OS NOVOS MEIOS
ELECTRÓNICOS EM REDE
UM ESTUDO PROSPECTIVO SOBRE
JORNALISMO ON-LINE E OUTROS CONTEÚDOS NA INTERNET PORTUGUESA
Jorge Pedro Sousa, Universidade
Fernando Pessoa
Introdução
Este estudo
procura, principalmente, como o título indica, fazer uma prospecção sobre algum
do jornalismo on-line que se faz em Portugal, visando ainda, secundariamente,
avaliar o interesse jornalístico que a Galiza representa para os órgãos
jornalísticos on-line portugueses. Porém, a prospecção não se limitou aos
conteúdos jornalísticos. De facto, por um lado são dadas pistas para a pesquisa
em Ciências da Comunicação na Internet portuguesa. Por outro lado, são
descritos os serviços não-jornalísticos que os portais, apontadores e
servidores portugueses oferecem, tendo em vista a sedução dos cibernautas. A
este nível, procurou-se, igualmente, situar o interesse que esses portais e
servidores têm pela Galiza e pelos usuários galegos.
O presente
estudo parece revestir-se de mais importância quando se repara nas modificações
que a Internet já introduziu no jornalismo e nos estudos que antevêem que a
rede das redes vai ainda provocar novas mudanças, reconfigurando as redacções e
as práticas profissionais. Weaver (1999: 223), no entanto, adverte para o facto
de que, embora alguma coisa possa ter mudado no jornalismo com o advento da
Internet, na realidade nem tudo mudou. Por um lado, segundo o autor, nem todas
as pessoas têm acesso à Internet e das que o têm nem todas (ou mesmo poucas) a
usam para consultar determinadas informações, como os assuntos políticos; por
outro lado, os jornalistas seriam agora mais necessários do que nunca, face à
avalanche de informação que caoticamente é colocada na Internet, muitas vezes
falsa, incorrecta ou desconexa. (Weaver, 1999: 223-224) Ou seja, aos
jornalistas continuaria a estar destinada uma actividade de selecção,
hierarquização, descodificação, contextualização, contrastação e interpretação
de informação, uma actividade de construção de sentido para essas informações. De
facto, quantidade e qualidade de informação foram, são e serão coisas
distintas. Por isso, na Internet, enquanto novo medium, a fidelização
dos usuários a determinados órgãos on-line talvez venha a depender da
convivência e da empatia que os cibernautas forem estabelecendo com esses
órgãos, devido a factores como a fiabilidade na informação que esses órgãos
on-line disponibilizam, a possibilidade de hiperligações, etc.
Apesar das
advertências de Weaver (1999), não será menos verdade que o extraordinário
poder que os jornalistas possuíam na gestão do espaço público informativo foi
mitigado pela Internet (Pinto e Sousa, 1998). O caso mais citado será,
hipoteticamente, o do Relatório Starr sobre o caso Lewinsky-Clinton, que foi
primeiramente disponibilizado na Net, proporcionando a consulta directa aos
milhares de cibernautas de todo o mundo, que não tiveram de passar pela
mediação jornalística. O próprio caso Clinton-Lewinsky foi pela primeira vez
abordado na Internet por um repórter que mantém um site marginal ao
sistema de meios jornalísticos norte-americanos, o Drudge Report
(http://www.drudgereport.com), forçando os restantes news media a irem
atrás.
Voakes (1997)
realça, porém, que os jornalistas americanos não recorrem à Internet tanto
quanto se suporia, privilegiando a conversa pessoal com as suas fontes como
meio privilegiado de obtenção de informação. Mas, segundo o mesmo autor, pelo
menos 30% deles acederia com regularidade à Internet para encontrar informação
(CAR-Computer Assisted Reporting). As taxas actuais de acesso à Internet
provavelmente já serão superiores, mas 30 por cento é já uma percentagem
suficientemente significativa para nos apercebermos das mudanças que a Internet
trouxe, por exemplo, à investigação jornalística e às rotinas de recolha,
processamento e difusão da informação (em Portugal, no Porto, uma percentagem
significativa de jornalistas também acede à Net com regularidade, segundo Pinto
e Sousa, 1998 b). A isto acresce que, segundo Weaver (1999:225), são os
jornalistas mais jovens que mais acedem à Internet, o que poderá prefigurar uma
maior utilização do novo medium pelas novas gerações de profissionais do
jornalismo. Este facto demonstra que novas competências podem vir a ser
cobradas aos jornalistas, devido às funções que a emergência da Internet os
obriga a desempenhar. Neste caso, polivalência e flexibilidade são
palavras-chave. No entanto, convém não ignorar, tal como diz Weaver (1999:
229), que "os jornalistas do século XXI vão necessitar de conhecer a fundo
o manejo dessas novas tecnologias, mas necessitam de melhorar também no seu
conhecimento dos temas sobre os quais informam. (...) Este facto implica que o
perfil profissional da sua formação terá também de mudar, de forma a incorporar
um maior nível de conhecimentos especializados."
Pavlik (1999)
aponta a actualização constante das notícias, incluindo o seu updating,
como uma das vantagens do jornalismo on-line, registando, a título
exemplificativo, que, na queda bolsista de 27 de Outubro de 1997, 20% dos
americanos entre os 18 e os 50 anos preferiram a Internet a outros meios de
comunicação para se actualizarem sobre o que se ia passando (Pavlik, 1999: 57).
