Diários
Paulistanos na Web
Luciana Moherdaui, Universidade
Bandeirante de São Paulo *
1999
Resumo
O presente
trabalho apresenta uma análise das diferenças e semelhanças entre o jornalismo
impresso e o digital, realizada de 14 a 20 de Setembro de 1998, observando
critérios de produção e edição utilizados nas versões online dos primeiros
cadernos de dois jornais diários paulistanos, Folha de S. Paulo (Brasil) e O
Estado de S. Paulo (Primeiro Caderno), escolhidos por serem os de maior
circulação na cidade de São Paulo.
Ao final extrai-se algumas conclusões sobre a
emergência do jornalismo digital, com destaque para novas formas de produção e
edição de notícias na Internet, a Rede Mundial de Computadores.
Sumário:
1.
Introdução
2.
Dos Átomos aos Bits
3. Jornalismo Impresso e
Digital
3.1.Internet: ferramenta do
repórter
3.1.1. E-mail: informação
por encomenda
3.2.Redação Web
3.2.1. O Leitor Web
3.2.2. 3.3 Design Web
4.
Folha de S. Paulo - Impresso
e Digital
4.1 .Impresso - aspectos
gráficos e textuais
4.2 .Digital - aspectos gráficos
e textuais
4.3 .Quadro Comparativo -
impresso e digital
4.4 .Nota de Atualização
5.
O Estado de S. Paulo -
Impresso e Digital
5.1.Impresso -
aspectos gráficos e textuais
5.2.Digital -
aspectos gráficos e textuais
5.3.Quadro
Comparativo - impresso e digital
5.4.Nota de
Atualização
6. Especial/ Entrevistas
Luciano Martins, editor
executivo da NetEstado
Graciliano Toni, gerente de
produtos do Universo Online
7. Considerações Finais
8. Anexos
9. Links
10. Bibliografia
1.
Introdução
"Nós olhamos o presente pelo espelho
retrovisor.
Adentramos o futuro marchando para trás".
(Marshall
McLuhan)
Ao longo da história, muitas alterações
foram feitas no uso da linguagem e na maneira de transmitir informações com o
advento dos meios de comunicação. Desde a criação da imprensa, no século XV,
até o advento da Internet, no final do século XX, a linguagem jornalística se
estabeleceu e se adaptou aos novos meios.
No momento em que surge a televisão, nos
anos 50, há uma adequação da linguagem do rádio, meio massivo anterior à TV. O
acréscimo do recurso da imagem modificou sensivelmente a forma e o conteúdo das
mensagens e das notícias veiculadas. Do mesmo modo, o surgimento da Internet
fez com que houvesse, ao menos num primeiro momento, a transposição de
conteúdos dos jornais impressos para a web, a parte multimídia da rede.
A
evolução tecnológica desta década consolidou a Internet como novo veículo de
comunicação, que vem alterando o processo de produção
jornalística. Dispomos de bancos de dados, importantes fontes de
informação para repórteres na elaboração de suas matérias; correio eletrônico,
que nos possibilita comunicação instantânea; e recursos multimídia, novas
ferramentas para transmitir informação.
Recebemos
informação por meio de bits[1]
em vez de átomos. Não é preciso exclusivamente ir à
banca comprar jornal. Navegamos no ciberespaço jornalístico com uma
linha telefônica, um modem[2]
e um computador. O jornal está disponível sob a forma de bits. Entramos na era
da digital. Estamos divididos entre bits e átomos.
Grande
parte dos veículos de comunicação impressos entrou na era digital em 1995. O
primeiro deles foi o Jornal do Brasil.
Logo em seguida, vários outros jornais se registraram na web, como o Estado de S. Paulo, a Folha de S. Paulo, O Globo, O Estado de
Minas, o Zero Hora, o Diário de Pernambuco
e o Diário do Nordeste.
Nenhum deles, com exceção do JB On-Line, que entra em acordo com a Agência JB em Janeiro de 1996 para uma
alimentação permanente de sua edição digital, atua com a noção de tempo real.
Alguns, ao contrário sequer são atualizados diariamente, como o Estado de Minas e o Zero Hora, que têm caráter semanal (Gonçalves, 1996, p.4).
