Ricardo Jorge Pinto e Jorge Pedro Sousa1, Universidade Fernando Pessoa
Sumário
Este artigo sistematiza os dados resultantes de um inquérito
sociológico efectuado, em Maio de 1998, aos jornalistas que exercem
a sua profissão na cidade do Porto. Entre as principais conclusões,
sobressai a semelhança dos dados resultantes deste inquérito
e do Segundo Inquérito Nacional aos Jornalistas Portugueses (1997).
Por exemplo, quer a nível nacional, quer local, os jornalistas são
maioritariamente homens com menos de 40 anos e com formação
superior. Entre as principais diferenças que distanciam o perfil
nacional do local, encontra-se, por exemplo, o carácter mais regionalista
dos jornalistas portuenses.
Abstract
This study, based on a survey made to the journalists from Oporto,
draws the sociological profile of those professionals (1998). Among the
main conclusions, we found out that, like at national level, the majority
of Oporto journalists are men under 40 years old that have an university
degree. Among the main differences between Oporto journalists and Portuguese
journalists in general, we found out that Oporto journalists support the
idea of creating political and administrative regions in Portugal.
1. Introdução
Pesem embora as transformações que o jornalismo está a sofrer, 2 os jornalistas ainda são um dos agentes principais do sistema de produção, tratamento e difusão social de informação. Portanto, na sequência deste raciocínio, eles são um dos agentes mais activos no processo de produção simbólica, que oferece continuamente novos referentes às pessoas individualmente consideradas e à sociedade onde elas interagem. Eles são, assim, parte activa no processo de construção e reconstrução social da realidade, no processo de produção e reprodução social, embora não sejam os únicos agentes desse processo. De facto, no sistema jornalístico há ainda a considerar que os discursos, na sua forma e no seu conteúdo, são enformados por variantes de ordem social (como as organizações noticiosas e a interacção entre os jornalistas e as fontes de informação, etc.), ideológica (sentido de missão, subsistência da ideia da objectividade como meta atingível, etc.), cultural (mitos profissionais, visão do mundo em consonância com determinados enquadramentos susceptíveis de darem sentido ao que se percepciona, etc.), tecnológica e histórica (Sousa, 1997).
Se os jornalistas são agentes activos no processo jornalístico de produção de informação de actualidade, conhecê-los parece ser um contributo importante quando se pretende apurar por que razão temos as notícias que temos e não outras e por que razão as notícias que temos são como são. Face ao que atrás relevámos, não queremos dizer que o conhecimento do corpo profissional dos jornalistas é o factor decisivo para atingir essa meta. Mas será, provavelmente, um factor tão importante como qualquer outro. Assim, o objectivo principal deste trabalho consiste na elaboração de um perfil sociológico dos jornalistas do Porto, tendo em conta que consideramos o conhecimento sobre os profissionais do jornalismo imprescindível para a análise do complexo sistema produtivo de notícias e dos processos que este sistema alberga.
Estamos convictos de que a circunscrição deste trabalho à região do Porto permite a obtenção de resultados parcelares válidos sobre o jornalismo na segunda maior cidade do país, que poderão ser comparados com as pesquisas efectuadas à escala nacional, de forma a relevarem-se as hipotéticas convergências e divergências. A presente pesquisa lida, face ao exposto, com os backgrounds, a formação académica, a carreira, os valores profissionais, as circunstâncias do exercício da profissão e a ética dos jornalistas que exercem a sua profissão no Porto, referenciando também o posicionamento desses profissionais em relação a temas e pessoas de importância local e regional.
Queremos recordar que a percepção dos jornalistas como um corpo profissional autónomo remonta há cerca de um século atrás, embora a ocupação remunerada de repórteres a tempo inteiro se tenha verificado a partir de 1833 3 e se tivesse intensificado durante a Guerra da Secessão Americana (1861-1865).4 Para essa percepção terá contribuído, precisamente há 121 anos, a fundação do primeiro curso de jornalismo, na Universidade do Missouri (1878), seguida pela edificação da Escola de Jornalismo da Universidade de Columbia, em Nova Iorque, que teve Pulitzer por principal promotor. Ele mesmo terá dito: "Precisamos de um sentimento de classe entre os jornalistas, baseado não no dinheiro, mas sim na moral, na educação e no carácter." (cit. por Weaver e Wilhoit, 1991: 1) Em 1879, a fundação da Ohio Press Association também já indiciava que o jornalismo se tinha tornado numa profissão e que os jornalistas integravam um corpo profissional que se ia autonomizando. Todavia, na opinião de Weaver e Wilhoit (1991: 7), a actual auto-imagem e imagem-pública dos jornalistas terá sido formada essencialmente por acção dos jornalistas muckrakers do final do século passado, os jornalistas que investigavam profundamente e revelavam a corrupção, as disfuncionalidades administrativo-governativas e o desgoverno ou mau-governo, tendo sido seu "cabeça de cartaz" o célebre Lincoln Steffen. De qualquer modo, de então para cá o jornalismo e os jornalistas terão mudado. Interessa, portanto, saber quem são os jornalistas de hoje em dia, o que significa, em parte, traçar o seu perfil sociográfico e sócio-profissional. No entanto, parece-nos que estes estudos devem ser constantes e repetir-se, pelo menos, de dez em dez anos, de forma a ser possível avaliar o que vai mudando entre esse corpo profissional que, conforme já tivemos oportunidade de realçar, é (ainda?) manifestamente relevante para a construção social de referentes sobre a realidade.
Metodologicamente, o presente estudo baseou-se num inquérito
distribuído pessoalmente pelas redacções dos órgãos
jornalísticos do Porto, durante Abril e Maio de 1998. Esse inquérito
combinava questões de resposta aberta e questões de resposta
fechada, incidindo sobre dados caracterizadores do perfil socioprofissional
dos jornalistas do Porto. Os jornalistas foram solicitados a remeter o
questionário preenchido aos autores do estudo, por correio, em envelope
apropriado e previamente franqueado (envelope RSF), até ao final
de Junho de 1998. Responderam 56 jornalistas, o que perfaz uma amostra
de cerca de 9,5% do universo possível.5 Assim,
os resultados do inquérito que aqui se expõem dizem respeito
aos jornalistas respondentes, embora a amplitude da amostra permita inferir
que os resultados expressos neste artigo podem indiciar o perfil da generalidade
dos jornalistas do Porto.
2. O perfil sociológico dos jornalistas portugueses: os dados conhecidos
Historicamente, só de há uma década para cá é que se vem tentando edificar uma sociologia dos jornalistas portugueses, 6 ao contrário do que ocorreu em países como os Estados Unidos. 7 Os focos de interesse das Ciências da Comunicação em Portugal, mesmo quando estas foram aplicadas ao estudo do jornalismo, residiram, principalmente, na exploração das teorias dos efeitos sociais dos meios jornalísticos, no estudo dos media, dos discursos e dos sentidos produzidos (onde o cruzamento entre semiótica - ou semiologia- e linguística teve um papel preponderante), nos estudos sobre comunicação e cultura e na crítica à comunicação jornalística, esta por vezes marcada pelo peso das teorizações marxistas clássicas e pela redefinição destas teorizações à luz da Escola de Frankfurt e dos Estudos Culturais. 8 No entanto, para Paquete de Oliveira (1988: 47), as pesquisas de pendor ideológico podem originar uma desvalorização parcial da mediação profissional, "ou seja, do papel decisivo que os profissionais da comunicação social têm na ‘produção da realidade’."
Em Portugal, o primeiro esforço para se traçar um perfil sociográfico dos jornalistas portugueses terá partido de Paquete de Oliveira (1988). Num artigo intitulado "Elementos para uma sociologia dos jornalistas portugueses", esse sociólogo sistematizou e interpretou uma série de dados disponibilizados pelo Sindicato dos Jornalistas, tendo verificado que, segundo os dados de então, 80,2% dos jornalistas eram do sexo masculino e que grande parte deles pertencia a uma geração pós-25 de Abril (70,1% possuía menos de 45 anos e 74,6% tinha menos de 15 anos de profissão). Só 19,2% dos jornalistas da altura tinham curso superior, embora mais 27,1% estivessem a frequentar um. Os cursos mais referenciados foram Direito, História, cursos de Letras e Comunicação Social. Os licenciados desta última área de estudos começavam a impor-se nas redacções. Todavia, o sociólogo notou que o número de jornalistas que desistiam dos seus cursos superiores era elevado.
Em 1990, o Sindicato dos Jornalistas e investigadores do ISCTE, sob a orientação de Paquete de Oliveira, levaram a cabo o Primeiro Inquérito aos Jornalistas Portugueses, numa altura em que o jornalismo, a nível nacional e mundial, e o mercado atravessavam um período de mudança.9 Os primeiros resultados foram apresentados durante o 1º Encontro Nacional de Jornalistas, em Março de 1991. Posteriormente, a análise mais aprofundada desses resultados deu origem a um artigo de Luís Garcia e José Castro (1993) e a uma publicação do Sindicato dos Jornalistas (1994). Os dados mais relevantes da pesquisa então efectuada talvez sejam os seguintes:
- Assistiu-se a um crescimento de 36,5% do grupo profissional dos jornalistas entre 1987/8 e 1990/1; havia, em 1990, 2374 jornalistas, contra 1704 em 1988;
- Os jornalistas concentravam-se em Lisboa (50,7%), embora menos do que em 1988 (80%);
- A percentagem de mulheres na profissão cresceu 5,6% entre 1987/8 e 1990, representando 25,4% do total de jornalistas;
- 70,1% dos jornalistas tinham menos de 44 anos, sendo a faixa etária mais representativa a dos 30-44 anos (46,7%); assistia-se a um processo contínuo e estável de rejuvenescimento dos jornalistas (Garcia e Castro, 1993: 100), profissionais que se iniciavam cedo na actividade profissional (51,9% antes dos 21 anos);
- Mais de 50% dos jornalistas eram filhos de membros das classes médias ou superiores urbanas e escolarizadas (apenas 34,7% eram filhos de progenitores com a escolaridade básica);
- 39,1% dos jornalistas não acabaram os seus cursos superiores, mas 27,9% dos jornalistas detinham uma licenciatura;
- 96% dos jornalistas eram assalariados;
- Para 60,4% dos jornalistas o jornalismo foi a primeira profissão;
- 44,5% dos jornalistas eram abrangidos por contratos colectivos de trabalho, 27,7% por contratos de empresa e 19,4% contratos individuais, geralmente a prazo; 12,8% dos jornalistas com título profissional não integravam o quadro das suas empresas;
- 60% dos jornalistas cumpriam uma média de sete horas diárias de trabalho e 20% cerca de oito horas; 80% dos jornalistas tinham horário flexível; 73,2% dos jornalistas acentuaram que as horas extraordinárias não eram remuneradas;
- Existia uma elevada consensualidade ideológica no que se referia à concordância com o quadro jurídico e deontológico que enquadrava o jornalismo (entre 73% e 80%) e com a definição de incompatibilidades (sendo as profissões realçadas como mais incompatíveis com o jornalismo as relações públicas, a publicidade, a assessoria e o exercício de cargos políticos; a advocacia não era considerada incompatível por 63% dos jornalistas).
De acordo com o Segundo Inquérito Nacional aos Jornalistas Portugueses, levado a cabo por uma equipa dirigida pelo sociólogo José Luís Garcia e cujos primeiros resultados foram apresentados ao III Congresso dos Jornalistas Portugueses (1998), existiam, em 1997, 4247 profissionais, entre os quais 1394 mulheres, ou seja, 32,8%, estando-se a notar uma certa feminilização da profissão, a acompanhar duas outras tendências marcantes, que são a do aumento da formação académica (37,4% dos jornalistas inquiridos eram licenciados, enquanto 68,5% passaram pelo ensino superior ou ainda frequentam estabelecimentos desse grau de ensino) e a do rejuvenescimento da "classe" (uma vez que 66% dos jornalistas tinha menos de 40 anos).
Dos profissionais titulares de carteira, a maioria (57,7%) encontrava-se na Área Metropolitana de Lisboa, contando a Área Metropolitana do Porto com 13,9% dos jornalistas portugueses.
