionais e modernas. A
modernização não vem para acabar com o folclore e a cultura popular por ser até
mesmo uma de suas estratégias. A
incorporação de bens simbólicos modernos nas festas tradicionais não elimina a
cultura folk mas, a transforma e insere no mercado de consumo dos meios de
comunicação de massa e do turismo.
FICHA TÉCNICA DO JORNAL DA PARAÍBA - JB
Editora Jornal da Paraíba S/A
Fundado em 5 de setembro de 1971
Periodicidade diária (menos à
segunda-feira)
Impresso em off-set
Formato: 46 cm de altura por 33 cm de
largura
Área de maior circulação: região
polarizada por Campina Grande
Endereço: Rua Major Juvino do Ó , 81
Campina Grande – Brasil
Exemplares selecionados para análise: 20
a 29 de junho de 1997.
No Caderno Cidade, página 3,
o JP dedica um espaço destinado às
notícias do evento com o título de chamada “O
Maior São João do Mundo”, nas
edições dos dias 20, 21 e 24 de junho, relatando os principais acontecimentos
do dia anterior e a programação do dia. É um espaço de três colunas de 6 cm por
29 de altura com uma média de 87 cm por edição um total aproximado de 261 cm
destinado exclusivamente à promoção dos festejos juninos.
Nas edições dos
dias 22 (domingo) e 24 (terça-feira) quando a festa atinge o seu ponto alto, o JP ocupa vários espaços para a promoção
do evento: jornalismo com 42,30% no domingo, 58,59% na terça-feira, são
notícias que ocupam os espaços na coluna social, página cultural, caderno
cidade e especial. Outro destaque é para a publicidade 53,64% na edição do
domingo e 41,41% na edição da terça-feira dia 24, dia de São João. O jornal
dedicou neste período uma área de 2.358,20 cm/col. para publicidade,
correspondendo a 54,24% e ao jornalismo 1.953,30 cm/col., o que eqüivale a
44,93%.
OBS:
O JP não circulou no dia 25
e publicou na primeira página a seguinte nota: “Aos leitores. Por conta do feriado de São João, redação e oficinas do JORNAL
DA PARAÍBA não funcionam nesta Terça-feira, razão pela qual o JP só volta às
bancas na próxima quinta-feira.”
O jornal destaca em sua
primeira página as notícias do “Maior São João do Mundo”, como está
demonstrado abaixo nas Unidades Jornalísticas/UJ de um ao sete..
UNIDADES JORNALÍSTICAS (UJ)
UJ 1 - Terceira idade
“Diversas
comidas extraídas do milho verde e muita música nordestina foram a tônica,
ontem à tarde, da festa junina promovida pelo
Programa Conviver, da Secretaria de Trabalho e Ação Social, para
entretenimento das pessoas que compõem oito grupos da terceira idade. O
cardápio variado e o forró deram aos idosos a alegria que contagiou a todos que
se encontravam na União Campinense de Equipes Sociais (Uces).” (JP, 20/06/97, 1ª página)
UJ 2 – Campina
faz um “arrastão” de alegria
“O
Maior São João do Mundo deve ‘pegar
fogo’ a partir de hoje, com a promoção
das 15 horas ininterruptas de autêntico forró no Parque do Povo, além dos
eventos paralelos nas casas de shows, clubes etc. Amanhã, o dia começa com o
‘forró na feira’, programação que será esquentada à base de um caldinho de
mocotó, no bairro da Prata. O Trem Forroviário, em sua segunda viagem às Pedras
de Itacoatiaras, no município de Ingá, é outro programa para entretenimento dos
forrozeiros. Mas os turistas e campinenses ainda terão uma outra opção de
lazer: as corridas de ‘jegue’ e da ‘fogueira’. A tarde deste Domingo será
revestida com uma inovação dos organizadores do Maior São João do Mundo:
o quadrilhão que deverá reunir mais de três mil integrantes embalados ao som da
Orquestra Sanfônica.” (JP, 21/06/97, 1ª
pág.)