Passados quatro anos dos primeiros jornais
digitais, é de extrema relevância pesquisar como se dá o tratamento das
notícias nestes periódicos, já que a produção jornalística na Internet é um
fenômeno emergente, que se encontra num momento de descobertas de caminhos
próprios, suscetíveis a erros e ainda em fase de adaptações. Assim, o objetivo deste
trabalho é apresentar uma análise das diferenças e semelhanças entre o
jornalismo impresso e o digital, observando critérios de produção e edição
utilizados nas versões online dos primeiros cadernos de dois jornais diários
paulistanos, Folha de S. Paulo (Brasil) e
O Estado de S. Paulo (Primeiro Caderno).
Para
que fosse possível o desenvolvimento desse trabalho foram utilizados alguns
processos. Entre eles, pesquisas de Teorias da Comunicação e da
Informação que analisam novas mídias, e também livros, artigos de jornais e
revistas, e publicações online (dada a emergência do tema desta discussão).
Além da análise das versões impressa e
digital da Folha e do Estado, foram realizadas entrevistas,
mediante questionários enviados por e-mail, com os responsáveis pela versão
digital dos jornais com o objetivo de pesquisar os critérios adotados por eles
na publicação e atualização das matérias na Internet.
No
capítulo 2, há um breve histórico acerca da evolução tecnológica por que
passaram as grandes redações de mídia impressa desde a década de 60 até a era
dos bits.
O capítulo seguinte traz uma comparação genérica entre o jornalismo impresso e o digital praticados no Brasil, considerando aspectos de produção e edição de texto. Sobretudo, sintetiza os desafios que a mídia impressa tem de superar por conta dos novos recursos tecnológicos que a web dispõe, uma vez que esses recursos contribuíram para melhorar a qualidade da reportagem local; aumentar a produtividade dos repórteres e o acesso à informação, e também diminuir a dependência das fontes para interpretar informações.
Ainda
neste capítulo, pretendo extrair algumas considerações sobre a emergência do
jornalismo digital, com destaque para novas formas de produção e edição de
notícias na Internet.
Logo
em seguida, no capítulo 5, há a análise sobre Folha de S. Paulo(Brasil) e O
Estado de S. Paulo(Primeiro Caderno), ao que se refere a aspectos gráficos
e textuais.
Foi utilizado o referencial metodológico que
consta no Novo Manual de Redação da Folha de
S. Paulo para analisar as versões impressa e digital da Folha e do Estado sob ponto de vista de produção e edição, uma vez que não há
publicação específica sobre design para web no Brasil.
O capítulo 6 traz duas entrevistas
realizadas por e-mail com o editor executivo da NetEstado, Luciano Martins e o gerente de produtos do Universo Online, Graciliano Toni.
Por
fim, e para provocar um debate, selecionei dois textos da jornalista Sonia
Aguiar publicados na revista Conexão
(www.conexao.com.br), em
janeiro de 1997: Em busca do jornalismo da era digital e Do papel à multimídia, nos quais há uma
discussão entre profissionais de veículos de comunicação ligados à novas
tecnologias acerca do significado de ciberjornalismo.
Há
também um interessante estudo (em inglês) que avalia os aspectos da mídia
impressa e online, sob o título de Estudo
Anual de Mídia no Ciberespaço, divulgado pela agência de relações públicas
e marketing, Middleberg & Associates (www.middleberg.com), em março deste
ano.
2. Dos Átomos aos Bits
Depois
da explosão da cultura cibernética em 1995, ano em que grandes veículos de
comunicação impressa entraram na Internet, é importante destacar a evolução
tecnológica por que passaram as redações da mídia impressa desde a década de 60
até o final dos anos 90, quando entramos definitivamente na era digital.
A
década de 70 e 80 marcou um período de grande desenvolvimento tecnológico nas
redações de mídia impressa dos diários brasileiros. À época, era preciso
informatizar para não morrer. Acabava a improvisação. Adotou-se o uso de
métodos e normas bem definidos para produzir jornal.
Ao
final dos anos 90, entramos na era digital e
estamos à frente de outro grande desafio: a Internet. Com uma linha
telefônica, um modem e um computador, estamos conectados à rede e o jornal nos
é apresentado sob a forma de bits. O limite agora é a criatividade do homem e o
uso que ele pode fazer dos recursos multimídia existentes.
A Folha de S. Paulo foi o primeiro jornal
brasileiro a informatizar suas redações, no início da década de oitenta, e
abolir definitivamente a máquina de escrever.
Seguido
da Folha, O Estado de S. Paulo e outros diários como O Globo, o Diário Catarinense e o Zero Hora tiveram que se adaptar diante da incorporação das novas
tecnologias e partiram também para a
informatização de suas redações. Na década de 90, a redação do Estado já estava totalmente informatizada.