Para este autor, uma das grandes mudanças que trará o jornalismo on-line será a
elevada interactividade com a audiência: em primeiro lugar, o jornalista
on-line terá uma audiência mundial; em segundo lugar, as pessoas poderão aceder
rapidamente aos jornalistas por email, o que fomentará a interactividade. (Pavlik,
1999: 58) O jornalismo a la carte possibilitado pelos meios digitais também
permitirá segmentar a informação ao nível de cada usuário (que definirá o
perfil da informação que deseja receber). Pelo mesmo motivo, será possível
aferir quais são os jornalistas e conteúdos com maior audiência e os
jornalistas e conteúdos que cativam menos audiência. (Pavlik, 1999) Squirra
(1997: 81) acrescenta que a interactividade com a audiência possibilitará,
igualmente, corresponder mais aos interesses, necessidades e valores do
público. Peng et al. (1999) destacam, por seu
turno, que as publicações on-line são mais baratas e elásticas (no que respeita
à ocupação por informação).
Se bem que as
mudanças funcionais no jornalismo, como as que aqui foram referidas, sejam,
provavelmente, aquelas que mais facilmente se identificam, é hipoteticamente possível
que se venham a registar mutações a outros níveis, por exemplo:
- a cronomentalidade dos
jornalistas (Schlesinger, 1977) poderá acentuar-se, uma vez que, devido à
possibilidade de actualização constante do noticiário, as deadlines
tendem a concretizar-se no imediatismo;
- as normas que norteiam o
jornalismo poderão alterar-se, seja por força de novas políticas editoriais das
organizações noticiosas, a braços com um novo medium, seja por força da
própria natureza da Internet, que possibilita a diluição das responsabilidades
e até o anonimato, se não mesmo a clandestinidade;
- o próprio conceito de jornalismo
poderá modificar-se, devido a variadíssimos factores, entre eles, a título
exemplificativo, (1) a possibilidade de cada um actuar como jornalista,
disponibilizando conteúdos na Internet, (2) a usurpação ao jornalista da função
de gatekeeper privilegiado do espaço público informativo, (3) as
características próprias da Internet, que permitem o aproveitamento do
hipermédia (a confluência de vários media num só) e das hiperligações
(os links que permitem a navegação na Internet), etc.
Apesar dos
fenómenos e das interrogações aqui referenciados, o presente estudo não procura
responder a perguntas de investigação, pois a sua finalidade primeira é apenas fazer
um levantamento prospectivo de algum do jornalismo on-line que se faz em
Portugal. No entanto, esses fenómenos e essas interrogações também não foram
desprezados, pois a prospecção realizou-se dentro dos parâmetros por eles
definidos.
Metodologia
Uma vez que este
estudo tinha por objectivo principal avaliar, prospectivamente, algum do
jornalismo on-line que se faz em Portugal, deram-se os seguintes passos para
descrever a situação:
1.
Identificação, através dos motores de busca portugueses, dos órgãos jornalísticos
on-line com sites e páginas na Internet portuguesa;
(Motores de
busca/apontadores, portais e servidores pesquisados:
www. aeiou.pt
www. busca.pt
www.clix.pt
www.cusco.pt
www.gertrudes.pt
www.netc.pt
www.portal.pt
www.portugalnet.pt
www.sapo.pt
www.telepac.pt
www.teleweb.pt
Uma vez que o
presente estudo prospectivo não se direccionava exclusivamente para o jornalismo
on-line, procurou-se, complementarmente, dar pistas para os recursos
disponibilizados na Internet portuguesa no campo da pesquisa em Ciências da
Comunicação e situar o leque de serviços não-jornalísticos oferecidos por
portais e servidores portugueses para atrair os cibernautas.
Tendo-se ainda
em consideração o contexto particular deste estudo, realizado a pedido dos
organizadores das Jornadas Galiza – Portugal: A Comunicação Euro – Regional no
Século XXI, procurou-se avaliar o interesse que os órgãos jornalísticos
on-line, os portais e os servidores portugueses têm pela Galiza e pelos
cibernautas galegos. Para o efeito, contabilizou-se o número de notícias
editadas sobre a Galiza nos órgãos jornalísticos on-line de informação geral
(através dos motores de busca desses próprios órgãos, geralmente limitados
temporalmente a algumas edições) e descreveu-se a situação patenteada pelos
portais e servidores portugueses no que respeita à existência de links directos
(isto é, na primeira página dos portais e servidores - geralmente classificados como
"Essenciais") para os recursos galegos na rede.
A pesquisa e
consequente descrição dos sites foi realizada nos dias 23 e 24 de
Novembro de 1999. A localização temporal do estudo é extremamente importante,
dada a volatilidade e constante mutação dos conteúdos na Internet (Pinto e
Sousa, 1998).
Registe-se,
igualmente, que foram contabilizados 335 órgãos portugueses que providenciavam
informação jornalística ou "pró-jornalística" on-line,
significativamente segmentados: a nível da informação geral, existem agências,
rádios, televisões, revistas e jornais (exclusivamente on-line e com edições
simultaneamente on-line e em papel); a nível da informação especializada,
existem variadíssimos órgãos, embora nem todos especificamente jornalísticos,
que cobrem um amplo espectro: desporto, economia, estratégia, educação,
informática, política, música, internacional, estratégia, assuntos militares,
aviação, gastronomia, etc. Encontraram-se, igualmente, órgãos jornalísticos
regionais e locais, órgãos on-line especializados em entretenimento (sociedade,
humor...), pornografia e erotismo e outros conteúdos. Na rede das redes existem
também publicações escolares e publicações académicas e científicas, entre
outras. Como os motores de busca geralmente não registam mais do que uma
pequena parte dos recursos disponibilizados na rede (Pinto e Sousa, 1998),
então é provável que o número a que se chegou (335 órgãos portugueses on-line)
peque por defeito.
Resultados
Tendo em
consideração os objectivos do estudo, os resultados da prospecção foram
sistematizados numa série de tabelas, a seguir inseridas.