77,4% dos jornalistas tinham contrato de trabalho por tempo indeterminado, enquanto os restantes se encontravam na situação de trabalho precário. Quanto ao tipo de contrato, 30,4% dos inquiridos estavam abrangidos por um contrato colectivo, 29,4% tinham um acordo de empresa e 25,7% um contrato individual. 10,7% dos jornalistas eram tarefeiros. A maior parte dos jornalistas disse que ingressou no jornalismo após um estágio (45,7%) ou um curso de formação profissional (18,5%). 57,4% tinham formação específica em jornalismo. Questionados sobre o qual o regime a definir para o acesso à profissão, 36% entenderam que a posse de uma licenciatura em qualquer área seguida de um estágio era o sistema melhor; só 18,2% consideraram que deveria ser obrigatória a titularidade de uma licenciatura em jornalismo, seguida de estágio, enquanto 12% defenderam a titularidade de uma licenciatura em Comunicação Social seguida de estágio.
No que respeita ao horário semanal, 26,1% dos jornalistas revelou trabalhar até 35 horas, 29,7% entre 35 e 40 horas. Os restantes trabalhavam mais horas. Quanto às folgas mensais, 24,6% tinha, no máximo, sete dias, enquanto 75,4% tinha entre 8 e 11 dias de folga mensais. 55,2% tinha dias fixos de folga e 44,8% não.
Os jornalistas não auferiam salários equivalentes. Através do inquérito –e apesar de o responsável pelo mesmo admitir uma margem de erro de cerca de cinco pontos percentuais– notavam-se alguns desequilíbrios salariais, com cerca de 11,3% dos inquiridos a responder que ganhava menos de cem contos, 19,5% entre 101 contos e 150 contos, 19,9% entre 151 e 200 contos, 17,7% entre 201 e 250 contos e os restantes 31,6% acima disso.
"Honestidade" e "rigor" eram, por seu turno, as regras de ouro para a maioria dos jornalistas do país (49,5%), sendo seguidas pela "credibilidade" (21,6%). A "objectividade/imparcialidade" surgia em terceiro lugar neste grupo de parâmetros importantes para a actividade jornalística, evidenciando que vai alguma crise no paradigma da objectividade enquanto regulador fundamental do trabalho jornalístico, como era há alguns anos atrás.10
Um dos dados mais interessantes do inquérito é a constatação de que mais de 90% dos jornalistas portugueses já sofreram pressões no exercício profissional e desses 53,2% revelaram que essas pressões tinham resultado. 30,3% disse que sofre pressões "muitas vezes" e 60,3% "poucas vezes". As pressões externas foram provenientes dos grupos de interesse politico-partidários (85,8% de confirmações), empresariais (61,5%), governamentais (57,1%), desportivos (41,6%), religiosos (20,8%) e jornalísticos (20,4%). 39,7% dos jornalistas confessaram, igualmente, que nos respectivos órgãos de comunicação os partidos tinham alguma influência, embora poucos tivessem concordado que os grupos religiosos e os clubes desportivos tivessem igual influência (16,7% e 8,6%, respectivamente).
As actividades mais incompatíveis com o exercício do jornalismo foram, para os inquiridos, ser publicitário (85,6%), deputado (81,4%), relações públicas (80,9%) e autarca (80,1%). Somente 68,2% declararam que ser militar é incompatível com o exercício do jornalismo. Ser juiz era incompatível para 55,5%, ser apresentador de programas recreativos era incompatível para 41,5% e ser advogado era incompatível para 41,5% dos inquiridos. Ser professor e economista foram as actividades julgadas mais compatíveis com o jornalismo, com 93,2% e 75,8% dos jornalistas, respectivamente, a pronunciarem-se a favor da compatibilidade.
No que concerne aos Conselhos de Redacção, 60,6% dos jornalistas responderam que estes órgãos se devem pronunciar sobre admissões, sanções, despedimentos e promoções de jornalistas, 51,7% disseram que se devem pronunciar sobre a nomeação do director, 71,2% sustentaram que se devem pronunciar sobre questões ligadas à actividade profissional, como os problemas deontológicos, e apenas 47,5% pensavam ser da competência dos Conselhos de Redacção pronunciarem-se sobre a orientação dos órgãos de comunicação social.
Apenas 16,4% dos jornalistas inquiridos defendia a existência de uma Ordem dos Jornalistas. Inversamente, 42,9% dos jornalistas consideraram que a melhor solução para o controle deontológico da classe seria um Conselho Deontológico afecto ao Sindicato dos Jornalistas, mas dele independente.
Em termos religiosos, 48,9% dos inquiridos consideraram-se católicos não praticantes e 9,2% como católicos praticantes. 21,4% definiram-se como agnósticos e 19,2% como ateus. Só 1,3% afirmou ter outra religião. Politicamente, a posição média dos jornalistas situava-se no centro-esquerda. 62,6% dos jornalistas inquiridos apresentava grandes reservas em relação à regionalização.
Face aos dados recolhidos nesses inquéritos, como se encontra
o jornalista do Porto? Quais são os seus valores profissionais e
pessoais? De onde advêm? Quais são as circunstâncias
que rodeiam a sua vida pessoal e profissional? Até que ponto esses
valores e essas circunstâncias se repercutem no exercício
profissional do jornalismo? Com a nossa pesquisa, tentaremos responder
a estas e outras questões, procurando, sempre que possível,
avaliar as convergências e os desvios ao panorama nacional dos jornalistas
portugueses.
3. Resultados
Os resultados do inquérito aplicado aos jornalistas do Porto encontram-se expressos nas tabelas a seguir inseridas.
Tabela 1
Repartição das respostas por sexo
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Tabela 2
Repartição das respostas por idade
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Tabela 3
Local de residência
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Tabela 4
Número de anos de residência no actual local
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Tabela 5
Vive no local onde vive...
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Lista de locais onde os jornalistas gostariam de viver:
Foz do Douro/Porto - 5
Valbom/Gondomar – 2
Leça da Palmeira/Matosinhos - 1
Vila Nova de Cerveira - 1
Gaia - 3
Maia - 3
"Longe de Portugal" - 1
Monção - 1
Tabela 6
"Se puder optar, a Área Metropolitana do Porto (Porto incluído) continuará a ser a sua área de residência?"
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Tabela 7
Estado civil
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Tabela 8
"Se é solteiro ou vive em situação similar, já alguma vez viveu em casal?"
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Tabela 9
N.º de filhos
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Tabela 10
"Gostaria de ter filhos jornalistas?"
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Tabela 11
Co-residentes por habitação
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Tabela 12
Habilitações académicas
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Tabela 13
Cursos superiores frequentados
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Tabela 14
Estabelecimentos de ensino superior frequentados
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Situação actual face ao ensino
Tabela 15.1
"Está a estudar actualmente?"
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Tabela 15.2
Nível em que estuda
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Tabela 15.3
Estabelecimento de ensino que frequenta
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Tabela 15.4
Curso que frequenta
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Tabela 15.5
"Tem formação específica em jornalismo, ao nível superior ou profissional?"
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Tabela 15.6
"Se não tem nem está a frequentar formação específica em jornalismo, superior ou profissional, quais são os motivos?"
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**Houve vários jornalistas que assinalaram diversas opções. Assim, as percentagens foram calculadas em função do número total de vezes que as diversas opções foram assinaladas.
Tabela 16
Profissão paterna
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Tabela 17
Habilitações académicas do pai
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Tabela 18
Profissão materna
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Tabela 19
Habilitações académicas da mãe
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Tabela 20
Profissão do cônjuge
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Tabela 21
Habilitações académicas do cônjuge
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Tabela 22
Salário líquido mensal médio (incluindo horas extraordinárias, etc.)
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Tabela 23
"Sente-se satisfeito com o seu salário?"
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Tabela 24
"A satisfação ou insatisfação que sente com o seu salário afecta de algum modo o seu trabalho?"
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Tabela 25
Religião
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Tabela 26
"O sentimento religioso influencia, de algum modo, o seu trabalho?"
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Tabela 27
Ideias políticas
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Tabela 28
"As ideias políticas influenciam, de algum modo, o seu trabalho?"
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Tabela 29
"Está filiado em alguma organização política?"
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Tabela 30
Paixão clubística
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Tabela 31
"A sua paixão clubística influencia, de algum modo, o seu trabalho?"
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Tabela 32
"É sócio de algum clube (de futebol profissional)?"
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Tabela 33
"Devemos "torcer" por um clube da nossa terra?"
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Tabela 34
Tempo médio gasto nas deslocações casa - emprego
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Tabela 35
Deslocações de automóvel
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Tabela 36
"Em quais destas situações costuma usar o automóvel?"
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Tabela 37
Meio usado habitualmente nas deslocações casa-emprego
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Vários meios entre os anteriores
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Tabela 38
Local da infância
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Tabela 39
Local da juventude
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Tabela 40
Meio da infância
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Tabela 41
Meio da juventude
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Tabela 42
Sindicalização
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Tabela 43
"Sente-se satisfeito com a actuação do Sindicato dos Jornalistas?"
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Tabela 44
"Acha necessária a existência de uma Ordem dos Jornalistas ou de uma organização sindical de auto-regulação (sobretudo) deontológica?"
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Tabela 45
"Costuma ler o boletim/jornal do Sindicato dos Jornalistas?"
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Tabela 46
"Entre um e cinco, que nota daria ao boletim do Sindicato dos Jornalistas quanto ao seu interesse para a classe?"
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Vínculo profissional
Tabela 47.1
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Tabela 47.2
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Tabela 47.3
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Tabela 47.4
"Sente-se satisfeito com a sua situação contratual (ou não contratual)?"
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Tabela 47.5
"O seu contrato de trabalho oferece-lhe estabilidade?"
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Tabela 48
Acesso à profissão
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12 |
21,4 |
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5 |
8,9 |
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6 |
10,7 |
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3 |
5,4 |
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6 |
10,7 |
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7 |
12,5 |
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11 |
19,7 |
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2 |
3,6 |
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****Cursos/estabelecimentos de ensino referenciados: Comunicação Social/ESJ (1)/Universidade do Minho (1).
*****Cursos/estabelecimentos de ensino referenciados: Ciências Históricas/Universidade Portucalense (1); História/Universidade do Porto (1); Línguas e Literaturas Modernas/Universidade do Porto (3)
.******Cursos/estabelecimentos de ensino referenciados: Direito/Universidade Católica (2); Direito/Universidade de Coimbra (1).
*******Situações referenciadas: reconversão
profissional dentro da empresa (1).
Tabela 49
"Na sua opinião, qual deve ser o regime de acesso à profissão?"
|
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11 |
19,6 |
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21 |
37,5 |
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17 |
30,4 |
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**Formas de acesso referenciadas: qualquer dos casos + estágio
jornalístico (4); formação profissional específica
+ estágio jornalístico (1).
Tabela 50
"Frequentar um curso superior de Jornalismo é vantajoso para um jornalista?"
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Tabela 51
"Aconselharia alguém que pretendesse ingressar no jornalismo a começar por um curso superior de Jornalismo?"
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Tabela 52
"De entre as possibilidades seguintes, assinale aquela(s) que considera que é (são) mais importante(s) para se ser um bom jornalista"
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25 |
44.6 |
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14 |
25 |
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*Opções referenciadas: formação nos
centros de formação das empresas (1).
Tabela 53
Dados gerais (médias)
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Tabela 54
"Trabalha como jornalista em mais do que um órgão de comunicação social?"
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Tabela 55
"O jornalismo foi a sua primeira profissão?"
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Tabela 56
"O jornalismo foi a sua primeira opção profissional?"
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Tabela 57
"Tem outras profissões para além do jornalismo?"
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Tabela 58
"Se puder optar, o jornalismo continuará a ser a sua profissão?"
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Tabela 59
"Por que é que gostaria ou não de continuar a ser jornalista?"
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Tabela 60
"Por que razões enveredou pela carreira de jornalista?"
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*Outras razões apontadas: "espírito de missão/trabalho
de equipa/adrenalina" (1), "fazer algo não monótono" (1),
"profissão que se coaduna com a maneira de ser" (1), "horários
pouco ortodoxos" (1), "não estar dentro de quatro paredes" (1),
"especialização em várias áreas" (1).
Tabela 61
Mobilidade social a partir do momento de ingresso na profissão
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Tabela 62
Horários de trabalho
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Tabela 63
"A sua empresa paga as horas extraordinárias?"
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Tabela 64
"Em termos salariais, sente-se recompensado pelo montante recebido para pagamento das horas extraordinárias, se estas forem pagas?"
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Tabela 65
"O jornalismo, na sua empresa, é uma profissão sem horários?"
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Tabela 66
"Tem folgas?"
