A GUERRA DO GOLFO NA
IMPRENSA PORTUGUESA DE GRANDE EXPANSÃO
(2ª versão mais alargada de "A COBERTURA IMAGÉTICA DA
GUERRA DO GOLFO NA IMPRENSA PORTUGUESA")
Jorge Pedro Sousa, Universidade Fernando Pessoa
1. Introdução
Quarta-feira, 16
de Janeiro de 1991. 16h30. Nas bases sauditas onde estão estacionadas as forças
norte-americanas é dada ordem para o início da operação Tempestade no Deserto,
destinada a libertar o Koweit, então na posse das tropas iraquianas do
Presidente Saddam Hussein. Este líder iraquiano, apesar das sucessivas
resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas e das sanções impostas
pela organização, não deu ordem de retirada ao seu exército. Chegava,
finalmente, a hora dos 605 mil homens e mulheres da força multinacional
enfrentarem os 504 mil soldados iraquianos que se presumia estarem estacionados
nas posições defensivas montadas pela máquina de guerra do Iraque (ver: Sousa,
1992). Saddam Hussein tinha, provavelmente, cometido um erro, ao desprezar a
ameaça "americana" (aliada) de libertação do Koweit através do uso da
força, opção legitimada pelo Conselho de Segurança da ONU.
A ofensiva
terrestre é lançada a 24 de Fevereiro. Em 48 horas, os aliados atingem Koweit
City. Saddam acentua a articulação que quer estabelecer entre a religião e a
guerra, exortando as tropas a expulsar os "novos cruzados" e apelando
à jihad, a guerra santificada ou "justa" dos muçulmanos,
procurando confundir política com religião, tanto quanto tinha tentado colar a
causa palestiniana e o sentimento árabe anti-israelita à causa iraquiana. Dia
26, Hussein ordena a retirada incondicional das suas tropas do Koweit, mas
reclama vitória e continua a disparar mísseis, dois contra Israel e um contra
uma caserna militar americana na Arábia Saudita, que provoca dezenas de mortos,
que os jornalistas são impedidos de filmar ou fotografar. Os iraquianos, que
abandonam o Koweit numa imensa caravana automóvel, são surpreendidos na
"auto-estrada da morte" por um bombardeamento aliado que pode ter
provocado dezenas de vítimas. A 28 de Fevereiro, Bush anuncia o cessar-fogo e
declara a derrota de Hussein, que aceita o clausulado da resolução 678 do Conselho
de Segurança da ONU. Mas Saddam não se considera derrotado. Pelo contrário,
declara-se vencedor, argumentando que, durante o período de ocupação, o Koweit
não tinha sido mais do que uma província iraquiana, de acordo com a alegada
legitimidade histórica e a ideologia pan-arabista.
Quando o
conflito irrompeu, pensava-se que a comunicação social se encontrava a postos. No
final do conflito, chegou-se à conclusão de que se soube menos sobre a Guerra
do Golfo do que sobre qualquer outra guerra moderna precedente (Katz, 1992: 9;
para exemplos de quanto se desconhece sobre a Guerra do Golfo, consultar, a
título exemplificativo: Sousa, 1992).
No início do
conflito, prometia-se a guerra em directo nos ecrãs de televisão, uma cobertura
tão exaustiva como nunca tinha sucedido. A CNN, por exemplo, preparou-se para
estar em directo a partir de vários pontos do Globo, de Bagdad a Washington, e
foi ela que, verdadeiramente, anunciou à aldeia global, unida pela televisão
mundializada, o início da Guerra do Golfo. Porém, a anunciada guerra em directo
ficou muito longe das expectativas criadas. Parafraseando Katz (1992: 5),
"toda a gente" viu o mesmo do muito pouco que houve para ver da
Guerra do Golfo. E o pouco que houve para ver não foi mais do que uma mão pouco
cheia de aspectos de uma Guerra que os repórteres e especialistas convidados,
frequentemente militares, diziam estar em marcha, numa progressão emotiva de
eventos, frequentemente mediáticos, susceptível de atrair audiências (Katz,
1992: 8).
A cobertura
jornalística do conflito veio, assim, a ser significativamente criticada,
especialmente depois da euforia ter passado. Várias vozes se ergueram contra a
ausência de contexto, recuo, edição efectivamente jornalística da informação e,
principalmente, contra os perigos de manipulação dos jornalistas e do público,
provocados, sobretudo, pelo directo televisivo multilocalizado e em contínuo,
durante o qual se recuperou, com sucesso propagandístico, o enquadramento de
sentido (frame) da Segunda Guerra Mundial (v.g.: Katz, 1992; Sousa,
1992; Woodrow, 1991). Deste modo, transformou-se a Guerra do Golfo, conforme
salienta Katz (1992: 6), num conflito do bem contra o mal, em que Saddam foi
comparado a Hitler e em que os curdos gaseados pelas tropas iraquianas foram
comparados aos judeus assassinados nos campos da morte pelas SS. Várias vozes
se ergueram ainda contra as meias-verdades propagandeadas pelos militares e
políticos beligerantes e engolidas como verdades totais por alguns jornalistas
e algum público (como a meia-verdade segundo a qual a guerra era cirúrgica,
quando a maioria das bombas caídas sobre o Iraque era gravitacional, tal e qual
como as da Segunda Guerra Mundial); várias vozes se ergueram igualmente contra
a censura que constrange os "direitos" a ver e a saber, contra o
funcionamento em pools e também contra a "intoxicação",
provocada, sobretudo, pela difusão jornalística das imagens fornecidas pelos
militares, sem qualquer recuo, edição ou contrastação de fontes e informações;
várias vozes se ergueram também contra os simulacros, fossem eles, entre
outros, os simulacros das imagens vídeo ou os simulacros dos debates, como opor
um general da força aérea a um da infantaria em vez de um pacifista a um
intervencionista. (ver, por exemplo: Katz, 1992; Sousa, 1992; Woodrow, 1991)
Chamou-se a esta guerra, em que virtual e real se fundiram frequentemente nos
ecrãs de televisão e até, por que não, na rádio e na imprensa, a esta guerra em
directo sem o ser, a esta guerra de simulacros, a esta guerra travada não
apenas no terreno mas também nos ecrãs de TV, a esta guerra travada
mundialmente em torno das imagens que os media construíam dela mesma, a
esta guerra onde as novas tecnologias militares são, em parte, as novas
tecnologias da informação e da comunicação, a esta guerra onde acontecimento e
recepção por vezes quase coincidem, a primeira guerra pós-moderna (Virilio,
1992; Perniola, 1991; Cádima, 1991; Orihuela, 1991).
Em consonância
com o exposto, este trabalho tem por objectivo avaliar a forma como a
imprensa portuguesa de grande expansão tratou o conflito do Golfo, entre 17 de
Janeiro e 28 de Fevereiro de 1991 (período estendido até 2 de Março nos
semanários). Tentei testar, principalmente, as seguintes hipóteses:
1.
Apesar, ou até por força, dos constrangimentos à liberdade jornalística
motivados pela excepcionalidade de uma situação de guerra e pelo contexto da
Guerra do Golfo e, eventualmente, devido ao papel da imprensa face ao
imediatismo da rádio e da televisão, ponho por hipótese que a cobertura
realizada pela imprensa portuguesa de grande expansão, de acordo com as
tendências que se iam desenhando no jornalismo desde os anos oitenta (ver, por
exemplo: Barnhurst e Mutz, 1997), tendeu para a análise e a documentação,
especialmente nos semanários e nos diários "de elite" Público
e Diário de Notícias, embora sem abandono da opinião e do discurso
descritivo/reportativo, formas tradicionais de enunciação jornalística nos news
media impressos;
2.
Tendo sido a Guerra do Golfo, em grande medida, uma guerra de imagens e,
sobretudo, uma guerra de imagens na TV (ver, por exemplo: Sousa, 1992; Cádima,
1991; Woodrow, 1991), ponho por hipótese que a imprensa se ressentiu dessa
contingência, tendo usado relevantemente a imagem para fazer passar a
informação;
3.
Secundariamente, ponho também por hipótese que, face não só aos
constrangimentos impostos pelos beligerantes à movimentação dos jornalistas
(ver, por exemplo: Sousa, 1992; Ledo Andión, 1993) mas também às novas
tecnologias que permitem e incentivam o jornalismo infográfico (ver, por
exemplo: Ledo Andión, 1993), a imprensa tenha recorrido relevantemente, por um
lado, a imagens extraídas dos ecrãs de televisão e, por outro lado, ao
jornalismo infográfico.
Procurei,
igualmente, averiguar o grau de dependência que a imprensa portuguesa sentiu de
produtores e fornecedores de conteúdos sobre a Guerra do Golfo (com todos os
problemas que tal facto pode potencialmente acarretar, nomeadamente quando a
informação tem origem em agentes interessados, neste caso, sobretudo políticos
e militares). Tive também por objectivo verificar se existiram enviusamentos na
cobertura jornalística que a imprensa portuguesa fez do conflito, que tenham
tornado essa cobertura mais ou menos favorável a um dos lados em confronto,
embora seja sempre de esperar a existência de desvios, mesmo que não
intencionais (bias). Um outro desiderato do presente trabalho consistiu
em procurar saber se o público foi advertido das circunstâncias em que a
cobertura da guerra se estava a desenrolar, nomeadamente das sujeições à censura
e a constrangimentos como o funcionamento em pools.
2.
Metodologia
Face às
hipóteses apresentadas, aos objectivos delineados e às conclusões dos diversos
estudos publicados sobre a cobertura jornalística da Guerra do Golfo, procurei
responder às seguintes perguntas de investigação (research questions):
RQ1: Qual foi o
relevo dado à Guerra do Golfo na imprensa portuguesa?
RQ2: De que tipo
foi o discurso jornalístico predominante: descritivo, documental, analítico ou
opinativo?
RQ3: Até que
ponto a imprensa portuguesa dependeu da produção externa em detrimento da
produção própria?
RQ4: Até que
ponto os líderes políticos tiveram acesso directo à imprensa através de artigos
de opinião de cunho próprio?
RQ5: O tom das
peças editadas favoreceu algum dos lados beligerantes?
RQ6: Quais foram
os temas abordados?
RQ7: Quais foram
as fontes citadas e qual a sua relevância?
RQ8: Qual foi o
tipo e a relevância da cobertura imagética da Guerra do Golfo?
RQ9: Até que
ponto a imprensa portuguesa dependeu da produção externa em termos de cobertura
imagética do conflito?
RQ10: Quais os
conteúdos da cobertura imagética da Guerra? Será que se traduziu essencialmente
numa espécie de catalogação quase publicitária do arsenal norte-americano, a
exemplo do que aconteceu nos EUA (Griffin e Lee, 1995)?
RQ11: Qual o
cuidado posto em colocar o público a par da censura e dos constrangimentos à
cobertura jornalística sobre a Guerra?
Para responder a
essas questões, metodologicamente enveredei por uma análise de conteúdo e
morfológica (número e superfície ocupada - em cm2- pelas
peças jornalísticas sobre o conflito), de seis jornais diários vespertinos (Público,
Diário de Notícias, Correio da Manhã, Jornal de Notícias, O
Comércio do Porto e O Primeiro de Janeiro), quatro jornais semanários
(O Independente, Expresso, O Jornal e Semanário) e
uma revista de informação geral (Sábado). Escolhi os quatro diários
portugueses vespertinos de maior tiragem (Público, Jornal de Notícias,
Diário de Notícias e O Correio da Manhã) e, por razões de proximidade
geográfica e de avaliação do comportamento da imprensa pertencente a empresas
em crise, os jornais do Porto O Primeiro de Janeiro e O Comércio do
Porto. Entre os semanários, seleccionei, igualmente, os de maior tiragem (Expresso,
a "instituição" do jornalismo português, O Independente e o Semanário)
e um jornal que atravessava uma crise, que acabaria por ditar o desaparecimento
do título (O Jornal). A Sábado era, à época, a única revista
semanal de informação geral publicada em Portugal.
Durante a análise
morfológica, fiz aproximações numéricas, às décimas ou às unidades, quando
trabalhei, respectivamente, com percentagens e com a aferição da superfície
ocupada, pois, tal opção, por um lado, facilita o tratamento da informação e a
apreensão da mesma e, por outro lado, não interfere com a avaliação das grandes
tendências da cobertura, que é, afinal, aquilo que está em causa nesta
pesquisa (as aproximações que fiz são desprezíveis em termos de análise das
tendências). Incluí na análise morfológica suplementos sobre a Guerra do Golfo
e alguns cadernos e revistas regulares dos jornais estudados com informação
sobre o tema em causa, sempre que disponíveis. Quando houve mais do que uma
edição diária do mesmo jornal, fenómeno que ocorreu no primeiro dia do conflito,
foi feita a análise morfológica das diferentes edições, incluindo-se nos dados
finais os elementos recolhidos na primeira edição e os elementos que
diferenciavam cada nova edição da anterior.
Defini, a
priori, para todos os títulos, as seguintes categorias de análise:
a.
Ao nível do tipo de peças publicadas:
- Peças integral ou
essencialmente descritivas/reportativas (as notícias sobre os factos da guerra
e os factos correlacionados com ela);
- Peças integral ou
essencialmente documentais (artigos que providenciam informação explicativa
sobre o background do conflito, os equipamentos militares e os
exércitos, etc.);
- Peças integral ou
essencialmente analíticas (artigos que analisam a situação e o seu contexto a
partir de dados, procurando interpretar e explicar o que se passa ou prever o
que se passará);
- Peças integral ou
essencialmente opinativas (peças que enunciam uma opinião sobre o conflito, o
seu contexto ou as suas repercussões);
- Origem das peças sobre a
Guerra (produção própria - incluindo colunistas,
correspondentes e colaboradores regulares- ou não própria, jornalística ou não jornalística, nacional ou estrangeira,
produção originária de revistas militares);
- Artigos de opinião de
líderes políticos (portugueses, americanos e de outros países Ocidentais,
iraquianos e de outros países);
- Peças cujo tom tivesse
sido tendencialmente positivo ou negativo para o Iraque ou para a intervenção e
a Coligação;
- Tema principal das peças
(incluindo peças sobre censura e constrangimentos à cobertura jornalística da
Guerra do Golfo);
- Fontes citadas nos
textos (para averiguação da sua relevância e representatividade, fiz uma
contagem das orações a elas atribuídas directamente ou sob a forma de
paráfrase, em dois números dos semanários e sete dos diários, tendo tido, para
estes últimos, a preocupação de estudar as fontes ao longo das edições de
jornais durante uma semana construída).
b.
Ao nível das imagens:
- Imagens sobre a Guerra;
- Tipos de imagens:
fotografias, cartoons, infográficos ou imagens obtidas a partir da TV;
estabeleci uma única categoria para mapas e infográficos por dois motivos: por
um lado, os mapas podem considerar-se uma modalidade de infográficos; por outro
lado, geralmente os mapas que surgiram na imprensa estavam povoados de vários
infográficos de outro tipo, nomeadamente infográficos icónicos e simbólicos;
- Origem das imagens
(produção própria ou não própria, jornalística ou não jornalística, nacional ou
estrangeira, produção oriunda de revistas militares);
- Conteúdo principal das
imagens (sem distinção do tipo de imagem);
- Imagens com menção a
censura.
Há uma questão
metodológica que merece reparo: os dados sobre os quais trabalhei foram
recolhidos por uma equipa de estudantes e recuperados da minha dissertação de
licenciatura (1992), onde, por sua vez, se encontra informação recolhida não
apenas por pessoas contratadas por mim, mas também por um colega. Apesar da
instrução prévia a que foram sujeitos e do esforço de harmonização que
empreendi, o facto de terem sido pessoas diferentes a recolher a informação em
diferentes jornais pode ter gerado uma relativa subjectividade na classificação
de peças e imagens nas categorias previamente estabelecidas. Este fenómeno
poderá ter tido alguma repercussão, embora julgue que mínima, nos resultados
finais da análise morfológica com categorias pré-estabelecidas, método que
escolhi para este trabalho. Mas esses hipotéticos desvios, ainda que se tenham
verificado, não parecem ter interferido no desenho das grandes tendências da
cobertura da imprensa portuguesa na Guerra do Golfo, que é, afinal,
aquilo que interessa definir com esta pesquisa.
A título de
reparo metodológico, convém, igualmente, salientar que na avaliação do espaço
ocupado por cada peça englobei o espaço ocupado pelas imagens nela incluídas, o
que corresponde à soma de texto, imagens e espaços brancos da peça. Porém, o
inverso não se verificou. Isto é, o espaço ocupado pelas imagens tratou-se
única e exclusivamente do espaço efectivamente ocupado pelas imagens.
Por outro lado,
quando me refiro a "países da Coligação", nas ocasiões em que não os
individualizo, refiro-me geralmente aos países que mais se salientaram na sua
intervenção e/ou que foram envolvidos no conflito devido, em primeiro lugar, à
sua proximidade geográfica (como é o caso do Reino Unido e da França, entre os
primeiros, e da Arábia Saudita ou do Egipto, entre os segundos).
Finalmente,
quero referir que os dados sobre os jornais Correio da Manhã e Jornal
de Notícias, que se encontram nas tabelas 4 a 8 dizem apenas respeito às
edições entre os dias 8 e 28 de Fevereiro de 1991, pois não foi possível
consultar os restantes jornais. Os dados globais disponíveis sobre esses periódicos,
expostos nas tabelas 1 a 3 e nas tabelas sobre a cobertura imagética do
conflito, foram recuperados da minha dissertação de licenciatura (Sousa, 1992).
3.
Contextualização histórica
O Iraque de
Hussein foi o primeiro estado a tentar explorar o fim da Guerra Fria. Presumivelmente,
Saddam calculou que a desregulação nas relações internacionais que se
perspectivava lhe permitiria anexar o rico emirato vizinho, que, conjuntamente
com a Arábia Saudita e o Paquistão, era dos principais concorrentes do Iraque
no financiamento de actividades integristas. (Al-Ahnaf e Étienne, 1991) Saddam,
militante do Partido Baas (pan-arabista e anti-ocidental), teria,
inclusivamente, salientado que "o caminho para Jerusalém passa por
Meca", além de ter criticado os hábitos perversos das monarquias do Golfo,
como a contratação de prostitutas ocidentais de luxo. (Al-Ahnaf e Étienne,
1991) Aliás, a 8 de Fevereiro de 1980, o presidente do Iraque divulgou uma
carta em que anunciava as suas intenções unitárias. Porém, o Ocidente,
demasiado preocupado com o Irão de Khomeiny, não o ouviu. Nem se apercebeu,
como Amin Maalouf (1990) fez notar, de que a agitação no Médio Oriente era mais
política do que religiosa.
Ao invadir o
Koweit, o Iraque justificou-se não apenas com o fácil argumento de que o Koweit
roubava petróleo ao Iraque, usando perfuradoras especiais, mas também com a
postura ideológica baasista, que considera a unidade da nação árabe como sendo
mais importante do que os estados parcelares, maioritariamente criados pelas potências
coloniais, mormente o Reino Unido e a França. Além disso, o Iraque foi beber
aos escritos de vários historiadores árabes, que consideram a anexação como um
acto legítimo à luz da história. Eles baseiam as suas asserções no facto de o
actual Koweit, desde os tempos das longínquas civilizações mesopotâmica,
babilónica, assíria/pérsica e parta, nunca ter estado separado do actual Iraque
até ao século XIX. Inclusivamente, entre 1871 e 1899, período durante o qual a
região iraquiana de Bassorá foi convertida em província, no seio do Império
Otomano, o emir do Koweit ainda dependia de Bassorá. De facto, o emirato só se
começa a assumir como entidade individual em 1899, quando encarregou o Reino
Unido da sua representação diplomática, e é apenas em 1961 que se torna
independente, apesar dos protestos iraquianos e árabes em geral, que vêem no
acto apenas uma manobra das antigas potências coloniais, destinada a
assegurar-lhes algum controlo sobre o petróleo. Aliás, em 1938 e 1939, o
próprio Conselho Legislativo do Koweit tinha defendido a fusão com o Iraque,
independente desde 1930 e membro da Sociedade das Nações desde 1932. A própria
independência koweitiana só foi mantida, no próprio ano em que foi alcançada,
devido à protecção concedida pelos soldados britânicos face à ameaça de
anexação iraquiana. E só em 1963 é que o Iraque reconhecerá o Koweit como país
independente, muito antes de Saddam Hussein e das suas teses pan-arabistas
chegarem ao poder. Em 1977, verificou-se uma nova desavença entre os dois países,
devido à reivindicação territorial que o Iraque fazia das estratégicas ilhas
koweitianas de Boubiane e Warba, que acabaram por lhe ser alugadas, condição
que satisfazia os interesses iraquianos.
Provocada pelo
combate ao fundamentalismo xiita que ameaçava a estabilidade iraquiana no Sul
do país e pelos eternos problemas em torno da delimitação das fronteiras na
explosiva região do Chatt al-Arab, onde se situam, em Oum Qsar, as únicas
instalações portuárias iraquianas por onde se pode fazer o escoamento de
petróleo, a guerra Irão-Iraque trouxe a este último país as simpatias
ocidentais (Al-Ahnaf e Étienne, 1992). Mas levou igualmente Saddam Hussein a
considerar que tinha prestado um serviço a todos os países da região, pelo que
exigiu o perdão das dívidas que o Iraque tinha contraído nesse período; quis
também que a relação preço/quota de petróleo definida pela OPEP para o Iraque
permitisse ao país fazer face aos desafios da reconstrução nacional e assumir
um lugar destacado no mundo árabe. Para que esta última condição se
concretizasse, fortaleceu decisivamente as Forças Armadas, especialmente à
custa de equipamento soviético, mas também ocidental (como se verificou durante
a Guerra do Golfo). (Al-Ahnaf e Étienne, 1992) Talvez não estivesse mesmo longe
dos horizontes de Saddam assumir a liderança do mundo árabe contra Israel,
acusado de possuir territórios árabes indevidos, de controlar crescentemente os
vitais recursos aquíferos da região, etc. (Al-Ahnaf e Étienne, 1992)
É neste contexto
que, pelos finais dos anos oitenta, devido ao torpedeamento koweitiano das
quotas e preços fixados pela OPEP, se começam a deteriorar significativamente
as relações entre o poderoso país de Saddam e o pequeno e apetecido emirato
conservador, cuja imensa riqueza, repartida pelos pequeno número de habitantes,
se devia unicamente ao petróleo, e cujas fronteiras e legitimidade histórica
desde sempre tinham sido contestadas pelo Iraque. A posse do Koweit daria aos
iraquianos uma fatia significativa do petróleo mundial e, em princípio,
ampliaria consideravelmente a influência do país no mundo. Hussein manda,
então, invadir o emirato, a 2 de Agosto de 1990. Todavia, ao fazê-lo, apesar de
alegar que o Koweit fazia parte do território iraquiano, viola também uma das
regras básicas da Liga Árabe: a de que nenhum país membro recorreria à força
para resolver diferendos. O Koweit invoca ainda em sua defesa a sua condição de
nação independente, internacionalmente reconhecida (inclusivamente pelo
Iraque), e os tratados que ao longo da história reconheciam a soberania
koweitiana sobre o seu próprio território, tais como os tratados de Sèvres e de
Lausanne, no âmbito dos quais os turcos otomanos desistiram de reclamar a
soberania sobre o emirato.
A forma como a
situação evoluiu posteriormente é conhecida. Liderados pelos EUA e motivados,
certamente, por razões políticas, económicas e militares, vários países,
legitimados pelas decisões do Conselho de Segurança das Nações Unidas,
desencadearam as operações Escudo no Deserto e Tempestade no Deserto, que
culminaram com a libertação do Koweit, em Fevereiro de 1991. Mas Saddam não foi
derrubado nem foi exigido o desmembramento do Iraque, já que a potencial
instabilidade daí resultante poderia ser mais explosiva do que a manutenção da
integridade do país.
No rescaldo da
guerra, os xiitas do Sul do Iraque revoltam-se, sendo reprimidos pelas tropas
fiéis a Saddam. No Norte do Iraque, os curdos são beneficiados por um estatuto
especial de protecção, outorgado pelas Nações Unidas e garantido pelas potências
ocidentais. A ONU declara a manutenção do embargo económico e militar ao Iraque
(que se mantém até hoje), destinado, principalmente, a forçar os líderes
iraquianos a desmantelar os programas de armamento químico, biológico e
nuclear. Apenas se exclui o auxílio humanitário, no âmbito de um programa das
Nações Unidas que autoriza a "troca" de petróleo por alimentos,
medicamentos e outros bens essenciais. O Norte e o Sul do Iraque são,
igualmente, declarados zonas de interdição aérea, de forma a proteger as
populações iraquianas que, historicamente, mais "dores de cabeça" têm
dado a Hussein, os curdos e os xiitas. Porém, desde 1991 a esta parte que
Saddam Hussein não se tem proibido de testar as potências da coligação
internacional e a determinação das Nações Unidas. Além do esmagamento da
revolta xiita no Sul (beneficiando do aparente beneplácito de um Ocidente que
também está longe de simpatizar com o fundamentalismo xiita), os iraquianos
intervieram militarmente no Curdistão, dispararam mísseis em direcção à
fronteira com o Koweit e a Arábia Saudita, realizaram manobras militares nas
fronteiras com esses países, levaram tropas a ultrapassar a fronteira
koweitiana com o argumento de que iam buscar material abandonado após a
operação Tempestade no Deserto, fixaram nos radares, e tornaram alvos para
mísseis, os aviões da coligação internacional que fiscalizam as zonas de
interdição aérea, "jogaram" constantemente ao "rato e ao
gato" com os inspectores da ONU que, no terreno (incluindo nos célebres
palácios presidenciais de Hussein), verificam o cumprimento, pelo Iraque, das
resoluções das Nações Unidas, nomeadamente daquelas que obrigam o país a
desmantelar os seus arsenais convencionais, químicos e biológicos e a colocar
um fim aos programas de armamento, especialmente de armamento convencional,
químico, biológico e nuclear. Alguns países da coligação internacional,
nomeadamente os EUA e o Reino Unido, já intervieram militarmente no Iraque,
destruindo infra-estruturas militares e locais suspeitos de albergar armas ou
de integrarem os programas rearmamentistas iraquianos. Mas algumas dessas
intervenções têm sido criticadas por alguns países da comunidade internacional,
nomeadamente aquelas que, eventualmente, se assemelham mais a gestos destinados
a desviar as atenções dos problemas de Bill Clinton do que a medidas oportunas,
ponderadas e consensuais.
4. Revisão de
literatura
Uma parte
significativa das obras que se debruçaram sobre o exercício do jornalismo
durante a Guerra do Golfo procura, criticamente, por um lado descrever a
manipulação e os constrangimentos que os jornalistas enfrentaram (sobretudo a
negação do acesso ao teatro de operações, o sistema de escolta militar, a
censura e a revisão militar das peças e o funcionamento em pools - em que um jornalista produz
informação para vários); por outro lado, atenta nas consequências dessa
cobertura junto do público e procura revelar factos desconhecidos do conflito,
dos seus antecedentes e das suas implicações. (v. g. Cary e Duffy, 1992;
Darwhish e Alexander, 1991; Guerra e Curral, 1991; Marinho, 1993; Perniola,
1991; Queirós, 1991; Rojo, 1991; Sousa, 1992; Woodrow, 1991; Bennett e Paletz,
1994).
Vários artigos
dão conta da mesma situação (tal como "Gulf war: A one note chorus",
publicado na Extra, em Maio de 1991; ou "Triunfo sem vitória: A
história desconhecida da Guerra do Golfo Pérsico", publicado na Revista
do jornal Expresso, a 25 de Janeiro de 1992). Outros estudos falam da
fuga ao espírito da liberdade de imprensa, evidenciada pelo controle
político-militar sobre os jornalistas e pela guerra da propaganda (Smith, 1993;
Blanchard, 1991), embora académicos como Cooper (1996) salientem que esse
controle não violou o princípio da liberdade de imprensa, nomeadamente numa
época em que o desenvolvimento das tecnologias de comunicação e difusão promove
a instantaneidade da cobertura.
A propaganda de
guerra é dissecada em vários textos (v.g. Jowett, 1993 a; 1993 b). Alguns
livros procuram oferecer-nos, sobretudo, o contexto histórico do conflito,
justificando-se com a falta de profundidade e com os constrangimentos da
cobertura mediática (v.g. Bulloch e Morris, 1991; Al-Ahnaf e Étienne, 1992). Outros
ainda dão uma panorâmica da situação e tentam antever as consequências da
guerra sob o prisma das relações internacionais e dos princípios da estratégia
(v.g. Carvalho, 1991). Outras obras, embora não se reportando directamente ao
conflito, colaboram para a compreensão de algumas das razões que estiveram na
sua génese (v.g. Maalouf, 1990). Produziram-se também vários artigos e livros
que se centraram na cobertura jornalística do conflito sob o prisma das
Ciências da Comunicação, entendidas de uma forma globalizante. Por exemplo,
Keeble (1997) analisa a Guerra do Golfo sob a perspectiva do mito, salientando
que, mais do que por culpa de uma conspiração massiva, a cobertura da Guerra do
Golfo deu do conflito a imagem que deu por acção de uma série de forças
profundas de raiz política, histórica, cultural e ideológica. Mas outros
trabalhos merecem, igualmente, uma descrição mais sistemática.