Tabela 1
Jornalismo On-Line na Internet Portuguesa: Uma
Amostra
Título |
Endereço |
Conteúdo |
Diário de Notícias |
www.dn.pt |
- Manchetes
com links directos - Link para a
edição do dia, organizada por secções (correspondentes à secção papel) - Notícias - Link para Timor Lorosae - Link para resultados das eleições legislativas
(Outubro 99) - Informação segmentada (agenda, tempo, etc.) - Na secção "Net" surge um link para o
"Site do Dia", onde os artigos sobre os sites seleccionados possuem
hiperligações - Links para
as edições dos três dias anteriores - Links para
suplementos DN Jovem e Negócios - Links para
órgãos do Grupo Lusomundo (Jornal de Notícias, Diário de Notícias
da Madeira, Açoriano Oriental, TSF, Grupo Lusomundo, Editorial
Notícias) - Link para
Publicidade - Link para
Ficha Técnica - Links para
edições especiais do DN e das publicações do Grupo Lusomundo - Notícias do Milénio - Dicionário da Revisão Constitucional - Email (feedback) |
Jornal de Notícias |
www.jn.pt |
-
Email/feedback - Link para a
edição do dia (com subdirectórios por secções) - Links para
notícias de última hora (com destaques sucessivos no ecrã e indicação de
desenvolvimento na edição do dia seguinte) - Links para
últimas sete edições (com subdirectórios) - Link para
arquivo por secções ou tópicos, com links (exemplo: secção de
"Informática" com links para empresas de software…) - Link para
arquivo com motor de busca (245 notícias sobre a Galiza nos últimos cinco
meses) - Link para o
Centro de Documentação (prestação de serviço paga, para petição de artigos
desde 1.888) - Link para
secções especiais/semanais, com subdirectórios - Link para
secções diversas, com subdirectórios (fotos, cartoons, classificações de
futebol, palavras cruzadas, etc.) - Fóruns - Link para
Timor Lorosae - Link para
tempo - Link para
câmbios - Link para
agenda (geral, cinemas, etc.) - Votações - Link para
anúncios classificados - Link para
ciberutilidades (incluindo downloads, links para apontadores, sites e páginas
lusófonos no mundo (incluindo Galiza), dicionário de termos da Internet,
links para páginas dos profissionais do JN, etc.) - Quiosque
multimédia para a inserção de anúncios pagos - Links para
órgãos jornalísticos do Grupo Lusomundo - Secção do
leitor (Desabafos, Novos Talentos, Notícias do Leitor, Fronteiras da Ciência,
etc.) |
Correio da Manhã |
www. correio manha. pt |
- Email (feedback)/contactos - Admite consulta no site e
envio personalizado por email (o receptor define o perfil da informação que
deseja receber, mas por email receberá apenas flashes noticiosos) - Notícias principais - Link para a edição do dia,
organizada por secções (incluindo anúncios classificados) - Links para acesso às três
edições anteriores - Link para um dossier sobre o
concurso "Miss Portugal 1999" - Link para envio de postais
on-line - Links para sites com interesse (World Association of Newspapers...) |
Expresso |
www. expresso. pt |
- Email (feedback)/contactos - Jornal semanário com
actualização diária de notícias - Link para o índice da edição
com links directos para os textos a partir dos títulos - Links para números antigos
(desde 1997), por secções - Votações - Link para publicidade - Link para a ficha técnica - Links para outras publicações
da Sojornal/Abril- Controljornal
(exemplo: Jornal da Região on-line) - Links especiais: Guia do
Estudante, jogo "Gestão" |
Falcão do Minho |
www. falcaodominho. pt |
- Email (feedback)/contactos - Destaques da edição da semana - Notícias seleccionadas da
edição da semana, por vezes com links nos textos para páginas relacionadas
com o tema - Links para assinaturas e
tabela de publicidade |
Agência Lusa |
www.lusa. pt |
- Email (feedback)/contactos - Links para serviços gratuitos:
Lusa News (serviço em inglês), notícias sobre ciência e tecnologia, Timor,
Macau 99 (actualização constante) - Links para serviços pagos:
assinantes, comunidades portuguesas, informação para rádios locais,
informação para a imprensa regional e local |
RTP |
www. rtp. pt |
- Email (feedback)/contactos - Link para programas em
destaque - Link para programação - Link para teletexto (com
possibilidade de navegação) - Link para outra informação
(canais, iniciativas, etc.) - Link para telejornais em real
video do dia e dos últimos doze dias com pesquisa por palavras-chave
(nenhuma notícia sobre a Galiza nesses doze dias) - Link para as informações para
a imprensa |
TSF |
www. tsf. pt |
- Email (feedback)/contactos - Emissão em directo na WWW - Link para download do Real Audio Player - Links para notícias do dia
(audio e texto) - Links para arquivos audio e
texto (histórias do dia, desporto, crónicas, jornais especiais, programas
especiais, site do dia, com pesquisa por datas ou temas (sete peças sobre a
Galiza desde 22 de Abril de 1999) - Links para outros órgãos
jornalísticos do Grupo Lusomundo (Jornal de Notícias, Diário de Notícias,
Diário de Notícias da Madeira, Açoriano Oriental...) |
RDP |
www.rdp.pt |
- Email (feedback)/contactos - Links para a emissão em
directo na WWW das rádios do grupo e outras informações sobre essas rádios - Link para download do Real
Audio Player e outro software - Links para Radio On Demand e
rúbricas programáticas das rádios - Link para
dossier sobre rádio digital (DAB), que a RDP adoptou e vai generalizar até
2010 - Link para o museu da rádio - Link institucional da RDP - Links para as delegações |