UJ 3 – Corrida da
fogueira e do jegue são atrações
“Numa promoção da
Secretaria de Educação, Cultura e Desporto, será realizada neste Domingo, no
Parque da Criança, as tradicionais XVIII Corrida da Fogueira e a X Corrida do
Jegue, eventos que fazem parte dos festejos juninos de Campina Grande, que
entraram no seu maior pique desde ontem.(...).” (JP, 22/06/97, 1ª pág.)
UJ 4 – Quadrilha arrasta
multidão
“Cinqüenta e nove
agremiações juninas participaram no último Domingo à tarde do ‘quadrilhão’
promovido pelo Departamento de Cultura da Secretaria de Educação do município, às
margens do Açude Velho. O evento de acordo com os organizadores, foi revestido
de êxito, e atraiu milhares de pessoas
à avenida Severino Cruz. ‘O maior arraial do mundo’ se deslocou no passo do
túnel – até o Parque do Povo, epicentro da festa campinense, aonde uma multidão
aguardava ansiosa pelo ‘quadrilhão’ que fez apresentação pela primeira vez,
dentro da programação do Maior
São João do Mundo.” (JP, 24/06/96, 1ª pág.)
UJ 5 – Cearense
ganha o bi na Corrida da Fogueira
“Um excelente
público esteve presente no último Domingo no Parque da Criança para presenciar
a realização das tradicionais XVIII Corrida da Fogueira e X Corrida do Jegue.
(...) O Cearense Joacil Pereira Falcão campeão do ano passado, confirmou seu
favoritismo liderando a prova de ponta a ponta e sagrando-se bicampeão com
tempo de 22’18, quebrando o recorde anterior de 32’18.” (JP, 24/06/97, 1ª pág.)
UJ 6 - Fim de
festa
“Chegam
ao seu término hoje os 30 dias do Maior
São João do Mundo, que reuniu em Campina Grande milhares de pessoas num
verdadeiro arraial de música junina e muita alegria. Várias atrações desfilaram
pelos palcos do Parque do Povo. Neste Domingo não será diferente e a festa terá
Zé Ramalho, Os Três do Nordeste, Coroné Grilo, Capilé e banda Mexe Ville, entre
outros artistas. Além dos festejos no Parque do Povo, os amantes do forró ainda
contarão na manhã de hoje com o “Trem Forroviário” que fará sua última viagem –
nesta edição do Maior São João do Mundo
– para o município de Ingá.” (JP,
29/07/97, 1ª pág.)
UJ 7 – Programação
com 15h de forró
“O
Maior São João do Mundo atinge seu
ponto alto a partir deste final de semana, quando a cidade recebe um número
expressivo de turistas e intensifica-se a freqüência ao Parque do Povo, casas
de shows, clubes, enfim, onde houver um “sanfoneiro com certeza tem forró”.
(...) E haja fôlego. É assim que os organizadores do Maior São João do Mundo estão encarando a programação de hoje e
amanhã. Serão 15 horas ininterruptas do mais autêntico forró (...)”. (JP, 21/06/97, C/Cidade, pág. 3)
FICHA TÉCNICA DO DIÁRIO DA BORBOREMA –DB
S/A Diário da
Borborema
Fundado em 2 de outubro de
1957
Periodicidade diária (menos
na segunda-feira)
Impressão em off-set
Formato de 54 cm de altura
por 33 cm de largura
Endereço: Rua Venâncio
Nevia, 198
Campina Grande – Brasil
O QUE DEU NO DB:
UJ 8 – Recifenses e
pessoenses invadirão Cidade Rainha
“Apesar
da rivalidade que impera entre Paraíba e Pernambuco na disputa pela realização
da melhor festa junina, pernambucanos e paraibanos se reunirão amanhã durante todo
o dia para participar do “Maior São João
do Mundo, em Campina Grande. (...) A Forrozada acontecerá amanhã e
segunda-feira, véspera de São João, devendo trazer cerca de mil forrozeiros ao
município. (...) O DB apresenta para
você, forrozeiro esperto, o roteiro completo das quadrilhas que se apresentarão
na cidade hoje. Confira a programação: A partir das 16h tem apresentação de
quadrilhas na Praça da Bandeira e no Aeroporto João Suassuna, enquanto que às
15h haverá apresentação no Terminal Rodoviário Argemiro de Figueiredo e na Rua
José Marques Ferreira, nas Malvinas, onde dançará a quadrilha Arraial do CAIC.”