Katz (1992),
conforme já foi dito, apresenta um ensaio onde reflecte sobre a dissonância
entre a cobertura de guerra prometida e a cobertura efectivamente produzida e
onde critica o imediatismo na difusão jornalística de informação. Na mesma
linha, Hallin e Gitlin (1993) propõem uma visão da cobertura da Guerra do Golfo
Pérsico que assenta na cultura popular, consistindo numa celebração da
comunidade, do poderio técnico e do profissionalismo. McLeod, Eveland e
Signorielli (1994) sugerem mesmo que, em vários casos, o público americano,
geralmente confiante na liderança do Presidente, do Congresso e dos militares,
criticou os media nacionais por uma actividade mediática que terá sido
percepcionado como uma ameaça às acções dos EUA durante a Guerra.
A ideia da
celebração da comunidade e do seu poder enquanto fonte de um processo de
formação de um consenso na sociedade americana sobre a necessidade da
intervenção militar está presente num artigo de Jeffords e Rabinowitz (1994). Para
estes autores, os diversos géneros mediáticos (jornalismo impresso,
telejornalismo, fotojornalismo, radiojornalismo, talk shows, sitcoms,
etc.) onde se expressaram formulações discursivas sobre a Guerra do Golfo terão
contribuído para a reconstrução da História, para o controle da disseminação da
informação, para a criação de um consenso nacional e para a solidificação da
identidade da América. Porém, segundo Peer e Chestnut (1995), a televisão
norte-americana terá apoiado mais o discurso oficial do que os jornais, que se
terão revelado mais independentes, havendo, assim, razões para se examinar a
autonomia jornalística em função dos diferentes media. Não obstante,
estudos como os de Bennett e Manheim (1993), Fico e Soffin (1994) ou Rusciano
(1993), referenciados abaixo, foram particularmente críticos para o
comportamento da imprensa (escrita) dos Estados Unidos, considerando a
cobertura que ela fez da Guerra do Golfo tendencialmente circunscrita aos
pontos de vista, interpretações e enquadramentos (isto é, aos frames) oficiais.
Mancini (1992)
tenta provar que a cobertura da Guerra do Golfo em Itália demonstra a
emergência de dois modelos opostos no jornalismo italiano. Um deles radicaria
na confrontação político-ideológica e o outro na comercialização da informação.
O primeiro seria, sobretudo, sustentado pela imprensa e o segundo pela
televisão. A existência destes dois modelos antagónicos criaria confusão,
ambiguidade, polémica, diferenciação e divisão entre os jornalistas.
Um inquérito
feito por El-Sarayrah e Ayish (1992) aos jornalistas estrangeiros que
trabalharam na Jordânia para cobrir a Guerra do Golfo revelou que a maioria
eram homens ocidentais, na casa dos trinta-quarenta anos, que trabalhavam a
tempo inteiro para estações de televisão e que possuíam um curso superior. 45%
tiveram ajuda dos jornalistas locais. 38% contactaram sobretudo fontes privadas
e 25% usaram simultaneamente fontes privadas e oficiais. 55% discordaram da
ideia de que a cobertura da Guerra do Golfo estava a ser distorcida. Na
cobertura efectuada, 35% dos jornalistas valorizaram os aspectos políticos da
crise, 15 % os humanitários e 10% os militares. A língua foi considerada o
principal obstáculo ao trabalho jornalístico.
Kelliner (1992)
sustenta que foi através da propaganda, da desinformação e da "propagação
de mentiras" através dos news media, particularmente da televisão,
que a Administração Bush conseguiu criar apoio público para a intervenção
militar americana. No estudo, as versões da guerra apresentadas na televisão e
nos órgãos jornalísticos de grande difusão são sistematicamente comparadas com
as versões dos media alternativos, de forma a revelar as distorções, a
desinformação e as falsidades que os principais news media apresentaram
como verdades. No mesmo sentido, Mould (1996) sustenta, após ter estudado a
cobertura da batalha de Khafji (única ofensiva das tropas iraquianas, que
conseguiram ocupar, durante 36 horas, a cidade saudita fronteiriça com o mesmo
nome), que os jornalistas que não estavam "no sistema" realizaram um
trabalho superior àqueles que estavam. Todavia, segundo o mesmo autor, a
surpreendente ofensiva iraquiana levou os militares norte-americanos a rever as
tácticas de gestão de informação, isto porque os militares norte-americanos se
revelaram incapazes de fornecer rapidamente informação fidedigna, precisa e
credível aos jornalistas "do sistema". Assim, foram expandidas as pools
e aumentado o número diário de briefings (Mould, 1996).
Num livro
editado por Mowlana, Gerbner e Schiller (1992), 34 autores de 18 países criticam
as imagens veiculadas pelos news media dominantes. Para eles, essas
imagens contribuíram para orquestrar, com sucesso, a ideia do triunfo e para
atingir resultados que a aplicação da razão à realidade não alcançaria.
Jensen (1992)
examina, num artigo publicado no Journal of Communication Inquiry, a
noção de objectividade jornalística, aplicada à cobertura da Guerra do Golfo,
tendo concluído que a ideologia da objectividade dominante nos media de
elite tende a esconder mais do que a revelar.
Segundo Young
(1992), durante a Guerra do Golfo, os meios jornalísticos americanos e
australianos não corresponderam ao direito público a conhecer, na linha do que
teria já ocorrido nos conflitos das Falklands, de Granada e do Panamá. Para o
autor, o direito público à informação foi subordinado aos interesses dos
poderes político e militar, que pretenderam criar e manter apoio público para
um novo tipo de intervenção armada: a guerra limitada, contrastante com as
grandes guerras nacionalistas do passado. Esse apoio público à intervenção
bélica teria beneficiado do imediatismo da cobertura e do seu carácter
predominantemente imagético, que teriam dado uma mais valia de credibilidade a
um trabalho jornalístico que não a mereceu.
Para Gottschalk
(1992), as constrições à cobertura jornalística da Guerra do Golfo nos EUA
decorreram não apenas da acção da Administração Bush, mas também das tendências
que se foram desenhando na sociedade norte-americana desde os finais dos anos
setenta, que teriam criado um vácuo institucional e permitido uma
"presidência imperial": a inexistência de partidos políticos
efectivamente alternativos ao Democrático e ao Republicano; a emergência de um
público furioso, volátil e potencialmente belicoso; a nova relação que as
tecnologias estabeleceram entre a realidade e o público; e a valorização da
imagem em detrimento dos valores da verdade e da integridade.
A ideia de que a
televisão desempenha um papel de crescente importância na diplomacia
internacional e na guerra, conforme terá sido visível durante o conflito do
Golfo, é defendida por O’Hefffernan (1993). Para ele, a TV tem-se tornado num
sistema comunicacional chave em situações de conflito, desde a Guerra do
Vietname, dada a sua capacidade de alegadamente influenciar as correntes de
opinião pública. A TV global apenas teria acrescentado força e redimensionado
esse fenómeno à escala planetária, pelas seguintes razões: 1) abriria as portas
aos interesses privados e étnicos, que conseguiriam, assim, influenciar a
política externa dos diferentes países; 2) reduziria o tempo de análise e
apressaria os processos de tomada de decisão; 3) diluiria o secretismo na
diplomacia, dando espaço a todas as partes, inclusivamente para comentar os
pontos de vista e interpretações das partes contrárias; e 4) contribuiria para
inscrever temas multinacionais nas agendas de política estrangeira dos diversos
estados.
McLeod et al. (1993), num inquérito efectuado
aos habitantes de New Castle, descobriram que a função dos media
jornalísticos mais valorizada pelo público durante a Guerra do Golfo foi a
provisão de informação, o que vai ao encontro de um estudo anterior, conduzido
por Peled e Katz. McLeod et al. (1992) evidenciaram ainda
que os habitantes de New Castle atribuíram aos órgãos jornalísticos as funções
de explicação dos significados, redução da tensão e reforço da solidariedade. Snyder
(1993), num inquérito efectuado a habitantes do estado norte-americano do
Connecticut, descobriu que as pessoas mais críticas dos media eram
aquelas que mais se opunham à Guerra. Porém, no mesmo estudo o autor descobriu
que essa atitude crítica não estava significativamente correlacionada com o
conhecimento sobre a crise do Golfo Pérsico, enquanto o envolvimento nas
notícias estava.
Lo (1994)
salienta que os adolescentes asiáticos que mais conhecimentos denotavam sobre a
crise no Golfo foram aqueles que acompanharam a cobertura jornalística pela
imprensa, e não aqueles que a acompanharam pela televisão.
Em estudos
separados, Gutstadt (1993) e Milavbsky e Galceran (1993) descobriram que as
preferências públicas norte-americanas para a aquisição de informação sobre a
Guerra do Golfo foram para a televisão, tendo a CNN sido a fonte privilegiada,
nomeadamente durante as primeiras 24 horas do conflito e durante as primeiras
24 horas da ofensiva terrestre, embora a sua audiência tivesse decaído depois
desses picos, atingindo o nível anterior ao conflito uma semana após o
cessar-fogo. Os autores sustentam também que o interesse pelas notícias foi
temporário, quer nas televisões, quer nas rádios e na imprensa, e que diversos
inquéritos demonstraram que o público creu na cobertura efectuada pelos
jornalistas. As conclusões de Pan (1994) apontam, igualmente, para a
preferência que o público norte-americano concedeu à TV, particularmente à CNN,
enquanto fonte privilegiada de informação sobre a crise no Golfo Pérsico,
talvez porque, segundo Kaid (1994), essa estação televisiva tenha privilegiado
as reacções ao acontecimento (17,3% das peças) e as acções militares (15,6% das
peças), tendo consagrado mais de 29,3 horas de programação ao conflito (entre
16 de Janeiro e 1 de Março de 1991). Wicks e Walker (1993) demonstram mesmo que
a CNN se centrou significativamente mais no acontecimento do que na sua
análise, ao contrário da NBC, da CBS e da ABC.
Shinar e Stoicu
(1992) concluíram, por seu turno, que a performance dos media ocidentais
na cobertura da Guerra do Golfo sugere que eles operam sob o controle de forças
sociais e de factores psicológicos. Todavia, enquanto o controle social em
benefício da ideologia dominante, que teria sido exercido pelos news media
ocidentais durante a Guerra do Golfo, teria funcionado, o mesmo não se teria
passado no passado com os meios jornalísticos dos antigos países socialistas,
que não teriam conseguido impor um controle ideológico à sociedade, apesar dos
longos anos que duraram os regimes socialistas na Europa de Leste.
Para Tiffen
(1992), a Guerra do Golfo demonstra que a propaganda tem-se tornado uma segunda
frente de batalha nas guerras contemporâneas e que os meios jornalísticos, mais
velozes, imediatos e intensos do que em guerras precedentes, por consequência,
têm-se tornado numa arena, em dois sentidos: em primeiro lugar, a sua cobertura
torna-se inevitavelmente um alvo para críticas intensas, embora contraditórias,
devido às demandas incompatíveis dos grupos em conflito; em segundo lugar,
intensifica-se o conflito entre o desejo militar de controlar a informação e o
desejo jornalístico de reportar os eventos de acordo com critérios próprios. Segundo
o autor, o sucesso evidenciado pelos militares norte-americanos no controle dos
media durante o conflito do Golfo decorreu, essencialmente, dos triunfos
no campo de batalha, de onde se extrai a ideia de que, se as forças aliadas
tivessem fracassado ou tido um elevado número de vítimas, a cobertura poderia
ter sido diferente daquilo que foi.
Hadenius (1992)
efectuou uma análise qualitativa do discurso jornalístico predictivo sobre a
evolução da Guerra do Golfo em três diários de Estocolmo, tendo descoberto que
os jornais criaram uma sensação de medo imediatamente antes da Guerra,
enfatizando o facto de que forças inexoráveis estavam a colocar a Suécia
perante uma guerra sem paralelo na história. O autor descobriu ainda que,
apesar de os militares suecos terem escrito artigos onde procuravam
contrabalançar essa sensação de medo, os jornais continuaram a acenar, sem
exame atento aos relatórios militares, com um cenário de pesadelo, evocando a
possibilidade da ocorrência sem precedentes de actos terroristas e prevendo uma
guerra terrestre longa, sangrenta e ameaçadora. Hadenius (1992) realça, ainda,
que a competição entre os órgãos de comunicação social suecos favoreceu o
sensacionalismo em detrimento do equilíbrio judicioso e que a televisão e os
tablóides tenderam a simplificar as notícias, apelando mais aos sentimentos do
que à razão. Por outro lado, o autor conclui, igualmente, que a necessidade
jornalística de dar à informação sobre a Guerra do Golfo um ângulo local
contribuiu para distorcer a cobertura, já que os órgãos jornalísticos suecos
enfatizaram os fenómenos que poderiam afectar directamente a Suécia, tais como
o terrorismo, secundarizando a cobertura da Guerra em si.
As relações
públicas como uma arma da guerra moderna é o tema de um estudo de Hiebert
(1993), para quem os campos de batalha incluem, nos dias de hoje, uma frente
doméstica mediática que os profissionais de relações públicas associados a
políticos e militares procuram gerir. Embora, segundo Hiebert (1993), a
propaganda sempre tenha sido parte da guerra, o que foi novo durante a operação
Tempestade no Deserto foi a escala sem precedentes a que ela se produziu, numa
tentativa de obtenção de apoio público. O autor argumenta, igualmente, que o
Iraque perdeu não apenas a guerra militar mas também a guerra mediática,
devido, neste último caso, à incapacidade e falta de experiência do país nas
práticas clássicas de relações públicas, nomeadamente definição de estratégias
políticas, relações com os jornalistas, relações comunitárias, relações com os
funcionários administrativos e gestão de crises.
A
"teoria" do agenda-setting serviu de base a uma pesquisa de
Haney (1993), levada a cabo nos Estados Unidos. O pesquisador descobriu que a
hipótese de que os jornais tendem a ser agenda-setters mais poderosos do
que a televisão foi fracamente suportada no que respeita ao agendamento de
temas sobre a Guerra do Golfo na agenda pública. Por outro lado, o autor
descobriu que a hipótese de que é o público que, em certa medida, define a
agenda mediática, tendeu a ser confirmada durante o conflito. Todavia, o autor
argumenta que os jornais desempenharam um papel mais forte enquanto
co-definidores da agenda pública quando foram dissecadas "estórias"
específicas sobre a crise do Golfo Pérsico.
Em Desert
Storm and the Mass Media, Greenberg e Gantz (1993) editam uma série de
ensaios e estudos sobre os discursos protagonizados pela comunicação social
durante a crise do Golfo Pérsico. Por exemplo, Gunter e Wober (1993) demonstram
que a cobertura da Guerra do Golfo no Reino Unido, dominada pela televisão,
provocou a falência dos esquemas de programação, com as notícias sobre a crise
a alterarem os horários ou até a forçarem ao cancelamento de programas. Por
outro lado, segundo os autores, as imagens das tropas a montarem guarda aos
aeroportos terão contribuído para as pessoas ficarem sensação de que a crise
rondava as suas casas.
Gantz e
Greenberg (1993), por seu turno, realçam que a difusão de notícias sobre o
início das hostilidades foi universal e imediata, tal como se esperava, devido
ao valor noticioso do acontecimento e à proximidade de alguns jornalistas do
local da acção. Porém, as notícias dos ataques de mísseis iraquianos contra
Israel, embora rápida e extensivamente difundidas, não foram divulgadas nem
universal nem imediatamente. Os autores interpretam o fenómeno argumentando que
a notícia teria sido considerada de menor valor noticioso do que o romper da
Guerra, pelo que se trataria de um fenómeno previsível.
Num interessante
estudo sobre o papel da comunicação interpessoal e as notícias, Greenberg,
Cohen e Li (1993) evidenciaram que as pessoas foram mais activas nos locais de
trabalho e de comércio do que em casa no que respeita à obtenção de informação
inicial sobre o conflito, recorrendo à comunicação interpessoal. Porém, a utilização
de contactos interpessoais para obtenção de informação sobre a Guerra
decresceu, em favor da rádio e da televisão, à medida que as hostilidades se
prolongavam.
Um dado
relevante sobre a cobertura da Guerra do Golfo na imprensa norte-americana foi
revelado por Fan (1993). Segundo este autor, 46% das notícias sobre o conflito
difundidas pela Associated Press e pelo USA Today continham pelo menos
um parágrafo onde se tomava posição sobre a verosimilhança da cobertura.
Cheney (1993),
por seu turno, realça a utilização da metáfora do estado-pessoa no discurso
jornalístico sobre a Guerra, salientando que os news media difundiram a
ideia, implícita ou explicitamente, de que, tal como uma criança agressiva e
retardada deve ser, respectivamente, punida e observada e controlada, também um
país agressivo e atrasado o deve ser.
Analisando os
dados de inquéritos efectuados nos Estados Unidos, em Israel e no Reino Unido,
Cohen (1993) demonstra que o público dos três países percepcionou o conflito do
Golfo como sendo mais severo, complexo e intenso na realidade do que nas
notícias, demonstrando, assim, que as pessoas tendem a dissociar os fenómenos
reais das suas versões mediáticas.
Na Austrália,
Blood (1993) descobriu que a maioria dos cidadãos, particularmente a maioria
dos apoiantes do Partido Conservador, apoiava a causa Aliada e a opção militar,
sendo a televisão e os jornais os media a que mais se recorreu para se
obter informação sobre o conflito. Inversamente, segundo Boyd (1993), nos
países árabes terá sido a rádio o medium dominante, tendo-se,
inclusivamente, assistido a um aumento acentuado da escuta de rádios ocidentais
de onda média e de onda curta. Porém, Al-Makaty, Boyd e Tubergen (1994)
descobriram que enquanto os cidadãos sauditas urbanos consideraram as fontes
jornalísticas ocidentais mais credíveis acerca daquilo que se passava no Golfo,
os cidadãos rurais confiavam mais nas prédicas dos líderes religiosos durante
as preces das sextas-feiras, nas cassetes áudio e nas discussões com membros da
família mais próxima.
Arant e Warden
(1993) analisaram o debate entre jornalistas e militares americanos sobre as
restrições impostas à cobertura da Guerra do Golfo, tendo descoberto que ambos
os grupos concordavam que os esquemas de reportagem aplicados durante esse
conflito deveriam ser reavaliados. Porém, os dois grupos discordavam sobre o
papel dos news media na sociedade, particularmente em tempo de guerra. Aliás,
Small (1993) faz notar que os valores, as normas e o desenho colectivo da
estrutura e da política para os sistemas de comunicação tendem a ser objecto de
avaliações críticas em tempos de crise, conforme sucedeu durante a Guerra do
Golfo.
Krosnick e
Brannon (1993) demonstraram que a performance do Presidente Bush depois
da Guerra foi avaliada pelos cidadãos norte-americanos tendo mais em
consideração a eficácia do Presidente na gestão do conflito do Golfo do que o
seu desempenho doméstico e ao nível das restantes relações internacionais. Parker
(1995) chega a uma conclusão semelhante, embora tenha realçado que as
avaliações positivas do desempenho de Bush e do Congresso, a confiança no
governo federal e as expectativas para o desenvolvimento económico tinham
regressado aos níveis anteriores ao despoletar da crise dez meses depois do fim
da Guerra do Golfo. Este dado poderá ter trazido como consequência o incentivo
político às acções militares em alturas de baixa popularidade, conforme parece
ter sucedido durante a actual presidência de Clinton.
Na mesma linha
de Krosnick e Brannon (1993), Sigelman et al. (1993) mostraram que o facto de
as notícias sobre a Guerra serem optimistas ou pessimistas não tinha grande
influência na opinião que os norte-americanos faziam da crise do Golfo e,
portanto, do desempenho do Presidente Bush. Porém, tanto os jornalistas, como
as fontes militares, como os actores principais Bush, Powell e Schwarzkopf
foram mais credíveis e tidos por honestos, conhecedores e dignos de confiança
para os norte-americanos que adquiriram informação sobre a Guerra
predominantemente pela televisão do que para aqueles que foram buscar essa
informação aos jornais (Pinsdorf, 1993). Os americanos que obtiveram informação
sobre a guerra predominantemente pela televisão, centrada no acontecimento e
não no contexto, terão também apoiado mais a intervenção armada e a política
externa de Bush do que aqueles que obtiveram informação sobretudo através de
outros meios jornalísticos (Iyengar e Simon, 1993).
Denton (1993)
discorre sobre a televisão enquanto instrumento de guerra, argumentando que a
TV se tornou num recurso estratégico e numa arma essencial durante a Guerra do
Golfo. Para o autor, ao mostrar as "realidades" da guerra (que ele
apelida de "história instantânea"), a televisão americana terá
contribuído para a construção da ideia de que a guerra estava a ser vencida,
tornando-se, portanto, numa peça-chave para os militares, envolvidos não apenas
na frente de batalha, mas também numa frente de propaganda interna. Denton
(1993) salienta, igualmente, que a ausência de um genuíno debate aberto antes
da guerra terá contribuído para o consenso nacional favorável à intervenção
militar que o governo e os militares desejavam e necessitavam. Assim sendo - conclui o autor- existe uma diferença substancial
entre um debate nacional aberto e a cobertura mediática de um acontecimento,
sendo, portanto, duvidoso que o telejornalismo possa funcionar como um árbitro
desse debate.
Kellner (1993)
aborda igual temática, realçando, ainda, que, na imprensa dos EUA, a
demonização de Saddam e a glorificação das tropas e da tecnologia
norte-americanas representa o aproveitamento propagandístico de formas de
enquadramento (frames) impressos na cultura popular, como aconteceu na
II Guerra Mundial, com a demonização de Hitler e das Forças Armadas Alemãs e a
representação jornalística da acção militar norte-americana como uma luta do
bem contra o mal. Kirton (1994) contextualiza dentro da recuperação do mesmo
mito/frame imperante na II Guerra Mundial a acção da imprensa canadiana
em favor da intervenção das Forças Armadas do Canadá. Porém, Hibbard e
Keenleyside (1995) sustentam que a imprensa canadiana não se terá vergado ao
Governo antes da Guerra do Golfo de forma a preparar o público para a
participação canadiana na intervenção armada, ao contrário do que a imprensa
norte-americana terá feito. Já Rojo (1995), analisando o diário espanhol El
Pais, considera que o jornal também demonizou Saddam Hussein, através da
contraposição das categorias do "nós" (inclusivo) e do
"eles" (exclusivo), que levariam, recuperando conceitos de Foucault,
à divisão e rejeição. O El Pais terá criado, inclusivamente, uma imagem
do Presidente iraquiano onde ele aparece como o estrangeiro, o estranho, o ser
irracional, o homem mau, a besta e a personificação do mal.
Essa noção da
divisão entre o "nós" e o "eles" subjaz também a uma
pesquisa de Liebes (1992). Ao comparar o tratamento que as televisões
americanas e israelitas fizeram da Intifada e da Guerra do Golfo, o autor
conclui que, quando o país de um jornalista está em guerra, ele tende a usar frames
diferentes na avaliação, selecção, descrição e análise dos acontecimentos. Mais
concretamente, os jornalistas de um país em guerra tendem, segundo Liebes
(1992), a extirpar o lado oposto, a moderar o sofrimento infringido ao seu
próprio lado, a atribuir força idêntica a ambos os lados, a personalizar o seu
lado, a demonizar o lado "deles" e a descontextualizar e
desculpabilizar as acções agressivas tomadas pelo seu lado. O pesquisador
conclui, assim, que os sentimentos de pertença a uma nação e de lealdade se impõem
à própria ideologia profissional dos jornalistas, que tendem a aceitar
múltiplas pressões quando o seu país está envolvido numa guerra.
No mesmo tom,
Bennett e Manheim (1993) salientam que um jornal como o The New York Times
circunscreveu o debate e o comentário editorial aos temas propostos pelos meios
oficiais. Assim, o alcance da cobertura teria ficado dentro das fronteiras
estabelecidas pelo poder político-militar. Consequentemente, os autores
concluem que o público não teve acesso a um leque de opiniões e análises
suficientemente amplo para permitir uma avaliação mais ponderada da política
intervencionista da Administração Bush. Este fenómeno ter-se-á também
verificado nos principais jornais do estado norte-americano do Michigan, onde
mais de dois terços das principais "estórias" sobre a Guerra não eram
equilibradas em termos de contrastação de pontos de vista (Fico, Ku e Soffin,
1994); aliás, a Guerra do Golfo terá sido um dos temas que menos contrastação
teve na imprensa de âmbito nacional dos EUA (Fico e Soffin, 1995). Hackett e
Zhao (1994) relevam, inclusivamente, que três news frames
interpretativos - o inimigo dentro de
portas, ódio marginal e controvérsia legítima- enquadraram o tratamento noticioso dos protestos contra
a Guerra nos Estados Unidos. A postura do movimento americano contra a guerra,
segundo os autores, terá mesmo sido apresentada, tendencialmente, de forma
defensiva, como se esse movimento procurasse a legitimação.
Reese e Buckalew
(1995) alinham pelo mesmo diapasão. Ao analisarem uma televisão local
norte-americana, constrangida pelas suas ligações à comunidade envolvente e
pela necessidade de audiência, estes autores encontraram a existência de vários
"frames de referência" rotineiramente usados na cobertura da
Guerra do Golfo, que serviram para apoiar a política da Administração Bush e
para criar uma "ilusão de triunfo". Por exemplo, os "frames
de referência" rotineiramente usados opuseram o patriotismo à oposição à
guerra e lidaram com os protestos contra a Guerra como uma ameaça à ordem
social. Durante o conflito, patriotismo e Forças Armadas foram mesmo
estreitamente conectados.
De forma
semelhante aos estudos anteriores, Griffin e Lee (1995) demonstram que a
cobertura fotojornalística da Guerra do Golfo na Time, na Newsweek
e no U.S. News & World Report assentou num limitado leque de
imagens, que enfatizaram, sobretudo, uma catalogação do arsenal
norte-americano.
A comparação
entre os discursos do The New York Times e do Times of India
levou Rusciano (1993) a concluir que este último jornal terá sido mais plural e
universal na colecta de opiniões sobre a Guerra do Golfo. Porém, ambos os
periódicos convergiram após as primeiras oito semanas da crise e ambos
enfatizaram a componente moral da condenação da ocupação militar iraquiana do
Koweit, realçando o isolamento do Iraque.
Tal como Jowett
(1993 a; 1993 b), que sustenta que a propaganda político-militar durante a
Guerra do Golfo não foi mais sofisticada do que a da I Guerra Mundial, Woodward
(1993) relembra que desde sempre os governos intervieram sobre a imprensa em
tempo de guerra. Porém, para o autor, a ausência no terreno e a falta de
atenção anteriores à crise protagonizadas pela imprensa norte-americana em
relação ao Koweit, Iraque e Arábia Saudita terão contribuído tanto para a
capacidade de controle da cobertura jornalística evidenciada pelo Pentágono
quanto contribuiu a rejeição da liberdade de imprensa nesses mesmos países.
Um outro autor
que discorreu sobre a censura e a actividade jornalística ao longo da História
foi Blanchard (1991). Ele salienta que nunca a performance da imprensa custou
uma vitória aos Estados Unidos, mas que, pelo contrário, a censura custa a
liberdade de imprensa à nação americana. Todavia, ele adverte que são sempre de
esperar censura e constrangimentos à cobertura jornalística dos conflitos
bélicos. Burch (1995), por seu turno, diz que as questões da ética e da
deontologia profissional dos jornalistas têm de ser rapidamente reavaliadas,
pois os avanços tecnológicos geram uma dinâmica que tende a ultrapassar essa
discussão. A cobertura imediaticista da Guerra do Golfo, protagonizada,
sobretudo, pela CNN, fornece a Burch (1995) a âncora da sua argumentação.
Savarese (1993)
focou-se na orientação da imprensa europeia imediatamente antes da intervenção
militar no Golfo Pérsico, tendo concluído que a cobertura da crise evoluiu
segundo estádios previsíveis: 1) surpresa; 2) interesse; 3) rotina; 4)
expectativa e espera; e 5) fluxo de informações semelhante às dos
acontecimentos mediáticos. Segundo o autor, a imprensa europeia dividiu-se no
seu apoio ou no seu repúdio à intervenção militar e, contrariamente às
hipóteses colocadas, nem sempre a imprensa tida por mais
"conservadora" se revelou mais favorável à intervenção militar e mais
"militarista" do que a imprensa tida por "progressista";
pelo contrário, a imprensa "progressista" foi, por diversas vezes,
mais favorável à intervenção armada do que a "conservadora".
Kaid (1993)
comparou os conteúdos das primeiras páginas de cinco grandes jornais mundiais - Washington Post, London Times, Le Monde, Asahi e Allgemeine
Zeitung- , tendo descoberto que o Allgemeine
Zeitung foi aquele que inseriu na "um" maior número de
"estórias" sobre a Guerra do Golfo, enquanto o Asahi foi
aquele que editou menos "estórias" acerca do conflito. O estudo
demonstra também uma grande uniformidade de temas e termos em todos os jornais;
todavia, o Le Monde foi o único periódico a enfatizar as questões morais
que cercavam o conflito, incluindo se se devia ou não intervir militarmente.
A credibilidade
das informações e as referências à censura foram correlacionadas por Newhagen
(1994 a). Este autor descobriu que as notícias com menção ao facto de terem
sido sujeitas a censura eram, apesar disso, moderadamente credíveis entre o
público norte-americano (o que pode ser preocupante). Num outro estudo,
Newhagen (1994 b) faz referência ao facto de a presença de um censor oficial
que nega ou procura alterar os dados difundidos sobre uma ocorrência tende a
provocar uma sobrecarga cognitiva que reduz o pensamento elaborado sobre essa
ocorrência. O mesmo autor descobriu também que as "estórias" onde um
censor oficial negava ou procurava alterar informações eram, geralmente, as
peças mais intensas, mais críticas e mais negativas (Newhagen, 1994 c). A CNN
terá sido, na versão de Newhagen (1994 c) a estação televisiva que mais
"estórias" difundiu com a presença de censores oficiais, apesar de as
peças, nessa televisão, tenderem a ser menos intensas, menos críticas e menos
negativas do que nas grandes redes nacionais de televisão dos EUA (ABC, CBS e
NBC).