Diário Digital (primeiro jornal portu-guês de informa-ção geral
exclusivamente on-line) |
www. diariodigital. pt/dd/index.html |
- Email (feedback)/contactos - Admite consulta no site e
envio personalizado gratuito por email (o receptor define o perfil da
informação que deseja receber - link "Leitor Regular") - Notícias principais com link
para desenvolvimento - Actualização constante de
notícias - Cotações das bolsas on-line - Link para edição do dia,
organizada por secções - Links para destaques do dia,
agenda, cartas, opinião, crónicas, tempo, Diário da República... - Links para dossiers temáticos - Aproveitamento de
hiperligações em alguns textos - Arquivo por secções (últimos
cinco meses) - Motor de busca: pesquisa por
palavra (sete artigos sobre a Galiza desde 22 de Julho) e pesquisa por
autores - Links para ficha
técnica e estatuto editorial, com hiperligações |
Recortes (jornal on-line de informá-tica) |
http://ip.pt/ recortes |
- Email (feedback)/contactos - Admite envio não personalizado
por email (gratuito), além de consulta no site - Votação/inquéritos aos
leitores - Destaques/edição da
semana/flashes/"ontem foi notícia" (história) - Arquivo de edições por dia de
saída (desde o começo) - Abundância de hiperligações
nas peças, inclusive para comentários - Bookmarks (melhores sites) - Shopping - Consultório - Shareware/downloads - Boletins semanais - Link para estudo sobre os
servidores portugueses |
Diário da Repú-blica |
www. dr.incm.pt |
- Base de dados de legislação
(serviço pago!) - Base de dados de concursos
públicos (serviço pago!) - Assinaturas on-line e email (feedback) |
Público |
www. publico. pt |
- Link para a
edição do dia, organizada por secções (correspondentes à secção papel), com
possibilidade de pesquisa por palavras na edição do dia e nas últimas sete
edições (dez artigos sobre a Galiza nos últimos sete dias); índice do jornal
do dia; jornal do dia em flash (Público Flash) - Links para
as últimas sete edições, com subdirectórios por secção e possibilidade de pesquisa
por palavras (motor de busca) - Link para
"Nós", com links para Ficha Técnica, Estatuto Editorial, Livro de
Estilo, Páginas Pessoais dos Jornalistas, Estatuto do Provedor do Leitor... - Links para
notícias de última hora, suplementos e revista dominical Pública - Links para
informação segmentada de utilidade pública: tempo, agenda (espectáculos, TV,
farmácias), marés, Diário da República (sumário organizado pelo Público),
documentos (programas dos governos, relatórios - incluindo o Relatório Starr- , Conselho Nacional da
Educação, etc.)... - Links para sites
úteis (dicionários, enciclopédias, rádios em directo na Internet, órgãos
jornalísticos de todo o mundo, incluindo galiza, etc.) - Links para
dossiers "Euro" (conjunto de artigos do Público) e "Ecosfera"
(Campanha para um Planeta Limpo) - Link para o
projecto Público na Escola - Links
jornalísticos do Público: foto-reportagens, cartoons jornalísticos,
etc. - Links para
outros conteúdos: cartoons não jornalísticos, poema da semana, horóscopo,
estereogramas, livros e discos, etc. - Link para o site
da semana e sites de semanas anteriores (possibilidade de os leitores
enviarem sugestões) - Email (feedback) |
Tabela
2
Motores de Busca, Apontadores, Portais e
Servidores em Portugal: Uma Amostra
(Informação Jornalística On-Line)
|
Categoria Informação/ Comunica-ção Social/ Notícias |
Links directos para notícias on-line sobre Portugal em órgãos jornalísti-cos |
Links directos para outras notícias on-line (incluindo internacio-nais) em órgãos jornalísti-cos portu-gueses |
Links directos para notícias on-line em órgãos jornalís-ticos não
portugue-ses |
Links directos para órgãos jornalís-ticos on-line
portugue-ses |
Links directos para órgãos jornalís-ticos on-line lusófonos (não galegos) |
Links directos para órgãos jornalís-ticos on-line
galegos |
Links directos para órgãos jornalís-ticos de outros países |
AEIOU |
SIM |
SIM |
SIM |
NÃO |
SIM |
NÃO |
NÃO |
SIM |
BUSCA* |
SIM |
SIM |
SIM |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
CLIX |
SIM |
SIM |
SIM |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
CUSCO |
SIM |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
GERTRU DES* |
NÃO |
NÃO |
SIM (sobre Timor) |
NÃO |
NÃO |
SIM (The Brazilian) |
NÃO |
NÃO |
NETC |
SIM |
SIM |
SIM |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
PORTAL |
SIM |
SIM |
SIM |
NÃO |
SIM |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
PORTU GALNET** |
SIM |
SIM |
SIM |
NÃO |
SIM (revista Estratégia) |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
SAPO |
SIM |
SIM |
SIM |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
TELEPAC |
NÃO |
SIM |
SIM |
NÃO |
SIM |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
TELE WEB |
SIM |
SIM |
SIM |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
*Lusobusca
**PortugalNet
funciona como uma espécie de portal alternativo onde a categorização da
informação é diferente da dos restantes apontadores (Jornal, Cultura, Ambiente,
Aventura, Solidariedade, Encontros, Computadores, Saúde, Cursos e Empregos). A
categoria "Jornal" corresponde à "primeira página" do site,
sendo apresentadas notícias muito diversificadas que versam assuntos menos comuns
noutros órgãos on-line e tradicionais. Na categoria "Encontros"
categorizam-se os países lusófonos (como em www.gertrudes.pt), mas desta vez
sem subdirectório "Galiza".