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Tabela 67
"Tem dias fixos de folga?"
|
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Tabela 68
"Tem direito ao gozo de férias e ao respectivo subsídio?"
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1 |
1,8 |
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Tabela 69
"Costuma ler revistas sobre jornalismo?"
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Revistas citadas: Journalism & Mass Communication Quarterly
(2), Columbia Journalism Review (1), Media XXI (1), Imprensa
(1).
Tabela 70
"Costuma ler livros sobre jornalismo?"
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Tabela 71
"Costuma ler revistas especializadas sobre a área (secção) em que trabalha?"
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Tabela 72
"Que jornais costuma ler?"
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Tabela 73
Tempo reservado diariamente à leitura de jornais durante os dias úteis
|
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Tabela 74
Tempo reservado diariamente à leitura de jornais durante o fim de semana
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Tabela 75
Hierarquização dos jornais nacionais generalistas (diários e semanários) quanto à qualidade e à credibilidade jornalísticas
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Tabela 76
Rádios em que os jornalistas costumam ouvir informação
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Tabela 77
Tempo reservado diariamente à audição de informação radiojornalística durante os dias úteis
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Tabela 78
Tempo reservado diariamente à audição de informação radiojornalística durante o fim de semana
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Tabela 79
Hierarquização das rádios nacionais quanto à qualidade e à credibilidade jornalísticas
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Tabela 80
Canais televisivos em que os jornalistas costumam ver informação telejornalística
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Tabela 81
Tempo reservado diariamente ao consumo de informação telejornalística durante os dias úteis
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Tabela 82
Tempo reservado diariamente ao consumo de informação telejornalística durante o fim de semana
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Tabela 83
Hierarquização das televisões nacionais quanto à qualidade e à credibilidade jornalísticas
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Formação contínua
Tabela 84
Acções de formação realizadas pelos jornalistas sobre jornalismo ou na área de especialização jornalística (últimos dois anos)
(N.º) |
(%) |
(N.º) |
(%) |
(N.º) |
(%) |
(N.º) |
(%) |
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Tabela 85
Participação em congressos, debates, colóquios, pequenos cursos ou palestras sobre jornalismo ou área de especialização jornalística(últimos dois anos)
(N.º) |
(%) |
(N.º) |
(%) |
(N.º) |
(%) |
(N.º) |
(%) |
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Tabela 86
Aspirações profissionais
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8 |
14,3 |
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26 |
46,4 |
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Tabela 87
"Em última análise, quem controla os conteúdos das notícias no seu órgão de comunicação social?"
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Pressões internas
Tabela 88
Frequência das pressões internas
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Tabela 89
Descrição das pressões internas
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Tabela 90
Descrição das reacções às pressões internas
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Pressões externas
Tabela 91
Frequência das pressões externas
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Tabela 92
Descrição das pressões externas
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Tabela 93
Descrição das reacções às pressões externas
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Tabela 94
Poder das influências externas dentro do órgão de comunicação social
(N.º) |
(%) |
(N.º) |
(%) |
(N.º) |
(%) |
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Poder político
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Tabela 95
"No dia a dia, quem ou o que é que o influencia em relação ao que tem valor como notícia?"
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Outros factores referenciados pelos jornalistas: situações
sociais (económicas e de saúde)
-
factor valorizado com 5; opiniões pessoais -
factor valorizado com 3; formação e experiência -
factor valorizado com 4;
Tabela 96
Características do órgão de comunicação social do jornalista
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Outras características apontadas pelos jornalistas:
falta
de memória colectiva (1); espírito de equipa (1).
Tabela 97
Ideias profissionais
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2,7 |
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3,7 |
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2,9 |
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3,5 |
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4,2 |
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*Poderes interferentes: político (7); económico (9); cultural (1); administrativo interno (1); obscuros (1)
**Tipo de críticas mais frequentes: positivas (2); negativas
(1); desconhecimento dos factos (1); apontar erros para correcção
posterior (1); construtivas (3); pronúncia (1); ligação
texto-imagem [TV] (1); "elitismo" (1).
Tabela 98
Qualidades importantes num jornalista
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Outras características referenciadas como importantes: capacidade
de ultrapassar constantes barreiras (1); memória (1); subjectividade
(1); persistência (1); e criatividade (1).
Tabela 99
"O que é que, ou quem, influencia/influenciou os seus padrões ético-profissionais?"
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*Nota: as percentagens foram calculadas item a item, em função
do número total de respondentes ao inquérito (56).
Tabela 100
Avaliação da qualidade do trabalho pessoal
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Tabela 101
Avaliação da qualidade jornalística global da empresa em que o jornalista se insere
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Tabela 102
Incompatibilidades com o exercício profissional do jornalismo
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*Nota: as percentagens foram calculadas item a item, em função
do número total de respondentes ao inquérito (56).
Tabela 103
"O seu órgão de comunicação social tem conselho de redacção?"
|
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Tabela 104
"Qual considera ser a pertinência de um conselho de redacção no seu órgão de comunicação social?"
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Tabela 105
Eficácia dos conselhos de redacção
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Tabela 106
"De uma maneira geral, os conselhos de redacção são órgãos pertinentes?
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Tabela 107
"De uma maneira geral, os conselhos de redacção são órgãos eficazes?
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Tabela 108
Papéis prioritariamente atribuídos aos editores
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*Nota: as percentagens foram calculadas item a item em função
do número total de respondentes ao inquérito (56).
Tabela 109
Papéis prioritariamente atribuídos aos chefes de redacção
|
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*Nota: as percentagens foram calculadas item a item em função
do número total de respondentes ao inquérito (56).
Tabela 110
Papéis prioritariamente atribuídos aos directores
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*Nota: as percentagens foram calculadas item a item em função
do número total de respondentes ao inquérito (56).
Tabela 111
"Já foi ameaçado de acções violentas por pessoas que discordavam da sua presença num local em que estava a exercer a sua profissão?"
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Tabela 112
"Já recebeu alguma convocatória do Tribunal ou da Polícia para prestar declarações sobre ocorrências derivadas do seu exercício profissional?"
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Tabela 113
"Já foi impedido de entrar num acontecimento público quando ia exercer a sua profissão?"
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Tabela 114
"Já alguma vez foi acusado de invasão de privacidade?"
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Tabela 115
"Já alguma vez lhe moveram algum processo judicial devido ao seu exercício profissional?"
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Tabela 116
"Trabalha como jornalista especializado?"
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Tabela 117
"Se trabalha como jornalista especializado, com que frequência trabalha noutras áreas que não a sua?"
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Tabela 118
Descrição sintética das tarefas que os jornalistas costumam desempenhar
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Tabela 119
Definição de notícia pelos jornalistas
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Tabela 120
Proveniência da maioria das informações veiculadas pelos jornalistas
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16 |
28,6 |
|
29 |
51,8 |
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**Nota: as percentagens foram calculadas item a item em função do número total de respondentes ao inquérito (56).
Outras proveniências assinaladas: fontes próprias
(factor que pode ser incluído nos diversos tipos de "contactos").
Tabela 121
Frequência com que os jornalistas confirmam as informações que recebem
Sempre (N.º) |
Sempre (%) |
Muitas vezes (N.º) |
Muitas vezes (%) |
pontual-mente (N.º) |
pontual-mente (%) |
Nunca (N.º) |
Nunca (%) |
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5 |
8,9 |
12 |
21,4 |
|
64,3 |
3 |
5,4 |
|
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17 |
30,4 |
32 |
57,1 |
7 |
12,5 |
0 |
0 |
|
16 |
28,6 |
27 |
48,2 |
13 |
23,2 |
0 |
0 |
Tabela 122
Frequência com que as fontes pedem anonimato
vezes (N.º) |
vezes (%) |
ocasionalmente (N.º) |
ocasionalmente (%) |
(N.º) |
(%) |
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Tabela 123
Peças elaboradas por edição (quando aplicável)
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Tabela 124
Percentagem média das peças em que o jornalista se identifica por edição (quando aplicável)
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Tabela 125
O seu órgão de comunicação social faculta-lhe o acesso à Internet
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Tabela 126
"O seu órgão de comunicação social tem um centro de documentação?"
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Tabela 127
Frequência com que os jornalistas recorrem aos centros de documentação
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Os jornalistas do Grande Porto e a regionalização
Tabela 128
|
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16 |
28,6 |
|
19 |
33,9 |
Tabela 129
|
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3,4 |
|
3,2 |
|
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1,5 |
Nota: dois jornalistas não responderam a qualquer questão. 11 jornalistas não responderam à última questão.
* Localidades referidas: Braga ou Viana do Castelo (1).
** Localidades referidas: Viana do Castelo (1).
Tabela 130
Nas eleições autárquicas vota mais:
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Tabela 131
Em hipotéticas eleições regionais votaria mais:
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Avaliação dos políticos do Grande Porto
Tabela 132
Competência
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Nota 2: um jornalista não respondeu a nenhuma questão;
cinco jornalistas não avaliaram Luís Filipe Menezes.
Tabela 133
Credibilidade
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Nota 2: dois jornalistas não responderam a qualquer questão.
Tabela 134
Honestidade
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Nota 2: um jornalista não respondeu.
Tabela 135
Qualidades de político
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Nota 2: um jornalista não respondeu.
Tabela 136
"Para si, há algum ou alguns dos seguintes autarcas que beneficiem de uma imagem manifestamente mais positiva do que aquilo que fizeram ou fazem faria prever?"
(N.º) |
(%) |
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Tabela 137
"Qual das seguintes personalidades seria o melhor presidente de uma região efectiva que englobasse o Grande Porto?"
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Tabela 138
Avaliação do interesse noticioso de vários temas para o Grande Porto
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Tabela 139
"Concorda, em princípio, com o aparecimento de televisões regionais e locais?"
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Tabela 140
"Se, em princípio, concorda com o aparecimento de televisões regionais e locais, de que tipo acha que elas deverão ser?"
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*As percentagens foram calculadas item por item, em função do número de respondentes ao inquérito.
Questões exclusivamente destinadas a jornalistas do sexo feminino
Tabela 141
"Já alguma vez sentiu, no jornalismo, algum tipo de discriminação, positiva ou negativa, por ser mulher?"
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Tabela 142
Tipos de discriminação sentida
(N.º) |
(%)** |
(N.º) |
(%)** |
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**As percentagens foram calculadas item por item, em função do número de jornalistas do sexo feminino que responderam ao inquérito (16).
Tabela 143
"Já alguma vez fez uso da sua condição de mulher para obter qualquer tipo de vantagem profissional?"
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Questões unicamente destinadas a fotojornalistas ou repórteres
de imagem de televisão
Tabela 144
"Costuma debater com o seu colega de equipa o tema que vai abordar, de maneira a coordenar o trabalho?"
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4. Discussão dos resultados
Tendo em conta os dados do Segundo Inquérito Nacional aos Jornalistas Portugueses,11 parece-nos que a amostra de jornalistas portuenses que responderam ao inquérito é minimamente representativa do universo. De facto, responderam ao inquérito 71,4% de jornalistas do sexo masculino e 28,6% do sexo feminino, percentagens bastante próximas dos totais nacionais (67,2% de homens para 32,8% de mulheres). Além disso, tal como os totais nacionais fariam prever, a amostra releva a tendência para o rejuvenescimento da profissão. Se a nível nacional 66% dos jornalistas inquiridos tinham menos de 40 anos, a nível do Porto 60,8% dos jornalistas que responderam ao inquérito tinham menos de 35 anos e 85,8% menos de 45 anos.