Os cartoons representando
Saddam Hussein publicados no Washington Post, no Atlanta Constitution,
no Chicago Tribune e na Newsweek entre 1 de Agosto de 1990 e 31
de Março de 1991 foram analisados por Conners (1998). Este autor demonstra que
as representações cartoonísticas do Presidente iraquiano oscilaram entre as
figuras do agressor e do criminoso, sendo mesmo frequentemente desumanizado,
encarnando figuras de animais, incluindo aranhas e aves. Conners salienta,
assim, que os cartoonistas americanos trabalharam, principalmente, no sentido
de garantir suporte para a intervenção americana no Golfo Pérsico e para o
Presidente Bush, embora registe que o Presidente americano foi, por vezes,
representado como fraco, indeciso e impaciente. Concluindo, o autor destaca que
embora Hussein tenha sido representado como o inimigo, o Presidente Bush não
foi representado como o herói da Guerra.
Baroody (1998)
realizou um estudo interessante sobre as consequências de uma cobertura de
guerra em que os jornalistas estavam fisicamente ausentes do teatro de
operações, algo que contrariaria, inclusivamente, um traço nítido da cultura
jornalística norte-americana (e mundial): estar no local certo no momento
certo. Para este autor, essa condição particular da cobertura da Guerra do
Golfo influenciou as visões do mundo do público em geral e condicionou a luta
simbólica em torno dos significados do conflito.
Todas as
circunstâncias e que rodearam a cobertura jornalística da Guerra do Golfo e os
seus efeitos terão tido, pelo menos, uma consequência: os jornalistas debateram
a sua profissão e redefiniram os contornos para uma prática mais apropriada em
tempo de guerra. É esta a conclusão de Zelizer (1992), que aborda a questão
realçando o quanto os jornalistas ocidentais debateram o valor, as vantagens e
as desvantagens de reportar uma guerra em "tempo real", remando
contra a censura e diversos outros constrangimentos, de que o funcionamento em pools
é apenas um exemplo. Posso dizer que a minha conclusão é a mesma. Digo-o
fundamentando-me naquilo que li, vi e ouvi e na minha própria experiência
profissional enquanto estudante de jornalismo e jornalista no período da Guerra
do Golfo.
5. Resultados
Os resultados do
estudo são sistematicamente apresentados nas tabelas a seguir inseridas.
A.
Situação nos jornais diários
Tabela 1
Informação sobre a Guerra do Golfo nos jornais
diários
Jornal |
N.º total de peças sobre a Guerra |
Média diária de peças sobre a Guerra |
Espaço total ocupado por informação sobre a Guerra (cm2) |
Média diária do espaço total ocupado por
informação sobre a Guerra (cm2) |
Correio da Manhã |
1.315 (18,4%) |
30,6 |
592.923 (10,5%) |
13.788,9 |
O Comércio do Porto |
1.178 (19,7%) |
27.4 |
313.891 (14,9%) |
7.299,8 |
Diário de Notícias |
1.359 (15,9%) |
31.6 |
494.424 (12,2%) |
11568,2 |
Jornal de Notícias |
1.247 (14,2%) |
29 |
380.455 (12,7%) |
8.847,8 |
O Primeiro de Janeiro |
1.011 (17,2%) |
23,5 |
246.093 (11,9%) |
5723,1 |
Público |
1.308 (19,3%) |
30,4 |
521.203 (21%) |
12.121,1 |
Nota: A negro
carregado, entre parênteses, indica-se a percentagem do n.º de peças sobre a
guerra e a percentagem do espaço que elas ocupam no total da informação.
Tabela 2
Tipo de peças sobre a Guerra do Golfo nos jornais
diários (n.º de peças)
Jornal |
Peças essencialmente descritivas/ reportativas |
Peças essencialmente documentais |
Peças essencialmente analíticas |
Peças essencialmente opinativas |
Correio da Manhã |
1.214 (92,3%) |
51 (3,9%) |
12 (0,9%) |
38 (2,9%) |
O Comércio do Porto |
1.016 (86,2%) |
95 (8,1%) |
18 (1,5%) |
49 (4,2%) |
Diário de Notícias |
901 (66,3%) |
159 (11,7%) |
136 (10%) |
163 (12%) |
Jornal de Notícias |
1.089 (87,3%) |
73 (5,8%) |
46 (3,8%) |
39 (3,1%) |
O Primeiro de Janeiro |
882 (87,2%) |
51 (5,1%) |
21 (2,1%) |
57 (5,6%) |
Público |
966 (73,8%) |
155 (11,9%) |
105 (8%) |
82 (6,3%) |
Nota: A negro
carregado, entre parênteses, indica-se a percentagem, em função do total de
peças sobre a Guerra.
Tabela 3
Tipo de peças sobre a Guerra do Golfo nos jornais
diários (espaço ocupado em cm2)
Jornal |
Peças essencialmente descritivas/ reportativas |
Peças essencialmente documentais |
Peças essencialmente analíticas |
Peças essencialmente opinativas |
Correio da Manhã |
494.605 (83,4%) |
67.258 (11,3%) |
9.260 (1,6%) |
21.800 (3,7%) |
O Comércio do Porto |
237.348 (75,6%) |
47.236 (15%) |
10.149 (3,2%) |
19.158 (6,2%) |
Diário de Notícias |
186.422 (37,7%) |
104.146 (21,1%) |
93.272 (18,9%) |
110.584 (22,3%) |
Jornal de Notícias |
269.340 (70,8%) |
53.934 (14,2%) |
20.631 (5,4%) |
36.550 (9,6%) |
O Primeiro de Janeiro |
192.844 (78,4%) |
23.836 (9,7%) |
12.837 (5,2%) |
16.576 (6,7%) |
Público |
277.462 (53,2%) |
94.966 (18,2%) |
92.461 (17,7%) |
56.314 (10,9%) |
Nota: A negro
carregado, entre parênteses, indica-se a percentagem, em função do espaço total
ocupado por peças sobre a Guerra.
Tabela 4
Origem das peças sobre a Guerra nos jornais
diários
Ori-gem |
Cor-reio da Manhã |
Cor-reio da Manhã |
O Co-mér-cio do Porto |
O Co-mér-cio do Porto |
Diário de Notí-cias |
Diário de Notí-cias |
Jornal de Notí-cias |
Jornal de Notí-cias |
O Pri-meiro de Janei-ro |
O Pri-meiro de Janei-ro |
Públi-co |
Públi-co |
- |
N.º* |
Espaço* (cm2) |
N.º |
Espaço (cm2) |
N.º |
Espaço (cm2) |
N.º* |
Espaço* (cm2) |
N.º |
Espaço (cm2) |
N.º |
Espaço (cm2) |
TO-TAL |
178 |
109.820 |
1.178 |
313.891 |
1.359 |
494.424 |
292 |
161.994 |
1.011 |
246.093 |
1.308 |
521.203 |
Não men-ciona-da e inde- termi- nável |
143 (80,3%) |
87.747 (79,9%) |
990 (84%) |
246.087 (78,4%) |
810 (59,6%) |
175.212 (35,4%) |
216 (74%) |
120.550 (74,4%) |
644 (63,7%) |
109.779 (44,6%) |
407 (31,1%) |
156.216 (29,9%) |
Produ-ção pró-pria ou mista |
27 (15,2%) |
16.893 (15,4%) |
124 (10,5%) |
44.328 (14,1%) |
405 (29,8%) |
165.375 (33,4%) |
40 (13,7%) |
16.468 (10,2%) |
180 (17,8%) |
58.260 (23,7%) |
759 (58%) |
301.430 (57,8%) |
Produ-ção não pró-pria jorna-lística nacio-nal |
- |
- |
26 (2,2%) |
13.530 (4,3%) |
4 (0,3%) |
1.950 (0,4%) |
15 (5,1%) |
11.990 (7,4%) |
89 (8,8%) |
33.912 (13,8%) |
48 (3,7%) |
18.718 (3,6%) |
Produ-ção jorna-lística estran-geira |
6 (3,4%) |
4.389 (4%) |
12 (1%) |
3.800 (1,2%) |
93 (6,8%) |
94.575 (19,1%) |
4 (1,4%) |
1.292 (0,8%) |
57 (5,6%) |
36.168 (14,7%) |
87 (6,7%) |
41.316 (7,9%) |
Produ-ção não pró-pria não jorna-lística nacio-nal |
- |
- |
5 (0,4%) |
1.204 (0,4%) |
46 (3,4%) |
55.850 (11,3%) |
1 (0,3%) |
402 (0,2%) |
32 (3,2%) |
6.180 (2,5%) |
3 (0,3%) |
1.655 (0,3%) |
Produ-ção não pró-pria não jorna-lística estran-geira |
1 (0,6%) |
214 (0,2%) |
20 (1,7%) |
4.754 (1,5%) |
1 (0,1%) |
1.462 (0,4%) |
16 (5,5%) |
11.292 (7%) |
9 (0,9%) |
1.794 (0,7%) |
3 (0,3%) |
1.868 (0,4%) |
Revis-tas milita-res |
1 (0,6%) |
577 (0,5%) |
1 (0,08%) |
188 (0,06%) |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
*Dados apenas
referentes ao período entre 8 e 28 de Fevereiro de 1991.
Tabela 5
Artigos de opinião sobre a Guerra de líderes
políticos nos jornais diários
Arti-gos |
Cor-reio da Manhã |
Cor-reio da Manhã |
O Co-mér-cio do Porto |
O Co-mér-cio do Porto |
Diário de Notí-cias |
Diário de Notí-cias |
Jornal de Notí-cias |
Jornal de Notí-cias |
O Pri-meiro de Janei-ro |
O Pri-meiro de Janei-ro |
Públi-co |
Públi-co |
- |
N.º* |
Espaço* (cm2) |
N.º |
Espaço (cm2) |
N.º |
Espaço (cm2) |
N.º* |
Espaço* (cm2) |
N.º |
Espaço (cm2) |
N.º |
Espaço (cm2) |
TO-TAL |
1 |
214 |
25 |
5.957 |
10 |
8.775 |
17 |
11.694 |
10 |
3089 |
6 |
3.523 |
Líde-res políti-cos de Portu-gal |
0 (0%) |
0 (0%) |
5 (20%) |
1.203 (20,2%) |
10 (100%) |
8.775 (100%) |
1 (5,9%) |
402 (3,4%) |
9 (90%) |
2.556 (82,8%) |
3 (50%) |
1.655 (46,8%) |
Líde-res políti-cos dos EUA e outros países oci-den-tais |
0 (0%) |
0 (0%) |
13 (52%) |
2.623 (44%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
13 (76,4%) |
10.203 (87,2%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
2 (33,3%) |
1.036 (29,4%) |
Líde-res políti-cos do Iraque |
0 (0%) |
0 (0%) |
2 (8%) |
296 (5%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
2 (11,8%) |
803 (6,9%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
Líde-res políti-cos de outros países da Coli-gação |
0 (0%) |
0 (0%) |
1 (4%) |
289 (4,8%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
1 (5,9%) |
286 (2,4%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
Líde-res políti-cos de Israel |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
Líde-res políti-cos de outros países e da ONU |
1 (100%) |
1 (100%) |
4 (16%) |
1.546 (25,9%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
1 (10%) |
533 (17,2%) |
1 (16,7%) |
832 (23,8%) |
*Dados apenas
referentes ao período entre 8 e 28 de Fevereiro de 1991.
Tabela 6
Tom predominante das peças sobre a Guerra nos
jornais diários
Tom predo-minan-te |
Cor-reio da Manhã |
Cor-reio da Manhã |
O Co-mér-cio do Porto |
O Co-mér-cio do Porto |
Diário de Notí-cias |
Diário de Notí-cias |
Jornal de Notí-cias |
Jornal de Notí-cias |
O Pri-meiro de Janei-ro |
O Pri-meiro de Janei-ro |
Públi-co |
Públi-co |
- |
N.º* |
Espaço* (cm2) |
N.º |
Espaço (cm2) |
N.º |
Espaço (cm2) |
N.º* |
Espaço* (cm2) |
N.º |
Espaço (cm2) |
N.º |
Espaço (cm2) |
Tom positi-vo para o Iraque |
1 (0,6%) |
1.339 (1,2%) |
9 (0,8%) |
3.144 (1%) |
5 (0,4%) |
4.022 (0,8%) |
6 (2%) |
1.118 (0,7%) |
18 (1,8%) |
7.785 (3,2%) |
20 (1,5%) |
8.346 (1,6%) |
Tom negati-vo para o Iraque |
6 (3,4%) |
1.849 (1,7%) |
43 (3,6%) |
12.960 (4,1%) |
4 (0,3%) |
3.290 (0,7%) |
15 (5,1%) |
6.844 (4,2%) |
84 (8,3%) |
38.568 (15,6%) |
46 (3,5%) |
25.702 (4,9%) |
Tom positi-vo para a Coli-gação e a inter-venção |
9 (5%) |
4.821 (4,4%) |
17 (1,4%) |
7.246 (2,3%) |
11 (0,8%) |
11.700 (2,4%) |
6 (2%) |
2.144 (1,3%) |
46 (4,5%) |
24.270 (9,9%) |
72 (5,5%) |
48.612 (9,3%) |
Tom negati-vo para a Coli-gação e a inter-venção |
1 (0,6%) |
313 (0,3%) |
3 (0,2%) |
2.538 (0,8%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
4 (1,4%) |
2.828 (1,7%) |
15 (1,4%) |
7.320 (3%) |
33 (2,5%) |
19.490 (3,7%) |
Nota: as
percentagens foram calculadas em função do número total de peças sobre a Guerra
e do espaço que elas ocuparam.
*Dados apenas
referentes ao período entre 8 e 28 de Fevereiro de 1991.
Tabela 7
Conteúdo principal das peças sobre a Guerra nos
jornais diários
Tema |
Cor-reio da Manhã |
Cor-reio da Manhã |
O Co-mér-cio do Porto |
O Co-mér-cio do Porto |
Diário de Notí-cias |
Diário de Notí-cias |
Jornal de Notí-cias |
Jornal de Notí-cias |
O Pri-meiro de Janei-ro |
O Pri-meiro de Janei-ro |
Públi-co |
Públi-co |
- |
N.º* |
Espaço* (cm2) |
N.º |
Espaço (cm2) |
N.º |
Espaço (cm2) |
N.º* |
Espaço* (cm2) |
N.º |
Espaço (cm2) |
N.º |
Espaço (cm2) |
1 |
5 (2,7%) |
5.798 (5,3%) |
10 (0,8%) |
3.772 (1,2%) |
18 (1,3%) |
16.938 (3,4%) |
12 (4,1%) |
9.354 (5,8%) |
29 (2,9%) |
10.120 (4,1%) |
18 (1,4%) |
13.794 (2,6%) |
2 |
2 (1,1%) |
1.748 (1,6%) |
4 (0,3%) |
1.496 (0,5%) |
3 (0,2%) |
610 (0,1%) |
5 (1,7%) |
2.956 (1,8%) |
24 (2,4%) |
8.528 (3,5%) |
16 (1,2%) |
8.752 (1,7%) |
3 |
6 (3,4%) |
6.746 (6,1%) |
3 (0,2%) |
958 (0,3%) |
17 (1,2%) |
14.916 (3%) |
9 (3%) |
8.021 (5%) |
19 (1,9%) |
6.875 (2,8%) |
12 (0,9%) |
8.524 (1,6%) |
4 |
7 (3,9%) |
8.670 (7,9%) |
10 (0,8%) |
3.312 (1%) |
51 (3,7%) |
34.118 (6,9%) |
11 (3,8%) |
8.466 (5,2%) |
28 (2,8%) |
9.843 (4%) |
43 (3,3%) |
28.798 (5,5%) |
5 |
2 (1,1%) |
1.386 (1,3%) |
5 (0,4%) |
2.492 (0,8%) |
4 (0,3%) |
2.560 (0,5%) |
1 (0,3%) |
766 (0,5%) |
2 (0,2%) |
2.120 (0,9%) |
10 (0,8%) |
2.422 (0,5%) |
6 |
16 (9%) |
14.523 (13,2%) |
4 (0,3%) |
2.110 (0,7%) |
12 (0,9%) |
6.968 (1,4%) |
2 (0,7%) |
1.802 (1,1%) |
13 (1,3%) |
6.180 (2,5%) |
23 (1,7%) |
14.771 (2,8%) |
7 |
3 (1,7%) |
2.310 (2,1%) |
2 (0,2%) |
660 (0,2%) |
1 (0,07%) |
731 (0,1%) |
3 (1%) |
860 (0,5%) |
6 (0,6%) |
2.102 (0,8%) |
12 (0,9%) |
8.906 (1,7%) |
8 |
10 (5,6%) |
6.580 (6%) |
8 (0,7%) |
6.838 (2,2%) |
22 (1,6%) |
14.718 (3%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
11 (1,1%) |
6.840 (2,8%) |
19 (1,4%) |
13.626 (2,6%) |
9 |
2 (1,1%) |
295 (0,3%) |
16 (1,3%) |
10.052 (3,2%) |
41 (3%) |
20.541 (4,1%) |
3 (1%) |
1.792 (1,1%) |
16 (1,6%) |
4.745 (1,9%) |
31 (2,4%) |
12.794 (2,4%) |
10 |
8 (4,5%) |
6.238 (5,7%) |
16 (1,3%) |
8.992 (2,9%) |
37 (2,7%) |
16.081 (3,2%) |
6 (2%) |
3.252 (2%) |
16 (1,6%) |
6.503 (2,6%) |
23 (1,7%) |
12.098 (2,3%) |
11 |
1 (0,6%) |
513 (0,5%) |
7 (0,6%) |
4.560 (1,4%) |
33 (2,4%) |
11.231 (2,3%) |
3 (1%) |
1.393 (0,8%) |
11 (1,1%) |
2.004 (0,8%) |
29 (2,2%) |
6.075 (1,2%) |
12 |
0 (0%) |
0 (0%) |
8 (0,7%) |
2.604 (0,8%) |
7 (0,5%) |
2.194 (0,4%) |
1 (0,3%) |
1.295 (0,8%) |
6 (0,6%) |
2.205 (0,9%) |
16 (1,2%) |
7.920 (1,5%) |
13 |
7 (3,9%) |
3.161 (2,9%) |
18 (1,5%) |
4.808 (1,5%) |
22 (1,6%) |
10.210 (2%) |
11 (3,8%) |
6.414 (3,9%) |
15 (1,5%) |
4.673 (1,9%) |
24 (1,8%) |
9.924 (1,9%) |
14 |
2 (1,1%) |
1.220 (1,1%) |
15 (1,3%) |
5.998 (1,9%) |
43 (3,2%) |
19.798 (4%) |
2 (0,7%) |
1.073 (0,7%) |
9 (0,9%) |
4.656 (1,9%) |
35 (2,7%) |
13.112 (2,5%) |
15 |
0 (0%) |
0 (0%) |
8 (0,7%) |
1.630 (0,5%) |
14 (1%) |
9.920 (2%) |
19 (6,5%) |
9.713 (6%) |
16 (1,6%) |
7.890 (3,2%) |
10 (0,8%) |
1.984 (0,4%) |
16 |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
2 (0,1%) |
1.950 (0,4%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
5 (0,4%) |
1.200 (0,2%) |
17 |
0 (0%) |
0 (0%) |
5 (0,4%) |
1.998 (0,6%) |
7 (0,5%) |
4.225 (0,8%) |
3 (1%) |
1.185 (0,7%) |
5 (0,5%) |
1.420 (0,6%) |
6 (0,4%) |
2.636 (0,5%) |
18 |
3 (1,7%) |
1.715 (1,6%) |
5 (0,4%) |
1.368 (0,4%) |
9 (0,7%) |
4.338 (0,9%) |
3 (1%) |
1.452 (0,9%) |
3 (0,3%) |
816 (0,3%) |
2 (0,1%) |
1.206 (0,2%) |
19 |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
7 (0,5%) |
4.703 (0,9%) |
2 (0,7%) |
277 (0,2%) |
1 (0,1%) |
648 (0,3%) |
1 (0,07%) |
2.032 (0,4%) |
20 |
1 (0,6%) |
858 (0,8%) |
2 (0,2%) |
192 (0,06%) |
4 (0,3%) |
2.194 (0,4%) |
3 (1%) |
824 (0,5%) |
4 (0,4%) |
2.900 (1,2%) |
4 (0,3%) |
1.816 (0,3%) |
21 |
0 (0%) |
0 (0%) |
1 (0,08%) |
56 (0,01%) |
5 (0,4%) |
3.046 (0,6%) |
1 (0,3%) |
84 (0,05%) |
2 (0,2%) |
350 (0,1%) |
4 (0,3%) |
1.367 (0,3%) |
22 |
2 (1,1%) |
2.506 (2,3%) |
2 (0,2%) |
1.036 (0,3%) |
7 (0,5%) |
4.570 (0,9%) |
5 (1,7%) |
1.440 (0,9%) |
5 (0,5%) |
2.796 (1,1%) |
10 (0,8%) |
2.228 (0,4%) |
23 |
0 (0%) |
0 (0%) |
1 (0,08%) |
56 (0,01%) |
3 (0,2%) |
3.656 (0,7%) |
3 (1%) |
1.247 (0,8%) |
5 (0,5%) |
2.722 (1,1%) |
7 (0,5%) |
1.260 (0,2%) |
24 |
17 (9,6%) |
11.943 (10,8%) |
29 (2,5%) |
12.672 (4%) |
28 (2%) |
16.450 (3,3%) |
4 (1,4%) |
3.632 (2,2%) |
32 (3,2%) |
15.578 (6,3%) |
30 (2,3%) |
15.208 (2,9%) |
25 |
4 (2,2%) |
3.264 (3%) |
24 (2%) |
9.254 (2,9%) |
66 (4,8%) |
36.111 (7,3%) |
14 (4,8%) |
12.278 (7,6%) |
58 (5,7%) |
19.832 (8%) |
48 (3,7%) |
30.906 (5,9%) |
26 |
3 (1,7%) |
1.731 (1,6%) |
38 (3,2%) |
19.986 (6,4%) |
54 (4%) |
33.186 (6,7%) |
25 (8,6%) |
15.079 (9,3%) |
41 (4%) |
17.250 (7%) |
27 (2,1%) |
29.190 (5,6%) |
27 |
2 (1,1%) |
588 (0,5%) |
25 (2,1%) |
9.094 (2,9%) |
14 (1%) |
10.284 (2%) |
1 (0,3%) |
1.501 (0,9%) |
15 (1,5%) |
5.965 (2,4%) |
27 (2,1%) |
7.074 (1,3%) |
28 |
2 (1,1%) |
1.306 (1,2%) |
4 (0,3%) |
1.578 (0,5%) |
8 (0,6%) |
4.215 (0,8%) |
1 (0,3%) |
176 (0,1%) |
6 (0,6%) |
2.668 (1,1%) |
6 (0,4%) |
2.138 (0,4%) |
29 |
2 (1,1%) |
1.780 (1,6%) |
15 (1,3%) |
4.300 (1,4%) |
6 (0,4%) |
4.680 (0,9%) |
5 (1,7%) |
2.638 (1,6%) |
6 (0,6%) |
1.732 (0,7%) |
20 (1,5%) |
7.605 (1,4%) |
30 |
2 (1,1%) |
1.295 (1,2%) |
9 (0,8%) |
3.482 (1,1%) |
2 (0,1%) |
975 (0,2%) |
3 (1%) |
840 (0,5%) |
2 (0,2%) |
417 (0,2%) |
6 (0,4%) |
3.160 (0,6%) |
31 |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
4 (0,3%) |
2.681 (0,5%) |
2 (0,7%) |
1.395 (0,9%) |
4 (0,4%) |
2.389 (1%) |
5 (0,4%) |
2.181 (0,4%) |
32 |
1 (0,6%) |
891 (0,8%) |
6 (0,5%) |
3.142 (1%) |
12 (0,9%) |
8.528 (1,7%) |
4 (1,4%) |
1.530 (0,9%) |
6 (0,6%) |
3.504 (1,4%) |
6 (0,4%) |
4.641 (0,9%) |
33 |
0 (0%) |
0 (0%) |
14 (1,2%) |
5.380 (1,7%) |
5 (0,4%) |
4.216 (0,8%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
3 (0,3%) |
571 (0,2%) |
16 (1,2%) |
5.530 (1,1%) |
34 |
0 (0%) |
0 (0%) |
3 (0,2%) |
1.396 (0,4%) |
2 (0,1%) |
1.462 (0,3%) |
1 (0,3%) |
851 (0,5%) |
4 (0,4%) |
1.464 (0,6%) |
2 (0,1%) |
1.554 (0,3%) |
35 |
0 (0%) |
0 (0%) |
2 (0,2%) |
833 (0,3%) |
7 (0,5%) |
5.176 (1%) |
2 (0,7%) |
982 (0,6%) |
5 (0,5%) |
2.785 (1,1%) |
20 (1,5%) |
9.600 (1,8%) |
36 |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
5 (0,4%) |
3.656 (0,7%) |
2 (0,7%) |
1.062 (0,6%) |
1 (0,1%) |
551 (0,2%) |
1 (0,07%) |
858 (0,2%) |
37 |
1 (0,6%) |
429 (0,4%) |
2 (0,2%) |
446 (0,1%) |
9 (0,7%) |
6.043 (1,2%) |
3 (1%) |
4.404 (2,7%) |
4 (0,4%) |
1.993 (0,8%) |
7 (0,5%) |
1.864 (0,3%) |
38 |
2 (1,1%) |
1.345 (1,2%) |
6 (0,5%) |
1.450 (0,5%) |
8 (0,6%) |
6.775 (1,4%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
2 (0,2%) |
1.153 (0,5%) |
6 (0,4%) |
3.938 (0,7%) |
39 |
10 (5,6%) |
2.779 (2,5%) |
25 (2,1%) |
9.010 (2,9%) |
12 (0,9%) |
8.360 (1,7%) |
4 (1,4%) |
4.367 (2,7%) |
16 (1,6%) |
5.960 (2,4%) |
16 (1,2%) |
7.825 (1,5%) |
40 |
0 (0%) |
0 (0%) |
2 (0,2%) |
850 (0,3%) |
2 (0,1%) |
2.194 (0,4%) |
3 (1%) |
787 (0,5%) |
2 (0,2%) |
820 (0,3%) |
4 (0,3%) |
2.746 (0,5%) |
41 |
2 (1,1%) |
802 (0,7%) |
9 (0,8%) |
4.340 (1,4%) |
18 (1,3%) |
14.694 (3%) |
9 (3%) |
4.858 (3%) |
8 (0,8%) |
2.628 (1,1%) |
12 (0,9%) |
4.502 (0,9%) |
42 |
0 (0%) |
0 (0%) |
2 (0,2%) |
576 (0,2%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
5 (0,4%) |
1.790 (0,3%) |
43 |
0 (0%) |
0 (0%) |
9 (0,8%) |
3.224 (1%) |
9 (0,7%) |
4.875 (1%) |
2 (0,7%) |
1.160 (0,7%) |
8 (0,8%) |
1.448 (0,6%) |
20 (1,5%) |
4.344 (0,8%) |
44 |
0 (0%) |
0 (0%) |
3 (0,2%) |
1.480 (0,5%) |
3 (0,9%) |
3.456 (0,7%) |
6 (2%) |
2.898 (1,8%) |
6 (0,6%) |
2.340 (0,9%) |
13 (1%) |
12.198 (2,3%) |
45 |
53 (29,8%) |
17.400 (15,8%) |
801 (68%) |
156.480 (49,8%) |
716 (52,7%) |
105.200 (21,3%) |
93 (31,8%) |
37.890 (23,3%) |
536 (53%) |
55.109 (22,4%) |
651 (49,8%) |
184.926 (35,5%) |
Lista de
temas: 1) Arsenal aliado; 2) Arsenal iraquiano; 3) Acção ou descrição das
Forças Armadas do Iraque; 4) Acção ou descrição das Forças Armadas da Coligação
(excluindo Portugal); 5) Acção ou descrição das Forças Armadas Portuguesas; 6)
Combate - Ponto de vista Aliado;
7) Combate - Ponto de vista
iraquiano; 8) Combate - vários pontos de vista; 9) Acções, intervenções e perfis de líderes
políticos portugueses; 10) Acções, intervenções e perfis de líderes políticos
americanos; 11) Acções, intervenções e perfis de líderes políticos da
Coligação; 12) Acções, intervenções e perfis de líderes políticos israelitas;
13) Acções, intervenções e perfis de líderes políticos iraquianos; 14) Acções,
intervenções e perfis de líderes políticos de outros países; 15) Acções,
intervenções e perfis de líderes da ONU e outras organizações internacionais;
16) Acções, intervenções e perfis de líderes militares portugueses; 17) Acções,
intervenções e perfis de líderes militares americanos; 18) Acções, intervenções
e perfis de líderes militares da Coligação; 19) Acções, intervenções e perfis
de líderes militares israelitas; 20) Acções, intervenções e perfis de líderes
militares iraquianos; 21) Acções, intervenções e perfis de líderes militares de
outros países; 22) Acções, intervenções e perfis de líderes religiosos
cristãos; 23) Acções, intervenções e perfis de líderes religiosos muçulmanos;
24) Situação económica - análises, opiniões, descrições, conjecturas e prognósticos; 25) Situação
política e político-militar/relações internacionais - análises, opiniões, descrições,
conjecturas e prognósticos; 26) Situação militar - análises, opiniões, descrições,
conjecturas e prognósticos; 27) Vida civil em Portugal (excluindo
manifestações); 28) Vida civil nos EUA (excluindo manifestações); 29) Vida
civil no Iraque (excluindo manifestações); 30) Vida civil nos países do
Ocidente (excluindo manifestações); 31) Vida civil nos países não ocidentais da
Coligação (excluindo manifestações); 32) Vida civil em Israel (excluindo
manifestações); 33) Vida civil noutros países (excluindo manifestações); 34)
Manifestações contra a guerra em Portugal; 35) Manifestações contra a guerra nos
EUA e países ocidentais; 36) Manifestações contra a guerra nos países não
ocidentais da Coligação; 37) Manifestações contra a guerra noutros países; 38)
Manifestações no Iraque contra Israel e contra a intervenção aliada; 39)
Destruição no Iraque; 40) Destruição nos países da Coligação; 41) Destruição em
Israel; 42) Segurança e potenciais ou reais ameaças terroristas a Portugal; 43)
Segurança e potenciais ameaças terroristas ao Ocidente em geral; 44) Censura e
outros constrangimentos à cobertura jornalística da Guerra do Golfo; 45) Outro
tema ou vários temas (situação global (política, militar, económica, etc.),
acção da CNN e outros media, impacto ambiental da Guerra e dos incêndios
nos poços petrolíferos, "aventuras e desventuras" dos jornalistas,
cronologias, artigos documentais, artigos de opinião, etc.).