Tabela 3
Motores de Busca, Apontadores, Portais e
Servidores em Portugal: Uma Amostra
(Links Directos para Outros Motores de Busca e
Países Lusófonos)
|
Links directos para motores de busca portugueses |
Links directos para motores de busca lusófonos (não galegos) |
Links directos para motores de busca galegos |
Links directos para outros motores de busca |
Informação categorizada directa sobre países
lusófonos (exclui Galiza) |
Informação categorizada directa sobre a Galiza |
AEIOU |
SIM |
NÃO |
NÃO |
SIM |
NÃO |
NÃO |
BUSCA* |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
CLIX |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
CUSCO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
GERTRU DES* |
SIM (só: www.busca. pt)* |
SIM (só: www.aonde. br)* |
NÃO |
SIM |
SIM |
SIM |
NETC |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
PORTAL |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
PORTUGAL NET |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
SAPO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
TELEPAC |
SIM |
NÃO |
NÃO |
SIM |
NÃO |
NÃO |
TELEWEB |
SIM |
NÃO |
NÃO |
SIM |
NÃO |
NÃO |
*Lusobusca
Tabela 4
Motores de Busca, Apontadores, Portais e
Servidores em Portugal: Uma Amostra
(Serviços ao Cibernauta)
|
AEIOU |
BUS-CA |
CLIX |
CUS-CO |
GER-TRU-DES |
NETC |
POR-TAL |
POR-TU-GAL-NET |
SAPO |
TELE-PAC |
TELE-WEB |
Feed-back (email) |
SIM |
SIM |
SIM |
SIM |
SIM |
SIM |
SIM |
SIM |
SIM |
SIM |
SIM |
Email gratuito |
SIM |
NÃO |
SIM |
NÃO |
SIM |
SIM |
NÃO |
SIM |
SIM |
SIM (Link) |
SIM |
Internet gratuita |
NÃO |
NÃO |
SIM |
NÃO |
NÃO |
SIM |
NÃO |
NÃO |
SIM |
SIM (Link) |
SIM |
Elabo-ração on-line e aloja-mento gratuito páginas WEB |
NÃO |
NÃO |
SIM (Permi-te transfe-rência on-line) |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
Chat |
SIM |
SIM |
SIM |
NÃO |
SIM |
NÃO |
NÃO |
SIM |
SIM |
NÃO |
SIM |
Fóruns |
NÃO |
SIM |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
SIM |
SIM |
NÃO |
NÃO |
Anún-cios |
SIM |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
SIM |
NÃO |
NÃO |
Canais |
NÃO |
NÃO |
SIM |
NÃO |
SIM |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
SIM |
NÃO |
NÃO |
Jogos on-line |
NÃO |
NÃO |
SIM |
NÃO |
NÃO |
SIM |
SIM |
NÃO |
NÃO |
SIM |
SIM |
Vota-ções |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
SIM |
NÃO |
NÃO |
SIM |
NÃO |
NÃO |
Tempo |
NÃO |
SIM |
NÃO |
NÃO |
SIM |
SIM |
SIM |
NÃO |
SIM |
NÃO |
SIM |
Trânsi-to (vídeo) |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
SIM |
NÃO |
Bolsa |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
SIM |
SIM |
NÃO |
SIM |
NÃO |
SIM |
Down-load directo soft-ware comu-ni-cação |
NÃO |
SIM |
SIM |
NÃO |
SIM |
SIM |
SIM |
NÃO (links) |
NÃO |
SIM |
SIM |
Down-load directo de outro soft-ware |
NÃO |
SIM |
SIM |
NÃO |
SIM |
SIM |
SIM |
NÃO (links) |
NÃO |
NÃO |
SIM |
Conteú-dos de entrete-nimento segmen-tados |
SIM |
SIM |
SIM |
NÃO |
NÃO |
SIM |
SIM |
SIM |
SIM |
NÃO |
SIM |
Praias |
NÃO |
SIM |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
SIM |
SIM |
NÃO |
NÃO |
SIM (vídeo) |
NÃO |
Postais |
NÃO |
SIM |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
SIM |
SIM |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
Empre-gos |
SIM |
SIM |
NÃO (excep-to Novis) |
NÃO |
NÃO |
NÃO (excep-to Tele-cel) |
NÃO |
SIM |
SIM |
NÃO |
NÃO (excep-to Tele-web) |
Dating Club |
NÃO |
SIM |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
Dicio-nário on-line |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
SIM |
SIM (só Inter-net) |
SIM (só Inter-net) |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
Enci-clopé- dia on-line |
NÃO |
NÃO |
SIM |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
SIM (só Inter-net) |
SIM (só Inter-net) |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
Linkar para o portal |
SIM |
SIM |
SIM |
NÃO |
SIM |
NÃO |
NÃO |
SIM |
SIM |
NÃO |
NÃO |
Registo de páginas |
SIM |
SIM |
SIM |
SIM |
SIM |
NÃO |
NÃO |
SIM |
SIM |
NÃO |
SIM |
Desta-que de sites e páginas novos |
SIM |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
SIM |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
Infor-mação catego-rizada (pes-quisa) |
SIM |
SIM |
SIM |
SIM |
SIM (só países lusó-fonos) |
SIM |
SIM |
SIM |
SIM |
SIM (só notí-cias) |
SIM |
Shop-ping |
NÃO |
NÃO |
SIM |
NÃO |
NÃO |
SIM |
NÃO |
NÃO |
SIM |
NÃO |
NÃO |
Protes-tos |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
SIM |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
Conta-dor |
SIM |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
Agenda (TV, ci-nema, farmá-cias...) |
NÃO |
NÃO |
SIM |
SIM |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
SIM |
NÃO |
SIM |
Net-cupões (cupões de des-conto) |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
SIM |
NÃO |
NÃO |
Pesqui-sa livre |
SIM |
SIM |
SIM |
SIM |
SIM |
SIM |
NÃO |
SIM |
SIM |
SIM (via Sapo) |
SIM |
Ajuda para a Internet (ABC) |
NÃO |
NÃO |
SIM |
NÃO |
NÃO |
SIM |
SIM (Dicio-nário de termos) |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
Guia do Ensino Superior |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
SIM |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