(DB, 20/06/97)
UJ 9 – Feras dos
8 baixos se reúnem no QG do Forró
“O
Maior São João do Mundo servirá de
palco hoje para um evento inédito em sua trajetória de quase 15 anos: um
encontro de oito baixos, que reunirá logo mais à noite, a partir das 21h, no
palco superior Rosil Cavalcanti, cinco grandes atrações. Sob o comendo de
Renato Borghetti, um dos mais famosos tocadores de oito baixos do país, estarão
reunidos Geraldo Correia, Zé Calixto, Abdias de Novo e Luizinho Calixto. A
festa – uma curiosa reverência ao maior de todos os sanfoneiros, Luiz Lula
Gonzaga, o Rei do Baião.” (DB, 20/06/97)
UJ 10 – São João
faz consumo de cerveja crescer 40%
“As
vendas de cerveja durante o “Maior São
João do Mundo” em Campina Grande, aumentaram sobremaneira neste ano em
relação ao ano passado, apesar do clima relativamente frio característico dessa
época. Segundo o gerente da distribuidora Antártica em Campina Grande, Fernando
Madruga, o aumento das vendas neste ano, só no Parque do Povo até a semana
passada, foi de 28% em relação à mesma época do ano passado. Ele prevê que até
o encerramento das festividades juninas
na cidade, esse índice aumente para 40%, numa demonstração da pujança e da
repercussão do evento. As previsões de consumo da cerveja Brahma são as que até
o final do “Maior São João do Mundo”,
cerca de 20 mil dúzias de cerveja sejam vendidas , isso só no Parque do Povo.
(...) A Kaiser tem previsões para vender esse mês no Parque do Povo 5 mil
caixas de cerveja, segundo Afrânio Gonçalves gerente de vendas da Coca-Cola
aqui em Campina Grande, houve um aumento considerável nas vendas esse ano de
30% em relação às vendas da Kaiser no ano passado. (...)” (DB, 24/06/97)
UJ 11 – Forrozeiro pega sol
com a mão no Parque
“Os
campinenses amanheceram ontem no Parque do povo, aproveitando os últimos
instantes do Maior São João do Mundo.
O evento, de acordo com seus organizadores, bateu recorde de público e terminou
com 100 por cento de aprovação. Zé Ramalho foi a principal atração da noite de
encerramento dos festejos juninos de Campina e levou uma multidão ao QG do
Forró. A festa foi encerrada por volta das 7h, com show do grupo Os 3 do
Nordeste. Após as 8h, foi iniciado o trabalho de desmontagem das barracas e
retirada da decoração. Houve quem não resistisse ao cansaço e adormecesse em
pleno Parque do Povo.” (DB, 01/06/97)
FICHA TÉCNICA DO INFORMATIVO “A BRASA”
No período da
festa junina circula diariamente um informativo dos Departamentos de Turismo e
de Comunicação da Prefeitura Municipal de Campina Grande - “A
BRASA” que é distribuído gratuitamente com os freqüentadores do Parque do
Povo e tem o formato A4 impresso frente e verso.