*Dados apenas
referentes ao período entre 8 e 28 de Fevereiro de 1991.
Tabela 8
Fontes usadas nos jornais diários
(Amostra das edições dos dias 17 e 25 de Janeiro e
2, 10, 18 e 26 de Fevereiro de 1991)
Fontes |
Correio da Manhã |
O Comércio do Porto |
Diário de Notícias |
Jornal de Notícias |
O Primeiro de Janeiro |
Público |
- |
N.º de orações* |
N.º de orações |
N.º de orações |
N.º de orações* |
N.º de orações |
N.º de orações |
O próprio jornalista ou membro da direcção do
jornal |
766 (54,5%) |
1.230 (57,8%) |
2.056 (56%) |
903 (47,8%) |
960 (43,7%) |
3.090 (67,6%) |
O próprio colunista, articulista ou opinador |
133 (9,5%) |
201 (9,4%) |
232 (6,3%) |
138 (7,3%) |
160 (7,3%) |
230 (5%) |
Líderes políticos portugueses |
0 (0%) |
168 (7,9%) |
260 (7,2%) |
21 (1,1%) |
240 (10,9%) |
180 (3,9%) |
Líderes políticos americanos e ocidentais |
99 (12,9%) |
128 (6%) |
134 (3,6%) |
87 (4,7%) |
280 (12,7%) |
360 (7,9%) |
Líderes políticos iraquianos |
48 (3,4%) |
84 (4%) |
68 (1,8%) |
42 (2,2%) |
220 (10%) |
74 (1,6%) |
Líderes políticos israelitas |
42 (3%) |
20 (0,9%) |
38 (1%) |
21 (1,1%) |
26 (1,2%) |
30 (0,7%) |
Líderes políticos de outros países da Coligação |
6 (0,4%) |
42 (2%) |
70 (1,9%) |
39 (2%) |
44 (2%) |
29 (0,6%) |
Líderes políticos de outros países |
0 (0%) |
16 (0,7%) |
78 (2,1%) |
27 (1,4%) |
20 (0,9%) |
48 (1,1%) |
Líderes militares portugueses |
0 (0%) |
6 (0,3%) |
4 (0,1%) |
0 (0%) |
1 (0,04%) |
0 (0%) |
Líderes militares americanos e ocidentais |
27 (1,9%) |
32 (1,5%) |
42 (1,1%) |
27 (1,4%) |
31 (1,4%) |
80 (1,8%) |
Líderes militares iraquianos |
18 (1,3%) |
6 (0,3%) |
14 (0,4%) |
27 (1,4%) |
2 (0,09%) |
8 (0,2%) |
Líderes militares israelitas |
3 (0,2%) |
8 (0,4%) |
22 (0,6%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
6 (0,1%) |
Líderes militares de outros países da Coligação |
0 (0%) |
12 (0,6%) |
26 (0,7%) |
0 (0%) |
10 (0,5%) |
0 (0%) |
Líderes militares de outros países |
0 (0%) |
0 (0%) |
6 (0,2%) |
15 (0,8%) |
5 (0,2%) |
10 (0,2%) |
Fontes não identificadas portuguesas |
0 (0%) |
0 (0%) |
20 (0,5%) |
0 (0%) |
18 (0,8%) |
16 (0,4%) |
Fontes não identificadas americanas e ocidentais |
0 (0%) |
0 (0%) |
8 (0,2%) |
81 (4,3%) |
6 (0,3%) |
20 (0,4%) |
Fontes não identificadas iraquianas |
6 (0,4%) |
0 (0%) |
6 (0,2%) |
6 (0,3%) |
3 (0,1%) |
15 (0,3%) |
Fontes não identificadas israelitas |
0 (0%) |
0 (0%) |
2 (0,1%) |
6 (0,3%) |
1 (0,04%) |
14 (0,3%) |
Fontes não identificadas de outros países da
Coligação |
0 (0%) |
0 (0%) |
28 (0,8%) |
54 (2,9%) |
1 (0,04%) |
0 (0%) |
Fontes não identificadas de outros países |
15 (1,1%) |
0 (0%) |
8 (0,2%) |
3 (0,2%) |
0 (0%) |
2 (0,04%) |
Pessoas comuns portuguesas |
18 (1,3%) |
32 (1,5%) |
30 (0,8%) |
6 (0,3%) |
8 (0,4%) |
32 (0,7%) |
Pessoas comuns americanas e ocidentais |
18 (1,3%) |
12 (0,6%) |
8 (0,2%) |
18 (0,9%) |
25 (1,1%) |
40 (0,9%) |
Pessoas comuns iraquianas |
24 (1,7%) |
18 (0,8%) |
6 (0,2%) |
30 (1,7%) |
6 (0,3%) |
52 (1,1%) |
Pessoas comuns israelitas |
12 (0,8%) |
16 (0,7%) |
22 (0,6%) |
9 (0,5%) |
4 (0,2%) |
28 (0,6%) |
Pessoas comuns de outros países da Coligação |
0 (0%) |
8 (0,4%) |
74 (2%) |
3 (0,2%) |
2 (0,09%) |
0 (0%) |
Pessoas comuns de outros países |
0 (0%) |
0 (0%) |
6 (0,2%) |
15 (0,8%) |
2 (0,09%) |
6 (0,1%) |
Outras fontes portuguesas |
0 (0%) |
23 (1,1%) |
6 (0,2%) |
147 (7,8%) |
20 (0,9%) |
25 (0,5%) |
Outras fontes americanas e ocidentais |
66 (4,7%) |
40 (1,9%) |
110 (3%) |
51 (2,7%) |
49 (2,2%) |
96 (2,1%) |
Outras fontes iraquianas |
57 (4%) |
24 (1,1%) |
24 (0,6%) |
27 (1,4%) |
13 (0,6%) |
8 (0,2%) |
Outras fontes israelitas |
0 (0%) |
0 (0%) |
2 (0,1%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
28 (0,6%) |
Outras fontes de outros países da Coligação |
27 (1,9%) |
0 (0%) |
156 (4,2%) |
39 (2%) |
17 (0,8%) |
4 (0,09%) |
Outras fontes de outros países |
21 (1,5%) |
0 (0%) |
108 (2,9%) |
45 (2,4%) |
21 (10%) |
45 (1%) |
*Dados apenas
referentes aos dias 10, 18 e 26 de Fevereiro de 1991.
Tabela 9
Imagens da Guerra do Golfo nos jornais diários
Jornal |
Imagens (n.º total) |
Imagens (espaço ocupado em cm2) |
% do espaço de infor-mação sobre a Guer-ra ocupa-do por ima-gens |
Fotos (n.º) |
Fotos (espa-ço) (cm2) |
Info-grá-ficos e mapas (n.º) |
Info-grá- ficos e mapas (espaço) (cm2) |
Car-toons (n.º) |
Car-toons
(espa-ço) (cm2) |
Ima-gens da TV (n.º) |
Ima-gens da TV (espa-ço) (cm2) |
Correio da Manhã |
678 (15,8/ dia) |
130.390 (3.032,3/ dia) |
22% |
646 (95,3%) |
120.510 (92,4%) |
22 (3,2%) |
7.766 (5,9%) |
2 (0,3%) |
320 (0,3%) |
8 (1,2%) |
1.794 (1,4%) |
O
Comércio do Porto |
592 (13,8/ dia) |
99.960 (2.324,7/ dia) |
31,8% |
583 (98,5%) |
97.331 (97,4%) |
2 (0,3%) |
634 (0,6%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
7 (1,2%) |
1.995 (2%) |
Diário de Notícias |
664 (15,4/ dia) |
174.288 (4.053,2/ dia) |
35,3% |
511 (76,9%) |
113.963 (65,4%) |
92 (13,9%) |
36.278 (20,8%) |
35 (5,3%) |
18.782 (10,8%) |
26 (3,9%) |
5.265 (3%) |
Jornal de Notícias |
622 (14,5 dia) |
119.320 (2.774,9/ dia) |
31,4% |
559 (89,9%) |
108.981 (91,3%) |
33 (5,3%) |
6.315 (5,3%) |
5 (0,8%) |
692 (0,6%) |
25 (4%) |
3.332 (2,8%) |
O Primeiro de Janeiro |
480 (11,2/ dia) |
81.700 (1.900/ dia) |
33,2% |
405 (84,4%) |
54.016 (66,1%) |
45 (9,3%) |
22.340 (27,3%) |
25 (5,2%) |
4.554 (5,6%) |
5 (1%) |
790 (1%) |
Público |
599 (13,9/ dia) |
137.547 (2.847/ dia) |
26,4% |
474 (79,1%) |
101.424 (73,7%) |
79 (13,2%) |
22.411 (16,3%) |
8 (1,3%) |
1.510 (1,1%) |
38 (6,4%) |
12.202 (8,9%) |
Nota: A negro
carregado, entre parênteses, indica-se, nas duas primeiras colunas, a média
diária; indicam-se igualmente entre parênteses, nas últimas oito colunas, as
percentagens de fotos, de cartoons, de infográficos e mapas e de imagens
da TV no total de imagens, em relação ao número e ao espaço ocupado.
Tabela 10
Origem das imagens de TV aproveitadas pelos
jornais diários
Ori-gem |
Cor-reio da Manhã |
Cor-reio da Manhã |
O Co-mér-cio do Porto |
O Co-mér-cio do Porto |
Diário de Notí-cias |
Diário de Notí-cias |
Jornal de Notí-cias |
Jornal de Notí-cias |
O Pri-meiro de Janei-ro |
O Pri-meiro de Janei-ro |
Públi-co |
Públi-co |
- |
N.º |
Espaço (cm2) |
N.º |
Espaço (cm2) |
N.º |
Espaço (cm2) |
N.º |
Espaço (cm2) |
N.º |
Espaço (cm2) |
N.º |
Espaço (cm2) |
TO-TAL |
8 |
1.794 |
7 |
1.995 |
26 |
5.265 |
25 |
3.332 |
5 |
790 |
38 |
12.202 |
Não men-ciona-da e inde- termi- nável |
2 (25%) |
763 (42,5%) |
4 (57,1%) |
1.704 (85,4%) |
8 (30,8%) |
1.300 (24,7%) |
16 (64%) |
1.917 (57,5%) |
1 (20%) |
216 (27,3%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
Produ-ção nacio-nal |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
1 (20%) |
213 (26,9%) |
3 (7,9%) |
812 (6,6%) |
Produ-ção estran-geira |
6 (75%) |
1.031 (57,5%) |
3 (42,9%) |
291 (14,6%) |
18 (69,2%) |
3.965 (75,3%) |
9 (36%) |
1.415 (42,5%) |
3 (60%) |
361 (45,7%) |
35 (92,1%) |
11.390 (93,4%) |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
Meios não jor-nalís- ticos oci-dentais |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
0 (0%) |
0 (0%) |
Meios não jor-nalís- ticos iraqui-anos |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
0 (0%) |
0 (0%) |
Meios não jor-nalís- ticos árabes/islâ-micos |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
0 (0%) |
0 (0%) |
Meios não jor-nalís- ticos israe-litas |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
0 (0%) |
0 (0%) |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
CNN |
5 (62,5%) |
926 (51,6%) |
3 (42,9%) |
291 (14,6%) |
13 (50%) |
2.925 (55,6%) |
6 (24%) |
921 (27,6%) |
3 (60%) |
361 (45,7%) |
9 (23,7%) |
1.289 (10,6%) |
RTP |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
1 (20%) |
213 (26,9%) |
3 (7,9%) |
812 (6,6%) |
Outras TV’s oci-dentais |
1 (12,5%) |
105 (5,9%) |
- |
- |
- |
- |
1 (4%) |
225 (6,7%) |
- |
- |
21 (55,3%) |
8.841 (73,4%) |
TV ira-quiana |
- |
- |
- |
- |
5 (19,2%) |
1.040 (19,7%) |
2 (8%) |
269 (8,1%) |
- |
- |
4 (10,5%) |
980 (8%) |
Outras TV’s árabes ou islâ-micas |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
1 (2%) |
280 (1,4%) |
TV’s israeli-tas |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
0 (0%) |
0 (0%) |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
Ima-gens TV com men-ção a censu-ra |
1 (12,5%) |
105 (5,9%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
2 (5,3%) |
320 (2,6%) |
Nota: quando
me refiro a meios jornalísticos ou não jornalísticos ocidentais não incluo os
portugueses.
Tabela 11
Origem dos mapas e infográficos nos jornais
diários
Ori-gem |
Cor-reio da Manhã |
Cor-reio da Manhã |
O Co-mér-cio do Porto |
O Co-mér-cio do Porto |
Diário de Notí-cias |
Diário de Notí-cias |
Jornal de Notí-cias |
Jornal de Notí-cias |
O Pri-meiro de Janei-ro |
O Pri-meiro de Janei-ro |
Públi-co |
Públi-co |
- |
N.º |
Espaço (cm2) |
N.º |
Espaço (cm2) |
N.º |
Espaço (cm2) |
N.º |
Espaço (cm2) |
N.º |
Espaço (cm2) |
N.º |
Espaço (cm2) |
TO-TAL |
22 |
7.766 |
2 |
634 |
92 |
36.278 |
33 |
6.315 |
45 |
22.340 |
79 |
22.411 |
Não men-ciona-da e inde- termi- nável |
11 (50%) |
2.254 (29%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
27 (29,3%) |
11.822 (32,6%) |
30 (90,9%) |
5.851 (92,6%) |
42 (93,3%) |
21.526 (96,4%) |
51 (64,5%) |
16.621 (74,2%) |
Produ-ção pró-pria ou mista |
- |
- |
2 (100%) |
634 (100%) |
- |
- |
- |
- |
1 (2,2%) |
204 (0,9%) |
2 (2,5%) |
1.178 (5,2%) |
Produ-ção não pró-pria nacio-nal |
- |
- |
0 (0%) |
0 (0%) |
- |
- |
1 (3%) |
95 (1,5%) |
- |
- |
- |
- |
Produ-ção estran-geira |
11 (50%) |
5.512 (71%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
65 (70,7%) |
24.456 (67,4%) |
2 (6,1%) |
369 (5,9%) |
2 (4,4%) |
610 (2,7%) |
26 (33%) |
4.612 (20,6%) |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
Meios não jor-nalís- ticos oci-dentais |
- |
- |
0 (0%) |
0 (0%) |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
7 (8,9%) |
1.144 (5,1%) |
Revis-tas milita-res oci-den-tais |
1 (4,5%) |
325 (4,2%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
7 (8,9%) |
1.377 (6,1%) |
Meios jor-nalís- ticos oci-den-tais |
10 (45,5%) |
5.187 (66,8%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
65 (70,7%) |
24.456 (67,4%) |
3 (9,1%) |
464 (7,4%) |
2 (4,4%) |
610 (2,7%) |
12 (15,2%) |
2.091 (9,3%) |
Nota: quando
me refiro a meios jornalísticos ou não jornalísticos ocidentais não incluo os
portugueses.
Tabela 12
Origem das fotografias nos jornais diários
Ori-gem |
Cor-reio da Manhã |
Cor-reio da Manhã |
O Co-mér-cio do Porto |
O Co-mér-cio do Porto |
Diário de Notí-cias |
Diário de Notí-cias |
Jornal de Notí-cias |
Jornal de Notí-cias |
O Pri-meiro de Janei-ro |
O Pri-meiro de Janei-ro |
Públi-co |
Públi-co |
- |
N.º |
Espaço (cm2) |
N.º |
Espaço (cm2) |
N.º |
Espaço (cm2) |
N.º |
Espaço (cm2) |
N.º |
Espaço (cm2) |
N.º |
Espaço (cm2) |
TO-TAL |
646 |
120.510 |
583 |
97.331 |
511 |
113.963 |
559 |
108.981 |
405 |
54.016 |
474 |
101.424 |
Não men-ciona-da e inde- termi- nável |
318 (49,2%) |
68.859 (57,1%) |
445 (76,3%) |
76.904 (79,1%) |
202 (39,5%) |
44.943 (39,4%) |
290 (51,9%) |
50.912 (46,7%) |
206 (50,9%) |
21.180 (39,2%) |
40 (8,4%) |
8.546 (8,4%) |
Produ-ção pró-pria |
14 (2,2%) |
1.058 (0,9%) |
66 (11,3%) |
9.768 (10%) |
53 (10,4%) |
8.784 (7,7%) |
106 (18,9%) |
26.337 (24,2%) |
55 (13,6%) |
8.422 (15,6%) |
71 (15%) |
11.950 (11,8%) |
Produ-ção não pró-pria nacio-nal |
18 (2,8%) |
2.037 (1,7%) |
- |
- |
- |
- |
68 (12,2%) |
14.290 (13,1%) |
- |
- |
26 (5,5%) |
5.820 (5,7%) |
Produ-ção estran-geira |
296 (45,8%) |
48.556 (40,3%) |
72 (12,4%) |
10.659 (10,9%) |
256 (50,1%) |
60.236 (52,9%) |
95 (17%) |
17.402 (16%) |
144 (35,5%) |
24.414 (45,2%) |
337 (71,1%) |
75.108 (74,1%) |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
Meios não jor-nalís- ticos oci-dentais |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
4 (0,7%) |
552 (0,5%) |
- |
- |
- |
- |
Meios não jor-nalís- ticos iraqui-anos |
- |
- |
2 (0,3%) |
357 (0,4%) |
- |
- |
3 (0,5%) |
351 (0,3%) |
- |
- |
1 (0,2%) |
330 (0,3%) |
Meios não jor-nalís- ticos israe-litas |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
Meios não jor-nalís- ticos árabes/islâ-micos |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
10 (1,8%) |
2.176 (2%) |
- |
- |
- |
- |
Revis-tas milita-res oci-den-tais |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
Meios jor-nalís- ticos oci-den-tais (inc. agên-cias) |
292 (45,2%) |
47.958 (39,4%) |
70 (12%) |
10.302 (10,5%) |
256 (50,1%) |
60.236 (52,9%) |
78 (13,9%) |
14.323 (13,1%) |
144 (35,5%) |
24.414 (45,2%) |
335 (70,7%) |
74.498 (73,5%) |
Meios jor-nalís- ticos iraqui-anos (inc. agên-cias) |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
Meios jor-nalís- ticos israeli-tas (inc. agên-cias) |
3 (0,5%) |
382 (0,3%) |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
Meios jor-nalís- ticos árabes/islâ-micos (inc. agên-cias) |
1 (0,2%) |
216 (0,2%) |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
1 (0,2%) |
280 (0,3%) |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
Fotos com men-ção a cen-sura |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
Nota: quando
me refiro a meios jornalísticos ou não jornalísticos ocidentais não incluo os
portugueses.
Tabela 13
Conteúdo principal das imagens nos jornais diários
Conte-údo |
Cor-reio da Manhã |
Cor-reio da Manhã |
O Co-mér-cio do Porto |
O Co-mér-cio do Porto |
Diário de Notí-cias |
Diário de Notí-cias |
Jornal de Notí-cias |
Jornal de Notí-cias |
O Pri-meiro de Janei-ro |
O Pri-meiro de Janei-ro |
Públi-co |
Públi-co |
- |
N.º |
Espaço (cm2) |
N.º |
Espaço (cm2) |
N.º |
Espaço (cm2) |
N.º |
Espaço (cm2) |
N.º |
Espaço (cm2) |
N.º |
Espaço (cm2) |
TO-TAL |
678 |
130.390 |
592 |
99.960 |
664 |
174.288 |
622 |
119.320 |
480 |
81.700 |
599 |
137.547 |
Mapas + info-grá-ficos |
22 (3,2%) |
7.766 (5,9%) |
2 (0,3%) |
634 (0,6%) |
92 (13,9%) |
36.278 (20,8%) |
33 (5,3%) |
6.315 (5,3%) |
45 (9,3%) |
22.340 (27,3%) |
79 (13,2%) |
22.411 (16,3%) |
Arse-nal portu-guês |
2 (0,3%) |
612 (0,5%) |
5 (0,8%) |
892 (0,9%) |
5 (0,8%) |
877 (0,5%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
1 (0,2%) |
315 (0,4%) |
3 (0,5%) |
2.520 (1,8%) |
Arse-nal ame-ricano (excep-to se em com-bate) |
53 (7,8%) |
9.564 (7,3%) |
39 (6,6%) |
6.326 (6,3%) |
26 (3,9%) |
6.425 (3,7%) |
18 (2,9%) |
3.664 (3%) |
25 (5,2%) |
5.208 (6,4%) |
60 (10%) |
13.476 (9,8%) |
Arse-nal da Coli-gação (excep-to se em com-bate) |
36 (5,3%) |
4.268 (3,3%) |
35 (5,9%) |
6.870 (6,9%) |
35 (5,3%) |
9.019 (5,2%) |
10 (1,6%) |
2.004 (1,7%) |
5 (1%) |
1.145 (1,4%) |
6 (1%) |
1.468 (1,1%) |
Arse-nal ira-quia-no (excep-to se em com-bate) |
28 (4,1%) |
5.414 (4,2%) |
4 (0,7%) |
615 (0,6%) |
8 (1,2%) |
1.769 (1%) |
18 (2,9%) |
3.036 (2,5%) |
27 (5,6%) |
9.247 (11,3%) |
4 (0,7%) |
708 (0,5%) |
Arse-nal israeli-ta |
4 (0,6%) |
416 (0,3%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
4 (0,6%) |
946 (0,5%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
3 (0,6%) |
545 (0,7%) |
3 (0,5%) |
750 (0,5%) |
Arse-nal de outros países |
8 (1,2%) |
1.254 (1%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
8 (1,2% |
1755 (1%) |
3 (0,5%) |
548 (0,4%) |
5 (1%) |
1.180 (1,4%) |
4 (0,7%) |
841 (0,6%) |
Tropas e líderes milita-res de Portu-gal |
3 (0,4%) |
442 (0,3%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
1 (0,2%) |
183 (0,1%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
1 (0,2%) |
80 (0,1%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
Tropas e líderes milita-res dos EUA (excep-to se em com-bate) |
38 (5,6%) |
6.104 (4,7%) |
34 (5,7%) |
4.918 (4,9%) |
35 (5,3%) |
9.478 (5,4%) |
13 (2,1%) |
2.209 (1,8%) |
18 (3,8%) |
2.530 (3,1%) |
44 (7,3%) |
11.043 (8%) |
Tropas e líderes milita-res da Coli-gação (excep-to se em com-bate) |
22 (3,2%) |
4.487 (3,4%) |
29 (4,9%) |
6.042 (6%) |
31 (4,7%) |
8.239 (4,7%) |
9 (1,4%) |
1.759 (1,5%) |
6 (1,3%) |
992 (1,2%) |
8 (1,3%) |
2.230 (1,6%) |
Tropas e líderes milita-res de Israel |
6 (0,9%) |
738 (0,6%) |
7 (1,2%) |
2.739 (2,7%) |
5 (0,8%) |
1.273 (0,7%) |
7 (1,1%) |
1.200 (1%) |
4 (0,8%) |
658 (0,8%) |
4 (0,7%) |
1.400 (1%) |
Tropas e líderes milita-res do Iraque (excep-to se em com-bate) |
23 (3,4%) |
3.214 (2,5%) |
18 (3%) |
5.916 (5,9%) |
5 (0,8%) |
849 (0,5%) |
11 (1,8%) |
2.319 (1,9%) |
12 (2,5%) |
2.512 (3,1%) |
13 (2,2%) |
3.499 (2,5%) |
Tropas e líderes milita-res de outros países |
9 (1,3%) |
1.230 (0,9%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
7 (1,1%) |
1.568 (0,9%) |
11 (1,8%) |
1.912 (1,6%) |
5 (1%) |
1.035 (1,3%) |
9 (1,5%) |
2.722 (2%) |
Líde-res polí-ticos por-tugue-ses |
12 (1,8%) |
1.240 (1%) |
16 (2,7%) |
1.540 (1,5%) |
29 (4,4%) |
6.435 (3,7%) |
19 (3%) |
3.958 (3,3%) |
8 (1,7%) |
1.016 (1,2%) |
14 (2,3%) |
3.002 (2,2%) |
Líde-res polí-ticos ameri-canos |
27 (4%) |
3.846 (2,9%) |
18 (3%) |
1.980 (2%) |
33 (5%) |
1.978 (1,1%) |
17 (2,7%) |
2.393 (2%) |
13 (2,7%) |
2.367 (2,9%) |
12 (2%) |
2.924 (2,1%) |
Líde-res polí-ticos de países da Coli-gação |
17 (2,5%) |
1.912 (1,5%) |
18 (3%) |
2.026 (2%) |
33 (5%) |
7.039 (4%) |
10 (1,6%) |
1.292 (1,1%) |
30 (6,3%) |
2.492 (3,1%) |
8 (1,3%) |
1.707 (1,2%) |
Líde-res polí-ticos ira-quia-nos |
35 (5,2%) |
3.604 (2,8%) |
21 (3,5%) |
3.418 (3,4%) |
20 (3%) |
4.169 (2,4%) |
24 (3,8%) |
3.706 (3,1%) |
10 (2,1%) |
1.305 (1,6%) |
24 (4%) |
5.009 (3,6%) |
Líde-res polí-ticos israe-litas |
8 (1,2%) |
780 (0,6%) |
11 (1,9%) |
1.537 (1,5%) |
6 (0,9%) |
609 (0,3%) |
13 (2,1%) |
2.295 (1,9%) |
2 (0,4%) |
214 (0,5%) |
4 (0,7%) |
778 (0,6%) |
Líde-res polí-ticos de outros países e orga-niza-ções inter-nacio-nais |
10 (1,5%) |
1.020 (0,8%) |
16 (2,7%) |
1.270 (1,3%) |
44 (6,6%) |
8.528 (4,9%) |
42 (6,7%) |
4.384 (3,7%) |
9 (1,9%) |
1.479 (1,8%) |
26 (4,3%) |
4.791 (3,5%) |
Com-bate (todas as na-ções: ponto de vis-ta
alia-do) |
4 (0,6%) |
1.358 (1%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
2 (0,3%) |
488 (0,3%) |
2 (0,3%) |
362 (0,3%) |
2 (0,4%) |
427 (0,5%) |
2 (0,3%) |
552 (0,4%) |
Com-bate (todas as na-ções: ponto de vis-ta
ira-quia-no) |
4 (0,6%) |
616 (0,5%) |
8 (1,4%) |
1.395 (1,4%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
5 (0,8%) |
1.008 (0,8%) |
3 (0,6%) |
651 (0,8%) |
1 (0,2%) |
135 (0,1%) |
Des-trui-ção
ou amea-ça de des-trui-ção no Ira-que |
24 (3,5%) |
3.028 (2,3%) |
17 (2,9%) |
2.940 (2,9%) |
25 (3,8%) |
5.984 (3,4%) |
29 (4,7%) |
5.958 (5%) |
12 (2,5%) |
1.444 (1,8%) |
19 (3,2%) |
5.041 (3,7%) |
Des-trui-ção ou amea-ça de des-trui-ção em áreas milita-res ameri-canas |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
1 (0,2%) |
128 (0,1%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
Des-trui-ção ou amea-ça de des-trui-ção em países da Coli-gação |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
2 (0,3%) |
291 (0,2%) |
1 (0,2%) |
152 (0,1%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
2 (0,3%) |
332 (0,2%) |
Des-trui-ção
ou amea-ça de des-trui-ção em Israel |
9 (1,3%) |
7.619 (5,8%) |
11 (1,9%) |
1.842 (1,8%) |
18 (2,7%) |
5.022 (2,9%) |
11 (1,8%) |
1.746 (1,5%) |
4 (0,8%) |
745 (0,9%) |
7 (1,2%)
|
1.867 (1,4%) |
Des-trui-ção
ou amea-ça de des-trui-ção no Koweit |
5 (0,7%) |
1.511 (1,2%) |
2 (0,3%) |
170 (0,2%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
5 (0,8%) |
682 (0,6%) |
6 (1,3%) |
1.030 (1,3%) |
8 (1,3%) |
2.819 (2%) |
Víti-mas
mili-tares do Ira-que |
13 (1,9%) |
1.862 (1,4%) |
1 (0,2%) |
124 (0,1%) |
3 (0,5%) |
1.146 (0,7%) |
7 (1,1%) |
1.662 (1,4%) |
2 (0,4%) |
280 (0,3%) |
3 (0,5%) |
117 (0,1%) |
Víti-mas mili-tares ameri-canas |
2 (0,3%) |
288 (0,2%) |
3 (0,5%) |
455 (0,5%) |
2 (0,3%) |
371 (0,2%) |
3 (0,5%) |
620 (0,5%) |
2 (0,4%) |
168 (0,2%) |
2 (0,3%) |
528 (0,4%) |
Víti-mas
milita-res de países da Co-liga-ção |
1 (0,1%) |
79 (0,06%) |
1 (0,2%) |
98 (0,1%) |
2 (0,3%) |
463 (0,3%) |
2 (0,3%) |
645 (0,5%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
2 (0,3%) |
336 (0,2%) |
Víti-mas mili-tares israe-litas |
1 (0,1%) |
141 (0,1%) |
1 (0,2%) |
98 (0,1%) |
4 (0,6%) |
756 (0,4%) |
2 (0,3%) |
398 (0,3%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
Viti-mas civis iraqui-anas |
15 (2,2%) |
2.225 (1,7%) |
18 (3%) |
2.330 (2,3%) |
11 (1,7%) |
4.133 (2,4%) |
9 (1,4%) |
1.353 (1,1%) |
8 (1,7%) |
1.320 (1,6%) |
12 (2%) |
1.758 (1,3%) |
Víti-mas civis de países da Coli-gação |
3 (0,4%) |
337 (0,3%) |
2 (0,3%) |
418 (0,4%) |
6 (0,9%) |
944 (0,5%) |
3 (0,5%) |
957 (0,8%) |
2 (0,4%) |
190 (0,2%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
Víti-mas civis israe-litas |
3 (0,4%) |
387 (0,3%) |
3 (0,5%) |
461 (0,5%) |
9 (1,4%) |
2.815 (1,6%) |
5 (0,8%) |
835 (0,7%) |
5 (1%) |
860 (1,1%) |
3 (0,5%) |
156 (0,1%) |
Vida civil em Portu-gal |
19 (2,8%) |
1.657 (1,3%) |
12 (2%) |
1.405 (1,4%) |
17 (2,6%) |
3.076 (1,8%) |
14 (2,2%) |
2.914 (2,4%) |
2 (0,4%) |
392 (0,5%) |
11 (1,8%) |
1.634 (1,2%) |
Vida civil no Iraque |
14 (2,1%) |
1.514 (1,2%) |
13 (2,2%) |
1.122 (1,1%) |
10 (1,5%) |
2.535 (1,5%) |
13 (2,1%) |
2.316 (1,9%) |
7 (1,5%) |
1.666 (2%) |
19 (3,2%) |
5.256 (3,8%) |
Vida civil em Israel |
11 (1,6%) |
1.261 (1%) |
10 (1,7%) |
1.293 (1,3%) |
26 (3,9%) |
7.426 (4,3%) |
12 (1,9%) |
1.694 (1,4%) |
5 (1%) |
1.316 (1,6%) |
4 (0,7%) |
1.201 (0,9%) |
Vida civil nos países da Co-liga-ção |
12 (1,8%) |
1.052 (0,8%) |
9 (1,5%) |
1.568 (1,6%) |
7 (1,1%) |
1.767 (1%) |
5 (0,8%) |
1.100 (0,9%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
4 (0,7%) |
717 (0,5%) |
Vida civil nou-tros países |
16 (2,4%) |
1.997 (1,5%) |
2 (0,3%) |
195 (0,2%) |
15 (2,3%) |
2.937 (1,7%) |
10 (1,6%) |
1.463 (1,2%) |
3 (1,3%) |
585 (0,7%) |
8 (1,3%) |
1.721 (1,2%) |
Mani-festa-ções contra a guerra em Por-tugal |
2 (0,3%) |
340 (0,3%) |
3 (0,5%) |
569 (0,6%) |
4 (0,6%) |
804 (0,5%) |
3 (0,5%) |
408 (0,3%) |
4 (0,8%) |
588 (0,7%) |
4 (0,7%) |
482 (0,3%) |
Mani-festa-ções contra a guerra nos EUA e Oci-dente |
4 (0,6%) |
748 (0,6%) |
4 (0,7%) |
470 (0,5%) |
5 (0,8%) |
1.964 (1,1%) |
9 (1,4%) |
1.800 (1,5%) |
9 (1,9%) |
1.261 (15%) |
14 (2,3%) |
2.561 (1,9%) |
Mani-festa-ções
contra a inter-ven-ção, EUA e Israel no Iraque |
6 (0,9%) |
1.002 (0,8%) |
5 (0,8%) |
858 (0,9%) |
3 (0,5%) |
658 (0,4%) |
8 (1,3%) |
955 (0,8%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
5 (0,8%) |
1.136 (0,8%) |
Mani-festa-ções
contra a guerra em países não oci-dentais da Coli-gação |
8 (1,2%) |
944 (0,7%) |
4 (0,7%) |
704 (0,7%) |
4 (0,6%) |
859 (0,5%) |
4 (0,6%) |
638 (0,5%) |
1 (0,2%) |
221 (0,3%) |
2 (0,3%) |
280 (0,2%) |
Mani-festa-ções contra a guerra nou-tros países |
13 (1,9%) |
2.145 (1,6%) |
9 (1,5%) |
1.651 (1,6%) |
6 (0,9%) |
1.928 (1,1%) |
9 (1,4%) |
1.726 (1,4%) |
2 (0,4%) |
712 (0,9%) |
7 (1,2%) |
3.046 (2,2%) |
Outros conte-údos e conteú-dos mis-tos* |
129 (19%) |
40.368 (31%) |
181 (30,6%) |
33.071 (33,1%) |
56 (8,4%) |
20.504 (11,8%) |
192 (30,9%) |
44.706 (37,5%) |
170 (35,4%) |
10.941 (13,4%) |
135 (22,5%) |
24.593 (17,9%) |
*Inclui, por
exemplo, imagens de prisioneiros de guerra, exercícios militares, tropas e
civis, tropas e líderes políticos, etc.