Na mesma sintonia, evidencia-se, a partir dos dados do presente inquérito, tal como ocorreu no Segundo Inquérito Nacional aos Jornalistas Portugueses, a tendência para o aumento da formação académica. Assim, enquanto a nível nacional 37,4% dos jornalistas inquiridos eram licenciados, tendo frequentado o ensino superior um total de 68,5%, a nível local 44,6% dos jornalistas que constituíram a amostra eram licenciados e 37,5% tinham frequentado um curso superior, o que eleva para 82,1% a percentagem de jornalistas portuenses (constituintes da amostra) que passaram pelas universidades e escolas politécnicas,12 sendo a Escola Superior de Jornalismo do Porto o estabelecimento de ensino mais procurado (48,2% dos jornalistas portuenses que frequentam ou frequentaram o ensino superior fizeram-no na ESJ). Indo de encontro às nossas expectativas, os cursos na área das Ciências da Comunicação são os preferidos (58,9%). Um dado curioso, a este nível, é a procura de pós-graduações, evidenciando que a formação académica pode ser tida, eventualmente, como uma via do jornalista para atingir a excelência, para exercer outras profissões e para valorização pessoal e curricular. A existência de um jornalista doutorado e de outro que frequenta um programa de doutoramento (ambos no estrangeiro) demonstra-o (3,6% do total da amostra). A mesma explicação é plausível quando se procura justificar o facto de 44,6% dos jornalistas responderem que têm formação específica superior ou profissional em jornalismo, enquanto 16,1% estão a frequentar um curso superior ou profissional na área. Aliás, 42,3% dos jornalistas sem formação específica revelaram que apenas não a possuem porque não existiam cursos o género quando se iniciaram na profissão, o que vem demonstrar, mais uma vez, o atraso português nesta matéria, que atinge quase um século quando se compara com o caso dos Estados Unidos. No entanto, 75% e 37,5% dos jornalistas portuenses disseram, respectivamente, que não participaram em quaisquer acções de formação e que não participaram em quaisquer congressos, colóquios, etc. sobre jornalismo nos últimos dois anos. Este dado contraria um pouco a hipótese explicativa anterior, embora os jornalistas tendam a concordar que participar em acções de formação e actividades similares promove a qualidade do trabalho jornalístico (média de 4,2 valores em cinco).
Os jornalistas inquiridos viveram, maioritariamente, a infância e a juventude no Porto e Grande Porto, em meio urbano. Hoje em dia, continuam a habitar predominantemente no Porto (44,6%) ou na sua Área Metropolitana (39,3%) há mais de cinco anos (73,2%), fazem-no por gosto (60,7%) e pretendem continuar na zona (62,5%). Estes resultados indiciam uma forte vinculação entre a cidade do Porto e os seus jornalistas, facto que é confirmado pelo pendor pró-regionalização dos inquiridos (62,5% favoráveis à regionalização, quando, a nível nacional, 62,6% eram contra) e pela paixão clubística (44,6% de adeptos portistas e 10,7% de outros clubes do Grande Porto), embora 92,9% dos jornalistas portuenses entendam que a sua paixão clubística não influencia o seu trabalho (aliás, a ideia de que devemos "torcer" por um clube da nossa terra só recolhe uma valorização média de 2,7 valores em cinco). 37,5% dos inquiridos eram sócios de um clube de futebol profissional.
69,6% dos jornalistas portuenses que responderam ao inquérito são casados ou vivem em casal e 10,7% são, inclusivamente, casados (ou vivem em casal) com jornalistas. Dentre aqueles que são solteiros ou vivem sozinhos, 40% já viveram em casal. Este facto pode evidenciar uma certa tendência para a instabilidade das relações conjugais mantidas pelos jornalistas, no que acompanha, aliás, a tendência para o aumento do número de divórcios em Portugal.
A maioria dos jornalistas (54,6%) não tem filhos, o que se reflecte na média de 2,4 de familiares co-residentes com cada jornalista respondente. Curiosamente, 48,2%, se vierem a ter ou já têm filhos, desejam-lhes "melhor sorte" do que o exercício do jornalismo. Este dado talvez se possa cruzar, entre outros, com os seguintes factos:
- 39,3% dos jornalistas respondentes não se sentem satisfeitos com a sua situação contratual (17,8%, inclusivamente, não assinou qualquer contrato, demonstrando a precariedade no emprego que fragiliza a profissão - o que entronca nas conclusões do Segundo Inquérito Nacional aos Jornalistas Portugueses);
- Embora o leque de distribuição salarial seja relativamente amplo e diversificado, no que está, igualmente, de acordo com a situação relatada no Segundo Inquérito Nacional aos Jornalistas Portugueses, a maioria relativa dos jornalistas portuenses inquiridos (32,2%) aufere menos de 150 contos de salário líquido e 26,9% fica-se entre os 150 e os 200 contos; assim, o índice de satisfação média com o salário entre os inquiridos atinge apenas 2,1 valores em cinco, levando, inclusivamente, a que 44,6% dos jornalistas sugiram que a insatisfação ou satisfação que sentem em termos salariais influencia o seu desempenho;
- O índice médio de segurança no emprego e na saúde fica-se pelos 3,1 valores em cinco;
- 64,3% dos jornalistas que responderam ao inquérito consideram o jornalismo uma profissão sem horários, pelo menos na empresa em que trabalham, sendo que as suas empresas tendem a nem sequer pagar as horas extraordinárias (66,1%);
- 5,4% dos jornalistas portuenses que participaram nesta pesquisa não têm folgas e 12,5% não têm férias (8,9% tem direito a férias, mas não a subsídio de férias).
Os jornalistas portuenses geralmente não são, a avaliar pela amostra, filhos de jornalistas. Nem a profissão paterna ou materna nem as habilitações académicas dos progenitores parecem, assim, ter influenciado a escolha jornalística dos filhos.
A escolha conjugal dos jornalistas, quando não recai sobre outro(a) jornalista (10,7%), incide, parece-nos, sobre profissões socialmente compatíveis (por exemplo, em termos de estatuto social). De facto, 35,7% dos jornalistas revela estar casado (ou viver em casal) com alguém que é quadro médio, profissional liberal, docente ou que exerce uma profissão similar e que possui, pelo menos, o ensino secundário (35,7%) ou superior (12,5% dos cônjuges frequentaram e 10,7% concluíram um curso superior, havendo mesmo um caso - 1,8%- de frequência de mestrado).
Em termos religiosos, 16,1% dos jornalistas portuenses que integraram a amostra dizem-se católicos praticantes, o que corresponde a mais 6,9% do que o total nacional dos jornalistas. Porém, enquanto a nível local apenas 33,9% dos jornalistas se dizem católicos não praticantes, essa percentagem atinge 48,9% a nível nacional. 17,9% dos jornalistas do Porto definiram-se como "não religiosos", dado previsível em função do total nacional de jornalistas que se dizem ateus (19,2%), que é semelhante. Interessantemente, 19,6% dos jornalistas inquiridos a nível local diz que o sentimento religioso de algum modo influencia o seu trabalho.
Politicamente, os jornalistas portuenses são, predominantemente, de esquerda (30,4%) ou de centro-esquerda (39,3%), tal como ocorre a nível nacional, mas tendem a não deixar que as ideias políticas se imiscuam no seu trabalho (76,7%). Apesar disso, 17,9% dos inquiridos reconhecem que as ideias políticas pesam no seu exercício profissional. 8,9% dos jornalistas portuenses inquiridos revelaram, inclusivamente, estar filiados numa organização política. Colocamos, assim, por hipótese, que a valorização geral mais positiva que os jornalistas portuenses fazem dos autarcas socialistas em contraposição aos autarcas sociais-democratas está relacionada com a ideologia política dominante entre os jornalistas portuenses. Essa valorização é particularmente visível quando se exclui o social-democrata Vieira de Carvalho, o autarca do PSD mais cotado entre os jornalistas portuenses, e quando o nome em causa é o do presidente socialista da Câmara do Porto, Fernando Gomes, que 42,8% dos jornalistas consideram, até, que seria o melhor presidente para uma hipotética região que englobasse o Grande Porto, muito embora 30,4% dos inquiridos julguem que Fernando Gomes tem uma imagem mais positiva do que seria de esperar por aquilo que fez. Neste particular, aliás, Fernando Gomes apenas é ultrapassado por Valentim Loureiro (53,6%), talvez devido à imagem de "distribuidor de electrodomésticos" durante as campanhas eleitorais que este último conservará. Há, porém, um ponto em que os jornalistas tendem a confluir: acham que os autarcas não são muito honestos. De facto, no que toca à honestidade, se excluirmos Narciso Miranda (3,1 valores) e Vieira de Carvalho (3,2 valores), todos os restantes autarcas têm uma imagem tendencialmente negativa junto dos jornalistas (abaixo de três valores em cinco).
76,8% dos jornalistas da amostra possuem automóvel próprio e 16,1% usam carro da empresa. Os inquiridos dizem também que recorrem ao automóvel numa grande panóplia de situações, desde as deslocações para o emprego (62,5%), às férias e fins de semana (69,6%) ou saídas à noite (50%). 60,7% dos jornalistas recorrem ao automóvel para trabalhar. 91% dos jornalistas chegam ao local de trabalho em menos de meia-hora e um jornalista não precisa mesmo de se deslocar, o que pode indiciar uma opção pelo teletrabalho. Estes factos podem favorecer a atracção dos jornalistas pela zona do Porto e Grande Porto e, por consequência, a sua fixação.
Entre os jornalistas que constituíram a amostra, 55,3% estavam sindicalizados, mas apenas 25% se disseram satisfeitos com a actuação do Sindicato dos Jornalistas. Apenas 50% dos inquiridos costumam ler o boletim/jornal do Sindicato, mas valorizam-no, em média, com apenas 2,2 valores em cinco quanto ao seu interesse para a classe. 58,9% consideram necessária a existência de uma Ordem dos Jornalistas ou de qualquer outro órgão de auto-regulação deontológica.
94,6% dos inquiridos são assalariados e 71,4% pertencem ao quadro dos respectivos órgãos de comunicação social. No que respeita à modalidade de contratação, os jornalistas repartem-se por várias categorias: contrato colectivo de trabalho (17,8%), acordo de empresa (28,6%), contrato individual (28,6%) e prestação de serviços/tarefeiro (3,6%). Conforme já dissemos, 17,8% dos jornalistas não possuía qualquer contrato de trabalho. Apenas 44,6% dos jornalistas se sentiam satisfeitos com a sua situação contratual, enquanto 39,3% se sentiam insatisfeitos, devido a razões que se estendem desde a precariedade no emprego à remuneração insatisfatória, passando pela carência de actualização ou pela não potenciação da criatividade. Não obstante, 51,8% dos jornalistas acham que o contrato de trabalho lhes oferece estabilidade (cinco jornalistas consideraram mesmo que o contrato dá as regalias salariais e laborais devidas).
Foram muitos e variados os motivos que levaram os jornalistas portuenses à profissão, destacando-se os convites e as auto-propostas. 21,4% dos inquiridos foram convidados a exercer o jornalismo enquanto frequentavam um curso superior na área da comunicação social, 8,9% receberam esse convite após um estágio integrado num desses cursos e 10,7% foram convidados enquanto frequentavam um curso superior de outra área. 10,7% tornaram-se jornalistas porque se auto-propuseram a exercer a profissão enquanto frequentavam um curso superior numa área comunicacional, mas 12,5% tornaram-se jornalistas por auto-proposta enquanto frequentavam um curso superior numa área não comunicacional.
Inquiridos sobre qual deve ser o regime de acesso à profissão, todos os jornalistas optaram por modalidades que englobam estágio profissional. Assim, 37,5% apontam para a licenciatura ou bacharelato na área da comunicação social, seguida de um estágio jornalístico, como condição básica para aceder à profissão, 19,6% defendem uma licenciatura especificamente em jornalismo, seguida de estágio jornalístico (um total muito próximo do nacional, que atingiu 18,2%), e 26,8% (quase dez pontos percentuais abaixo do total nacional) acham que qualquer curso superior, desde que seguido por um estágio jornalístico, é condição suficiente para aceder ao exercício profissional do jornalismo. 30,4% dos jornalistas consideraram que um curso superior em qualquer área, seguida de formação profissional específica em jornalismo e de um estágio jornalístico, é a melhor modalidade de acesso à profissão. Apenas 21,4% dos jornalistas que responderam ao inquérito consideram que deve ser possível aceder à profissão com habilitações ao nível do 12º ano (embora complementadas por formação profissional e estágio ou apenas por um estágio).
Apesar dos resultados mencionados no parágrafo anterior, 84% dos jornalistas acham vantajoso para um jornalista ter frequentado um curso superior de jornalismo e 66,1% aconselhariam mesmo alguém que pretendesse tornar-se jornalista a começar por um curso nessa área. Aliás, 57,1% dos inquiridos consideram que é importante para se ser um bom jornalista ter frequentado um curso superior de jornalismo, enquanto que 44,6% e 30,4% julgam, respectivamente, que um curso superior na área da comunicação ou um curso profissional permitem atingir o mesmo patamar de qualidade. Ainda assim, a experiência é, para 87,5% dos jornalistas, um factor capaz de tornar um profissional num bom jornalista.