Adriana
Balboni, em seu trabalho de conclusão de curso para a Escola de Comunicações e Arte da
Universidade de São Paulo, apresentado em 1995, aponta os ciclos
tecnológicos da empresa jornalística desde a década de 60 até o final dos anos
80:
O processo de informatização da imprensa
passou por duas grandes fases: a primeira, refere-se à produção do
jornal/papel, compreendendo as novas tecnologias aplicáveis às oficinas de
composição de texto, às rotativas e, em alguns casos, à própria redação; a
segunda fase, a de introdução dos novos meios eletrônicos de informação, que
representou uma mudança profunda na concepção, produção e distribuição da
informação".[3]
Os ciclos tecnológicos da imprensa são os
seguintes: a passagem da tipografia para a composição a frio e em offset; a introdução de sistemas na
redação e a integração global do processo de produção; a melhoria da qualidade
de impressão através de plantas remotas; a imprensa multimídia trazendo a
mudança da linguagem e dos códigos de comunicação.[4]
A primeira fase, de surgimento do offset, ocorreu no início dos anos 60 e
o desenvolvimento da televisão foi uma das razões, além de puramente
industriais, que ativaram este primeiro ciclo de inovação tecnológica. A imagem
adquiria um relevo informativo cada vez mais universal, enquanto que a imprensa
diária oferecia um baixo nível de qualidade gráfica, uma baixa capacidade de reprodução
em função do sistema tipográfico.[5]
Até o início dos anos 70 as redações eram
tecnologicamente passivas, limitadas à preparação dos originais. Com a
informatização da redação houve uma mudança na forma de produção
do jornal. Na prática, a redação clássica
alimentava-se de um esquema 'tecnológico informativo' - os inputs eram notícias armazenadas, selecionadas e processadas em
termos de conteúdo, e os outputs
davam tratamento 'tecnológico produtivo' à notícia, distante da redação. Os
novos sistemas conseguiram uma síntese dos processos 'tecnológico
informativo' com o 'tecnológico
produtivo. [6]
Face a outras aplicações informáticas,
onde o usuário do sistema costuma
perder a sua autonomia, a favor de soluções pré-determinadas, o redator
conserva, a princípio, a sua capacitação informativa, dada a constante
variedade da matéria-prima e à dose de criativa embutida no tratamento da
informação.[7]
Na redação eletrônica encerra-se não só o
processo de pré-impressão, como também a
integração dos processos gráficos de
texto-imagem, a potencialização dos terminais mediante utilização de PCs e a
geração assistida de gráficos. Generaliza-se a tendência de emprego da cor e
das plantas industriais descentralizadas dos grandes diários, dentro de um
grande sistema de transporte eletrônico dos fluxos informativos, serviços e
produtos, através das redes de telecomunicação.[8]
O inicio dos anos 80, de uma forma geral,
marca a fase de renovação do parque industrial dos jornais. Essa etapa foi
motivada por uma necessidade de a área industrial equiparar-se e acompanhar o
dinamismo das redações informatizadas e integradas à pré-impressão. Custos mais
baixos e maior produtividade passaram a ser fundamentais.[9]
A qualidade da impressão e o emprego da cor -
altamente rentáveis aos jornais por suas aplicações publicitárias - alavancaram
os projetos industriais das maiores empresas jornalísticas mundiais.
Sistemas robotizados de transporte e carga de
papel, novas impressoras, controle integral de impressão, novos sistemas de
empacotamento automatizados, com possibilidades de inserção automática de
encartes, definição modelada de rotas ótimas de distribuição, dentre outras
inovações, caracterizam este novo ciclo tecnológico.[10]
Na
década de 90, a multimídia — conjunção de múltiplos meios: textos, imagens, sons que podem ser
digitalizados — marcou o último ciclos de evolução tecnológica
nas empresas jornalísticas. Com os recursos disponíveis, os plug-ins (softwares instalados nos browsers
[programas de navegação]: RealPlayer,
de estações de rádio e páginas com som,
para os quais é necessário o RealAudio, e de sites de animação feitos em
ShockWave, Flash ou Director), é possível incrementar os serviços de
informação.