B) Situação nos jornais
semanários e na revista Sábado
Tabela
14
Informação sobre a Guerra do Golfo nos jornais
semanários e na revista Sábado
Órgão jornalístico |
N.º total de peças sobre a Guerra |
Média de peças sobre a Guerra por edição |
Espaço total ocupado por informação sobre a Guerra (cm2) |
Média do espaço total ocupado por informação
sobre a Guerra por edição (cm2) |
Expresso |
250 (23,3%) |
35,7 |
229.674 (23,6%) |
32.810 |
O Independente |
167 (10,1%) |
23,9 |
102.709 (11,7%) |
14.673 |
O Jornal |
262 (28,4%) |
37,4 |
119.388 (30,3%) |
17.055 |
Semanário |
162 (15,1%) |
23,1 |
132.301 (30,6%) |
18.900 |
Sábado |
143 (15%) |
20,4 |
77.900 (20,4%) |
11.128 |
Nota: A negro
carregado, entre parênteses, indica-se a percentagem do n.º de peças sobre a
guerra e a percentagem do espaço que elas ocupam no total da informação.
Tabela 15
Tipo de peças sobre a Guerra do Golfo nos jornais
semanários e na revista Sábado (n.º de peças)
Órgão jornalístico |
Peças essencialmente descritivas/ reportativas |
Peças essencialmente documentais |
Peças essencialmente analíticas |
Peças essencialmente opinativas |
Expresso |
162 (64,8%) |
33 (13,2%) |
26 (10,4%) |
29 (11,6%) |
O Independente |
105 (62,9%) |
13 (7,8%) |
32 (19,2%) |
17 (10,1%) |
O Jornal |
147 (56,1%) |
35 (13,4%) |
25 (9,5%) |
55 (21%) |
Semanário |
55 (33,9) |
28 (17,3) |
50 (30,9%) |
29 (17,9%) |
Sábado |
87 (60,8%) |
26 (18,2%) |
18 (12,6%) |
12 (8,4%) |
Nota: A negro
carregado, entre parênteses, indica-se a percentagem, em função do total de
peças sobre a Guerra.
Tabela 16
Tipo de peças sobre a Guerra do Golfo nos jornais
semanários e na revista Sábado (espaço ocupado em cm2)
Órgão jornalístico |
Peças essencialmente descritivas/ reportativas |
Peças essencialmente documentais |
Peças essencialmente analíticas |
Peças essencialmente opinativas |
Expresso |
124.376 (54,2%) |
26.984 (11,7%) |
36.450 (15,9%) |
41.864 (18,2%) |
O Independente |
71.847 (69,9%) |
6.223 (6%) |
9.526 (9,3%) |
15.113 (14,7%) |
O Jornal |
61.324 (51,4%) |
16.509 (13,8%) |
13.261 (11,1%) |
28.294 (23,7%) |
Semanário |
32.901 (24,9%) |
33.820 (25,6%) |
42.682 (32,2%) |
22.898 (17,3%) |
Sábado |
55.814 (71,7%) |
9.142 (11,7%) |
6.944 (8,9%) |
6.000 (7,7%) |
Nota: A negro
carregado, entre parênteses, indica-se a percentagem, em função do espaço total
ocupado por peças sobre a Guerra.
Tabela 17
Origem das peças sobre a Guerra nos jornais
semanários e na revista Sábado
Origem |
Expres-so |
Expres-so |
O Inde-pen-dente |
O Inde-pen-dente |
O Jornal |
O Jornal |
Sema-nário |
Sema-nário |
Sábado |
Sábado |
- |
N.º |
Espaço (cm2) |
N.º |
Espaço (cm2) |
N.º |
Espaço (cm2) |
N.º |
Espaço (cm2) |
N.º |
Espaço (cm2) |
TOTAL |
250 |
229.674 |
167 |
102.709 |
262 |
119.388 |
162 |
132.301 |
143 |
77.900 |
Não mencionada e indeterminável |
52 (20,8%) |
43.408 (18,9%) |
46 (27,5%) |
10.624 (10,3%) |
86 (32,8%) |
35.140 (29,4%) |
20 (12,3%) |
6.818 (5,1%) |
52 (36,4%) |
23.058 (29,6%) |
Produção própria |
162 (64,8%) |
142.398 (62%) |
105 (62,9%) |
82.640 (80,5%) |
172 (65,6%) |
81.996 (68,7%) |
111 (68,5%) |
76.428 (57,8%) |
85 (59,4%) |
45.338 (58,2%) |
Produção não própria jornalística nacional |
- |
- |
- |
- |
1 (0,4%) |
390 (0,3%) |
- |
- |
- |
- |
Produção jornalística estrangeira |
32 (12,8%) |
43.868 (19,1%) |
15 (9%) |
8.556 (8,3%) |
3 (1,2%) |
1.862 (1,6%) |
28 (17,3%) |
47.870 (36,2%) |
6 (4,2%) |
9.504 (12,2%) |
Produção não própria não jornalística nacional |
4 (1,6%) |
924 (0,4%) |
- |
- |
- |
- |
2 (1,2%) |
1.185 (0,9%) |
- |
- |
Produção não própria não jornalística estrangeira |
- |
- |
1 (0,6%) |
889 (0,9%) |
- |
- |
1 (0,6%) |
889 (0,7%) |
- |
- |
Revistas militares |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
Tabela 18
Artigos de opinião sobre a Guerra de líderes
políticos nos jornais semanários e na revista Sábado
Artigos |
Expres-so |
Expres-so |
O Inde-pen-dente |
O Inde-pen-dente |
O Jornal |
O Jornal |
Sema-nário |
Sema-nário |
Sábado |
Sábado |
- |
N.º |
Espaço (cm2) |
N.º |
Espaço (cm2) |
N.º |
Espaço (cm2) |
N.º |
Espaço (cm2) |
N.º |
Espaço (cm2) |
TOTAL |
4 |
1.924 |
1 |
889 |
0 |
0 |
3 |
2.074 |
0 |
0 |
Líderes políticos de Portugal |
4 (100%) |
1.924 (100%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
2 (66,7%) |
1.185 (57,1%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
Líderes políticos dos EUA e outros países ocidentais |
0 (0%) |
0 (0%) |
1 (100%) |
889 (100%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
Líderes políticos do Iraque |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
Líderes políticos de outros países da Coligação |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
Líderes políticos de Israel |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
Líderes políticos de outros países e da ONU |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
1 (33,3%) |
889 (42,9%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
Tabela 19
Tom das peças sobre a Guerra nos jornais
semanários e na revista Sábado
Tom predominante |
Expres-so |
Expres-so |
O Inde-pen-dente |
O Inde-pen-dente |
O Jornal |
O Jornal |
Sema-nário |
Sema-nário |
Sábado |
Sábado |
- |
N.º |
Espaço (cm2) |
N.º |
Espaço (cm2) |
N.º |
Espaço (cm2) |
N.º |
Espaço (cm2) |
N.º |
Espaço (cm2) |
Tom positivo para o Iraque |
4 (1,6%) |
928 (0,4%) |
2 (1,2%) |
444 (0,4%) |
13 (5%) |
8.210 (6,9%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
16 (11,2%) |
8.448 (10,8%) |
Tom negativo para o Iraque |
18 (7,2%) |
8.034 (3,5%) |
3 (1,8%) |
2667 (2,6%) |
28 (10,7%) |
17.942 (15%) |
19 (11,7%) |
13.648 (10,3%) |
18 (12,6%) |
11.673 (15%) |
Tom positivo para a Coligação e a intervenção |
18 (7,2%) |
7.414 (3,2%) |
8 (4,8%) |
7.112 (6,9%) |
29 (11,1%) |
19.196 (16,1%) |
12 (7,4%) |
12.460 (9,4%) |
24 (16,8%) |
15.048 (19,4%) |
Tom negativo para a Coligação e a intervenção |
10 (4%) |
3.878 (1,7%) |
1 (0,6%) |
444 (0,4%) |
15 (5,7%) |
9.398 (7,9%) |
5 (3,1%) |
4.746 (3,6%) |
12 (8,4%) |
7.582 (9,7%) |
Nota: as
percentagens foram calculadas em função do número total de peças sobre a Guerra
e do espaço que elas ocupam.
Tabela 20
Conteúdo principal das peças sobre a Guerra nos
jornais semanários e na revista Sábado
Tema |
Expres-so |
Expres-so |
O Inde-pen-dente |
O Inde-pen-dente |
O Jornal |
O Jornal |
Sema-nário |
Sema-nário |
Sábado |
Sábado |
- |
N.º |
Espaço (cm2) |
N.º |
Espaço (cm2) |
N.º |
Espaço (cm2) |
N.º |
Espaço (cm2) |
N.º |
Espaço (cm2) |
1 |
8 (3,2%) |
10.928 (4,7%) |
2 (1,2%) |
1.133 (1,1%) |
7 (2,7%) |
3.540 (3%) |
3 (1,8%) |
4.445 (3,4%) |
4 (2,8%) |
5.764 (7%) |
2 |
8 (3,2%) |
8.156 (3,5%) |
1 (0,6%) |
889 (0,9%) |
2 (0,8%) |
3.090 (2,6%) |
3 (1,8%) |
889 (0,7%) |
4 (2,8%) |
5.156 (6,6%) |
3 |
9 (3,6%) |
4.808 (2,1%) |
1 (0,6%) |
444 (0,4%) |
2 (0,8%) |
3.298 (2,8%) |
5 (3,1%) |
4.149 (3,1%) |
1 (0,7%) |
832 (1,1%) |
4 |
16 (6,4%) |
12.460 (5,4%) |
1 (0,6%) |
889 (0,9%) |
2 (0,8%) |
1.690 (1,4%) |
4 (2,5%) |
5.334 (4%) |
2 (1,4%) |
756 (1%) |
5 |
1 (0,4%) |
180 (0,1%) |
3 (%) |
2.667 (%) |
1 (0,4%) |
370 (0,3%) |
1 (0,6%) |
222 (0,2%) |
1 (0,7%) |
80 (0,1%) |
6 |
12 (4,8%) |
19.800 (8,6%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
1 (0,4%) |
820 (0,7%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
2 (1,4%) |
976 (1,2%) |
7 |
3 (1,2%) |
1.604 (0,7%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
3 (2%) |
1.600 (2%) |
8 |
5 (2%) |
3.078 (1,3%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
2 (0,8%) |
950 (0,8%) |
1 (0,6%) |
889 (0,7%) |
5 (3,5%) |
3.078 (3,9%) |
9 |
6 (2,4%) |
2.530 (1,1%) |
4 (%) |
2.667 (2,6%) |
2 (0,8%) |
1.472 (1,2%) |
4 (2,5%) |
3.112 (2,4%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
10 |
17 (6,8%) |
18.960 (8,,2%) |
1 (0,6%) |
444 (0,4%) |
18 (6,9%) |
11.203 (9,4%) |
4 (2,5%) |
4.000 (3%) |
2 (1,4%) |
462 (0,6%) |
11 |
8 (3,2%) |
3.596 (1,6%) |
1 (0,6%) |
444 (0,4%) |
8 (3%) |
2.712 (2,3%) |
3 (1,8%) |
3.556 (2,7%) |
2 (1,4%) |
462 (0,6%) |
12 |
2 (0,8%) |
1.154 (0,5%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
12 (4,6%) |
6.993 (5,8%) |
1 (0,6%) |
296 (0,2%) |
2 (1,4%) |
1.154 (1,5%) |
13 |
7 (2,8%) |
3.566 (1,5%) |
4 (%) |
1.778 (1,7%) |
14 (5,3%) |
8.376 (7%) |
10 (6,2%) |
4.200 (3,2%) |
3 (2%) |
2.566 (3,3%) |
14 |
1 (0,4%) |
224 (0,1%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
11 (4,2%) |
6.674 (5,6%) |
3 (1,8%) |
1.680 (1,3%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
15 |
1 (0,4%) |
180 (0,1%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
1 (0,7%) |
180 (0,2%) |
16 |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
7 (2,7%) |
2.639 (2,2%) |
1 (0,6%) |
445 (0,3%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
17 |
3 (1,2%) |
1.680 (0,7%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
1 (0,4%) |
560 (0,5%) |
3 (1,8%) |
2.220 (1,7%) |
1 (0,7%) |
238 (0,3%) |
18 |
1 (0,4%) |
860 (0,4%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
1 (0,4%) |
40 (0,03%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
19 |
1 (0,4%) |
640 (0,3%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
1 (0,7%) |
640 (0,8%) |
20 |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
21 |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
2 (0,8%) |
1.485 (1,2%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
22 |
1 (0,4%) |
530 (0,2%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
1 (0,4%) |
390 (0,3%) |
1 (0,6%) |
220 (0,2%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
23 |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
24 |
3 (1,2%) |
1.102 (0,5%) |
8 (%) |
2.919 (2,8%) |
9 (3,4%) |
5.750 (4,8%) |
13 (8%) |
7.223 (5,5%) |
10 (7%) |
4.818 (6,2%) |
25 |
3 (1,2%) |
37.602 (16,4%) |
8 (%) |
6.771 (6,6%) |
4 (1,5%) |
1.818 (1,5%) |
32 (19,7%) |
29.337 (22,2%) |
12 (8,4%) |
4.926 (6,3%) |
26 |
18 (7,2%) |
12.470 (5,4%) |
19 (%) |
21.869 (21,3%) |
4 (1,5%) |
2.285 (1,9%) |
20 (12,3%) |
11.445 (8,7%) |
6 (4,2%) |
2.490 (3,2%) |
27 |
5 (2%) |
1.607 (0,7%) |
5 (%) |
3.852 (3,8%) |
19 (7,2%) |
1.961 (1,6%) |
7 (4,3%) |
3.223 (2,4%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
28 |
1 (0,4%) |
800 (0,3%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
1 (0,4%) |
834 (0,7%) |
1 (0,6%) |
85 (0,06%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
29 |
4 (1,6%) |
3.592 (1,6%) |
1 (0,6%) |
889 (0,9%) |
16 (6,1%) |
4.909 (4,1%) |
2 (1,2%) |
3.556 (2,7%) |
1 (0,7%) |
378 (0,5%) |
30 |
1 (0,4%) |
1.510 (0,6%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
13 (5%) |
4.957 (4,1%) |
2 (1,2%) |
889 (0,7%) |
2 (1,4%) |
832 (1,1%) |
31 |
0 (0%) |
0 (0%) |
1 (0,6%) |
222 (0,2%) |
1 (0,4%) |
260 (0,2%) |
4 (2,5%) |
5.334 (4%) |
2 (1,4%) |
416 (0,5%) |
32 |
3 (1,2%) |
1.716 (0,7%) |
1 (0,6%) |
444 (0,4%) |
1 (0,4%) |
720 (0,6%) |
3 (1,8%) |
1.185 (0,9%) |
2 (1,4%) |
832 (1,1%) |
33 |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
2 (0,8%) |
840 (0,7%) |
1 (0,6%) |
889 (0,7%) |
1 (0,7%) |
238 (0,3%) |
34 |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
35 |
0 (0%) |
0 (0%) |
1 (0,6%) |
99 (0,1%) |
1 (0,4%) |
80 (0,07%) |
1 (0,6%) |
1.333 (1%) |
2 (1,4%) |
832 (1,1%) |
36 |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
37 |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
2 (1,2%) |
1.333 (1%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
38 |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
2 (1,2%) |
1.333 (1%) |
1 (0,7%) |
416 (0,5%) |
39 |
3 (1,2%) |
3.078 (1,3%) |
1 (0,6%) |
222 (0,2%) |
2 (0,8%) |
1.516 (1,3%) |
5 (3,1%) |
2.667 (2%) |
6 (4,2%) |
1.650 (2,1%) |
40 |
1 (0,4%) |
1.220 (0,5%) |
1 (0,6%) |
222 (0,2%) |
1 (0,4%) |
840 (0,7%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
1 (0,7%) |
416 (0,5%) |
41 |
2 (0,8%) |
1.644 (0,7%) |
1 (0,6%) |
111 (0,1%) |
1 (0,4%) |
720 (0,6%) |
1 (0,6%) |
593 (0,4%) |
2 (1,4%) |
1.240 (1,6%) |
42 |
0 (0%) |
0 (0%) |
3 (%) |
1.778 (1,7%) |
2 (0,8%) |
1.176 (1%) |
3 (1,8%) |
1.512 (1,1%) |
2 (1,4%) |
540 (0,7%) |
43 |
3 (1,2%) |
1.242 (0,5%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
1 (0,4%) |
720 (0,6%) |
3 (1,8%) |
2.223 (1,7%) |
2 (1,4%) |
832 (1,1%) |
44 |
1 (0,4%) |
770 (0,3%) |
2 (1,2%) |
923 (0,9%) |
10 (3,8%) |
3.520 (2,9%) |
3 (1,8%) |
593 (0,4%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
45 |
92 (36,8%) |
66.387 (28,9%) |
97 (58,1%) |
51.032 (49,7%) |
80 (30,5%) |
30.180 (25,3%) |
10 (6,2%) |
21.891 (16,5%) |
57 (39,9%) |
33.400 (42,9%) |
Lista de temas: 1) Arsenal aliado; 2)
Arsenal iraquiano; 3) Acção ou descrição das Forças Armadas do Iraque; 4) Acção
ou descrição das Forças Armadas da Coligação (excluindo Portugal); 5) Acção ou
descrição das Forças Armadas Portuguesas; 6) Combate - Ponto de vista Aliado; 7) Combate - Ponto de vista iraquiano; 8) Combate - vários pontos de vista; 9) Acções, intervenções e
perfis de líderes políticos portugueses; 10) Acções, intervenções e perfis de
líderes políticos americanos; 11) Acções, intervenções e perfis de líderes
políticos da Coligação; 12) Acções, intervenções e perfis de líderes políticos
israelitas; 13) Acções, intervenções e perfis de líderes políticos iraquianos;
14) Acções, intervenções e perfis de líderes políticos de outros países; 15)
Acções, intervenções e perfis de líderes da ONU e outras organizações
internacionais; 16) Acções, intervenções e perfis de líderes militares
portugueses; 17) Acções, intervenções e perfis de líderes militares americanos;
18) Acções, intervenções e perfis de líderes militares da Coligação; 19)
Acções, intervenções e perfis de líderes militares israelitas; 20) Acções,
intervenções e perfis de líderes militares iraquianos; 21) Acções, intervenções
e perfis de líderes militares de outros países; 22) Acções, intervenções e
perfis de líderes religiosos cristãos; 23) Acções, intervenções e perfis de
líderes religiosos muçulmanos; 24) Situação económica - análises, opiniões, descrições, conjecturas e
prognósticos; 25) Situação política e político-militar/relações internacionais - análises, opiniões, descrições, conjecturas e
prognósticos; 26) Situação militar - análises,
opiniões, descrições, conjecturas e prognósticos; 27) Vida civil em Portugal
(excluindo manifestações); 28) Vida civil nos EUA (excluindo manifestações);
29) Vida civil no Iraque (excluindo manifestações); 30) Vida civil nos países
do Ocidente (excluindo manifestações); 31) Vida civil nos países não ocidentais
da Coligação (excluindo manifestações); 32) Vida civil em Israel (excluindo
manifestações); 33) Vida civil noutros países (excluindo manifestações); 34)
Manifestações contra a guerra em Portugal; 35) Manifestações contra a guerra
nos EUA e países ocidentais; 36) Manifestações contra a guerra nos países não
ocidentais da Coligação; 37) Manifestações contra a guerra noutros países; 38)
Manifestações no Iraque contra Israel e contra a intervenção aliada; 39)
Destruição no Iraque; 40) Destruição nos países da Coligação; 41) Destruição em
Israel; 42) Segurança e potenciais ou reais ameaças terroristas a Portugal; 43)
Segurança e potenciais ameaças terroristas ao Ocidente em geral; 44) Censura e
outros constrangimentos à cobertura jornalística da Guerra do Golfo; 45) Outro
tema ou vários temas (situação global (política, económica, militar, etc.),
acção da CNN e outros media, impacto ambiental da Guerra e dos incêndios
nos poços petrolíferos, "aventuras e desventuras" dos jornalistas,
cronologias, artigos documentais, artigos de opinião, etc.).