Em média, os jornalistas portuenses inquiridos exercem a profissão há 11,2 anos, levando 10,6 anos como jornalistas profissionais a tempo inteiro; por outro lado, começaram a trabalhar com 21,7 anos e ingressaram no jornalismo aos 24,3 anos. Há 6,3 anos, em média, que os jornalistas estão na sua actual empresa, tendo, em média, integrado anteriormente 2,1 órgãos de comunicação social. 26,8% dos respondentes trabalham como jornalistas em mais do que um órgão de comunicação social (sendo de 1,7 o número médio de órgãos de comunicação social além do principal onde os jornalistas com pluri-emprego exercem a profissão). 14,2% dos inquiridos exercem outra profissão, como a docência (quatro respostas). 69,6% dos jornalistas portuenses tiveram como primeira profissão o jornalismo e 73,2% elegeram o jornalismo como primeira opção profissional. Se puderem optar, 91,1% dos inquiridos pretendem continuar a ser jornalistas, por variados motivos (ver tabela 59), apesar das dificuldades salariais e laborais evidenciadas noutros pontos desta discussão de resultados e de, maioritariamente, os inquiridos revelarem não quererem vir a ter filhos jornalistas. O "gosto por jornalismo" (96,4%), a "oportunidade para aprender mais e ampliar o conhecimento" (76,8%), a "excitação e variedade do trabalho" (60,7%), a "oportunidade para ser original e criativo" (57,1%), "ter um trabalho de valor e essencial para a comunidade e a democracia" (53,6%) e a "mística profissional e o romantismo da profissão" (41,1%) foram as razões mais citadas entre aquelas que levaram os jornalistas portuenses a enveredar pela carreira de jornalista (ver tabela 60). 32,1% dos jornalistas acham que ascenderam socialmente a partir do momento em que ingressaram na profissão, enquanto 57,1% acham que mantiveram o seu posicionamento social.
A avaliar pela amostra, um jornalista portuense poderá contar trabalhar cerca de sete horas diárias (67,9%), embora com horário flexível (78,6%). Em alguns casos, poderá ter de trabalhar diariamente mais de oito horas (17,9%), mas, geralmente, as empresas jornalísticas não pagam horas extraordinárias (66,1% dos casos). Estes dados parecem revelar uma situação mais confortável para os jornalistas do Porto do que acontece a nível nacional (recorde-se que, segundo o Segundo Inquérito Nacional aos Jornalistas, 26,1% dos jornalistas revelou trabalhar semanalmente até 35 horas e 29,7% entre 35 e 40 horas).
64,3% dos jornalistas consideraram o jornalismo, da forma como é exercido na sua empresa, uma profissão sem horários, mas 39,3% contrariam um pouco esta ideia, salientando que só até certo ponto é que se pode avaliar assim a profissão, e 8% discordam mesmo dessa ideia. Do nosso ponto de vista, a obediência a horários, se bem que vantajosa para a programação de vida do jornalista, demonstra uma certa tendência para a burocratização do jornalismo: tende a tornar-se notícia apenas o que acontece nas "horas de expediente".
Convergindo com os dados do Segundo Inquérito Nacional aos Jornalistas, quase todos os respondentes (89,2%) gozam folgas, sendo de 8,2 a média mensal de dias de folga. 28,6% dos inquiridos confessaram, inclusivamente, ter dias fixos de folga.
Entre os jornalistas portuenses não é tão frequente quanto esperávamos a leitura de revistas e de livros sobre jornalismo. Apenas 7,1% dos inquiridos costumam ler dessas revistas e só 44,7% costumam ler desses livros. Na nossa opinião, este dado demonstra que a uma maior formação académica nem sempre corresponde um maior interesse profissional (um maior profissionalismo?) pela própria profissão (surpreendentemente, um jornalista pergunta mesmo: "Há alguma [revista sobre jornalismo]?"). Entre as revistas referenciadas por alguns jornalistas encontram-se a Journalism & Mass Communication Quarterly, a Columbia Journalism Review, a Media XXI e a Imprensa. Entre os livros, são referenciados títulos como A Caixa Negra, O Jornalista Desportivo, História da Imprensa, Informação/Manipulação, A Rádio, A Imprensa e outros que não são livros sobre jornalismo, embora devam dizer bastante aos jornalistas: 1984 e O Admirável Mundo Novo.
Se bem que os índices de leitura de livros e revistas sobre jornalismo não tenham correspondido às nossas expectativas, a situação "melhora" quando se pergunta aos jornalistas portuenses se costumam ler revistas especializadas sobre a área (secção) em que trabalham. Neste caso, 46,4% das respostas são afirmativas, sendo referenciadas revistas como Fortunas & Negócios, Valor, The Economist e Exame, entre as económicas, Ler e Lire, entre as literárias, France Football e Mundial, entre as desportivas, e Photo, entre as dedicadas à imagem.
Expresso (76,8%), Público (73,2%), Jornal de Notícias (55,4%) e Diário de Notícias (53,6%) são, por esta ordem, os jornais mais lidos pelos jornalistas portuenses que integraram a amostra. 28,6% dos respondentes admitiram que costumavam ler "todos" os jornais da lista fornecida, o que, de certa forma, corresponderá a uma manifestação de profissionalismo.
Durante os dias úteis, os jornalistas inquiridos reservam, em média, cerca de 38,1 minutos à leitura de jornais. Este número aumenta para 64,9 minutos ao fim de semana. Por seu turno, os mesmos jornalistas reservam, em média, 102,1 minutos para audição de informação radiojornalística durante os dias úteis e apenas 28,1 minutos durante o fim de semana. Neste ponto, será de relevar que os resultados podem ter sido distorcidos por dois factores: 1) as respostas dos radiojornalistas, que, provavelmente, ouvem mais informação radiofónica do que os seus colegas de outros media; e 2) o facto de se poder ir ouvindo rádio enquanto se fazem outras coisas. De outra forma - e se aos períodos de tempo referidos anteriormente somarmos o tempo reservado, em média, para consumo de informação telejornalística, que se situa nos 71,1 minutos durante os dias úteis e nos 73,6 minutos aos fins de semana- os jornalistas passariam muito mais tempo do que é provável a consultar outros órgãos de comunicação, nomeadamente aos dias úteis.
Convidados a hierarquizar os jornais nacionais generalistas quanto à qualidade e credibilidade jornalísticas, os jornalistas portuenses, na maioria, colocam o Público em primeiro lugar, seguido pelo Expresso e pelo Diário de Notícias. Os três jornais que pessoalmente consideramos "de referência" ou "de elite" (a par de O Independente) foram, conforme prevíramos, aqueles que ocuparam os primeiros lugares. Aliás, o mesmo sucedeu com as rádios, tendo a TSF, ouvida por 92,9% dos jornalistas portuenses, sido considerada a rádio melhor e mais credível, em termos jornalísticos. Em relação às televisões, os dois canais da RTP arrebatam a primeira e a segunda posição no que respeita à avaliação dos mesmos parâmetros, ficando a SIC em terceiro lugar e a TVI em quarto. Esta informação poderá cruzar-se com os resultados das sondagens e das medições de audiência dos vários canais, que demonstram que a SIC, no Grande Porto, não tem os mesmos índices de audiência que possui no resto do país.
As aspirações profissionais dos jornalistas portuenses, avaliando pela amostra inquirida, são muito diversificadas. Entre os itens propostos, aquele que reúne maior consenso enquanto aspiração profissional é a realização de grandes projectos jornalísticos/jornalismo de investigação (46,4%), seguido, no mesmo tom, pela publicação de uma grande reportagem sob a forma de livro (21,4%). Trabalhar como freelance agradaria a 19,6% dos jornalistas e ser correspondente no estrangeiro a 14,3%. Algo estranhamente, as aspirações que têm a ver com a carreira, como ser editor da sua secção (12,5%) ou de outra (5,4%) ou ainda tornar-se director ou director-adjunto (7,1%) não são muito valorizadas. Alguns jornalistas gostariam de mudar de órgão de comunicação social (12,5%), atingindo 14,3% aqueles que não desdenhariam de desempenhar funções de chefia ou de direcção noutra organização noticiosa. Apenas 5,4% têm como aspiração profissional virem a ser assessores de imprensa de alguém importante.
Quando os jornalistas foram confrontados com a questão "Em última análise, quem controla os conteúdos das notícias no seu órgão de comunicação social?", responderam de forma diversificada e, em vários casos, escolheram mais do que uma das alternativas propostas, indiciando a possibilidade de "negociação" entre as várias entidades que, potencialmente, possuem alguma capacidade para controlar os conteúdos dos news media. Para 32,1% dos respondentes, é o director de informação ou o(s) seu(s) adjuntos que têm a última palavra, para 26,8% é o chefe de redacção e para 30,4% é o editor. Ao contrário do que o Segundo Inquérito Nacional aos Jornalistas deixaria supor, apenas 12,5% dos jornalistas consideraram que é a administração que pode exercer o controle final. Da mesma maneira, apenas 12,5 % dos inquiridos insinuaram que são os detentores do poder político que têm a última palavra, em matéria de conteúdos, no seu órgão de comunicação. 10,7% consideraram, por seu turno, que são os detentores de poder económico a controlar, em última análise, os conteúdos e 5,4% acharam que as entidades publicitárias têm, igualmente, uma palavra a dizer na matéria. Apenas 14,3% dos inquiridos julgam que, em última análise, são os jornalistas que controlam os conteúdos que eles mesmo produzem.
Equilibradamente, 46,4% dos jornalistas consideraram que, por vezes, sentiam pressões internas, mas 42,9% disseram nunca as ter sentido. Apenas um jornalista admitiu sentir pressões internas muitas vezes.
As pressões internas, quando são sentidas, variam bastante (tabela 89), mas relacionam-se, principalmente, com a "imposição" de ângulos de abordagem das "estórias". Passam também por ocorrências como a selecção de determinados jornalistas para a cobertura de certos acontecimentos e "reportagens sob encomenda". As reacções às pressões internas ocorridas ou hipotéticas também variam (tabela 90). Alguns jornalistas salientam que não admitiriam pressões, enquanto outros, eventualmente enfrentando situações de maior precariedade no emprego, procurariam negociar, entre outras opções.
Apenas 5,4% dos inquiridos admitiram sentir pressões externas muitas vezes. A maior parte dos jornalistas apenas sentiu esse tipo de pressões "por vezes" (78,6%). Assim sendo, e confluindo com os dados do Segundo Inquérito Nacional aos Jornalistas, 84% dos jornalistas respondentes já sentiram pressões externas (contra 90% a nível nacional). Essas pressões variam bastante, e podem ir, aparentemente, desde a utilização de contactos nos órgãos de comunicação social à ameaça de recusa no fornecimento de informações por parte das fontes (tabela 92). As reacções às pressões externas são, igualmente, díspares, havendo jornalistas que resistem e outros que, pelo menos por vezes, admitem ceder (tabela 93).
37,5% dos jornalistas admitiram que era grande a influência externa do poder político no seu órgão de comunicação social, um total bastante próximo da percentagem alcançada no Segundo inquérito Nacional aos Jornalistas (39,7%). Porém, 42,8% acham que essa influência é pequena e 19,7% consideram que ela era nula.
O poder económico terá, aparentemente, maior influência do que o poder político junto dos órgãos de comunicação social portuenses. Para 46,4% dos jornalistas, a influência externa do poder económico é grande, havendo 37,5% que a consideram pequena e 16,1% que a acham nula. Menor parece ser a capacidade de influência externa do poder clubístico. Apenas 16,1% dos jornalistas consideraram que ela era grande, enquanto 32,1% a classificavam como pequena e 51,8% como nula. Acresce ainda que, neste particular, os resultados podem ter sido enviesados pelas respostas dos jornalistas dos órgãos desportivos, hipoteticamente mais sujeitos e até permeáveis a esse tipo de pressões externas.