Guia das pós-gradua-ções |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
SIM |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
Desta-que de sites e páginas, tops e suges-tões |
SIM |
NÃO |
NÃO |
SIM |
NÃO |
NÃO |
NÃO |
SIM ("Jor-nal") |
SIM |
SIM |
SIM |
Tabela 5
Pesquisa em Ciências da Comunicação na Internet
Portuguesa: Uma Amostra
Endereço |
Designação/Organização |
Conteúdo |
http://bocc.ubi.pt |
BIBLIOTECA ON-LINE DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR (COVILHÃ) |
- Textos
científicos em ciências da comunicação e informação (várias áreas) ·
teses
- Pesquisa:
index, autor, título, escola, ano - Motor de
busca (inclui índices da revista Comunicação e Linguagens) - Novidades - Aceita
contribuições em português, galego, inglês, etc. - Publicação
on-line sujeita a revisão por pares (referees) - Links:
SOPCOM, Media Studies, associações, etc. |
www.secs.pt |
SECRETARIA DE ESTADO DA COMUNICAÇÃO SOCIAL |
- Textos científicos em ciências
da comunicação e informação (várias áreas), constituídos principalmente por
trabalhos do final da graduação, não sujeitos a revisão por pares (not
referees) - Outros conteúdos: lista de
órgãos jornalísticos portugueses e de associações de imprensa em Portugal e
no mundo (endereços, telefones, emails, links…), legislação, fórum (debate
aberto), programa do governo para o sector, relatório da comissão de reflexão
sobre o futuro da TV, links especiais (Alta Autoridade para a Comunicação
Social, Associação Portuguesa de Espectadores de Televisão, Instituto das
Comunicações de Portugal, CENJOR, Gabinete de Imprensa de Guimarães, etc.) |
www.ubi.pt/ ~soccom/ SITECC/ CC.html |
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO DA
UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR |
- Docentes - Links |
www.lusocom. ics.uminho.pt OU http://delta.ci. uminho.pt/ics/scc/index.html |
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO DA
UNIVERSIDADE DO MINHO |
- Linhas de investigação e
publicações - Outros conteúdos: docentes, currículo
da graduação, técnicos, secretaria… |
http://ubista.ubi. pt/~sopcom/ |
SOPCOM – ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE CIÊNCIAS DA
COMUNICAÇÃO |
- Eventos (resumos de
comunicações, etc.) - Outros conteúdos: órgãos,
estatutos, membros |
www.fcsh.unl.pt/ hp/revistas/rfcsh.htm |
REVISTA DA FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E
HUMANAS DA UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA |
- Índice |
www.citi.pt |
CENTRO DE INVESTIGAÇÃO PARA AS TECNOLOGIAS
INTERACTIVAS (UNL) |
- Investigação sobre
convergência dos media e TV interactiva - Links - Links para o projecto |
www.complex-x.net/teoria |
PÁGINA SOBRE TEORIA DA COR |
- Texto sobre teoria da cor |
www.geocities. com/ CollegePark/ 4230/ |
PÁGINA PESSOAL DE HÉLDER BASTOS |
- Comunicarte (coluna semanal de
comunicação no jornal de notícias) - Links (sites jornalísticos
e académicos, revistas científicas sobre jornalismo on-line, etc.) |
www.ufp.pt/staf/ jpsousa/index. html |
PÁGINA PESSOAL DE JORGE PEDRO SOUSA |
- Textos científicos (tese,
artigos, livros…) - Textos de apoio às
disciplinas, testes, programas das disciplinas, etc. |
UNIVERSIDADES
COM CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO (informações sobre currículos, docentes, etc.):
www.ufp.pt (Universidade Fernando Pessoa); www.unl.pt (FCSH- Universidade Nova de Lisboa);
www.ubi.pt (Universidade da Beira Interior); www.ulusofona.pt (Universidade
Lusófona); www.utl.pt (ICSP-
Universidade Técnica de Lisboa); www.uc.pt (Universidade de Coimbra);
www.ucp.pt (Universidade Católica Portuguesa); www.ualg.pt (Universidade do
Algarve); www.uindependente.pt (Universidade Independente); www.uautonoma.pt
(Universidade Autónoma de Lisboa); www.uminho.pt (Universidade do Minho). |
Discussão dos
resultados e conclusões
Tendo em
consideração os dados anteriormente apresentados, é possível extrair algumas conclusões
sobre os órgãos jornalísticos portugueses na Internet:
- São poucos os órgãos
jornalísticos de informação geral unicamente on-line; geralmente, são os órgãos
jornalísticos já existentes noutros suportes (rádios, TV’s, agências
noticiosas, jornais e revistas), sejam eles de informação geral ou
especializada, que lançam versões on-line;
- são poucos os órgãos
jornalísticos unicamente on-line; geralmente são os meios já existentes
(rádios, TV’s, jornais e revistas) que lançam versões on-line das suas edições
- os meios jornalísticos on-line
podem estar alojados num site, serem distribuídos por e-mail ou as duas
coisas;
- portais, servidores, provedores,
apontadores servem frequentemente de órgãos jornalísticos on-line ou têm (ou
vão ter) órgãos jornalísticos on-line, mas poderiam e deveriam ser os órgãos
jornalísticos on-line a funcionar como apontadores/portais para a Internet,
beneficiando das "melhores" características do jornalismo: selecção
pertinente no meio da sobrecarga informativa da Internet, síntese,
descodificação, interpretação e análise dos acontecimentos, cultivo da
especialização (o que facilita a análise e a relação dos acontecimentos uns com
os outros) e da cativação de fontes susceptíveis de permitir o aprofundamento
dos assuntos, etc.