Tabela
21
Fontes
usadas nos jornais semanários e na revista Sábado
(Amostra
das edições dos dias 19 de Janeiro e 9 de Fevereiro de 1991)
Fontes |
Expresso |
O Independente |
O Jornal |
Semanário |
Sábado |
- |
N.º de orações |
N.º de orações |
N.º de orações |
N.º de orações |
N.º de orações |
O próprio jornalista ou membro da direcção do
jornal |
1.684 (65,8%) |
263 (38,2%) |
1.603 (66,8%) |
1.139 (76%) |
506 (74,1%) |
O próprio colunista, articulista ou opinador |
213 (8,3%) |
111 (16,1%) |
207 (8,6%) |
169 (11,3%) |
40 (5,9%) |
Líderes políticos portugueses |
28 (1,1%) |
31 (4,5%) |
55 (2,3%) |
36 (2,4%) |
11 (1,6%) |
Líderes políticos americanos e ocidentais |
136 (5,3%) |
61 (8,9%) |
27 (1,1%) |
7 (0,5%) |
22 (3,2%) |
Líderes políticos iraquianos |
17 (0,7%) |
7 (1%) |
22 (0,9%) |
5 (0,3%) |
18 (2,6%) |
Líderes políticos israelitas |
25 (1%) |
4 (0,6%) |
35 (1,5%) |
11 (0,7%) |
0 (0%) |
Líderes políticos de outros países da Coligação |
22 (0,8%) |
1 (0,1%) |
15 (0,6%) |
5 (0,3%) |
7 (1%) |
Líderes políticos de outros países |
15 (0,6%) |
0 (0%) |
137 (5,7%) |
10 (0,7%) |
8 (1,2%) |
Líderes militares portugueses |
2 (0,1%) |
58 (8,4%) |
20 (0,8%) |
3 (0,2%) |
0 (0%) |
Líderes militares americanos e ocidentais |
71 (2,8%) |
7 (1%) |
35 (1,5%) |
5 (0,3%) |
8 (1,2%) |
Líderes militares iraquianos |
0 (0%) |
9 (1,3%) |
2 (0,1%) |
1 (0,1%) |
0 (0%) |
Líderes militares israelitas |
0 (0%) |
2 (0,3%) |
7 (0,3%) |
0 (0%) |
1 (0,1%) |
Líderes militares de outros países da Coligação |
0 (0%) |
2 (0,3%) |
7 (0,3%) |
0 (0%) |
5 (0,7%) |
Líderes militares de outros países |
0 (0%) |
0 (0%) |
2 (0,1%) |
0 (0%) |
1 (0,1%) |
Fontes não identificadas portuguesas |
0 (0%) |
11 (1,6%) |
17 (0,7%) |
16 (1,1%) |
1 (0,1%) |
Fontes não identificadas americanas e ocidentais |
35 (1,5%) |
1 (0,1%) |
2 (0,1%) |
10 (0,7%) |
1 (0,1%) |
Fontes não identificadas iraquianas |
0 (0%) |
4 (0,6%) |
1 (0,1%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
Fontes não identificadas israelitas |
0 (0%) |
0 (0%) |
1 (0,1%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
Fontes não identificadas de outros países da
Coligação |
0 (0%) |
0 (0%) |
2 (0,1%) |
0 (0%) |
1 (0,1%) |
Fontes não identificadas de outros países |
0 (0%) |
0 (0%) |
6 (0,2%) |
3 (0,2%) |
0 (0%) |
Pessoas comuns portuguesas |
0 (0%) |
17 (2,5%) |
47 (1,9%) |
7 (0,5%) |
0 (0%) |
Pessoas comuns americanas e ocidentais |
58 (2,3%) |
1 (0,1%) |
1 (0,1%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
Pessoas comuns iraquianas |
16 (0,6%) |
0 (0%) |
8 (0,3%) |
6 (0,4%) |
0 (0%) |
Pessoas comuns israelitas |
4 (0,1%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
1 (0,1%) |
Pessoas comuns de outros países da Coligação |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
Pessoas comuns de outros países |
0 (0%) |
0 (0%) |
27 (1,1%) |
3 (0,2%) |
4 (0,6%) |
Outras fontes portuguesas |
0 (0%) |
60 (8,7%) |
17 (0,7%) |
10 (0,7%) |
27 (3,9%) |
Outras fontes americanas e ocidentais |
126 (4,9%) |
21 (3%) |
8 (0,3%) |
13 (0,9%) |
3 (0,4%) |
Outras fontes iraquianas |
0 (0%) |
7 (1%) |
5 (0,2%) |
0 (0%) |
3 (0,4%) |
Outras fontes israelitas |
|
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
Outras fontes de outros países da Coligação |
0 (0%) |
3 (0,4%) |
0 (0%) |
24 (1,6%) |
0 (0%) |
Outras fontes de outros países |
59 (2,3%) |
7 (1%) |
82 (3,4%) |
15 (1%) |
15 (2,7%) |
Tabela 22
Imagens da Guerra do Golfo nos jornais semanários
e na revista Sábado
Órgão jornalístico |
Imagens (n.º total) |
Imagens (espaço ocupado em cm2) |
% do espaço de infor-mação sobre a Guer-ra ocupa-do por ima-gens |
Fotos (n.º) |
Fotos (espa-ço) |
Info- grá-ficos e mapas (n.º) |
Info- grá- ficos e mapas (espa-ço) |
Car-toons (n.º)
|
Car-toons (espaço) |
Ima-gens da TV (n.º) |
Ima-gens da TV (espa-ço) |
Expresso |
201 (28,7/ edição) |
26.758 (3.822,6/ edição) |
11,6% |
180 (89,6%) |
21.289 (79,6%) |
7 (3,5%) |
1.868 (7%) |
7 (3,5%) |
2.824 (10,6%) |
7 (3,5%) |
777 (2,9%) |
O Indepen-dente |
93 (13,3/ edição) |
26.637 (3.805,3/ edição) |
25,9% |
72 (77,4%) |
14.542 (54,6%) |
7 (7,5%) |
4.482 (16,8%) |
11 (26,9%) |
7.169 (26,9%) |
3 (3,2%) |
444 (1,7%) |
O Jornal |
169 (24,1/ edição) |
25.500 (3.642,9/ edição) |
21,3% |
146 (86,4%) |
21.839 (85,6%) |
12 (7,1%) |
2.251 (8,8%) |
6 (3,6%) |
839 (3,3%) |
5 (2,9%) |
571 (2,3%) |
Semanário |
167 (23,9/ edição) |
40.015 (5.716,4/ edição) |
30,2% |
143 (85,6%) |
33.182 (82,9%) |
4 (2,4%) |
2.001 (5%) |
17 (10,2%) |
3.853 (9,6%) |
3 (1,8%) |
979 (2,5%) |
Sábado |
216 (30,9/ edição) |
20.990 (2.998/ edição) |
26,9% |
195 (90,3%) |
16.449 (78,4%) |
15 (6,9%) |
3.187 (15,2%) |
3 (1,4%) |
746 (3,5%) |
3 (1,4%) |
608 (2,9%) |
Nota 1: A
negro carregado, entre parênteses, indica-se, nas duas primeiras colunas, a
média por edição; indicam-se igualmente entre parênteses, nas últimas oito
colunas, as percentagens de fotos, de cartoons, de infográficos e mapas
e de imagens da TV no total de imagens, em relação ao número e ao espaço
ocupado.
Nota 2: Em O
Independente, no Caderno Vida, surge regularmente uma secção
humorística, designada "Rantanplan", que vive à custa de imagens
televisivas (cerca de 24, ocupando duas páginas) comentadas com humor. Essas
imagens não foram contabilizadas na análise porque subverteriam os resultados.
Tabela 23
Origem das imagens de TV aproveitadas pelos
jornais semanários e pela revista Sábado
Origem |
Expres-so |
Expres-so |
O In-depen-dente |
O In-depen-dente |
O Jornal |
O Jornal |
Sema-nário |
Sema-nário |
Sábado |
Sábado |
- |
N.º |
Espaço (cm2) |
N.º |
Espaço (cm2) |
N.º |
Espaço (cm2) |
N.º |
Espaço (cm2) |
N.º |
Espaço (cm2) |
TOTAL |
7 |
777 |
3* |
444* |
5 |
571 |
3 |
979 |
3 |
608 |
Não mencionada e indeterminável |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
Produção nacional |
1 (14,3%) |
32 (4,1%) |
1 (33,3%) |
222 (50%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
Produção estrangeira |
6 (85,7%) |
745 (95,9%) |
2 (66,7%) |
222 (50%) |
5 (100%) |
571 (100%) |
3 (100%) |
979 (100%) |
3 (100%) |
608 (100%) |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
Meios não jornalísticos ocidentais |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
Meios não jornalísticos iraquianos |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
Meios não jornalísticos árabes/ islâmicos |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
Meios não jornalísticos israelitas |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
CNN |
4 (57%) |
457 (58,8%) |
1 (33,3%) |
111 (25%) |
5 (100%) |
571 (100%) |
2 (66,7%) |
914 (93,4%) |
2 (66,7%) |
590 (97%) |
RTP |
1 (14,3%) |
32 (4,1%) |
1 (33,3%) |
222 (50%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
Outras TV’s ocidentais |
1 (14,3%) |
215 (27,7%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
TV iraquiana |
1 (14,3%) |
73 (9,4%) |
1 (33,3%) |
111 (25%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
1 (33,3%) |
65 (6,6%) |
1 (33,3%) |
18 (3%) |
Outras TV’s árabes ou islâmicas |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
TV’s israelitas |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
Imagens de TV com menção a censura |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
Nota: quando me refiro a meios
jornalísticos ou não jornalísticos ocidentais não incluo os portugueses.
*Exclui as imagens da secção
"Rantanplan".
Tabela
24
Origem
dos mapas e infográficos dos jornais semanários e da revista Sábado
Origem |
Expres-so |
Expres-so |
O In-depen-dente |
O Inde-pen-dente |
O Jornal |
O Jornal |
Sema-nário |
Sema-nário |
Sábado |
Sábado |
- |
N.º |
Espaço (cm2) |
N.º |
Espaço (cm2) |
N.º |
Espaço (cm2) |
N.º |
Espaço (cm2) |
N.º |
Espaço (cm2) |
TOTAL |
7 |
1.868 |
7 |
4.482 |
12 |
2.251 |
4 |
2.001 |
15 |
3.187 |
Não mencionada e indeterminável |
6 (85,7%) |
1.717 (91,9%) |
7 (100%) |
4.482 (100%) |
3 (25%) |
1.258 (55,9%) |
1 (25%) |
222 (11,1%) |
10 (66,7%) |
2.124 (66,7%) |
Produção
própria ou mista |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
3 (75%) |
1.779 (88,9%) |
1 (6,6%) |
378 (11,9%) |
Produção
não própria nacional |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
Produção estrangeira |
1 (14,3%) |
151 (8,1%) |
- |
- |
9 (75%) |
993 (44,1%) |
- |
- |
4 (26,7%) |
685 (21,5%) |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
Meios
não jornalísticos ocidentais |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
Revistas
militares
ocidentais |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
Meios jornalísticos ocidentais |
1 (14,3%) |
151 (8,1%) |
- |
- |
9 (75%) |
993 (44,1%) |
- |
- |
4 (26,7%) |
685 (21,5%) |
Nota: quando
me refiro a meios jornalísticos ou não jornalísticos ocidentais não incluo os
portugueses.
Tabela 25
Origem das fotografias nos jornais semanários e na
revista Sábado
Origem |
Expres-so |
Expres-so |
O In-depen-dente |
O In-depen-dente |
O Jornal |
O Jornal |
Sema-nário |
Sema-nário |
Sábado |
Sábado |
- |
N.º |
Espaço (cm2) |
N.º |
Espaço (cm2) |
N.º |
Espaço (cm2) |
N.º |
Espaço (cm2) |
N.º |
Espaço (cm2) |
TOTAL |
180 |
21.289 |
72 |
14.542 |
146 |
21.839 |
143 |
33.182 |
195 |
16.449 |
Não
mencionada e indeterminável |
57 (31,7%) |
4.663 (21,9%) |
56 (77,8%) |
13.209 (90,8%) |
106 (72,6%) |
15.074 (69%) |
141 (98,6%) |
32.886 (99,1%) |
160 (82%) |
10.117 (61,5%) |
Produção
própria |
14 (7,8%) |
2.709 (12,7%) |
16 (22,2%) |
1.333 (9,2%) |
10 (6,8%) |
1.705 (7,8%) |
- |
- |
14 (7,2%) |
2.179 (13,2%) |
Produção
não
própria nacional |
- |
- |
- |
- |
25 (17,1%) |
4.096 (18,8%) |
- |
- |
7 (3,6%) |
1.408 (8,6%) |
Produção estrangeira |
109 (60,5%) |
18.356 (65,4%) |
- |
- |
5 (3,5%) |
964 (4,4%) |
2 (1,4%) |
296 (0,9%) |
14 (7,2%) |
2.745 (16,7%) |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
Meios
não
jornalísticos ocidentais |
2 (1,1%) |
494 (2,3%) |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
Meios
não
jornalísticos iraquianos |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
Meios
não jornalísticos israelitas |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
Meios
não
jornalísticos árabes/ islâmicos |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
Revistas
militares ocidentais |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
Meios jornalísticos ocidentais (inc. agências) |
107 (59,4%) |
17.862 (83,9%) |
- |
- |
5 (3,5%) |
964 (4,4%) |
2 (1,4%) |
296 (0,9%) |
14 (7,2%) |
2.745 (16,7%) |
Meios jornalísticos iraquianos (inc. agências) |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
Meios jornalísticos israelitas (inc. agências) |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
Meios jornalísticos árabes/ islâmicos
(inc. agências) |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
Fotos com menção a censura |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
1 (0,7%) |
125 (0,4%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
Nota: quando me refiro a meios
jornalísticos ou não jornalísticos ocidentais não incluo os portugueses.
Tabela 26
Conteúdo principal das imagens nos jornais
semanários e na revista Sábado
Conteúdo |
Expres-so |
Expres-so |
O Inde-pen-dente |
O Inde-pen-dente |
O Jornal |
O Jornal |
Sema-nário |
Sema-nário |
Sábado |
Sábado |
- |
N.º |
Espaço (cm2) |
N.º |
Espaço (cm2) |
N.º |
Espaço (cm2) |
N.º |
Espaço (cm2) |
N.º |
Espaço (cm2) |
TOTAL |
201 |
26.758 |
93 |
26.637 |
169 |
25.500 |
167 |
40.015 |
216 |
20.990 |
Mapas
+ infográficos |
7 (3,5%) |
1868 (7%) |
7 (7,5%) |
4.482 (16,8%) |
12 (7,1%) |
2.251 (8,8%) |
4 (2,4%) |
2.001 (5%) |
15 (6,9%) |
3.187 (15,2%) |
Arsenal
português |
0 (0%) |
0 (0%) |
3 (3,2%) |
333 (1,2%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
Arsenal
americano (excepto se em combate) |
24 (11,9%) |
2.646 (9,9%) |
5 (5,3%) |
889 (3,3%) |
17 (10%) |
2.288 (9%) |
7 (4,2%) |
1.926 (4,8%) |
33 (15,3%) |
3.828 (18,2%) |
Arsenal da Coligação (excepto se em combate) |
6 (3%) |
859 (3,2%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
2 (1,2%) |
334 (0,8%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
Arsenal iraquiano (excepto se em combate) |
1 (0,5%) |
187 (0,7%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
3 (1,8%) |
451 (1,8%) |
3 (1,8%) |
511 (1,3%) |
7 (3,2%) |
862 (4,1%) |
Arsenal israelita (excepto se em combate) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
Arsenal de outros países (excepto se em combate) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
2 (1,2%) |
204 (0,8%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
1 (0,5%) |
108 (0,5%) |
Tropas
e líderes militares de Portugal |
2 (1%) |
249 (0,9%) |
4 (4,3%) |
278 (1%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
1 (0,5%) |
14 (0,07%) |
Tropas
e líderes militares
dos EUA (excepto se em combate) |
12 (6%) |
2.141 (8%) |
10 (10,7%) |
2.514 (9,4%) |
16 (9,5%) |
2.158 (8,5%) |
30 (18%) |
9.188 (23%) |
21 (9,7%) |
1.758 (8,4%) |
Tropas e líderes militares da Coligação (excepto se em combate) |
11 (5,5%) |
1.716 (6,4%) |
3 (3,2%) |
367 (1,4%) |
9 (5,3%) |
2.181 (8,5%) |
7 (4,2%) |
1.259 (3,1%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
Tropas
e líderes militares de Israel |
1 (0,5%) |
240 (0,9%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
3 (1,8%) |
296 (0,7%) |
6 (2,8%) |
1.074 (5,1%) |
Tropas
e líderes militares
do Iraque (excepto se em combate) |
2 (1%) |
405 (1,5%) |
3 (3,2%) |
1.111 (4,2%) |
3 (1,8%) |
705 (2,8%) |
4 (2,4%) |
926 (2,3%) |
11 (5,1%) |
2.544 (12,1%) |
Tropas
e líderes militares de outros países |
2 (1%) |
400 (1,5%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
4 (2,4%) |
442 81,7%) |
2 (1,2%) |
185 (0,5%) |
4 (1,9%) |
237 (1,1%) |
Líderes políticos portugueses |
0 (0%) |
0 (0%) |
10 (10,7%) |
889 (3,3%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
7 (4,2%) |
962 (2,4%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
Líderes
políticos americanos |
5 (2,5%) |
320 (1,2%) |
1 (1,1%) |
56 (0,2%) |
6 (3,5%) |
1.048 (4,1%) |
10 (6%) |
2.630 (6,6%) |
5 (2,3%) |
591 (2,8%) |
Líderes
políticos de países da Coligação |
10 (5%) |
631 (2,4%) |
4 (4,3%) |
462 (1,7%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
9 (5,4%) |
2.571 (6,4%) |
1 (0,5%) |
14 (0,07%) |
Líderes
políticos iraquianos |
10 (5%) |
726 (2,7%) |
5 (5,4%) |
3.856 (14,5%) |
10 (5,9%) |
1.947 (7,6%) |
14 (8,4%) |
1.954 (4,9%) |
6 (2,8%) |
806 (3,8%) |
Líderes
políticos
israelitas |
6 (3%) |
733 (2,7%) |
1 (1,1%) |
34 (0,1%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
1 (0,6%) |
74 (0,2%) |
1 (0,5%) |
33 (0,2%) |
Líderes
políticos
de outros países
e organizações internacionais |
11 (5,5%) |
867 (3,2%) |
2 (2,1%) |
167 (0,6%) |
10 (5,9%) |
1.900 (7,5%) |
6 (3,6%) |
741 (1,9%) |
8 (3,7%) |
252 (1,2%) |
Combate (todas as nações: ponto de vista aliado) |
3 (1,5%) |
922 (3,4%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
2 (1,2%) |
185 (0,5%) |
3 (1,4%) |
601 (2,9%) |
Combate (todas as nações: ponto de vista iraquiano) |
2 (1%) |
412 (1,5%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
1 (0,5%) |
175 (0,8%) |
Destruição
ou ameaça de destruição no Iraque |
9 (4,5%) |
1.303 (4,9%) |
1 (1,1%) |
111 (0,4%) |
7 (4,1%) |
1.129 (4,4%) |
6 (3,6%) |
2.371 (5,9%) |
11 (5,1%) |
1.708 (8,1%) |
Destruição
ou ameaça de destruição em áreas militares americanas |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
Destruição ou ameaça de destruição em áreas militares não americanas da Coligação |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
Destruição
ou ameaça de destruição em países da Coligação |
1 (0,5%) |
157 (0,6%) |
1 (1,1%) |
296 (1,1%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
Destruição
ou ameaça de destruição em Israel |
4 (2%) |
577 (2,1%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
1 (0,6%) |
111 (0,3%) |
1 (0,5%) |
510 (2,4%) |
Destruição
ou ameaça de destruição no Koweit |
1 (0,5%) |
110 (0,4%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
Vítimas militares do Iraque |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
3 (1,4%) |
264 (1,3%) |
Vítimas militares americanas |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
1 (0,5%) |
97 (0,5%) |
Vítimas
militares de países da Coligação |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
Vítimas
militares israelitas |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
Vitimas civis iraquianas |
1 (0,5%) |
275 (1%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
3 (1,4%) |
455 (2,2%) |
Vítimas civis de países da Coligação |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
Vítimas civis israelitas |
0 (0%) |
0 (0%) |
1 (1,1%) |
111 (0,4%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
1 (0,5%) |
38 (0,2%) |
Vida civil em Portugal |
1 (0,5%) |
221 (0,8%) |
9 (9,7%) |
1.334 (5%) |
7 (4,1%) |
1.172 (4,6%) |
2 (1,2%) |
445 (1,1%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
Vida civil no Iraque |
5 (2,5%) |
868 (3,2%) |
1 (1,1%) |
111 (0,4%) |
7 (4,1%) |
1.158 (4,5%) |
2 (1,2%) |
445 (1,1%) |
23 (10,6%) |
1.016 (4,8%) |
Vida civil em Israel |
10 (5%) |
1.162 (4,3%) |
1 (1,1%) |
111 (0,4%) |
3 (1,8%) |
499 (2%) |
2 (1,2%) |
163 (0,4%) |
1 (0,5%) |
104 (0,5%) |
Vida civil nos países da Coligação |
12 (6%) |
1.199 (4,5%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
5 (3%) |
699 (2,7%) |
17 (10,2%) |
3.445 (8,6%) |
4 (1,9%) |
301 (1,4%) |
Vida civil noutros países |
9 (4,5%) |
1.167 (4,4%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
8 (4,7%) |
2.407 (9,4%) |
2 (1,2%) |
296 (0,7%) |
3 (1,4%) |
169 (0,8%) |
Manifestações contra a guerra em Portugal |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
Manifestações contra a guerra nos EUA e Ocidente |
4 (2%) |
797 (3%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
2 (1,2%) |
593 (1,5%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
Manifestações contra a intervenção, EUA e Israel no Iraque |
6 (3%) |
1.031 (3,8%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
Manifestações
contra a guerra em países não ocidentais da Coligação |
1 (0,5%) |
444 (1,6%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
Manifestações contra a guerra noutros países |
10 (5%) |
947 (3,5%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
3 (1,8%) |
815 (2%) |
0 (0%) |
0 (0%) |
Outros conteúdos e conteúdos mistos* |
12 (6%) |
1.178 (4,4%) |
22 (23,6%) |
9.125 (34,2%) |
40 (23,7%) |
2.861 (11,2%) |
19 (11,4%) |
5.588 (14%) |
32 (14,8%) |
2.268 (10,8%) |
*Inclui, por exemplo, imagens de
prisioneiros de guerra, etc.
6. Discussão dos resultados
6.1 Cobertura redactorial
Avaliando globalmente os diários, constata-se
que a Guerra do Golfo foi um tema relevante na imprensa diária portuguesa
durante o período de análise. Em número de peças, o conflito representou um
peso informativo não inferior a 14,2% (n’O Primeiro de Janeiro), tendo
atingido um máximo de 19,7% no Público; em espaço informativo, a Guerra
ocupou um mínimo de 10,5% (no Correio da Manhã) e um máximo de 21% no Público.
Em números absolutos, o Correio da Manhã
foi o jornal que mais espaço dedicou à Guerra do Golfo (592.923 cm2),
enquanto o Diário de Notícias foi o periódico que mais peças sobre o
tema inseriu (1.359). O Primeiro de Janeiro foi o diário que menos
notícias (1.011) e menos espaço (246.093 cm2) dedicou à Guerra. De
qualquer modo, os jornais diários editaram um elevado número de notícias sobre
o conflito (todos acima das 1.011 notícias d’O Primeiro de Janeiro). Em
alguns casos os números atingidos foram muito próximos. A título
exemplificativo, excluindo O Comércio do Porto e O Primeiro de
Janeiro, jornais que atravessavam crises, os restantes diários publicaram
entre 1.247 (Jornal de Notícias) e 1.359 peças (Diário de Notícias).
Interpretando o fenómeno atrás descrito,
coloco por hipótese que a recorrência às mesmas agências e/ou os
constrangimentos próprios da cobertura de guerra tenham originado a publicação
de um número semelhante de notícias pelos diversos órgãos de imprensa. Pesquisa
posterior poderá, por consequência, avaliar o índice de repetição de notícias
nos diferentes jornais, com o objectivo de avaliar a pertinência da hipótese
agora colocada. A própria tendência para a publicação de cerca de 30 peças por
edição em todos os diários, com excepção de O Primeiro de Janeiro,
poderá resultar dessa mesma hipótese. As diferenças, inclusivamente, poderão
dever-se mais à inclusão de peças documentais, analíticas e opinativas do que a
nova informação sobre o tema. O número similar de peças essencialmente
descritivas, geralmente pequenas notícias, publicadas em todos os diários,
favorece esse entendimento. Repare-se, inclusivamente, que mesmo em termos de
espaço absoluto ocupado por informação sobre a Guerra, os números entre os
diários que atravessavam situações sadias não são muito dissonantes. O Correio
da Manhã atinge 592.923 cm2, o Público 521.203 cm2
e o Diário de Notícias 494.424 cm2. O espaço ocupado pelas
peças essencialmente descritivas é também algo semelhante em todos os diários,
especialmente se excluirmos O Correio da Manhã que, com 494.605 cm2,
foi o jornal que mais apostou numa informação predominantemente noticioso-descritiva,
provavelmente devido ao segmento de mercado que disputa.
De facto, o espaço dedicado pelo Correio
da Manhã à Guerra do Golfo não significa contextualização, explicação e
interpretação: a informação predominantemente descritivo-noticiosa foi a tónica
desse jornal, hipoteticamente devido às expectativas do seu público-alvo (1.214
peças essencialmente descritivas, ocupando 494.605 cm2; apenas 101
peças das restantes categorias, ocupando 98.318 cm2). Contudo, como
seria de esperar, atendendo, também, ao respectivo público-alvo, no lado oposto
ao Correio da Manhã situam-se o Diário de Notícias e o Público.
Apesar de só o primeiro destes jornais ter privilegiado, percentualmente, a
documentação, a análise e a opinião (em conjunto) à mera descrição/reportação,
ambos consagram registável relevância às peças predominantemente documentais,
analíticas e opinativas. Concretizando, o Diário de Notícias publicou
159 peças documentais, 136 analíticas e 163 opinativas, correspondendo,
respectivamente, a uma ocupação de superfície de 104.146 cm2, 93.272
cm2 e 110.584cm2. O Público inseriu 155 peças
essencialmente documentais, 105 essencialmente analíticas e 82 essencialmente
opinativas, que ocuparam, respectivamente, 94.966 cm2, 92.461 cm2
e 56.314 cm2. Os restantes jornais estiveram mais próximos do Correio
da Manhã, em termos de comportamento, do que dos jornais de
"elite". Nos casos de O Primeiro de Janeiro e O Comércio do
Porto, tal facto justificar-se-á, presumivelmente, pela crise que esses
jornais atravessavam; no caso do JN, o facto justificar-se-á, hipoteticamente,
pelo público-alvo a que se destina e pela necessidade de inserção de outros
conteúdos.
Na realidade, os valores encontrados para o Jornal
de Notícias (1.247 peças publicadas sobre a guerra, ocupando 380.455 cm2)
são menores do que aqueles que eu esperava para um jornal de grande formato,
sendo inferiores aos do Correio da Manhã, Público e Diário de
Notícias. Em princípio, este facto poderá dever-se à elevada superfície
espacial que, tradicionalmente, o JN dedica à informação regional e local, ao
desporto e às inserções publicitárias, o que tira espaço às restantes
temáticas. Mas o segmento de mercado que o Jornal de Notícias disputa
poderá, igualmente, constituir uma razão de peso para a política editorial que
foi seguida durante a Guerra do Golfo.
Os dados das tabelas 4 a 8 respeitantes aos
jornais Correio da Manhã e Jornal de Notícias vão ao encontro de
uma conclusão que, em 1992, eu já havia extraído: a maior parte da informação
sobre a Guerra do Golfo foi publicada nos primeiros dias do conflito (cf.
Sousa, 1992). Pelo menos, julgo que esta é uma hipótese plausível para explicar
por que razão no Correio da Manhã, entre 8 e 28 de Fevereiro de 1991,
apenas tenham sido publicadas 178 peças jornalísticas, ocupando somente 109.820
cm2. Este facto pressupõe que, no CM, entre 17 de Janeiro e 7 de
Fevereiro de 1991, foram publicadas 1.137 peças, que ocuparam 483.103 cm2.
Do mesmo modo, tal hipótese justificaria por que razão no Jornal de Notícias,
entre 8 e 28 de Fevereiro de 1991, apenas tenham sido publicadas 292 peças
sobre a Guerra, que ocuparam 161.994 cm2, enquanto entre 17 de
Janeiro e 7 de Fevereiro de 1991 o JN inseriu 955 peças sobre o conflito, que
ocuparam 218.461cm2. A este propósito, para ambos os jornais, é de
notar que a relação entre o espaço ocupado pelas peças e o número de peças é
inferior no período entre 17 de Janeiro e 7 de Fevereiro de 1991, o que
demonstra, a meu ver, uma certa fragmentação da informação sobre a Guerra durante
essa "primeira fase" do conflito (ou seja, entre 17 de Janeiro e 7 de
Fevereiro de 1991 foi publicado, em média, um número significativamente elevado
de "notícias", cada uma delas ocupando, em média, menos espaço do que
notícias publicadas entre 8 e 28 de Fevereiro).
Apesar de em todos os diários, com exclusão
do Público, a maioria relativa da informação ser de origem não
mencionada e indeterminável (tabela 4), nota-se que os jornais procuraram
produzir pelo menos alguma informação própria, sendo essa opção particularmente
visível nos "diários de elite" Público e Diário de Notícias,
nomeadamente no primeiro dentre eles, que, quase recém-nascido, procurava
implantar-se no mercado português. Estranhamente, jornais cheios de recursos,
como o Correio da Manhã e o Jornal de Notícias, aparentemente não
enveredaram por essa via. Friso aqui o "aparente" porque, relembro,
não foram analisados todos os exemplares destes jornais. Além disso, pode ter
sido produzida informação própria que não foi mencionada como tal, embora, do
mesmo modo, seja igualmente provável que parte da informação incluída na
categoria "origem não mencionada" tenha sido produzida por agências
noticiosas e outros news media, sendo, portanto, informação não-própria.
No que respeita à publicação de artigos de
opinião sobre a Guerra (tabela 5), pode verificar-se que o acesso dos líderes
políticos aos diários foi reduzido. Entre os jornais que publicaram artigos de
opinião subscritos por líderes políticos, a preferência foi dada aos políticos
portugueses ou dos restantes países ocidentais parceiros na Coligação
Internacional.
Quanto ao tom das peças publicadas na
imprensa diária portuguesa sobre a Guerra do Golfo (tabela 6), constata-se que
ele tendeu, em princípio, para a neutralidade, o balanço e o equilíbrio, já que
o número de peças marcadamente tendenciosas é pouco significativo, quer no que
respeita ao Iraque, quer no que respeita à Coligação. No entanto, a este nível
nota-se que o Iraque sai ligeiramente prejudicado, provavelmente por força dos valores-notícia
dos órgãos de comunicação social ocidentais e da própria civilização ocidental,
que terão visto como ilegítima a invasão e que serão regidos por critérios que
valorizam a proximidade não apenas geográfica, mas também afectiva, cultural, etc.
(ver, por exemplo: Sousa, 1999)
Pode dizer-se que a cobertura da Guerra nos
jornais portugueses foi diversificada, como se constata pela observação da
tabela 7. Isto é, os jornais portugueses abordaram diferentes aspectos do
conflito, embora tenham destacado as questões globais (peças multitemáticas) e
os assuntos económicos, políticos e político-militares em detrimento das
questões exclusivamente militares (como as referências ao arsenal ou aos
combates). Este facto poderá ter várias explicações. Por um lado, os
constrangimentos impostos à cobertura da frente de batalha por ambos os
beligerantes podem ter obrigado os jornalistas a focarem aspectos relacionados
com o conflito em si; por outro lado, a Guerra do Golfo estava a ter uma
importância relevante na evolução do mundo, após o ano-chave de 1989, não só
porque pela primeira vez em muitos anos a moribunda União Soviética e o
Ocidente alinhavam pelo mesmo diapasão mas também porque estavam em causa o
petróleo e a riqueza que ele gera, os problemas religiosos e os atritos entre o
Islão e o Ocidente cristianizado, os equilíbrios numa zona do Globo tão
instável quanto vital, as questões da democracia e da liberdade num espaço
geográfico regido por autocracias e teocracias (que, paradoxalmente, estavam a
ser defendidas pelas democracias ocidentais), as questões Israelo-Árabes (ou,
talvez mais correctamente, Israelo-Islâmicas), os temas relacionados com a
emancipação da mulher islâmica, a questão da água numa zona onde ela é o
mais precioso dos bens, as questões relacionadas com os media
globalizados e globalizantes e com a mundialização e as culturas locais, etc.