Embora
grande parte das informações que recebemos é transmitida por meio de átomos (revista, jornal ou
livro), passamos a receber também
informação por bits. Na era digital, o bit invadiu definitivamente os meios de
comunicação. Cabe dizer que [11]os
bits sempre foram a partícula subjacente à computação digital, mas, ao longo dos
últimos 25 anos, expandimos bastante nosso vocabulário binário, nele incluindo
muito mais do que apenas os números. Temos sido capazes de digitalizar
diferentes tipos de informação, como áudio e vídeo, reduzindo-os também a uns e
zeros. A mistura de áudio e vídeo, a multimídia, não quer dizer mais nada além
de bits misturados.
Por conta do processo de evolução tecnológica das redações de mídia
impressa, um jornal moderno hoje é produzido da seguinte maneira: [12]o texto é preparado num computador; as matérias
podem ser enviadas pelos repórteres sob a forma de
e-mail. As fotos são digitalizadas e também
poder ser transmitidas por fio. E o layout da página de um jornal
moderno é feito por programas de editoração eletrônica, que preparam os dados
para serem transferidos para o filme ou diretamente para as chapas de
impressão.
3.0. Jornalismo Impresso e Digital
O jornalismo impresso segue normas básicas para
publicação de notícias. Cada veículo de comunicação possui um manual de redação
próprio, no qual são normatizados critérios de produção e edição de notícias. E
também regras gramaticais e linguagem específicas conforme o padrão editorial
do veículo. [13]Ele é
produzido em função da linha de tempo fatal para o final da edição. No jornalismo impresso tudo funciona no
limite da capacidade industrial da empresa jornalística.
Não há ainda regras específicas para publicação
de notícias online. Grande parte dos diários paulistanos é editada na íntegra.
Pouca coisa é produzida somente para a web. Não há, ainda, um estilo próprio de
redação jornalística adotado pelos veículos pesquisados neste trabalho. A
linguagem textual utilizada e os recursos editoriais adotados são os
mesmos no impresso e no online.
As razões que nos levam a acreditar que a
compreensão dessa nova modalidade de jornalismo deve ser feita a partir da
comparação com a modalidade impressa partem da observação de que as mais
destacadas experiências de jornalismo da Internet têm sido processadas por
empresas tradicionais do setor de mídia impressa. A empresa Folha da Manhã e o Grupo Abril demonstram expressivamente este fato, com seu site Universo Online (...) As tentativas de
empresas do setor de rádio e televisão, que atuam em outras modalidades de
jornalismo em seus respectivos setores, ainda são incipientes, devido a
problemas na estrutura de telecomunicações que prejudicam a transmissão de sons
e imagens em grande escala. Outro agravante é o dissenso entre as empresas
desenvolvedoras de softwares em relação a padrões de produção, transmissão e
recepção de sons e imagens em tempo real.[14]
No jornalismo
digital, o limite é a capacidade das pessoas (jornalistas, designers e
técnicos) criarem conteúdos interessantes com o uso de tecnologia adequada. Não há limite de tempo nem a restrição do
papel.[15]
O diferencial é o design adotado na publicação. É
preciso ferramentas próprias para navegar no ciberespaço. Para colocar o jornal
online, em tese, é preciso um jornalista para produzir textos, um designer para
apresentar a edição e um técnico para finalizar o processo.
[16]Lúcia Santaella faz uma observação
interessante a esse respeito:
O jornal compõe-se da interação e da simultaneidade da linguagem verbal
escrita, da linguagem fotográfica e da linguagem gráfica (...) Curioso observar
como a sofisticação crescente do uso da linguagem dos tipos do jornal consegue,
sob esse ângulo, transformar o caráter verbal da palavra escrita que passa a
adquirir características de linguagem plásticas, nas verdadeiras arquiteturas
gráfico-imagéticas que a mensagem jornalística vai criando. Mas este aspecto
plástico na configuração da mensagem jornalística é, na realidade, gerado por
uma outra linguagem que também atua dentro dessa mídia: a linguagem
diagramática, isto é, os diagramas de distribuição de informação no espaço da
página são quase tão importantes para a geração do sentido quanto a própria
linguagem verbal impressa que preenche esses diagramas.[17]
3.1. Internet: Ferramenta do
repórter
Criada por militares e pesquisadores americanos
no auge da Guerra Fria em resposta ao lançamento do primeiro satélite espacial
soviético, o Sputinik, a Internet se estabeleceu definitivamente como veículo
de comunicação na década de 90. O desenvolvimento da World Wide Web, a parte
multimídia da rede, permitiu que usuários pudessem compartilhar informação
disponível em milhares de sites.
A Internet tornou-se um importante meio com
capacidade para difusão massiva e instantânea de informação. A imprensa escrita
já evoluíra há décadas, desde o surgimento do rádio nos anos 20 e da televisão
nos 50. A partir dos recursos multimídia disponíveis, contamos com novas
possibilidades de comunicação.