O
QUE DEU NA BRASA:
UJ 12
“O
Sr. Prefeito Cássio Cunha Lima visitará todas as casinhas da Rua da Imprensa
com o governador José Maranhão após a solenidade de abertura. (...) As
emissoras que desejarem transmitir a solenidade do palco em conexão com a Rádio
Junina sintonizem na FM 107.3. Quaisquer dúvidas procurar Renato ou Saul no
DECOM” (A BRASA, Nº 001 – 30/05/97)
UJ 13 – 70 mil pessoas
“Mesmo
com a fina chuva que caiu durante parte da noite, estima-se que 70 mil pessoas estiveram
presentes ao Parque do Povo, assistindo o prefeito Cássio Cunha Lima, ao lado
do senador Ronaldo Cunha Lima, do governador José Maranhão, deputado federal
Ivandro Cunha Lima, senador Ney Suassuna, abrir o “Maior São João do Mundo.” (A
BRASA, Nº 002-31/06/97)
UJ 14 – Rádio Junina
“A
Rádio Junina continua disponibilizando a transmissão do palco para as emissoras
que desejem. Falar no stand do DECOM com Antonio Nunes, Renato Barros ou
Magdônia Alves.” (A BRASA, Nº
003-01/06/97)
UJ 15 – Cobertura da imprensa
“A
imprensa de Campina Grande e de João Pessoa, vêm dando excepcional cobertura ao
São João, o mesmo acontecendo com as redes de TV. Diversos órgãos regionais
como o Jornal do Comércio, Diário de Pernambuco, Diário de natal e outros da
imprensa de outros Estados como o Correio Brasiliense, o Estado de São Paulo,
revista Isto É, (que hoje esteve em campina entrevistando Cássio) solicitaram
textos e fotos ao DECOM.” (A BRASA, Nº 004-02/06/97)
UJ 16 – Veículos de comunicação de campina aderiram 100% à
rua da imprensa
“Todos
os veículos de Comunicação Social de Campina Grande, sem exceção, aderiram à
Rua da Imprensa, montada pela Prefeitura, como uma das novidades de São João/97
e como uma forma de proporcionar aos profissionais melhores condições de
trabalho, além da integração de jornalista e veículos. Com a inauguração dos
stands da Campina FM e da Rede Paraíba de Televisão/Jornal da Paraíba até a
próxima sexta-feira, a adesão ao Projeto é da ordem de 100%. Diários e
Emissoras Associados os primeiros a aderirem à idéia – Com a TV Borborema,
rádio Borborema, Diário da Borborema e Rádio Cariri vêm realizando uma
cobertura diária do evento, o que também acontece com a Rádio Caturité, CBN,
Panorâmica, FM Correio e, a partir de sexta-feira da Campina FM, juntamente com a Rede Paraíba, embora as
duas emissoras venham transmitindo diversos flashes da festa numa cobertura
global do “MAIOR SÃO JOÃO DO MUNDO”, considerando todas as emissoras e
jornais. O Jornal A UNIÃO vem atendendo seus visitantes desde a inauguração da
Rua da Imprensa e a Rádio Tabajara iniciará transmissões nos próximos dias,
embora já transmita “flashes”
diretamente do Parque do povo. A Rádio Junina instalada no stand do DECOM,
transmite o eventos e sonoriza a festa.” (A
BRASA, Nº 006-04/06/97)
UJ 17 – O Estadão
“O jornal O
Estado de São Paulo dedicou generoso espaço ao Maior São João do Mundo, no caderno de Turismo desta terça-feira. A
matéria teve como fonte o Departamento de Comunicação da Prefeitura. O
“Estadão” coloca nossa festa junina como uma ótima opção de viagem para
turistas de todo país que, com certeza, virão prestigiar nosso evento.” (A BRASA, Nº 012-10/06/97)
UJ 18 – Diretor do vídeo show está no Parque do Povo
“O diretor do
Programa Vídeo Show, Akbar Meirele, acompanhado
da esposa e do empresário Alexandre Bonfim, encontra-se neste momento visitando
o Parque do Povo. No próximo final de semana, a equipe do Vídeo Show estará
fazendo gravação para apresentação nos próximos programas.” (A BRASA, Nº 017-14/06/97)
UJ 19 –
Prefeitura e Rede Paraíba promovem o 1º
Festival Regional de Quadrilhas Matutas
“O ponto alto das
festividades do Maior São do Mundo, na noite de hoje, é a realização da