Ainda pela análise da tabela 7, verifica-se
que o tema das manifestações contra a Guerra esteve praticamente ausente da
cobertura, tal como a destruição provocada pelo conflito. Por consequência, os
jornais diários portugueses poderão ter contribuído para a construção da ideia
de que a Guerra do Golfo se tratava de um conflito limpo e cirúrgico.
Pela observação da mesma tabela, verifica-se,
igualmente, que a cobertura da Guerra não foi alarmista, registando-se, na
generalidade, uma presença mínima de peças que abordavam as ameaças à segurança
do Ocidente, como as ameaças terroristas. Assim, e embora não tenhamos
analisado os jornais anteriores à eclosão do conflito, se houve pessoas que
acorreram aos supermercados para atafulharem as suas despensas ou pessoas que
já viam tanques iraquianos a invadir, sem oposição, toda a Europa, mísseis
químicos, biológicos e nucleares a abaterem-se sobre o Ocidente e maciços
atentados terroristas, esse comportamento terá sido, provavelmente, mais ditado
pela informação televisiva ou outra do que pela informação impressa.
Apesar de as acções dos media - especialmente da CNN, que teve direito a grande publicidade e promoção
gratuitas- terem sido várias vezes referidas, estranhamente os
leitores foram pouco advertidos das circunstâncias preocupantes em que estava a
ser feita a cobertura jornalística do conflito, nomeadamente da censura e dos
demais constrangimentos impostos aos profissionais da comunicação social.
Através da análise da tabela 8 somos levados
a concluir que o discurso sobre a Guerra do Golfo foi, em primeiro lugar,
marcado e pautado pelos produtores da informação, fossem eles jornalistas
(principalmente) ou colunistas. Porém, essa primazia não representou uma
tendência para a análise e a opinião, conforme se pode verificar pelas tabelas
2 e 3, especialmente se excluirmos os jornais Público e Diário de
Notícias. Ou seja, o protagonismo dos jornalistas concretizou-se,
principalmente, na reportação-descrição e não tanto na análise, na
interpretação ou mesmo na opinião.
A partir da amostra sobre as fontes citadas a
propósito da Guerra pode ver-se que os líderes políticos dos dois lados em
conflito tiveram lugar de destaque, com ligeiro predomínio para os líderes
políticos ocidentais, o que, quando comparado com o espaço dado aos militares,
acentua a relativa ausência da cobertura dos aspectos puramente militares da
Guerra. As pessoas comuns também foram pouco referenciadas, apesar de,
geralmente, serem elas quem mais sofre com as guerras. Pessoalmente, considerei
surpreendente o recurso pouco volumoso às fontes não identificadas, já que
supus que numa situação de conflito os jornalistas procurassem obter uma maior
quantidade de informação sensível de interesse público junto de fontes a quem
protegeriam com a salvaguarda do anonimato. No entanto, isto vem ao encontro da
tese que vê o jornalismo praticado durante a Guerra do Golfo como um
"mau" jornalismo, inconsequente, manietado, por vezes superficial,
que não abordou com a profundidade e o contexto requeridos os horrores da
Guerra (v.g. Katz, 1992).
Realço, finalmente, que entre as "outras
fontes" se incluíram os agentes económicos, cujo papel foi relevante
durante um conflito que, em grande medida, oscilou em torno do tema
"petróleo".
Passando, agora, para a análise geral dos
semanários, verifica-se, a exemplo do que se passou com os diários, que a
Guerra do Golfo terá sido, igualmente, o tema mais tratado na imprensa semanal
portuguesa durante o período de análise. O Jornal foi, entre os
periódicos analisados, aquele que mais peças inseriu sobre o tema (262, ou
seja, 28,4% da informação), seguido pelo Expresso (250 peças inseridas,
ou seja, 23,3% da informação), pelo O Independente (167 peças, ou seja,
10,1% do total de informação), pelo Semanário (162 peças, o equivalente
a 15,1% da informação) e pela revista Sábado (143 peças, correspondentes
a 15% do total de informação). Porém, o espaço ocupado pela informação sobre a
Guerra mostra que, em termos absolutos, o Expresso foi o semanário que
maior relevância deu à Guerra do Golfo (229.674 cm2, o que
corresponde a uma ocupação de 23,6% do espaço informativo), seguido pelo Semanário
(132.301 cm2, o que corresponde a uma ocupação de 30,6% do
espaço informativo), pel’O Jornal (119.388, isto é, 30,3% do espaço
informativo) e depois pel’O Independente (102.709 cm2,
representando 14% da superfície ocupada pela informação). Como é natural, a
revista Sábado, devido ao seu formato, apenas ocupou 77.900 cm2
com informação sobre a Guerra do Golfo, correspondendo a 20,4% do espaço
ocupado por informação.
Em princípio, esperar-se-á dos semanários,
mais do que dos diários (nos quais se poderá compreender um esforço descritivo
dedicado a quem acompanhou a Guerra predominantemente pela imprensa), um
esforço de contextualização, interpretação, análise e opinião sobre os temas
"quentes" da semana. Todavia, ao contrário das minhas expectativas,
os semanários e a revista Sábado preocuparam-se relativamente mais com a
descrição e reportação do que com o aprofundamento da cobertura da Guerra do
Golfo. Exemplificando, o Expresso inseriu 162 peças predominantemente
descritivas/reportativas (64,8% das peças sobre a Guerra), que ocuparam 124.376
cm2 (54,2% do espaço informativo sobre a Guerra do Golfo). Porém, o Expresso
editou apenas 33 peças essencialmente documentais (13,2% do total de notícias
sobre o conflito), 26 predominantemente analíticas (10,4%) e 29 essencialmente
opinativas (11,6%), que ocuparam, respectivamente, 26.984 cm2 (11,7%
do espaço ocupado por informação sobre a Guerra), 36.450 cm2 (15,9%)
e 41.864 cm2 (18,2%). Por seu turno, O Independente terá sido
o jornal semanário, entre os analisados, relativamente menos preocupado com o
aprofundamento da cobertura da Guerra do Golfo. Concretizando, O
Independente inseriu 105 peças predominantemente descritivas/reportativas
(62,9% das peças sobre a Guerra), que, no entanto, ocuparam 71.847 cm2
(69,9% do espaço informativo sobre a Guerra do Golfo). Mas esse jornal editou
apenas 13 peças predominantemente documentais (7,8% do total de notícias sobre
o conflito), 32 analíticas (19,2%) e 17 opinativas (10,1%), que ocuparam,
respectivamente, 6.223 cm2 (6% do espaço ocupado por informação
sobre a Guerra), 9.526 cm2 (9,3%) e 15.113 cm2 (14,7%). O
Jornal poderá considerar-se como tendo ficado no "meio-termo",
sendo de registar, em termos relativos, o elevado espaço (28.294 cm2)
que esse órgão jornalístico consagrou às 55 peças essencialmente opinativas que
publicou (21% das peças sobre a Guerra). Ainda assim, também O Jornal
privilegiou, em termos relativos, a descrição/reportação, tendo inserido 147
peças desta categoria sob análise (56,1% das peças sobre a Guerra, ocupando 61.324
cm2, ou seja, 51,4% do espaço informativo sobre o conflito). N’O
Jornal, as peças essencialmente documentais ficaram-se pelas 35 (13,4% das
peças sobre a Guerra, ocupando 16.509 cm2, o que representa 13,8% do
espaço informativo sobre o conflito) e as peças essencialmente analíticas
restringiram-se a 25 (9,5% das peças sobre a Guerra, que ocuparam 13.261 cm2,
isto é, 11,1% do espaço informativo dedicado à Guerra do Golfo). O Semanário
constitui a "excepção à regra". De facto, quer em número de peças, quer
no espaço por elas ocupado, nota-se que houve uma certa preocupação pela
documentação, pela análise e pela opinião, em detrimento da simples reportação
descritiva. Assim, as 55 peças essencialmente descritivas/reportativas (33,9%
das peças sobre a guerra) ocuparam apenas 32.901 cm2, o que
representa 24,9% em termos percentuais. Em contraponto, as 28 peças
essencialmente documentais (17,3% do total de peças sobre a Guerra), as 50
peças essencialmente analíticas (30,9% das peças sobre a Guerra) e as 29 peças
essencialmente opinativas (17,9% do número de peças sobre a Guerra) ocuparam,
respectivamente, 33.820 cm2 (25,6% do espaço informativo dedicado à
Guerra), 42.682 cm2 (32,2% do espaço sobre a crise no Golfo pérsico)
e 22.898 cm2 (17,3% do espaço informativo sobre a Guerra). Assim, o Semanário
terá sido o jornal mais analítico, acompanhando uma tendência que hoje parece
ser relevante nos quality papers. (cf. Barnhurst e Mutz, 1997)
A revista Sábado, que, dado o seu
formato A4, não se pode comparar directamente com os jornais, publicou 143
peças (15% das peças informativas), que ocuparam 77.900 cm2 (20,4%
do espaço informativo). Dentre elas, 87 (60,8%) eram essencialmente
descritivas/reportativas (ocupando 55.814 cm2, 71,7% do espaço
dedicado à Guerra do Golfo); 26 (18,2%) eram essencialmente documentais
(ocupando 9.142 cm2, 11,7% do espaço sobre a Guerra); 18 (12,6%)
eram essencialmente analíticas (ocupando 6.944 cm2, 8,9% do espaço
dedicado à Guerra); e 12 (8,4%) essencialmente opinativas (ocupando 6.000 cm2,
ou seja, 7,7% da superfície informativa sobre o conflito). A ênfase na
descrição/reportação em detrimento da profundidade e do ponto de vista talvez
decorra de algum carácter de "magazine" que essa revista de
informação geral possuiria: a política editorial convidaria a uma leitura mais
rápida e superficial.
Ao contrário dos diários, nos jornais semanários e na revista Sábado a
maioria das peças é de produção própria (tabela 17), apresentando o Semanário
as percentagens mais elevadas de produção não própria (maioritariamente oriunda
do estrangeiro). Este fenómeno talvez ocorra porque os semanários funcionam em
Portugal como referências sintéticas do que aconteceu ao longo da semana, tendo
os seus jornalistas mais tempo do que os da imprensa diária para elaborarem as
suas peças.
Tal como sucedeu na maior parte dos diários,
também os semanários consagraram pouco espaço aos artigos de opinião de líderes
políticos (tabela 18), nacionais e estrangeiros. No mesmo sentido, também a
maior parte da informação difundida sobre a Guerra pelos semanários e pela Sábado
terá sido tendencialmente neutra, uma vez que é percentualmente pouco
significativo o número de peças claramente desequilibrado e tendencioso,
favorecendo ou prejudicando um dos beligerantes (tabela 19). Ainda assim, e apesar das críticas que (também) foram
feitas à Coligação e à forma como estava a decorrer a intervenção militar e aos
pretextos desta, nota-se um pequeno enviusamento do tom da informação com ponto
de vista favorável à Coligação Internacional.
Conforme se observa pelos dados da tabela 20,
os semanários e a revista Sábado, tal como os diários, privilegiaram uma
abordagem multiangular e tematicamente diversificada da Guerra do Golfo
concederam mais espaço às análises globais, político-militares e económicas da
Guerra (etc.) do que à descrição militar do conflito, à referenciação do
armamento nela empregue e ao relato da destruição que provocou, o que terá
favorecido a construção de uma imagem limpa e asséptica do conflito, tal e qual
como ocorreu com as notícias dos diários. Identicamente aos diários, os
semanários e a revista Sábado não foram alarmistas, dando relativamente
pouco destaque às potenciais ameaças terroristas e militares ao Ocidente. Do
mesmo modo, nos semanários são pouco representativas as representações
jornalísticas das manifestações contra a Guerra, mas esses periódicos também
não assentaram a sua cobertura na celebração do poderio militar
norte-americano.
Repetindo, novamente, o que se passou com os
diários, também os semanários e a revista Sábado deram mais espaço aos
seus jornalistas e colunistas do que a outras fontes, o que me leva a dizer
que, para o caso do jornalismo impresso português, o protagonismo do jornalista
foi real, para o bem e para o mal.
A predominância relativa de peças
essencialmente descritivas/reportativas em todos os jornais, diários e
semanários, demonstra a relevância dos "factos" em detrimento dos
"comentários". Tal ocorrência mostra que os órgãos de comunicação
social estudados deram uma informação essencialmente fragmentária sobre a
Guerra do Golfo, subalternizando a documentação e a interpretação analítica ou
opinativa. Assim, a informação disponibilizada pela imprensa não tendeu para a
análise, nem sequer entre os semanários, que preferiram recordar o que se
passou a analisar o conflito. No entanto, os diários "de elite" Público
e Diário de Notícias, com destaque para este último, e, salvaguardando
as devidas proporções em termos de formato, os semanários Expresso e O
Jornal, quer em número de peças, quer em termos de superfície que as mesmas
ocupavam, consagraram, apesar de tudo, e conforme se depreende dos dados atrás
discutidos, uma atenção digna de registo à documentação, análise e opinião.
Como já se disse, o Semanário foi uma excepção à regra, pois consagrou
mais espaço à documentação e à análise do que à descrição, podendo-se ainda
somar as peças opinativas a esses dois primeiros grupos de peças para
demonstrar que esse jornal terá, provavelmente, protagonizado um esforço
assinalável para, entre os semanários, assegurar uma cobertura profunda e
contextual da Guerra do Golfo.
Em suma, podemos concluir que diários e
semanários portugueses tiveram um comportamento em muitos pontos semelhante no
que respeita à cobertura da Guerra do Golfo. Se aceitarmos que as referências
sobre o mundo que surgem no meio social são influenciadas pelos media,
então o comportamento tendencialmente "unificado" da imprensa
portuguesa terá contribuído para construir uma imagem da Guerra do Golfo como
tendo sido um acontecimento essencialmente pouco violento. Por outro lado, o
ângulo local que alguma informação teve em relação a um conflito passado a
milhares de quilómetros poderá ter contribuído, mais nuns jornais do que
noutros, para uma certa distorção da informação.
6.2 Cobertura imagética
Verifica-se pelos dados que todos os jornais
usaram relevantemente a informação imagética. O Expresso (11,6%
do espaço da informação sobre a Guerra ocupado com imagens sobre o conflito)
foi o periódico que, percentualmente, menos recorreu à informação imagética, no
cômputo geral de informação sobre a Guerra, embora não se possa dizer o mesmo
em números absolutos (201 imagens, ocupando 26.758 cm2). Todos os
restantes órgãos jornalísticos analisados apresentam percentagens de ocupação imagética
do espaço de informação sobre a guerra superiores a 21,3% (quase um quinto da
superfície dedicada à Guerra, em O Jornal), tendo o Diário de
Notícias atingido mesmo o valor de 35,3% (mais de um terço do espaço com
informação sobre a Guerra ocupado por informação imagética).
As fotografias foram o meio privilegiado de
representação visual do conflito em todos os jornais analisados, verificando-se
um recurso relativamente assinalável a infográficos e mapas (frequentemente
combinados), mostrando que as novas tecnologias da comunicação abrem novos
caminhos ao jornalismo mas também que as formas tradicionais de representação
imagética da Guerra na imprensa continuavam vivas na alvorada da última década
do segundo milénio. Só o Público, talvez o diário que, no início dos
anos noventa, se procurava afirmar com mais veemência em Portugal, adquirindo
estatuto e ganhando audiência, incluiu um número significativo de imagens
recuperadas da televisão (38 imagens, ou seja, 6,4%, que ocuparam 8,9% da
superfície dedicada à cobertura imagética).
Passando ao tema da origem das imagens,
verificamos que, em todos os jornais, as imagens televisivas, quando
mencionavam a origem ou quando era possível identificar essa origem, foram
principalmente extraídas da CNN, embora o Público e o Diário de
Notícias, que competiam pela mesma audiência, se tenham preocupado em ir
buscar algumas imagens à TV iraquiana, tendo o Público recorrido mesmo a
outras televisões ocidentais, acentuando a pluralidade da representação bélica.
Só no Público e no Correio da Manhã encontramos imagens
recuperadas da televisão com menção a censura.
No que respeita aos mapas e infográficos, a
maioria não incluía qualquer identificação sobre a sua origem. A maior parte
das origens identificadas dos mapas e infográficos dizia respeito a meios
jornalísticos ocidentais. O Público, porém, identificou sete mapas e
infográficos como sendo reproduzidos de revistas militares ocidentais e mesmo
outros sete como tendo tido origem em meios não jornalísticos ocidentais, o que
pode representar um certo grau de enviusamento.
Em relação à origem das fotografias, ressalta
imediatamente à vista que uma percentagem significativa das mesmas não teve a
origem referenciada. Se pensarmos que situações similares ocorreram com a
identificação dos mapas e infográficos e das imagens extraídas da televisão,
então podemos dizer que os jornais não respeitaram (integralmente) o direito
dos autores em ver o seu trabalho atribuído e o direito do público a ser
informado da autoria, inclusivamente para atribuir responsabilidades,
nomeadamente numa situação tão propícia às tentativas de manipulação das
correntes de opinião do público como é uma situação de guerra.
Ainda no que diz respeito à origem das
fotografias, é igualmente de salientar a elevada dependência que os jornais
denotaram da produção jornalística estrangeira. Provavelmente, embora vários
jornais tenham enviado correspondentes para os países envolvidos no conflito,
os fotojornalistas foram desvalorizados em privilégio dos jornalistas
redactores, tendo sido enviados mais destes últimos em detrimento dos
primeiros. Assim, podemos concluir que se os constrangimentos financeiros
atingem, em primeiro lugar, a cobertura fotojornalística do conflito, então o
fotojornalismo tende a ser desvalorizado em favor do texto escrito.
É interesante notar que enquanto os cartoons
são sempre assinados pelos seus autores, as restantes imagens não o são, o que
dá status profissional e social aos cartoonistas mas que o tira
aos restantes profissionais do jornalismo imagético. Esta situação, aliás, não
é nova. Conotado com a arte, o desenho, humorístico ou não, já merecia quase
sempre a identificação do autor nos primeiros tempos do fotojornalismo, ao
contrário do que acontecia com o repórter fotográfico, que raramente via essa
oportunidade ser-lhe concedida. Posso até recordar que muitas fotografias não
eram reproduzidas directamente nos jornais, embora já existissem recursos técnicos
para isso. pelo contrário, elas eram reproduzidas sob a forma de gravuras
desenhadas, talvez porque o público da época estivesse mais habituado ao
desenho e o privilegiasse.
É conveniente relembrar que a dependência que
os jornais portugueses denotaram, em todas as categorias sob análise, da
produção não própria de imagens representativas da guerra, tende a reduzir o
pluralismo das visões sobre a guerra, uma vez que haverá mais pessoas a
consumir as mesmas imagens. É ainda de destacar que praticamente não houve
quaisquer avisos nas imagens à censura e aos constrangimentos da cobertura de
guerra.
Dissecando, finalmente, os conteúdos das
representações visuais da Guerra do Golfo na imprensa portuguesa, é possível
verificar, em primeiro lugar, que, embora tenha havido uma preocupação
assinalável, talvez por efeito de arrastamento ou por causa do tipo de material
fornecido às redacções (e na ausência de imagens mais representativas do que se
sucedia no terreno, devido, provavelmente, aos constrangimentos e à censura),
na catalogação do arsenal dos países envolvidos, essa preocupação não foi a
tónica dominante da cobertura, ao contrário do que sucedeu nos Estados Unidos
(cf. Griffin e Lee, 1995). Não obstante, e apesar da relativa pluralidade dos
temas tratados, directa ou indirectamente relacionados com o conflito, todos os
jornais representaram significativamente a vertente militar do conflito, não
apenas introduzindo imagens do arsenal em presença, mas também das tropas e dos
líderes militares, com "vantagem" para a Coligação e os Estados
Unidos, ou seja, com um certo grau de enviusamento favorável aos EUA, aos
países da Coligação Internacional e, portanto, à intervenção armada com a
finalidade de assegurar a libertação do Koweit. As Forças Armadas portuguesas, talvez
porque contribuíram com pouco mais do que uma fragata e um navio de carga para
o esforço Aliado comum, foram desvalorizadas na cobertura, não tendo, portanto,
funcionado aqui fortemente o critério de noticiabilidade da proximidade.
A liderança política do conflito reflectiu-se
no elevado número de fotografias dos líderes políticos dos países beligerantes.
Neste pormenor, houve um recurso assinalável às representações da liderança
iraquiana, provavelmente devido à omnipresença de Saddam Hussein, o que
revelará também uma personalização do conflito, embora, no cômputo geral, os
líderes dos países da Coligação mais intervenientes, até porque são mais,
tenham sido significativamente representados, a par dos líderes políticos de
outros países e da ONU.
A visão da Guerra transmitida
predominantemente pelas imagens revela um conflito quase sem combates directos
e com relativamente poucas vítimas e destruição, com excepções pouco
significativas no que respeita ao Iraque e a Israel. Ou seja, a Guerra do Golfo
foi tendencialmente representada na imprensa portuguesa, em termos imagéticos,
como um conflito asséptico, cirúrgico, tal e qual os Aliados procuraram fazer
crer, ignorando-se o facto de que grande parte das bombas que caíram sobre o
Iraque eram gravitacionais, tal e qual as da Segunda Guerra Mundial (cf. Sousa,
1992). E estas bombas não escolhem onde caem...
É interessante notar a atenção que foi
concedida, por todos os jornais, à vida civil nos países em confronto e à vida
civil em Portugal, provavelmente devido à impossibilidade de se fotografarem os
acontecimentos na linha da frente, que teriam fornecido, certamente,
representações imagéticas da Guerra mais apetecíveis. Esta situação poderá ter
provocado um enviusamento na produção de sentido para as mensagens sobre a
Guerra, agudizando, por um lado, a ideia de que se trataria de um conflito
cirúrgico e, por outro lado, desviando as atenções do palco da Guerra.
Hipoteticamente, este facto poderá ter contribuído, no que respeita a Portugal,
para que se tenha verificado um aumento do sentimento de insegurança colectiva
(inclusivamente devido ao fantasma do terrorismo), uma vez que se deu do País
uma imagem de envolvimento superior àquele que ele teve na realidade.
Finalmente, registe-se que foi concedido algum
espaço à representação visual das manifestações contra a Guerra, sobretudo nos
diários, embora esse espaço tivesse sido percentualmente pouco significativo no
cômputo geral das imagens.
Assim, no que respeita à cobertura imagética
do conflito, posso realçar que, na generalidade, face aos dados recolhidos, os
jornais portugueses tiveram um comportamento relativamente semelhante no que
respeita às grandes tendências dessa cobertura, atrás expostas, provavelmente
quer devido a um presumível efeito de "arrastamento", quer devido aos
condicionalismos na cobertura. Esta será, talvez, a principal conclusão a
extrair nesta vertente do trabalho. Além disso, julgo poder dizer que se nota
uma certa ênfase na ideia de que o conflito foi uma teia de operações cirúrgicas
e assépticas, circunstância que, associada a uma certa personalização
maniqueísta do conflito (o bem contra o demónio Saddam), evidenciada pelo
grande número de imagens dos líderes, poderá ter contribuído para um certo
enviusamento tendencioso da cobertura, particularmente favorável à intervenção
aliada e à Coligação.
7. Conclusões
Em primeiro lugar, coloquei por hipótese que,
apesar, ou até por força, dos constrangimentos à liberdade jornalística
motivados pela excepcionalidade de uma situação de guerra e pelo contexto da
Guerra do Golfo e, eventualmente, devido ao papel da imprensa face ao
imediatismo da rádio e da televisão, a cobertura realizada pela imprensa
portuguesa teria tendido para a análise e a documentação, especialmente nos
semanários e nos diários "de elite" Público e Diário de
Notícias, embora sem abandono da opinião e do discurso
descritivo/reportativo, formas tradicionais de enunciação jornalística nos news
media impressos. Esta primeira hipótese não foi comprovada, pois, se
excluirmos o Diário de Notícias (que dá mais espaço às peças analíticas,
documentais e opinativas somadas do que às descritivas/reportativas), a
cobertura realizada pela imprensa portuguesa de grande expansão foi
essencialmente descritiva (mesmo nos semanários) e até fragmentária, dado o
número elevado de peças inseridas. De qualquer modo, nota-se nos jornais
"de elite" Público, Diário de Notícias, Expresso,
O Jornal e, principalmente, Semanário, quer em número de peças
inseridas, quer no espaço que elas ocupam, uma preocupação analítica e
documental registável. Diário de Notícias, entre os diários, e O
Jornal e o Expresso, entre os semanários, mostraram possuir, por seu
turno, uma vocação opinativa superior à dos restantes jornais. Posso também
dizer que todos os jornais tenderam para o equilíbrio informativo, no que
respeita à neutralidade do tom da informação sobre os beligerantes.
Em segundo lugar, coloquei ainda por hipótese
que, tendo sido a Guerra do Golfo, em grande medida, uma guerra de imagens e,
sobretudo, uma guerra de imagens na TV, a imprensa se ressentiu dessa
contingência, tendo usado relevantemente a imagem para fazer passar a
informação. Os resultados confirmam que todos os jornais, com especial destaque
para os diários, usaram relevantemente a imagem como veículo informativo sobre
a Guerra, o que valida a hipótese.
Em terceiro lugar, e finalmente, pus também
por hipótese que, face não só aos constrangimentos impostos pelos beligerantes
à movimentação dos jornalistas, mas também às novas tecnologias que permitem e
incentivam o jornalismo infográfico, a imprensa tenha recorrido relevantemente,
por um lado, a imagens extraídas dos ecrãs de televisão e, por outro lado, ao
jornalismo infográfico. Os dados recolhidos demonstram, porém, que, embora o
jornalismo infográfico tenha estado presente na cobertura, as percentagens da
sua utilização foram inferiores ao que eu esperava. Do mesmo modo, só
pontualmente os jornais recorreram a imagens recolhidas da TV. Assim sendo,
parece-me que a hipótese é rejeitável, sobretudo no que respeita ao
aproveitamento das imagens televisivas, já que, apesar de tudo, a infografia,
enquanto forma jornalística de apresentação de informação, esteve minimamente
representada.
8. Além das conclusões: um levantamento de
problemas e algumas opiniões
Hoje em dia é comum dizer-se que o jornalismo
está a ver diluir as fronteiras que delimitavam, caracterizavam e até o
ajudavam a legitimar-se.
Por um lado, as relações públicas (políticas,
económicas, comerciais, militares, etc.) não só promovem, negocialmente,
determinados acontecimentos, entidades e ideias à categoria de notícia,
"vitimando" os jornalistas e o jornalismo, como também sabem gerir a
informação em proveito das entidades que servem. Recorrem até, com frequência,
à difusão pública ou direccionada de conteúdos, usando técnicas jornalísticas e
os próprios meios jornalísticos. Por outro lado, os jornalistas recorrem a
técnicas que importaram da publicidade e, por vezes, funcionam, eles mesmos,
como uma espécie de publicitários.
A explosão da Internet, por seu turno, está a
redefinir o papel do jornalista como gatekeeper privilegiado da difusão
pública de conteúdos. A rede está a tornar-se um veículo de comunicação
universal, onde todos podem, potencialmente, inserir informação para consumo
público, que não passa pelo crivo do jornalista. Este, informador e mediador
tradicional sobre o que caía e acontecia no domínio público, está a ver
restringir-se esse papel.
Assim, quando Peter Arnet, da CNN (a
televisão mais satanizada e elogiada), dizia, durante a Guerra do Golfo, que
apenas pretendia "pôr toda a gente a falar", sem "filtros",
embora avisando o público de que estava sujeito a censura e a constrangimentos,
de alguma forma estava a antecipar uma situação em que o jornalista vê fugir-lhe
o papel de co-gestor e mediador privilegiado do espaço público simbólico e em
que o seu domínio técnico-profissional foi, simultaneamente,
contaminado, influenciado e aproveitado por outros sectores da comunicação
social. Não obstante, a CNN, como outros órgãos jornalísticos, e apesar dos
avisos públicos que fez relativos à censura e aos constrangimentos a que se viu
sujeita, foi muito criticada pela ausência de recuo, edição jornalística,
contexto, investigação e profundidade.
A propósito deste problema, há dois pontos
que me parece merecerem um debate profundo. Vou-os abordar, sem que seja meu
propósito fazer algo mais do que suscitar questões.
Em primeiro lugar, o jornalista é um ser
humano que, por muito honesto e rigoroso que seja, por muitas desconfianças que
possa ter, por muito que investigue os factos ou contraste fontes, por muito
que atrase a divulgação da informação até ter "certezas", por muito
que aprofunde e contextualize, também ele pode ser manipulado e intoxicado,
amplificando conteúdos propagandísticos, contra-informativos ou
desinformativos. Por exemplo, a imagem que alguns reterão da Guerra do Golfo é
a de que se tratou de uma guerra limpa, cirúrgica e até espectacular, devido,
inclusivamente, aos vídeos das "armas inteligentes" passados na TV e
às imagens esverdeadas dos céus iraquianos cobertos de explosões. Soube-se,
porém, posteriormente, e por acção dos jornalistas, que a maior parte das
bombas que caíram sobre o Iraque eram gravitacionais, muito semelhantes às da
Segunda Guerra Mundial. A guerra "inteligente" era, na verdade, uma
meia-verdade, ou seja, uma semi-mentira. Assim, mesmo não estando "no seu
melhor" durante a Guerra, os (alguns?) jornalistas não deixaram de fazer o
seu trabalho, lutando pela "verdade", quer durante o conflito, quer a
posteriori. De qualquer modo, a imagem terá passado, e essa imagem terá
sido, hipoteticamente, a mais desejada pelos militares e políticos
norte-americanos e aliados.