Quotidianamente, os jornalistas tendem a ser mais influenciados em relação ao que tem valor como notícia pelo seu próprio instinto e julgamento (média de 4,1 valores em cinco), pelos seus editores (média de 3,5 valores em cinco) e pelas fontes (média de 3,1 valores em cinco). Aparentemente, neste particular, e ao contrário das ideias sustentadas por vários autores no campo da Teoria da Notícia (por exemplo: Shudson, 1988), os jornalistas portuenses tendem a estar mais sintonizados com os seus editores, chefes e directores do que com os seus colegas (média de 2,5 valores em cinco). Interessantemente, as pesquisas de audiência são, neste campo, bastante desvalorizadas pelos inquiridos (média de 2,1 valores em cinco), demonstrando que os jornalistas portuenses tendem a desprivilegiar o interesse do público enquanto elemento conferidor de valor noticioso, confiando, sobretudo, na sua capacidade de news judgement. Igualmente desvalorizadas pelos jornalistas portuenses são as contribuições de amigos, conhecidos e familiares (2,2 valores). Este dado contraria, parcialmente, hipóteses como a de Gans (1980), segundo a qual a interacção familiar se reflecte no apuramento dos valores-notícia. Curiosamente, e embora, como dizem, os jornalistas portuenses consultem - e até bastante- outros órgãos jornalísticos que não o seu, esses órgãos - incluindo as agências noticiosas- não têm grande influência no que respeita à avaliação do que tem valor como notícia (média de 2,8).
Avaliando o seu próprio órgão de comunicação social, os jornalistas portuenses tendem a considerá-lo pouco profundo (média de 2,4 valores em cinco) e medianamente contextual (3). As restantes qualidades situam-se sempre entre um valor médio de três e um valor médio de quatro, ou seja, sensivelmente na mediania. Por ordem decrescente, os jornalistas consideram o órgão jornalístico onde trabalham credível (média de 3,9 valores em cinco), honesto e factual (3,7), rigoroso, objectivo e influente (3,6), imparcial (3,5), independente (3,4) e rápido e ágil (3,2). O relativamente elevado valor conferido à "objectividade" do órgão jornalístico em causa demonstra, na nossa opinião, a importância do senso-comum dos jornalistas, que tenderão a ver as notícias como um espelho da realidade, tal como sustenta Traquina (1988; 1993), e a envolverem-se na ideologia da objectividade (Sousa, 1997).
Analisando, agora, ponto por ponto, o conteúdo da tabela 97, verificamos que os jornalistas portuenses que responderam ao inquérito manifestam, tendencialmente, as seguintes ideias e sensações profissionais:
- Os inquiridos não se sentem muito recompensados pela dedicação à empresa e pelo empenho que colocam no seu trabalho (média de 2,7 valores em cinco); este resultado poderá, à partida, ser explicado pelo facto de vários jornalistas portuenses sentirem os graves problemas da precariedade no emprego e dos baixos salários (aliás, o índice médio de satisfação salarial atinge apenas 2,1 valores);
- Os respondentes têm poucas oportunidades de receber benefícios não salariais por trabalharem na sua empresa (média de 1,8 valores em cinco); julgamos, todavia, que a pergunta poderá ter sido mal interpretada, já que a nossa intenção era inquirir os jornalistas sobre o apoio empresarial em situações como a doença, mas a questão poderá ter sido entendida como uma pergunta sobre benefícios "por baixo da mesa"; esta ideia ganha relevância quando reparamos que, em média, os inquiridos valorizam com 3,1 valores em cinco a sugestão de que a sua empresa protege os jornalistas e lhes dá segurança no emprego e na saúde;
- Embora os horários de trabalho possam afectar a sua vida familiar, os jornalistas portuenses não sentem tanto como se poderia pensar a pressão no tempo (média de 3,4 valores em cinco) e acham que, na sua empresa, o ritmo de trabalho é medianamente agradável (3,4) e que os horários também o são (3,3), contrariando, parcialmente, visões como a de Traquina (1988; 1993) ou Sclesinger (1977); algo surpreendentemente, tendo em conta os estudos de pesquisadores como Schlesinger (1977), os jornalistas portuenses tendem, igualmente, a não considerar que a capacidade de vencer o tempo seja uma demonstração de profissionalismo (média de 3,9 valores em cinco);
- Em média, os poderes não interferem muito no jornalismo que se faz no Porto, mas sempre vão interferindo em alguma coisa (média de 2,8 valores);
- Embora não sejam muito elevadas, as perspectivas de progressão na carreira dentro da empresa são, em média, minimamente satisfatórias para os jornalistas do Porto (média de 3,2 valores em cinco), talvez também porque medianamente se respeitem a capacidade de iniciativa (3,1), as competências e as capacidades de cada jornalista (média de três valores) e porque cada jornalista tem uma certa possibilidade de fazer uso dessa competências, das suas capacidades e/ou formação (3,7) e de ver editado o seu melhor trabalho (3,4);
- Os jornalistas portuenses, dentro das respectivas empresas, entreajudam-se medianamente (média de três valores em cinco), tendem a ouvir alguns elogios sobre o seu trabalho (média de três valores) e mantêm relações agradáveis e proveitosas com os colegas (4,2), a chefia de redacção (4) e a direcção de informação (3,6); 13 portanto, no Porto, e tendo em consideração apenas o que se passa no interior de cada redacção, o jornalismo, do nosso ponto de vista, não deverá ser considerado uma profissão extraordinariamente competitiva;
- Apesar de considerarem que ser jornalista é relativamente prestigiante (média de 3,5 valores em cinco) e que trabalhar na sua empresa é medianamente prestigiante (3,1), os inquiridos tendem a discordar da ideia de que fazem um trabalho aliciante (2,9) ou excitante (2,6), embora reconheçam que o trabalho que desenvolvem é minimamente diversificado (3); assim, julgamos poder dizer que a mística profissional é, hipoteticamente, afectada pelo desencanto das rotinas produtivas;
- Os jornalistas portuenses tendem a não se culpabilizar quando o seu trabalho não é editado (média de 1,6 valores em cinco) nem tentam mudar significativamente a forma como abordam os assuntos de maneira a garantir a edição (2,2);
- Algo surpreendentemente, para os respondentes, trabalhar como jornalistas na sua empresa dá-lhes uma capacidade relativamente reduzida de ajudar o público a compreender o mundo (média de 2,9 valores em cinco), apesar de manifestarem a ideia de que têm uma capacidade média de influenciar o público (3,1); 14
- Os jornalistas portuenses concordam medianamente com as políticas jornalísticas da direcção de informação do seu órgão de comunicação social (média de três valores em cinco), mas acham, igualmente, que não têm voz activa dentro da sua empresa (média de 2,5 valores em cinco) e que devem participar mais na definição das políticas jornalísticas internas (3,9); em parte, este dado poderá relacionar-se com a valorização negativa (média de 2,8 valores em cinco) que os respondentes fazem da sugestão de que a sua empresa reflecte os valores do que deve ser o jornalismo;
- Contrariamente àquilo que certos estudos (por exemplo: Sousa, 1997) que contrapõem a criatividade ao profissionalismo jornalístico (com a sua quase consequente rotinização) poderiam fazer prever, os inquiridos tendem a não considerar que fazer as coisas de forma profissional limita as formas de expressão e criatividade jornalísticas (média de 2,6 valores em cinco); em contraponto, tendem, inclusivamente, a considerar que têm alguma liberdade criativa (3,3) e que, usualmente, fazem o seu trabalho da maneira que querem (3,9), sem grandes preocupações de agradar a editores, chefes e directores (2,9); contudo, os jornalistas portuenses não usufruem, em média, de tanta liberdade de expressão quanto seria - pelo menos na nossa óptica- desejável (3,4) e, por outro lado, tendem a concordar, medianamente, que o jornalismo em empresas como a deles é uma actividade assente em rotinas (3,2);
- Nos temas susceptíveis de gerar polémica, os jornalistas portuenses tendem a adaptar o conteúdo da informação à linha editorial do seu órgão jornalístico (média de 3,5 valores em cinco); este dado evidencia que a linha editorial é um elemento enformador e constrangedor da actividade jornalística; 15
- Os jornalistas portuenses tendem a achar que na sua empresa a "moral" é mediana (média de 3,1 valores em cinco);
- Segundo os inquiridos, a especialização jornalística é útil, 16 sendo valorizada, em média, com 4,4 valores em cinco (logicamente, a ideia de que o jornalista deve ser um generalista só é valorizada com uma média de 2,4 valores em cinco); aliás, a exigência de especialização está, certamente, relacionada com a necessidade que os jornalistas terão de conhecer o contexto dos acontecimentos que representam sob a forma de notícias, que é valorizada com uma média de 4,3 valores em cinco; podemos, inclusivamente, cruzar este dado com os da tabela 116: 64,3% dos respondentes revelaram trabalhar como jornalistas especializados e dentre estes 21,4% nunca trabalha noutra secção que não a sua (23,2% e 19,6% admitiram, respectivamente, trabalhar muitas vezes e ocasionalmente para outra secção);
- Os jornalistas portuenses tendem a considerar que o órgão de comunicação onde trabalham não reflecte suficientemente a realidade do Grande Porto (média de 2,7 valores em cinco) nem a realidade internacional (2,8), embora reflicta medianamente a realidade portuguesa (3,2); julgamos, assim, que, na avaliação dos jornalistas do Porto, a informação local e regional tenderá a ser desvalorizada pelos diversos meios jornalísticos em favor da informação de âmbito nacional, o que contraria um pouco a ideia de que a proximidade é um importante valor-notícia (provavelmente, a proximidade, enquanto critério de noticiabilidade, será tanto mais importante quanto conciliada com valores-notícia como a importância dos personagens noticiosos);
- Avaliando a situação global da Imprensa do Grande Porto, os inquiridos são mais generosos, achando que os órgãos de comunicação social sedeados na região reflectem medianamente a realidade da área (média de três valores em cinco); contudo, consideram que, no geral, esses órgãos reflectem menos a realidade portuguesa (3,1) e internacional (2,5);
- Em matéria de credibilidade da informação, os jornalistas portuenses confiam mais nas agências noticiosas (média de 4,4 valores em cinco), nos restantes órgãos jornalísticos (4) e nos colegas (3,8), tendendo a desconfiar bastante dos agentes de relações públicas (2,3) e um pouco das informações recolhidas nas conferências de imprensa (2,9); hipoteticamente motivados por ideias como essas, os inquiridos acham bastante importante "checar" a informação, por mais credível que a fonte seja (4,2), e consideram relativamente importante contrastar fontes, venha a informação de onde vier (3,6);
- Os jornalistas do Porto acham que ainda se nota alguma discriminação decorrente do sexo do jornalista (média de 3,2 valores em cinco). Se olharmos para a tabela 141, efectivamente verificamos que 56,3% das jornalistas já se sentiu discriminada. Estranhamente, 25% consideraram que essa discriminação foi positiva, embora nunca tenham usado a sua condição de mulher para obterem qualquer tipo de vantagem profissional.
Os jornalistas portuenses classificaram-se com uma nota média de 3,9 valores em cinco a qualidade do trabalho pessoal, um pouco acima da avaliação que fizeram da qualidade global da sua empresa (3,4).
Conforme se pode verificar pela tabela 98, por ordem, e tendo em consideração valorizações médias entre um e cinco, os jornalistas portuenses inquiridos consideraram que as qualidades mais importantes num jornalista são a honestidade (4,8), o rigor e a capacidade de expressão (4,7), a capacidade de entendimento do que está em causa num acontecimento (4,6), uma sólida formação moral e humana (4,5), a capacidade de análise (4,4), a curiosidade e a capacidade de avaliar e julgar (4,3), o espírito crítico (4,2), a paciência e a capacidade de lidar com as pessoas (4,1). A menos valorizada foi a capacidade de recorrência a expedientes (2,9). A objectividade foi valorizada com uma média de 3,9 valores. Estes dados permitem-nos concluir que, embora a honestidade e o rigor sejam regras de ouro para os jornalistas portuenses, 17 a exemplo do que acontece a nível nacional, a objectividade continua a ser muito valorizada enquanto qualidade jornalística. Na nossa perspectiva, isto mostra que a ideologia da objectividade (Sousa, 1997) e, provavelmente, a ideia de que os discursos jornalísticos são um espelho da realidade continuam vivos no seio dos jornalistas, conforme sustenta Traquina (1988; 1993).
O papel da socialização na formação dos valores ético-profissionais dos jornalistas portuenses torna-se saliente quando 80,4% dos inquiridos revelam que esses valores se formaram no dia a dia da redacção. Este dado reforçará o posicionamento de Schudson (1988), um autor que chegou a criticar Gans (1980) por este ter ignorado que a socialização profissional e a aculturação numa empresa poderiam levar os jornalistas a abrirem-se aos valores da redacção.