primeira eliminatória do Festival Regional de Quadrilhas Matutas, numa promoção
da Prefeitura Municipal, Secretaria de Educação e Desportos, Departamento de
Cultura e TV Paraíba.” (A BRASA, Nº
019-15/06/97)
UJ 20 – Cobertura
“No sábado e
domingo estarão em Campina Grande, para
cobertura do Maior São João do Mundo,
equipes da Rede Globo de Televisão, dos programas Fantástico, Vídeo Show e
Domingo do Faustão. Os atores Eduardo Galvão, Paulo César Grande e Mônica
Carvalho, também, prestigiarão a festa. No Sábado, também acontecerá o concurso
da melhor barraca do parque do Povo. Entre os critérios de escolha estão:
decoração, comida típica, vestuário dos garçons e outros detalhes.” (A BRASA, Nº 022-19/06/97)
UJ 21 – TV Globo,
Jornal do Brasil, Revista Ele e Ela e Revista contigo estão em Campina
“Além dos
artistas da Globo, encontra-se em Campina Grande os jornalistas André Duarte,
da revista Ele e Ela, Luís Edmundo, do Jornal do Brasil e Vera Saspre, da
Revista Contigo, todos com fotógrafos. Da TV Globo estão equipes do Faustão,
Vídeo Show e Fantástico. Castrinho, da equipe do Faustão chegou ontem e
Maurício Kubrusly, do Fantástico, hoje à tarde.” (A BRASA, Nº 024-21/06/97)
UJ 22 – Daniela
Mercury apresenta “Feijão com Arroz” no Spazzio
“O show que
Daniela Mercury apresenta véspera de São João, segunda-feira em Campina Grande,
“Feijão com Arroz” busca inspiração num dos mais populares símbolos do Brasil e
teve estréia em São Paulo. Foi elogiadíssimo pela crítica especializada. É uma
mistura de simplicidade e sofisticação que tem como fonte a música de rua
identificada com as raízes brasileiras. (...)” (JP, 21/06/97 Segundo Caderno)
Em 98 o evento foi notícia nos principais
veículos de comunicação da região e do Brasil destacando-se: Jornal da Cidade de Aracaju-SE/abril; O
Estado do Paraná-PA/maio; A Tarde de São Paulo-SP/maio; Tribuna da
Bahia-BA/maio; Tribuna de Gaurulhos-SP/maio; Rádio CBN (vários flashes); Rádio
Bandeirantes de São Paulo(vários flashes ao vivo); Revista Veja/junho; Notícias
Populares-SP/junho; O Povo-CE/junho; Correio Brasiliense-DF/maio; Revista Capricho/junho;
Revista Ícaro/agosto; Folha de São Paulo-SP/junho; O Liberal-BE/junho; Diário
de Pernambuco-PE/junho; TV Globo (flash ao vivo no Domingão do Faustão)junho;
Globo Sat (reportagem especial no programa Festas Brasileiras)julho; TV Globo
(programa Vídeo Show).[9]
3. O TURISMO E O MAIOR SÃO JOÃO DO MUNDO
A indústria que
mais cresce no mundo é a do turismo que movimenta milhões de dólares por ano e
aumenta cada vez mais o seu faturamento. Em 1996, o faturamento foi de U$ 3.6
trilhões , correspondendo a 10,7% do Produto Bruto Mundial e a estimativa para
a virada do século , é de aproximadamente U$ 7 trilhões. Em 1996 o crescimento
foi de 3,8% em relação a 1995.
O Brasil recebeu
em 1996 cerca de 2,3 milhões de turistas, o equivalente a 0.4% do total das
viagens internacionais. Movimentou em 1995 cerca de U$ 45 bilhões,
correspondente a 7.8% do Produto Interno Bruto. A França recebeu 61,5 milhões;
a Espanha 41,4; os Estados Unidos 46,3 milhões com faturamento acima de U$ 80
bilhões.
A fatia que cabe
ao Brasil é de apenas 0.6% do total mundial de divisas geradas pelo turismo. É
um país com grande potencialidade turística, rico em bens culturais e naturais,
está estrategicamente bem localizado no Continente Americano em relação a
Europa e com vocação para ser um bom destino turístico.
A indústria do
turismo gerou em 1996 cerca de 250 milhões de novos empregos e a previsão é de
385 milhões para o ano de 2006. Serão 100 mil novos empregos criados nas
próximas décadas.[10]
No Brasil, em 1995,
cerca de 6 milhões de pessoas trabalharam na atividade turística, uma
equivalência de 1 para cada 11 empregos está ligado ao segmento turístico.