Em segundo lugar, o recuo, a investigação, a
edição, a contextualização, a análise, o aprofundamento e tudo o mais que se
possa aplicar ao jornalismo "ideal" nem sempre será compatível com a
velocidade a que vive a sociedade actual, com meios de comunicação que permitem
a simultaneidade e com as exigências de um público ávido e necessitado de
informação (ou apenas de comunicação?). Aliás, essas premissas, porventura, nem
sequer são conciliáveis com a expansão da Internet e com o potencial acesso
universal à rede. Se uns não disserem, outros o dirão. Foi o que aconteceu no
escândalo sexual Lewinsky-Clinton. Jornalistas da Newsweek souberam da
história e não a publicaram logo, enquanto ponderavam implicações éticas, mas
ela chegou rapidamente à rede, através de uma página de um repórter marginal ao
sistema – o Drudge Report. E daí saltou para as bocas do mundo.
Vê-se, assim, que a diversidade, riqueza e
profundidade das interrogações que a Guerra do Golfo suscitou tornaram-na um
evento privilegiado para, às portas do século XXI, e ainda com a explosão da
Internet a uns poucos anos de distância, se começar a reflectir sobre o papel
reservado aos jornalistas e ao público (aos cidadãos) no dealbar de uma época
cuja essência, como, decerto, acentuaria Bernstein, é o movimento mais a
incerteza.
Não me parece que a sociedade do século XXI
vá deixar de necessitar de produtores especializados de conteúdos e de
seleccionadores/mediadores (gatekeepers) para os "novos" e
"velhos" media. Por um lado, para existirem conteúdos
informativos de qualidade, susceptíveis de promover o conhecimento, seja na
Internet, seja na televisão interactiva e de alta definição, seja em qualquer
"novo" ou "velho" medium, é necessário haver quem os
produza. Por outro lado, para que alguém possa aceder rapidamente a esses
conteúdos, sobretudo no ciberespaço, não se desnorteando e enervando com as
toneladas de "(ciber)lixo", terá de haver quem exerça uma função de
selecção, sem que isso signifique que todos os restantes conteúdos deixem de
ser igualmente acessíveis.
Assim, a arma do futuro
"jornalista" (O que será um jornalista? Ainda existirão jornalistas e
jornalismo como os entendemos hoje? Ou haverá simplesmente "produtores de
conteúdos", cuja credibilidade e legitimidade dependerá unicamente de si
mesmos?) será, talvez, saber fazer, de forma competente, descodificadora,
talvez mais criativa, talvez mais democrática (polifónica), no sentido de fazer
viver a cidadania. Se todos puderem, potencialmente, aceder à Internet, então o
papel privilegiado do "jornalista" no (do) futuro, do meu ponto de
vista, deve passar pela produção de conteúdos profundos, analíticos (o que
pressupõe a especialização), contextuais, resultantes da verificação dos
factos, da investigação, da interpretação de dados. Sempre? Eu direi: sempre
que possível, pois haverá ocasiões em que a velocidade deverá ser ou poderá ter
que ser privilegiada. Mas o papel do "jornalista" no (do) futuro
também deve passar, do meu ponto de vista, por uma actividade de gatekeeping,
embora já não no sentido da gestão pró-exclusivista de uma determinada esfera
pública simbólica. O "jornalista" do futuro deverá assumir,
conjuntamente, a sua faceta de seleccionador especializado e a sua faceta de
analista-especialista. É na assunção desse papel social que, na minha opinião,
se jogará a sua pertinência e a sua legitimidade. Por exemplo, ele poderá
separar a informação relevante e não relevante dentro da Internet,
possibilitando rapidamente informação de qualidade a quem acede à rede e
queira, voluntariamente, usar os serviços jornalísticos propostos. Por exemplo,
por que não usar os sites dos órgãos jornalísticos quer como porta de
entrada na Internet, quer como motores de busca que não remetam para "o
trigo e o joio", mas somente para o "trigo"?
E o público, aqui entendido como o conjunto
dos cidadãos, como fica no meio de tantas vicissitudes, incógnitas e
incertezas? Do meu ponto de vista - e talvez esteja a
polemizar- o público tem de criar defesas per si. A
educação para os media e a pedagogia social que os próprios media
podem promover sobre si mesmos contribuiriam, certamente, para tal desiderato.
Por consequência, e dentro desses parâmetros, os media devem, na minha
opinião, transmitir duas ideias essenciais.
A primeira dessas ideias é a de que os
jornalistas são seres humanos como as outras pessoas. Por vezes, independentemente
da sua vontade, do seu rigor, da sua honestidade, da sua sapiência e
experiência, os jornalistas estão sujeitos, tanto como as restantes pessoas, ao
erro, à omissão, à intoxicação, à manipulação, à desinformação, a pressões
difíceis de contornar, a negociações com fontes difíceis e, às vezes,
poderosas, etc. Em situações de crise, como os conflitos militares e as
perturbações civis que colocam em risco interesses instalados, os
constrangimentos ao exercício do jornalismo agudizam-se, como é óbvio, e o
público deve sabê-lo. Mas também é preciso ter em mente que o jornalismo, pelo
menos nos países "ditos" democráticos, continua a ser uma actividade
enquadrada, não subjugada. Uma actividade onde ainda há espaços de autonomia e
negociação. Se algo distinguirá os "bons" jornalistas, talvez seja a
sua honestidade, o seu rigor, a sua autonomia de acção, pensamento e
julgamento, a sua capacidade de negociação e de contrastação de fontes e dados,
a sua capacidade de investigar e relacionar informações, acontecimentos e
pessoas, a sua capacidade de interpretar, contextualizar, aprofundar e explicar
os assuntos... e o leque de fontes fidedignas que cativam e usam, negociando.
Em segundo lugar, parece-me que, para o
senso-comum, os enunciados jornalísticos ainda são vistos como o espelho da
realidade, particularmente quando se trata de um discurso que recorra à
dimensão imagética. Desta feita - e esta é a minha
segunda ideia- parece-me ser da responsabilidade da educação para os
media, incluindo da responsabilidade dos próprios media enquanto
veículos pedagógicos e formativos, promover a educação e a geração de
conhecimentos sobre a comunicação jornalística, evidenciando que qualquer
enunciado jornalístico é dissonante da realidade que aborda e não o seu espelho,
embora possa dar pistas sobre a realidade representada, indiciar aspectos dessa
realidade e referenciá-los. O enunciado jornalístico torna-se, inclusivamente,
uma realidade que se debruça sobre a realidade, constituindo, assim, uma
espécie de meta-realidade discursiva.
Finalmente, e recuperando o tema da Guerra do
Golfo, parece-me que, na minha forma de ver as coisas, abdicar do pensamento e
do julgamento individual e independente torna-se efectivamente perigoso para a
democracia e para o controle democrático dos poderes, especialmente quando
esses poderes tentam, por vezes sabiamente, orientar os pensamentos e as
emoções das pessoas, sejam elas jornalistas ou cidadãos comuns. Durante a
Guerra do Golfo, de alguma forma isso aconteceu. Assim, "The combination
of information management, instant news, empty analysis, and the best of
intentions threatens the future of critical journalism, and our own". São
palavras de Elihu Katz (1992: 12) que convém termos presentes hoje e no futuro.
Bibliografia
ABELAIRA, Augusto (1991, 1 de Fevereiro) - Guerra e censura. O Jornal.
AL-AHNAF, M. e ÉTIENNE, B. (1992) - Ils Ont Rasé la Mésopotamie. Paris: Éditions Eshel.
AL-MAKATY, S. S.; BOYD, D. A. e VAN TUBERGEN,
G. N. (1994) - Source credibility during the Gulf War: A Q-study of
rural and urban Saudi Arabian citizens. Journalism Quarterly, vol. 71,
n.º 1, pp. 55-63.
ARANT, M. D. e WARDEN, M. L. (1994) - The military and the media: A clash of views on the role of the press
in time of war. In McCain, T. A. e Shyles, L. (Eds.) - The 1,000 Hour War: Communication in the Gulf. Westport:
Greenwood, pp. 19-36.
BARNHURST, Kevin G. e MUTZ, Diana (1997) - American journalism and the decline in event-centered reporting. Journal
of Communication, vol. 47, n.º1, pp. 27-55.
BAROODY, J. R. (1998) - Media Access and the Military: The Case of the Gulf War. New
York: University Press of America.
BENNET, W. L. e PALETZ, D. L. (1994) - Taken By Storm: The Media, Public Oppinion, and U.S. Foreign Policy
in the Gulf War. Chicago: University of Chicago Press.
BENNETT, W. L. e MANHEIM, J. B. (1993) - Taking the public by storm: Information, cuing, and the democratic
process in the Gulf conflict. Political Communication, vol. 10, n.º 4,
pp. 331-352.
BLANCHARD, M. A. (1991) - Free expression and wartime: Lessons from the past, hopes for the
future. Journalism Quarterly, vol. 69, n.º 1, pp. 5-7.
BLOOD, W. (1993) - Priming the audience: Australian response to the Gulf War. In
Greenberg, B. H. e Gantz, W. (Eds.) - Desert Storm and
the Mass Media. Cresskill: Hampton Press, pp. 299-311.
BOYD, D. A. (1994) - Arab audiences for Gulf War coverage: Where did they turn and why? In
McCain, T. A. e Shyles, L. (Eds.) - The 1,000 Hour
War: Communication in the Gulf. Westport: Greenwood, pp. 73-88.
BULLOCH, John e MORRIS, Harvey (1991) - Saddam’s War’s. The Origins of the Kuwait Conflict and
International Response. London: Faber and Faber.
BURCH, E. (1995) - National security and the Persian Gulf War on television news: Ethics
and the First Amendment paradox. Communication and the Law, vol. 17, n.º
4, pp. 3-20.
CÁDIMA, Francisco Rui (1991, 26 de Janeiro) - A guerra mediática. A Revista -
Expresso.
CARRILHO, Manuel M. (1992, 3 de Outubro) - Depois da história. A Revista - Expresso, pp. 68-69.
CARVALHO, Virgílio (1991) - O Golfo e o Futuro. Consequências da Crise do Golfo para a Nova
Ordem Internacional. Lisboa: Difel.
CARY, P. e DUFFY, B. (1992, 25 de Janeiro) - Segredos da Guerra do Golfo. A Revista - Expresso,
pp. 26-30.
CHARON, Jean-Marie et al. (1991) - Les médias dans la guerre. MediaPouvoirs, pp. 110-120.
CHENEY, G. (1993) - We’re talking war: Symbols, strategies and images. In Greenberg, B. H.
e Gantz, W. (Eds.) - Desert Storm and the Mass Media. Cresskill:
Hampton Press, pp. 61-73.
COELHO, Luís (1992, 30 de Maio) - TV globais: e se mais mundo houvesse... A Revista - Expresso,
pp. 76-80.
COHEN, A. A. (1993) - Between reality and news: Differential perception of the war in the
Gulf. In Greenberg, B. H. e Gantz, W. (Eds.) - Desert
Storm and the Mass Media. Cresskill: Hampton Press, pp. 312-324.
CONNERS, J. L. (1998) - Hussein as enemy: The Persian Gulf War in political cartoons. Harvard
International Journal of Press/Politics, vol. 3, n.º 3, pp. 96-114.
COOPER, S. (1996) - Military control over war news: The implications of the Persian Gulf. New
Jersey Journal of Communication, vol. 4, n.º 1, pp. 1-20.
DARWISH, Adel e ALEXANDER, Gregory (1991) - Guerra do Golfo. História Secreta da Guerra de Saddam. Mem
Martins: Publicações Europa-América.
DENTON, R. E. Jr. (1993) - Television as an instrument of war. In Denton, R. E. Jr. (Ed.) - The Media and the Persian Gulf War. Westport: Praeger, pp.
27-42.
ELASMAR, M. G. e STRAUBHAAR, J. S. (1993) - Selective exposure to TV news sources during the Gulf War. In
Greenberg, B. H. e Gantz, W. (Eds.) - Desert Storm and
the Mass Media. Cresskill: Hampton Press, pp. 233-248.
EL-SARAYAH, M. N. e AYISH, M. I. (1992) - Media coverage in the Gulf crisis: A survey of correspondence. Gazette,
vol. 49, n.º 3, pp. 233-240.
FAN, D. P. (1993) - Media coverage and U.S. public opinion on the Persian Gulf War. In
Greenberg, B. H. e Gantz, W. (Eds.) - Desert Storm and
the Mass Media. Cresskill: Hampton Press, pp. 125-144.
FICO, F. e SOFFIN, S. (1995) - Fairness and balance of selected newspaper coverage of controversial
national, state, and local issues. Journalism and Mass Communication
Quarterly, vol. 72, n.º 3, pp. 621-633.
FICO, F.; KU, L. e SOFFIN, S (1994) - Fairness, balance of newspaper coverage of U.S. in Gulf War. Newspaper
Research Journal, vol. 15, n.º 1, pp. 30-43.
FISK, Robert (1992, 17 de Janeiro) - Desafio à televisão. Público -
Caderno Especial Guerra do Golfo: Um Ano Depois, p. 7.
GANTZ, W. e GREENBERG, B. S. (1993) - Patterns of diffusion and information seeking. In Greenberg, B. H. e
Gantz, W. (Eds.) - Desert Storm and the Mass Media. Cresskill:
Hampton Press, pp. 166-182.
GARON, L. (1996) - A case study of functional subjectivity in media coverage: The Gulf
War on TV. Canadian Journal of Communication, vol. 21, n.º 3, pp.
317-337.
GORBATCHOV, Mikhail (1992, 27 de Fevereiro) - A Guerra do Golfo. Público, p. 5.
GOTSCHALK, M. (1992) - Operation desert cloud: The media and the Gulf war. World Policy
Journal, vol. 9, n.º 3, pp. 449-486.
GREENBERG, B. S.; COHEN, E. e LI, H. (1993) - How the U.S. found out about the war. In Greenberg, B. H. e Gantz, W.
(Eds.) - Desert Storm and the Mass Media. Cresskill:
Hampton Press, pp. 145-152.
GRIFFIN, M. e LEE, J. (1995) - Picturing the Gulf War: Constructing an image of war in Time, Newsweek,
and U.S. News & World Report. Journalism and Mass Communication
Quarterly, vol. 72, n.º 4, pp. 813-825.
GUERRA, Paulo e CURRAL, Luís (1991) - Guerra do Golfo. A Resposta a Todas as Questões. Lisboa:
Publicações Dom Quixote.
Gulf war: A one note chorus. Extra,
vol. 4, n.º 3 (May, 1991), pp. 3-22.
GUNTER, B. e WOBER, M. (1993) - The Gulf crisis and television: The public’s response in Britain. In
Greenberg, B. H. e Gantz, W. (Eds.) - Desert Storm and
the Mass Media. Cresskill: Hampton Press, pp. 281-298.
GUSTADT, L.E. (1993) - Taking the pulse of the CNN audience: A case study of the Gulf War. Political
Communication, vol. 10, n.º 4, pp. 389-409.
HACKETT, R. A e ZHAO, Y. (1994) - Challenging a master narrative: Peace protest and opinion/editorial
discourse in the U. S. press during the Gulf War. Discourse & Society,
vol. 5, n.º 4, pp. 509-541.
HADENIUS, S. (1992) - Sweden in an iron grip. Journal of Communication, vol. 42, n.º
3, pp. 48-63.
HALLIN, D. C. e GITLIN, T. (1993) - Agony and ritual: The Gulf War as popular culture and as television
drama. Political Communication, vol. 10, n.º 4, pp. 411-424.
HANEY, R. D. (1993) - Agenda-setting during the Persian Gulf crisis. In Greenberg, B. H. e
Gantz, W. (Eds.) - Desert Storm and the Mass Media. Cresskill:
Hampton Press, pp. 112-124.
HIBBARD, A. L. e KEENLEYSIDE, T. A. (1995) - The press and the Persian Gulf crisis: The Canadian angle. Canadian
Journal of Communication, vol. 20, n.º 2, pp. 255-266.
HIEBERT, R. E. (1993) - Public relations as a weapon of modern warfare. In Greenberg, B. H. e
Gantz, W. (Eds.) - Desert Storm and the Mass Media. Cresskill:
Hampton Press, pp. 29-36.
IYENGAR, S. e SIMON, A. (1993) - News coverage of the Gulf crisis and public opinion: A study of
agenda-setting, priming and framing. Communication Research, vol. 20,
n.º 3, pp. 265-383.
JEFFORDS, S. e RABINOVITZ, L. (Eds) (1994) - Seeing Trought the Media: The Persian Gulf War. New Brunswick:
Rutgers University Press.
JENSEN, R. (1992) - Fighting objectivity: The illusion of journalistic neutrality in
coverage of the Persian Gulf War. Journal of Communication Inquiry, vol.
16, n.º 1, pp. 20-32.
JOWETT, G. S. (1993 a) - Propaganda and the Gulf War. Critical Studies in Mass Communication,
vol. 10, n.º 3, pp. 286-300.
JOWETT, G. S. (1993 b) - Toward a propaganda analysis of the Gulf War. In Greenberg, B. H. e
Gantz, W. (Eds.) - Desert Storm and the Mass Media. Cresskill:
Hampton Press, pp. 74-85.
KAID, L. L. et al. (1994) - CNN’s Americanization of the Gulf War: An analysis of media,
technology, and storytelling. In McCain, T. A. e Shyles, L. (Eds.) - The 1,000 Hour War: Communication in the Gulf. Westport:
Greenwood, pp. 147-160.
KAID, L. L. et. al. (1993) - Telling the Gulf War story: Coverage in five papers. In Greenberg, B.
H. e Gantz, W. (Eds.) - Desert Storm and the Mass Media. Cresskill:
Hampton Press, pp. 86-98.
KATZ, E. (1980) - "Media events: The sense of occasion", Studies in Visual
Anthropology, n.º 6.
KATZ, E. (1992) - The end of journalism? Notes on watching the war. Journal of
Communication, vol. 42, n.º 3, pp. 5-13.
KEEBLE, R. (1997) - Secret State, Silent Press: New Militarism, the Gulf and the Modern
Image of Warfare. Bedfordshire: University of Luton Press.
KELLNER, D. (1992) - The Persian Gulf Television War. Boulder: Westview Press.
KELLNER, D. (1993) - The crisis in the Gulf and the lack of critical media discourse. In
Greenberg, B. H. e Gantz, W. (Eds.) - Desert Storm and
the Mass Media. Cresskill: Hampton Press, pp. 37-47.
KIRTON, J. (1994) - National mythology and media coverage: mobilizing consent for Canada’s
war in the Gulf. Political Communication, vol 10, n.º 4, pp. 425-441.
KROSNICK, J. A. e BRANNON, L. A. (1993) - The media and the foundation of presidential support: George Bush and
the Persian Gulf conflict. Journal of Social Issues, vol 49, n.º 4, pp.
167-182.
LEDO ANDIÓN, Margarita (1993) - O diario postelevisivo. Santiago de Compostela: Edicións Léa.
LIEBES, T. (1992) - Our war/their war: Comparing the Intifadeh and the Gulf War on U.S.
and Israeli television. Critical Studies in Mass Communication. vol. 9,
n.º 1, pp. 44-55.
LO, V.-H. (1994) - Media use, involvement, and knowledge of the Gulf War. Journalism
Quarterly, vol. 71, n.º 1, pp. 43-54.
MAALOUF, Amin (1990) - As Cruzadas Vistas pelos Árabes. 4ª edição. Lisboa: Difel.
MANCINI, P. (1992) - Old and new contradictions in Italian journalism. Journal of
Communication, vol 42, n.º 3, pp. 42-47.
MARINHO, Jorge (1993) - A Guerra do Golfo de Saddam Hussein: Inter(re)ferências
Psicossociológicas da Comunicação. Monografia de licenciatura, não
publicada, disponível na biblioteca da Escola Superior de Jornalismo do Porto
(Portugal).
McLEOD, D. et al. (1993) - Public perceptions and evaluations of the functions of the media in
the persian Gulf War. In Greenberg, B. H. e Gantz, W. (Eds.) - Desert Storm and the Mass Media. Cresskill: Hampton Press, pp.
197-212.
McLEOD, D. M.; EVELAND, W. P. Jr. e
SIGNORIELLI, N. (1994) - Conflict and public opinion. Journalism Quarterly,
vol. 71, n.º 1, pp. 20-31.
MILAVSKY, J. R. e GALCERAN, I. (1993) - The public’s reaction to a mediated war. In Greenberg, B. H. e Gantz,
W. (Eds.) - Desert Storm and the Mass Media. Cresskill:
Hampton Press, pp. 248-259.
MOULD, D. H. (1996) - Press pools and military-media relations in the Gulf War: A case study
of the Battle of Khafji, January 1991. Historical Journal of Film, Radio and
Television, vol. 16, n.º 2, pp. 133-159.
MOWLANA, H.; GERBNER, G. e SCHILLER, H. I.
(1992) - Triunph of the Image: The Media’s War in the Persian
Gulf: A Global Perspective. In Critical Studies in Communication and the
Cultural Industries. Boulder: Westview Press.
NEWHAGEN, J. E. (1994 a) - Effects of censorship disclaimers in Persian Gulf War television news
on negative thought elaboration. Communication research, vol. 21, n.º 2,
pp. 232-248.
NEWHAGEN, J. E. (1994 b) - Effects of television government censorship disclaimers on memory and
thought elaboration during the Gulf War. Journal of Broadcasting &
Electronic media, vol. 38, n.º 3, pp. 339-351.
NEWHAGEN, J. E. (1994 c) - The relationship between censorship and the emotional and critical
tone of television news coverage of the Persian Gulf War. Journalism
Quarterly, vol. 71, n.º 1, pp. 32-42.
O’HEFFERNAN, P. (1993) - Sobering thoughts on sound bites seen round the world. In Greenberg,
B. H. e Gantz, W. (Eds.) - Desert Storm and the Mass Media. Cresskill:
Hampton Press, pp. 19-28.
ORIHUELA, José Luis (1991, Marzo) - Sindromes de una TV en guerra. Nuestro Tiempo.
PAN, A. et al. (1994) - News media exposure and its learning effects during the Persian Gulf
War. Journalism Quarterly, vol. 71, n.º 1, pp. 7-19.
PAN, Z. et al. (1993) - Audience evaluations of U.S. news media performance in the Gulf War.
In Greenberg, B. S. e Gantz, W. (Eds.) - Desert Storm and
the Mass Media. Cresskill: Hampton Press, pp. 213-231.
PARKER, J. M. e HALE, J. L. (1994) - Psychological operations in the Gulf War: Analyzing key themes in
battlefields leaflets. In McCain, T. A. e Shyles, L. (Eds.) - The 1,000 Hour War: Communication in the Gulf. Westport:
Greenwood, pp. 89-110.
PARKER, S. L. (1995) - Toward an understanding of "rally" effects: Public opinion
in the Persian Gulf War. Public Opinion Quarterly, vol. 59, n.º 4, pp.
526-546.
PEER, L. e CHESTNUT, B. (1995) - Deciphering media independence: The Gulf War debate in television ans
newspaper news. Political Communication, vol. 12, n.º 1, pp. 81-95.
PERNIOLA, Mário et al. (1991) - Guerra Virtual, Guerra Real: Reflexão Sobre o Conflito do Golfo.
Lisboa: Vega.
PINSDORF, M. K. (1994) - Image makers of Desert Storm: Bush, Powell, and Schwarzkopf. In
McCain, T. A. e SHYLES, L. (Eds.) - The 1,000 Hour
War: Communication in the Gulf. Westport: Greenwood, pp. 37-52.
QUEIRÓS, Artur (1991) - Eu Vi Bombardear Bagdad. Coimbra: Fora do Texto.
REESE, S. D. e BUCKALEW, B. (1995) - The militarism of local television: The routine framing of the Persian
Gulf War. Critical Studies in Mass Communication, vol. 12, n.º 1, pp.
40-59.
ROJO, Alfonso (1991) - Os Maus Rapazes de Bagdad -
Diário de Guerra. Lisboa: Editorial
Inquérito.
ROJO, L. M. (1995) - Division and rejection: From the personification of the Gulf conflict
to the demonization of Saddam Hussein. Discourse & Society, vol. 6,
n.º 1, pp. 49-80.
ROWSE, Arthur E. (1992, September/October) - How to buid support for war. Columbia Journalism Review.
RUSCIANO, F. L. (1993) - Media perspectives on world opinion during Kuwaiti Crisis. In
Denton, R. E. Jr. (Ed.) - The Media and the Persian Gulf War. Westport:
Praeger, pp. 71-87.
SAVARESE, R. (1993) - The European press and Saladin the Fierce. European Journal of
Communication, vol. 8, n.º 1, pp. 15-53.
SHAW, D. L. e MARTIN, S. E. (1993) - The antural and inevitable, phases of war reporting: historical
shadows, new communication in the Persian Gulf . In Denton, R. E. Jr. (Ed.) - The Media and the Persian Gulf War. Westport: Praeger, pp.
43-70
SHINAR, D. e STOICU, G. (1992) - Media representations of social-political conflict: the Romanian
revolution and the Gulf war. Gazette, vol. 50, n.ºs 2/3, pp. 243-257.
SHYLES, L. e FISHBACH, R. M. (1994) - The Persian Gulf War debate in the U.S. Congress on C-SPAN: An
analysis of political communication in a global setting. In McCain, T. A. e
Shyles, L. (Eds.) - The 1,000 Hour War: Communication in the Gulf.
Westport: Greenwood, pp. 161-169.
SIGELMAN, L. et al. (1993) - As time goes by: Daily opinion change during the Persian Gulf crisis. Political
Communication, vol. 10, n.º 4, pp. 353-367.
SMALL, W. J. (1994) - The Gulf War: Mass media coverage and restraints. In McCain, T. A. e
Shyles, L. (Eds.) - The 1,000 Hour War: Communication in the Gulf.
Westport: Greenwood, pp. 3-18.
SMITH, J. E. (1993) - From the front lines to the front page: Media access to war in the
Persian Gulf and beyond. Columbia Journal of Law and Social Problems,
vol 26, n.º 2, pp. 291-339.
SNYDER, L. B. (1993) - Attitudes toward the Gulf War and news criticalness. In Greenberg, B.
H. e Gantz, W. (Eds.) - Desert Storm and the Mass Media. Cresskill:
Hampton Press, pp. 259-269.
SOUSA, Jorge Pedro (1992) - Incógnitas da Incerteza. Reflexões Sobre Jornalismo e Comunicação
Humana a Propósito da Guerra do Golfo. Monografia de licenciatura, não
publicada, disponível nas bibliotecas da Escola Superior de Jornalismo do Porto
(Portugal) e da Universidade Fernando Pessoa (Porto-Portugal).
SOUSA, Jorge Pedro (1999) - As Notícias e os Seus Efeitos - As
"Teorias" do Jornalismo e dos Efeitos Sociais dos Media Jornalísticos. Texto disponível na Biblioteca On-Line de Ciências
da Comunicação (http://bocc.ubi.pt).
STEELE, J. E. (1995) - Experts and the operational bias of television news: The case of the
Persian Gulf War. Journalism and Mass Communication Quarterly, vol. 72,
n.º 4, pp. 799-812.
SWANSON, D. L. e CARRIER, R. A. (1994) - Global pictures, local stories: The beginning of Desert Storm as
constructed by television news around the world. In McCain, T. A. e Shyles, L.
(Eds.) - The 1,000 Hour War: Communication in the Gulf.
Westport: Greenwood, pp. 129-146.
TIDHAR, C. E. e LEMISH, D. (1994) - Israeli broadcasting media facing the Scud missile attacks. In McCain,
T. A. e SHYLES, L. (Eds.) - The 1,000 Hour War:
Communication in the Gulf. Westport: Greenwood, pp. 111-126.
TIFFEN, R. (1992) - Marching to whose drum? Media battles in the Gulf War. Australian
Journal of International Affairs, vol. 46, n.º 1, pp. 44-60.
Triunfo sem vitória. A história não contada
da Guerra do Golfo Pérsico. A Revista -
Expresso (1992, 25 de Janeiro).
Artigo adaptado do livro Triunph Without Victory - The Unreported History of the Persian Gulf War, elaborado por uma equipa do US News & World
Report.
VIRÍLIO, Paul (1992, 18 de Janeiro) - Uma guerra não convencional. A Revista - Expresso.
WEISPFENNING, J. (1993) - The routinization of news production. In Greenberg, B. H. e Gantz, W.
(Eds.) - Desert Storm and the Mass Media. Cresskill:
Hampton Press, pp. 48-60.
WICKS, R. H. e WALKER, D. C. (1993) - Differences between CNN and the broadcast netrworks in live war
coverage. In Greenberg, B. H. e Gantz, W. (Eds.) - Desert
Storm and the Mass Media. Cresskill: Hampton Press, pp. 86-98.
WOODROW, Alain (1991) - Informação, Manipulação. Lisboa: Publicações Dom Quixote.
WOODWARD, G. C. (1993) - The rules of the game: The military and the press in the Persian Gulf
war. In Denton, R. E. Jr. (Ed.) - The Media and
the Persian Gulf War. Westport: Praeger, pp. 1-26.
YOUNG, P. (1992) - The ascendancy of the military over the media in the Gulf. Australian
Studies in Journalism, vol. 1, pp. 73-68.
ZELIZER, B. (1992) - CNN, the Gulf War, and journalistic practice. Journal of
Communication, vol. 42, n.º 1, pp. 66-81.