Em matéria de formação dos valores ético-profissionais dos jornalistas portuenses, é ainda de considerar o elevado número desses profissionais que aceita ter sido influenciado por professores (75%), colegas (71,4%), familiares (62,4%) ou um editor ou chefe mais velho (58,9%). Ora, se bem que em relação ao que tem valor como notícia os jornalistas do Porto se tenham revelado mais sintonizados com os seus editores, chefes e directores do que com os seus colegas, contrariando Schudson (1988), na questão da formação dos padrões ético-profissionais este autor norte-americano parece ter razão, pois os inquiridos disseram-se mais influenciados pelos colegas do que pelos seus superiores hierárquicos.
Indo de encontro, mais uma vez, aos dados enumerados no Segundo Inquérito Nacional aos Jornalistas Portugueses, também os jornalistas do Porto acham maioritariamente que o exercício do jornalismo é incompatível com cargos políticos (98,2% contra), relações públicas (87,5% contra), publicidade (80,4% contra), magistratura (60,7% contra) e carreira militar (53,6% contra). Apesar da diluição de fronteiras entre jornalismo e entretenimento, 18 51,8% dos jornalistas do Porto consideram que a profissão de entertainer é incompatível com o exercício do jornalismo.
75% dos inquiridos revelaram trabalhar em empresas jornalísticas onde existe conselho de redacção, valorizando com uma média de 3,9 valores em cinco a pertinência desse organismo nas suas empresas específicas e com 4,3 valores em cinco a sua pertinência geral. Porém, segundo os jornalistas portuenses, os conselhos de redacção aparentam ser mais pertinentes do que eficazes, já que os respondentes valorizaram negativamente a eficácia dos conselhos de redacção na definição da política editorial (média de 2,4 valores em cinco), na intervenção sobre a nomeação de directores e chefes (2,6) e em questões de disciplina e de auto-regulação (2,7).
Para 94,6% dos respondentes, é papel prioritário dos editores sugerir e seleccionar temas. 71,6% disseram que os editores devem igualmente zelar pelo cumprimento da linha editorial e do estatuto editorial do órgão de comunicação. Menos jornalistas concordaram que é papel dos editores refazer e/ou corrigir informação (69,6%), seleccionar e hierarquizar informação (62,5%) e orientar os jornalistas sobre o ângulo de abordagem dos assuntos (53,6%). As funções dos editores referenciadas como prioritárias por menos de 50% dos jornalistas foram animar os colegas (44,6%), gerir os recursos humanos da secção (39,3%) e controlar os gastos (14,3%).
Quanto aos papéis prioritariamente atribuídos aos chefes de redacção, todos os jornalistas responderam que concordam em que eles sugiram e seleccionem temas. Seguidamente posicionam-se as seguintes funções, entre aquelas que mereceram acordo maioritário: coordenar a redacção (para 96,4% dos respondentes), coordenar as edições (para 91,1%), zelar pelo cumprimento da linha editorial e do estatuto editorial (para 71,4%), gerir os recursos humanos (para 55,3%), animar os colegas (para 51,8%) e seleccionar e hierarquizar informação (para 50%). Minoritariamente, alguns jornalistas consideraram que os chefes de redacção devem também controlar os gastos (44,6%), orientar os jornalistas sobre o ângulo de abordagem dos assuntos (39,3%) e refazer ou corrigir informação (33,9%).
A principal tarefa que os jornalistas portuenses reservam aos directores de informação, a avaliar pelos dados, é a representação do órgão de comunicação social (merece o acordo de 89,3% dos respondentes). Mereceram também um consenso quase generalizado as seguintes funções: zelar pelo cumprimento da linha editorial e do estatuto editorial (87,5%), convidar e coordenar analistas e cronistas (83,9%) e coordenar as edições (78,6%). Além disso, maioritariamente os respondentes consideraram que os directores de informação devem também ter um papel relevante na gestão dos recursos humanos da redacção (66,1%) e no controle dos gastos (60,7%). Outras sugestões sobre os papéis dos directores tiveram percentagens de respostas inferiores a 50%: sugerir e seleccionar temas (48,2%), coordenar a redacção e animar os colegas (37,5%), seleccionar e hierarquizar a informação (33,9%), orientar os jornalistas sobre o ângulo de abordagem dos assuntos (21,4%) e refazer e/ou corrigir informação (10,7%).
A maioria relativa dos jornalistas portuenses poderá nunca se ter visto confrontada com situações que poderiam colocar em risco a sua integridade física, já que 48,2% dos respondentes afirmaram nunca ter sido ameaçado de acções violentas por pessoas que discordavam da sua presença num local onde estavam a exercer a sua profissão. 58,9% dos jornalistas que responderam ao inquérito nunca foram impedidos de entrar num acontecimento público quando iam exercer a sua profissão, mas 32,1% dos inquiridos disseram que já o foram.
62,5% disseram, por seu turno, nunca ter recebido qualquer convocatória do Tribunal ou da Polícia para prestar declarações sobre ocorrências derivadas do seu exercício profissional, mas 32,1% dos inquiridos já receberam deste tipo de convocatórias. 92,8% dos jornalistas revelaram nunca ter sido acusados de invasão de privacidade (os restantes não responderam à questão) e a 75% nunca foi movido qualquer processo judicial devido ao seu exercício profissional (embora a 17,8% isto já tivesse acontecido).
Entre as definições de notícia dadas pelos jornalistas portuenses (tabela 119) sobressai, principalmente, a ideia de que notícia é um acontecimento que interessa ao público, sendo, portanto, um tanto ou quanto incongruente que desvalorizem as pesquisas de audiência, conforme se viu anteriormente. A subsistência do valor da objectividade e da noção de que a notícia não é mais do que um espelho da realidade encontra-se expressa em várias definições.
A maior parte das informações veiculadas pelos respondentes resultará da assistência directa aos acontecimentos (76,8%), embora, provavelmente, vários destes acontecimentos a que os jornalistas afluem sejam acontecimentos preparados para se tornarem notícia, como as ocasiões de estado, ou, então, espectáculos (desportivos e outros), etc. Aliás, o facto de 69,6% dos jornalistas revelarem que veiculam informações baseadas em conferências de imprensa (assistindo a uma média de 1,6 por semana) tende a suportar a hipótese anterior. Porém, os jornalistas também contactam fontes com frequência, por iniciativa própria, usando, sobretudo, o telefone (75%).
Os órgãos de comunicação social portuenses, a avaliar pelas respostas dos inquiridos, apresentam, provavelmente, alguma dependência das agências noticiosas, já que 62,5% dos jornalistas admitiram veicular informações oriundas dessas entidades. A relativamente elevada percentagem de jornalistas que admitiram veicular informações de press-releases (51,8%), aliada aos dados anteriores, tende a coadjuvar as hipóteses que a pesquisa vem desenvolvendo sobre a rotinização e a burocratização do jornalismo (ver, por exemplo: Traquina, 1998, 1993; Sousa, 1997). Em menor grau, as informações veiculadas pelos jornalistas portuenses resultam de outros órgãos jornalísticos (admitido por 42,9% dos jornalistas), de contactos presenciais por iniciativa de outrem (44,6%), de contactos presenciais por iniciativa própria (42,8%), de contactos telefónicos por iniciativa de outrem (41,4%), de agentes de relações públicas, imagem e comunicação (28,6%) e de outros jornalistas (12,5%).
Os jornalistas portuenses geralmente confirmam as informações que recebem, excepto quando se trata de notícias de agência, provavelmente tidas por credíveis. Os jornalistas também parecem achar que a informação escrita é mais credível do que a oral. Mais precisamente, quando a informação provém das agências noticiosas, 8,9% dos jornalistas disseram confirmar sempre a informação, 21,4% admitiram fazê-lo muitas vezes, 64,3% revelaram fazê-lo poucas vezes/pontualmente e 5,4% nunca confirmam as notícias de agência.
21,4% dos jornalistas respondentes afirmaram que confirmam sempre as informações recebidas através de press-releases e 44,6% disseram que as confirmam muitas vezes. Apenas 3,6% nunca confirmam esse tipo de informações, enquanto 30,4% apenas a confirma poucas vezes/pontualmente.
No que respeita às informações obtidas através de contactos pessoais e telefónicos, não há jornalistas respondentes que nunca as confirmem. Pelo contrário, quando a informação provém de contactos telefónicos, 30,4% dos jornalistas inquiridos confirmam sempre as informações recebidas, 57,1% fazem-no muitas vezes e apenas 12,5% o fazem poucas vezes ou ocasionalmente; quando a informação é proveniente de contactos pessoais, 28,6% dos jornalistas confirmam sempre a informação, 48,2% confirmam-na sempre e 23,2% fazem-no poucas vezes ou pontualmente.
Se bem que a análise, a especialização e outras tendências possam ter conduzido o jornalismo a novos territórios, onde o anonimato das fontes é frequentemente solicitado, essa situação parece não estar a ocorrer com elevada intensidade nos meios jornalísticos portuenses, já que apenas 17,9% dos jornalistas revelaram que as suas fontes pedem muitas vezes o anonimato, enquanto 71,4% dizem que as suas fontes só ocasionalmente ou poucas vezes o pedem. 10,7% salientaram, inclusivamente, que nunca tiveram fontes que solicitaram anonimato.
Os jornalistas do Porto tendem a fazer cerca de 3,2 peças por edição, identificando-se, em média, 69,5% das vezes. Apenas 21,4% deles recorrem frequentemente aos centros de documentação dos seus órgãos de comunicação social, enquanto 69,6% recorrem poucas vezes ou apenas ocasionalmente. Porém, nem todas as empresas jornalísticas portuenses têm centro de documentação, já que 8,9% dos jornalistas disseram trabalhar em órgãos de comunicação social que não possuem essa infra-estrutura de apoio. 35,7% dos jornalistas queixam-se do funcionamento desses centros nos seus órgãos de comunicação social, enquanto 19,7 % acham que a dimensão dos mesmos é insuficiente. No campo oposto, os 51,8% dos jornalistas que têm acesso à Internet no seu órgão jornalístico passam uma média diária de 55 minutos a pesquisar na rede.
Embora o nível de recorrência aos centros de documentação tivesse sido inferior ao que julgávamos, já que as tendências para a especialização e para a análise em jornalismo deveriam traduzir-se, em princípio, no aprofundamento da pesquisa, os dados referentes à utilização da Internet parecem indiciar, pelo contrário, que os jornalistas denotam a preocupação de conhecer mais dados e de o fazerem mais rapidamente, preferindo as novas tecnologias interactivas ao papel e à "burocratização".
Para finalizar as questões ligadas ao profissionalismo jornalístico e à sua expressão, queremos somente salientar que, quando uma equipa jornalística em que um dos parceiros é repórter de imagem realiza um trabalho conjunto, geralmente os elementos da equipa debatem o tema, de forma a coordenar o trabalho. Baseamos esta conclusão no facto de 100% dos repórteres de imagem inquiridos dizerem que discutem com os colegas o tema que vão abordar. Podemos, assim, colocar por hipótese que o jornalismo imagético tende a ser tão valorizado quanto os textos nas peças e nos media que exigem a presença de um repórter de imagem.
Interrogados sobre questões de carácter regional, embora com pontes para o trabalho jornalístico, os jornalistas portuenses tendem a ser moderadamente regionalistas e favoráveis à descentralização, já que, em média, valorizam com três valores em cinco a ideia de que é preciso criar as regiões e reforçar o poder dos municípios e com 3,2 valores em cinco a ideia de que é preciso criar as regiões e descentralizar administrativamente o Estado. Consideram, igualmente, que em Lisboa não se tem percepção nítida das necessidades e problemas, quer do resto do país (média de 4,4 valores), quer especificamente do Norte (4,2), e acham que, se um dia vierem a ser criadas regiões, é preferível a criação de uma única região Norte (3,4), com capital no Porto (4,3), a duas regiões (Entre Douro e Minho e Trás-os-Montes).
41,1% dos inquiridos confessaram que nas eleições autárquicas votam mais em função do binómio candidato-programa do que em função dos partidos (12,5%), dos candidatos em exclusivo (23,2%) e dos programas em exclusivo (5,4%). Em hipotéticas eleições regionais, apenas cresceria o voto jornalístico baseado unicamente no partido (19,6% dos jornalistas afirmaram que votariam exclusivamente em função do partido), mantendo-se o voto baseado no binómio candidato-programa (41,1%) e decrescendo o voto unicamente em função dos candidatos (19,6%) ou dos programas (1,8%).
96,4% dos jornalistas que constituíram a amostra concordam com o aparecimento de televisões regionais e locais. 67,8% vincaram que essas televisões deveriam ser semi-públicas e 42,8% disseram que essas televisões deveriam ser privadas. Apenas 3,6% dos respondentes não concordam com as televisões regionais e locais e só 5,4% acham que, a serem criadas, deverão ser públicas.