Na Paraíba o
turismo vem contabilizando, nos últimos anos, um crescimento médio de 4,3%. O Estado
tem diversos pontos de atração turística nas suas várias regiões. O turismo, o
lazer e os eventos culturais são atividades que mais têm gerado empregos e
renda no mundo. É visando este novo mercado de consumo que Campina Grande vem
se organizando como um centro de turismo na realização de eventos/negócios, de
cultura e o “Maior São João do Mundo”
é um deles.
Para implantar um
projeto integrado de cultura, lazer e turismo é necessário que as
administrações municipais desenvolvam ações conjuntas na produção e difusão
cultural, ofereçam uma melhor qualidade de vida aos seus habitantes, educação,
saúde, moradia, segurança, transporte coletivo, depósito adequado e coleta de
lixo, tratamento de esgoto etc.
A qualidade de
vida dos habitantes de uma localidade que deseja ser destino turístico vai
refletir, seguramente, nos resultados desejados.
Para conhecer
melhor o perfil do público que participou do São João de 1998, a Prefeitura de
Campina Grande, através do Departamento de Comunicação Social e da Coordenação
de Turismo encomendou um pesquisa de opinião à empresa Vox Gentium[11]
,
Mesmo com a cobertura da mídia local, regional e
nacional, do apoio da EMBRATUR, Ministério da Cultura, Banco do Nordeste, das
grandes empresas de bebidas, de entretenimento e os 15 anos de realização o “Maior São João do Mundo”, é um evento
voltado ainda para um público regional. Vejamos alguns dados da pesquisa
realizada pela Vox Gentium: 70,5% da pessoas que participaram do evento são
residentes em Campina Grande, 11,4% em João Pessoa, 4,7% em Recife, 4,0% em
outras cidades do estado da Paraíba, 1,0% em outras cidades do estado de
Pernambuco, 1,7% no estado do Rio Grande do Norte, 0,7% no estado de Alagoas,
2,0% no estado da Bahia, 4,3% em outros estados da federação e 0,3% em outros
países.
Outro dado que
carateriza o evento como regional é o meio de transporte utilizado pelos
turistas para chegar até Campina Grande, 59,1% viajaram de automóvel, 32,9% de
ônibus e apenas 8,0% de avião.
A maioria dos
visitantes se hospeda em casas de parentes e amigos 84,1%, 9,1% em apartamentos
alugados, 3,4% em hotéis e 3,4% em hospedarias alternativas. Segundo
informações da assesssoria do DECOM , nos dia 23 e 24 os hotéis de Campina
Grande estiveram com as reservas esgotadas.
Outro dado que
demonstra a característica regional do Maior
São João do Mundo é a forma como os visitantes tomaram conhecimento do
evento, 52,9% através de amigos e parentes, 44,0% do rádio/TV e 16,0% pelos
jornais/revistas.
O que falta para
o brasileiro conhecer o Brasil? Um Brasil do Sul, diferente de um Brasil do
Nordeste, que é diferente do Sudeste, do Centro Oeste e do Norte. São brasis
com suas diversidades culturais e naturais que adequadamente exploradas serão
potencialmente atrações turísticas. Está faltando decisão política e melhores
definições de estratégias para o desenvolvimento do turismo interno e externo.
Campina Grande está buscando caminhos para
implementar este mercado emergente de consumo cultural e turístico. Mas só
fazer festa não é o suficiente, o amadorismo não tem mais lugar na atividade
turística é necessário investir na capacidade profissional, em novas
tecnologias e estrutura de recepção.
4.
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES FINAIS
A cultura
brasileira deve ser investigada, para compreendê-la não como uma cultura
homogênea, mas sua diversidade, sua riqueza de variações, os processos de
múltiplas interações e oposições no tempo e no espaço. O Brasil da atualidade é
o resultado da mistura das culturas ibéricas e indígenas que se encontraram com
as africanas e mais recentemente com as diversas culturas dos imigrantes
poloneses, alemães, italianos, japoneses entre outros. Hoje, em cada região do
pais é encontrada uma cultura própria, de caraterística plural e de referência
local.