- os órgãos jornalísticos on-line
com mais recursos aproveitam a possibilidade da actualização constante de
notícias: nestes casos, as deadlines tendem a configurar-se cada vez
mais no imediatismo;
- os órgãos jornalísticos on-line
geralmente exploram algumas possibilidades de linkagens úteis, quer a título
utilitário (meteorologia, agenda de urgências, cinemas, espectáculos, etc.)
quer a título de indicação de pistas para aprofundamento dos assuntos abordados
(relações de assuntos/navegação na Internet);
- os órgãos jornalísticos on-line
geralmente exploram algumas possibilidades de entretenimento on-line como mais-valia
e táctica de sedução do cibernauta, não apenas através de recursos (como banda
desenhada, anedotas, adivinhas...) existentes nos restantes suportes em que são
editados mas também de recursos exclusivos (bancos de dados de anedotas, etc.)
- os órgãos jornalísticos on-line
tendem a fazer um fraco aproveitamento dos recursos multimediáticos da rede,
isto é, não exploram significativamente aquilo que a Internet possui de
diferente enquanto novo medium; a este nível destacam-se os fracos aproveitamentos
do hipermédia (ligações e/ou uso simultâneo de som, texto, imagens vídeo,
imagens fixas, design, hiperligações intermedia...) e das hiperligações (que
permitiriam a navegação direccionada, pro exemplo para o aprofundamento dos
assuntos tratados);
- quando o órgão jornalístico usa
vários media como suporte, os conteúdos on-line desses órgãos geralmente
repetem os conteúdos dos outros suportes:
× os textos das edições
on-line dos órgãos jornalísticos impressos são idênticos ou muito similares aos
textos das edições em papel;
× as versões on-line de
órgãos jornalísticos que se apresentam tradicionalmente noutros suportes
geralmente são mais reduzidas;
× rádios e televisões
apresentam, genericamente, os mesmos conteúdos, quer nas versões on-line, quer
nos suportes específicos;
- geralmente os meios
jornalísticos on-line não possuem motores de busca próprios e potentes capazes
de procurar em bases de dados digitalizadas com vários anos de informação
jornalística acumulada (embora existam excepções, como a do Jornal de
Notícias); os motores de busca, quando existem, geralmente limitam-se a
explorar bases de dados constituídas pela edição do dia ou pelas edições dos
últimos dias;
- nota-se um certo aproveitamento
de sinergias entre os órgãos jornalísticos (por exemplo, a Agência Lusa
actualiza a informação de última hora em alguns meios on-line); quando os
órgãos jornalísticos pertencem a um mesmo grupo, esse aproveitamento de
sinergias é maior e revela-se, inclusivamente, nos links existentes logo nas
primeiras páginas dos sites dos órgãos jornalísticos on-line;
- os órgãos jornalísticos on-line
tendem a não aproveitar a totalidade das possibilidades elásticas do
ciberespaço para o debate polifónico (apesar da possibilidade de feedback - e de alguma interactividade- existem poucos fóruns de debate,
nas peças raramente existem links para chat-rooms ou canais temáticos, etc.);
- os órgãos jornalísticos
servem-se da sua presença on-line para projectar uma imagem de actualidade e
contemporaneidade capaz de melhorar a sua imagem pública (e até a sua
auto-imagem) e de credibilizar a informação (a presença on-line é publicitada
nos meios tradicionais);
- o jornalismo on-line é
principalmente financiado pela publicidade, tal como acontece nos apontadores
(uma percentagem significativa da publicidade nos órgãos jornalísticos on-line
provém dos provedores de serviços Internet, que pretendem atrair clientes e
utentes dos seus portais/apontadores); porém, são os provedores que
financiam determinados portais e são as instituições académicas ou os próprios
académicos que financiam conteúdos académicos;
- em grande parte dos órgãos
jornalísticos on-line portugueses os clientes/usuários não são segmentados (por
exemplo, são poucos os jornais por email com conteúdos específicos ou a la
carte, embora alguns órgãos jornalísticos possibilitem o envio de um
serviço específico por email, predefinindo o perfil do usuário); esta é também
uma outra demonstração do relativo desprezo a que são votadas as
potencialidades da Internet como novo medium, com especificidades;
- os meios on-line representam
novas oportunidades de emprego para jornalistas, seja nas versões on-line dos
órgãos jornalísticos existentes, seja nos órgãos jornalísticos on-line, seja
mesmo nos apontadores, portais e servidores que se servem dos conteúdos
jornalísticos para fidelizar os cibernautas;
- há mais elasticidade,
democraticidade, polifonia e segmentação no jornalismo on-line [como já se
referiu, por um lado a existência de chat-rooms e fóruns permite uma maior
interactividade por parte dos usuários, que não estão limitados ao espaço ou ao
tempo, como acontece nos restantes meios; por outro lado, conforme também já se
salientou, na pesquisa - superficial e
necessariamente incompleta-
foram encontrados 335 órgãos jornalísticos ou "pró-jornalísticos"
portugueses on-line, repartidos por categorias que vão da informação geral
(agências, rádios, televisões, revistas, jornais) à informação especializada
(desporto, economia, educação, informática, política, música, internacional,
estratégia, assuntos militares, gastronomia...), passando pela informação
regional e local, pelo entretenimento (revistas de sociedade, humor...),
pornografia e erotismo, publicações escolares, publicações académicas e
científicas, etc.];
- geralmente, os meios com menores
recursos económicos são também os que apresentam versões on-line menos
desenvolvidas e com menos recursos para o utilizador.