Avaliando entre um e cinco valores o interesse noticioso de vários
temas para o Grande Porto, os jornalistas portuenses valorizaram, em primeiro
lugar, a corrupção e o compadrio (4,7), a que se seguiu o
metro do Porto (4,6), a regionalização (4,5), as acessibilidades
(4,4), as relações Norte de Portugal-Galiza e a economia
regional e local (ambos os temas com uma valorização média
de 4,3), o trânsito (4,2), a poluição e a segurança
dos cidadãos e da propriedade (4,1), o funcionamento e as disfuncionalidades
das autarquias (4), o ordenamento do território e a planificação
urbanística (3,8), o nível e a qualidade de vida na região
(3,7), o avanço do mar (3,6), as actividades autárquicas,
as acções de colectividades com expressão regional
e local e a protecção da natureza e da vida selvagem (3,4),
as iniciativas da sociedade civil e a democraticidade nas estruturas partidárias
regionais e locais (3,2), o desporto regional e local e a Lipor II (3).
Valorizados negativamente foram as actividades dos políticos regionais
e locais e a televisão regional e local (2,9) e a recolha selectiva
de lixos para reciclagem (2,7).
5. Conclusões
Este estudo não teve como objectivo dar solução às questões que afectam os jornalistas portuenses, mas tão só procurar traçar um perfil desses profissionais, identificando, colateralmente, os processos que ocorrem dentro do sistema dos meios jornalísticos portuenses e as potencialidades e problemas desse sistema.
Do nosso ponto de vista, a principal conclusão que se pode extrair deste inquérito é a semelhança existente entre o perfil sociológico dos jornalistas do Porto e o perfil sociológico dos jornalistas a nível nacional, que revela uma classe profissional não muito rica em termos de diversidade. A título exemplificativo, podemos dizer que os jornalistas portuenses são, geralmente, homens jovens com formação superior, embora se tenda para a igualdade sexual no acesso à profissão. Existem, todavia, algumas diferenças entre o perfil nacional e o local. Os jornalistas portuenses tendem, por exemplo, a ser mais regionalistas do que os seus congéneres do resto do país.
Nos restantes pontos em causa, os resultados oscilaram entre o esperado e o inesperado. Por exemplo, os jornalistas do Porto revelaram, conforme previsível, que, pelo menos medianamente, o jornalismo, nas empresas como aquelas onde eles exercem a sua profissão, tende a ser uma actividade assente em rotinas. Porém, imprevistamente, os jornalistas portuenses não parecem tão afectados pela pressão do tempo (diríamos até, pela "tirania" do factor tempo) quanto julgávamos que seriam.
Finalmente, parece-nos que se consegue identificar entre os jornalistas
portuenses um certo profissionalismo e um saudável sentido de missão,
consubstanciados, por exemplo, no desejo de autonomia e na perseguição
do interesse público na avaliação do que é
notícia. Não é, porém, de admirar que assim
seja, já que os jornalistas perseguem a sua própria legitimação.
Notas:
1. Ricardo Jorge Pinto é doutorado em Ciências da Informação pela Universidade do Sussex (UK) e Jorge Pedro Sousa é doutorado em Ciências da Informação pela Universidade de Santiago de Compostela (Espanha). São ambos professores na Universidade Fernando Pessoa (Porto-Portugal) e membros investigadores do Centro de Estudos Mediáticos da mesma Universidade.
2. Por exemplo, a Internet está a redefinir o jornalismo, devido, em algumas situações, à ultrapassagem do papel de gatekeeper que os jornalistas possuíam. Se o Palácio de Belém disponibilizar na Internet os discursos do Presidente da República mal eles sejam proferidos, as peças meramente descritivas sobre esses discursos não terão grande razão de ser para quem possa aceder à rede. O exemplo mais recente terá ocorrido com a divulgação na Internet do relatório sobre as actividades ditas "impróprias" do Presidente Bill Clinton, no dia 11 de Setembro de 1998. Nesse dia, milhões de utilizadores da rede mundial de computadores precipitaram-se para ler uma "notícia" de 400 páginas, o relatório do procurador "independente" Starr, que relatava em pormenor os encontros sexuais do Chefe de Estado americano com a tornada célebre Monica Lewinski. O directo televisivo, opção que encontrou na CNN o seu principal expoente, levanta idênticas questões. Qual será, assim, o papel do jornalista nos dias de hoje? A solução poderá residir na interpretação, na contextualização e na análise desses discursos, o que implica a implementação de mudanças no sistema produtivo jornalístico historicamente configurado (v. g.: especialização dos jornalistas e elevada formação dos mesmos, etc.).
3. O exercício do jornalismo como profissão a tempo inteiro, remunerada como tal, iniciou-se nos anos trinta do século passado, embora tenha sido já no início do século XX que os jornalistas se começaram a definir não como simples cidadãos que eram contratados para reportar notícias mas sim como um corpo profissional autónomo. A novidade veio dos Estados Unidos. Benjamim Day, o pai da penny press, o inovador que começou a vender na rua o Sun por um penny, insistindo nas "estórias" de interesse humano, numa época em que os jornais circulavam unicamente por assinatura, custavam seis cêntimos e reportavam quase exclusivamente actividades políticas, terá sido o primeiro empresário da comunicação social a contratar um repórter a tempo inteiro, para o caso o veterano repórter policial londrino George Wisner. O próprio termo "jornalista", que também nasceu nos Estados Unidos, terá surgido em meados do século XIX para descrever todos os repórteres a tempo inteiro, mas também cronistas, correspondentes, colunistas, editores, etc. (Weaver e Wilhoit, 1991: 1-11) Porém, como frisámos, o sentimento de "classe", a ideia dos jornalistas como um corpo profissional autónomo, só terá vingado realmente a partir do início do século XX, nomeadamente após a fundação dos primeiros cursos superiores de jornalismo.
4. A Guerra Civil Americana terá sido a primeira running story de grande duração. Os mecanismos da acreditação dos jornalistas para a cobertura de determinados eventos terão mesmo tido aí a sua primeira aparição sistemática, inclusivamente devido ao elevado número de jornalistas que cobriu a guerra. O general Sherman, que dizia que os Confederados conseguiam antecipar as suas tácticas e a sua estratégia apenas lendo os jornais, começou a emitir passes especiais para os jornalistas autorizados a deslocar-se nas zonas militares e no campo de batalha. Foi também ele que exigiu aos jornalistas que começassem a assinar os seus artigos, de forma a poder responsabilizá-los pessoalmente quando essas peças continham informação militar. Mas rapidamente a exigência da assinatura evoluiu para o "direito" à assinatura enquanto símbolo de status profissional. (Weaver e Wilhoit, 1991: 5) Um pouco antes do início do conflito, Horace Greeley, do The New York Tribune, tinha iniciado a lógica da divisão do trabalho nas redacções e começava a tecer a rede (news net) que os jornalistas usam para capturar o acontecimento (segundo a visão de Tuchman), conferindo a cada repórter contratado a tempo inteiro determinadas áreas temáticas de que se deveria ocupar. (Weaver e Wilhoit, 1991: 4)
5. Os dados do Segundo Inquérito Nacional aos Jornalistas Portugueses permitem inferir que no Porto trabalham cerca de 590 jornalistas; assim, a amostra deste estudo atinge 9,5% do total de jornalistas do Porto.
6. Essa preocupação ter-se-á iniciado com a publicação do artigo de José Manuel Paquete de Oliveira (1988) - Elementos para uma sociologia dos jornalistas portugueses. Revista de Comunicação e Linguagens, n.º 8: 47-53.
7. Por exemplo, White, ainda em 1950, deu um impulso decisivo ao estabelecimento de uma sociologia dos jornalistas, apresentando a sua pesquisa original sobre o jornalista como gatekeeper. Tuchman (1969/1978), Gans (1979/1980) e Johnstone et al. (1976) são apenas alguns dos autores cujos trabalhos pioneiros marcaram decisivamente a pesquisa sobre jornalismo e que enfatizaram o papel dos jornalistas na produção de informação.
8. Ver, por exemplo: Mesquita (1987); Traquina (1987, Julho); Traquina e Agee (s/d); Rodrigues (1990); Rodrigues, Dionísio e Neves (1981), etc.
9. Para nos cingirmos ao caso português, basta lembrar o aparecimento do Público, de O Independente, da TSF e, pouco tempo após, da SIC e da TVI, primeiras televisões privadas em Portugal. De qualquer modo, convém relembrar os fenómenos da globalização comunicacional decorrentes da convergência entre cabo e satélite, particularmente notórios após a Guerra do Golfo, graças ao papel da CNN, e a acentuação do fenómeno da concentração oligopólica dos meios jornalísticos, parcialmente potenciada pela desregula(menta)ção dos mercados gerada pela implementação das políticas neo-liberais dos anos oitenta. Começava igualmente a desenhar-se a convergência económica entre as empresas das telecomunicações, da informática e da produção social de informação, incentivada pela convergência tecnológica entre telecomunicações e informática (multimédia) e pela adaptação da indústria de produção de conteúdos a esta nova realidade. Por outro lado, o ensino superior do jornalismo e das ciências da comunicação implantava-se definitivamente em Portugal. Segundo Luís Garcia e José Castro (1993: 97), notava-se igualmente, em Portugal, "A ultrapassagem do tradicional jornalismo opinativo e partidarizado, substituído por uma imprensa de qualidade, de perfil europeu e de tipo informativo que tende a apostar mais no jornalismo de investigação. Esta mudança de conteúdo acompanha um render da guarda, que se caracteriza pela afirmação de uma geração de jornalistas dotados de uma maior escolaridade em detrimento de gerações mais velhas, cuja formação profissional assentava predominantemente na tarimba."
10. O antigo Código Deontológico dos Jornalistas Portugueses que vigorou até 4 de Maio de 1993 prescrevia o valor da objectividade.
11. Ver a introdução ao presente texto.
12. Embora a presente argumentação nos pareça pertinente e a mais correcta, será sempre de colocar a hipótese de a amostra ter sido enviesada devido a uma maior participação de jovens jornalistas do sexo masculino com escolaridade superior, eventualmente mais sensíveis à pesquisa científica sobre a sua profissão.
13. É curioso que quanto maior a distância entre as pessoas menor se tornam a aprazibilidade e o proveito das relações internas.
14. Neste ponto, temos de contar com o efeito da "terceira pessoa", que poderá levar os jornalistas a considerar que o público é mais influenciável do que eles mesmos.
15. Não nos move aqui uma intenção de polemizar nem discutimos, sequer, a legitimidade da imposição de uma linha editorial, consubstanciada num estatuto editorial; apenas identificamos factores que são "objectivamente" elementos que ao mesmo tempo dão forma e constrangem a acção do jornalista.
16. Provavelmente, este dado poderá relacionar-se com a própria transição do jornalismo para um paradigma mais analítico e especializado, em contraposição a um modelo tendencialmente descritivo e generalista. Ver, por exemplo: Barnhurst e Mutz (1997).
17. O próprio Código Deontológico dos Jornalistas Portugueses dá conta desta evolução. O actual valoriza o rigor e a honestidade; o anterior valorizava a objectividade. Pode-se, assim, concluir igualmente que o actual Código Deontológico se encontra em sintonia com os principais valores compartilhados actualmente pelos jornalistas portugueses.
18. Poderíamos citar trabalhos como o de Gaunt (1990) para justificarmos esta nossa asserção. Mas basta pensarmos quantas vezes os entertainers televisivos entrevistam pessoas, agindo como autênticos jornalistas, para perceber quanto o jornalismo tem visto dissolver as suas fronteiras dentro do amplo campo da comunicação social.
Bibliografia:
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GARCIA, José Luís; CASTRO, José e PAQUETE DE OLIVEIRA, José (1994) - Jornalista Português. O Que É? Lisboa: Sindicato dos Jornalistas. Este livro dá a conhecer as conclusões do primeiro Inquérito aos Jornalistas Portugueses, levado a efeito em 1990.
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GAUNT, Philip (1990) - Choosing the News. The Profit Factor in News Selection. New York: Greenwood Press.
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RODRIGUES, A. D.; DIONÍSIO, E. e NEVES, H. G. (1981) - Comunicação Social e Jornalismo. 3 volumes. Lisboa: A Regra do Jogo.
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