O São João é
comemorado em todo o Brasil, mas é no Nordeste que o Ciclo Junino se destaca
como uma das festas populares mais importantes da região.
O “Maior São João do Mundo,” que Campina
Grande realiza todos os anos no mês de junho, possibilita ao pesquisador da
cultura brasileira observar no mesmo tempo e espaço a cultura da mídia, a
cultura popular e a cultura erudita. Este projeto está vinculado a uma pesquisa
de maior amplitude: “Globalização da Cultura: folclore e identidade regional”,
que tem o objetivo de conhecer as novas relações dos produtores da cultural
folclórica/popular com a cultura dos mídias e os negócios do turismo,
preferencialmente na Paraíba. Trata-se de um estudo de recepção da cultura dos
mídias pelos produtores da cultura popular/folk, que tem como marco teórico a Folkcomunicação
e os estudos recentes latino-americanos de recepção.
“Em
outras palavras, a folkcomunicação é, por natureza e estrutura, um processo
artesanal e horizontal, semelhante em essência aos tipos de comunicação
interpessoal já que suas mensagens são elaboradas, codificadas e transmitidas
em linguagens e canais familiares à audiência, por sua vez conhecida
psicológica e vivencialmente pelo comunicador, ainda que dispersa.”[12]
O projeto
possibilitará a formatação de uma base de dados sobre identidade cultural
nordestina e em especial paraibana, a partir das analises significativas e
representativas das manifestações da cultura popular/folk, sua apropriação ou
reinterpretação pelos grandes grupos de comunicação pluri-midiáticos para
difusão do entretenimento, consumo dos seus produtos e incentivo ao turismo na
era da globalização.
É fundamental para a compreensão dessas novas
relações entre a cultura regional e local com o mundo globalizado o
desenvolvimento de pesquisas empíricas, etnográficas e de recepção dos mídias
pelos produtores e consumidores da cultura popular. Mais importante do que
apenas discursar sobre a cultura global em “detrimento” da cultura regional ou
local é investigar o que está ocorrendo por trás desses novos fenômenos, as
suas novas articulações ou suas cumplicidades entre o moderno e tradicional.
* Participaram desta etapa da pesquisa os alunos da disciplina Seminário de Atualização em Comunicação do período 98.1: Adriana Crisanto, Alessandra de Oliveira, José Roberto Júnior, Maria Risomar Silva e Renata Correia Maia.
[1] TRIGUEIRO, Osvaldo Meira. Cartilha paraibana: aspectos geo-histórico e folclórico. João Pessoa, Grafset, 1993.
[2] BENJAMIM, Roberto. Ciclo
junino. Recife, Prefeitura da Cidade do Recife, 1987.
[3] GINZBURG, Carlo. Os Andarilhos do bem: feitiçaria e cultos agrários no século XVI e XVII. São Paulo, Companhia das Letras, 1988.
[4] Revista Município em destaque. Ano XVII – N.º 69, João Pessoa-PB – Edição Especial.
[5] RODRIGUES, Adriano Duarte. Comunicação e Cultura: a experiência
cultural na era da informação. Editorial Presença, Lisboa, 1993.
[6] UJ – Unidade Jornalística – trata-se de uma parte criteriosamente selecionada da publicação jornalista do interesse temático da investigação.
[7] Agenda/A União, 23/06/95
[8] CANCLINI, Garcia Néstor. Culturas hibridas. São Paulo. Editora USP, 97 p. 220
[9] Fonte: A Brasa-Decom/Secor/PMCG-nº30
[10] Rede Globo Superintendência Comercial. Turismo e Ecologia no Brasil, 1998.
[11] Vox Gentium Pesquisas Sociais Ltda. Realizou uma pesquisa no Parque do Povo, no dia 24 de junho de 1998. Entrevistou 298 (mostra probabilística) pessoas maiores de 16 anos, sendo 171 do sexo masculino e 127 do sexo feminino.
[12] BELTRÃO, Luiz. Folkcomunicação: a comunicação dos marginalizados. São Paulo. Cortez, 1980.