A respeito da
Galiza, pode-se dizer que os órgãos jornalísticos portugueses pouca atenção dão
à região irmã do Norte de Portugal, com a notável excepção do Jornal de
Notícias, provavelmente por razões de proximidade geográfica, afectiva e
cultural, etc.
Em relação aos portais,
apontadores, servidores e provedores de serviços na Internet portugueses,
parece ser possível concluir o seguinte:
- são pouco inovadores e
criativos, copiando-se uns aos outros e quase seguindo uma bitola
internacional, embora existam alguns traços distintivos em alguns deles, ao
nível dos serviços oferecidos aos cibernautas (por exemplo, o Clix - www.clix.pt- possibilita a elaboração on-line
e posterior alojamento de páginas Web, tal como possibilita a transferência de
páginas Web para o servidor);
- têm alargada a gama de serviços
prestados, usando este factor, associado à gratuitidade de muitos dos serviços,
como uma táctica de sedução e fidelização dos usuários;
- usam as notícias jornalísticas
como mercadoria e objecto de sedução e fidelização dos cibernautas:
× destacam notícias dos
vários órgãos jornalísticos com edição on-line (o que pode constituir-se como
uma forma de seleccionar informação útil);
× criam
"jornais" on-line e outros conteúdos jornalísticos próprios;
× geram novas
oportunidades de emprego para jornalistas;
× tendem a fazer um
aproveitamento de sinergias com os órgãos jornalísticos já existentes (as
notícias on-line nos portais, apontadores e servidores provêm, em grande
medida, de agências noticiosas e de jornais de grande circulação em Portugal);
- assiste-se à participação
cruzada de empresas de diferentes sectores, com aproveitamento de sinergias: à
já notada convergência entre a produção de conteúdos, as telecomunicações e a
informática tende a adicionar-se, nos tempos que correm, as vendas on-line - shopping/distribuição- e os serviços financeiros);
- viram-se para si mesmos e para a
realidade portuguesa, em vez de se procurarem abrir ao mundo, nomeadamente ao
mundo lusófono, incluindo a Galiza (cada apontador tende a devotar uma grande
atenção a Portugal, mas pouca atenção ao mundo lusófono; além disso, raramente
os apontadores portugueses proporcionam links directos - ou seja, logo na página Web de
rosto- para outros apontadores,
servidores ou provedores portugueses, devido, provavelmente, à competição entre
eles).
Noutro campo,
podemos dizer que se nota um aproveitamento reduzido das potencialidades
elásticas da Internet por parte dos comunicólogos portugueses e dos
departamentos e centros de pesquisa das áreas das Ciências da Comunicação.
A propósito deste facto, a grande questão que se coloca - e que poderá servir de base a
pesquisas posteriores- parece ser a seguinte:
será que os comunicólogos, maioritariamente, não dominam o novo meio de
comunicação que é a Internet? De qualquer modo, a situação ainda poderá ser
compensada, através, por exemplo, da colocação de páginas pessoais de docentes
e pesquisadores na Internet, do uso e difusão da Biblioteca On-Line de Ciências
da Comunicação (promovida e gerida pela Universidade da Beira Interior), do
envio de jornais por e-mail (um modelo possível seria o do Jornal Brasileiro de
Ciências da Comunicação: jbcc.unesco@umesp.com.br) e da edição on-line de
jornais e revistas científicos, com arbitragem científica por pares (referees).
Bibliografia
FREITAS, Hélio (1997) – Os bits da notícia: jornalismo na era da Internet. Comunicação & Sociedade, 28: 101-114.
PAVLIK, John V.
(1999, April) – New media and news: implications for the future of journalism. New
Media & Society, 1 (1): 54-59.
PENG, Foo Yeuh;
THAM, Naphtali Irene e XIAOMING, Hao (1999) – Trends in online newspapers: A
look at the US Web. Newspaper Research Journal, 20 (2): 52-63.
PINTO, Ricardo Jorge e SOUSA, Jorge Pedro (1998 a) - Um futuro possível para a
Internet: Intercomunicar além do comércio e da publicidade, in PINTO, Ricardo
Jorge e SOUSA, Jorge Pedro (Dir.) (1999) - Estudos Mediáticos. Porto:
Universidade Fernando Pessoa. (Versão on-line na Biblioteca On-Line de Ciências
da Comunicação: http://bocc.ubi.pt/)
PINTO, Ricardo Jorge e SOUSA, Jorge Pedro (1998 b) – Um retrato sociológico
e sociográfico dos jornalistas do Porto, in PINTO, Ricardo Jorge e SOUSA, Jorge
Pedro (Dir.) (1999) - Estudos
Mediáticos. Porto: Universidade Fernando Pessoa. (Versão
on-line na Biblioteca On-Line de Ciências da Comunicação: http://bocc.ubi.pt/)
SCHLESINGER, P.
(1977) - Newsmen and their time machine. British Journal of
Sociology, 28 (3). Tradução protuguesa: TRAQUINA, Nelson (Org.) (1993) - Jornalismo: Questões, Teorias e
"Estórias". Lisboa: Vega.
SQUIRRA, Sebastião (1997) – O jornalismo do futuro. Comunicação &
Sociedade, 28: 75-100.
SQUIRRA, Sebastião (1998) – Jornalismo Online. São Paulo: Arte &
Ciência.
WEAVER, David H. (1999) – Periodismo y nuevas tecnologías: Perfiles de los
periodistas del siglo XXI. CIC – Cuadrenos de Información y Comunicación,
4: 219-230.