É possível afirmar que há um novo conceito de
jornalismo e de tratamento dispensado à notícia. Muda também a relação
emissor-mensagem-receptor. O receptor interage como parte do processo de
produção do jornal.
Nas redações, a Internet passou a ser ferramenta essencial na busca de informações. Os recursos por ela oferecidos tornaram muito mais simples o trabalho jornalístico. Também facilitaram a produção do jornalismo impresso.
Uma
transformação significativa é a que permite que hoje os jornalistas já não
precisam mais realizar seu trabalho nas salas de redação das empresas. Com a
tecnologia hoje existente, ele pode realizar as investigações e entrevistas a
partir de qualquer parte da cidade, do estado, do país, ou mesmo fora dele.
Neste contexto, os instrumentos informatizados estão representado diferenciados
potenciais de produção e mesmo de poder (...) A habilidade de dominar os
recursos, fazer pesquisas, contatar fontes e poder produzir de qualquer parte é
que está possibilitando os méritos para as empresas jornalísticas. Isto porque,
tornou-se possível fazer trabalho muito mais aprofundado, coerente e completo.[18]
[19]Sebastião Squirra observa outras vantagens no uso da rede:
§ Aumento na
produtividade dos repórteres e qualidade da reportagem local;
§ Diminuição do
custo de obtenção de informações em todos os níveis e em todos os assuntos;
§ Ampliação de qualidade
na análise das informações e menor dependência das fontes para a interpretação daquelas informações;
§ Emparelhamento
com a concorrência;
§ Aumento do acesso
à informação;
§ Incremento da
confiança técnica e maior exatidão nas informações;
§ Melhores formas
de arquivo e busca das informações.
Embora
a Internet nos disponibilize um mar de informações, as pesquisas online nas
redações devem constituir somente uma parte do processo da pesquisa
jornalística. O editor do Buffalo News tem um interessante raciocínio
sobre isto:[20]
"The no.1
mistake is that technology will substitute for good reporting It (Computer Assisted Reporting and online research) is an important new
tool, but the results of its use are no better than the reporter using the
tool"
"O engano nº 1 é achar que a tecnologia
substituirá uma boa reportagem. (CAR e pesquisa online) É uma ferramenta nova e
importante, mas os resultados de seu uso não são melhores que os do repórter
que é a própria ferramenta".
3.1.1. E-Mail - Informação por encomenda
Entre
os novos recursos tecnológicos disponíveis na web, o e-mail é a mais poderosa
ferramenta de comunicação entre os internautas. Por meio do correio eletrônico
podemos explorar diversas possibilidades na relação
repórter-fonte-redação-leitor.
O usuário
pode enviar instantaneamente comentários, críticas, sugestões, dúvidas e
contribuições aos editores, repórteres e colunistas de jornais e revistas que
possuam versões digitais na web.[21]
Outra
possibilidade interessante e bastante interativa, em que os recursos do e-mail
podem ser plenamente explorados, é a construção de fóruns de discussão sobre
temas variados (...) Para participar, o leitor escolhe o assunto do seu interesse e manda sua opinião
por e-mail.[22]
A
facilidade de utilização do correio eletrônico e a rapidez com que as mensagens
chegam ao seu destino tornam o e-mail um meio muito
mais interativo do que as antigas cartas à redação. Isto significa que
os jornalistas podem conhecer melhor o seu público, a partir de uma interação
muito mais próxima e imediata, e as matérias e reportagens podem vir a
refletir mais de perto os interesses e valores dos leitores.[23]
Por
meio de um sistema de assinatura ou de cadastro no próprio site, os leitores
podem receber mensagens de correio
eletrônico com as últimas novidades e atualizações do serviço na web. O editor
pode produzir uma edição resumida da
publicação digital no formato texto para ser veiculada via e-mail.
Ao
final de cada página da versão digital de o Estado
de S. Paulo, há um e-mail para o leitor enviar sua opinião sobre as
reportagens que leu. O jornal recebe cerca de 30 mensagens diárias. A
ouvidora-geral, Cecília Thompson, seleciona as mensagens, envia cópias aos
destinatários e toma as devidas providências.
Recentemente,
o Universo Online lançou um novo
serviço aos leitores do Brasil Online
(primeiro jornal em tempo real em língua portuguesa) e da estação Esporte: o envio de notícias por e-mail.
O objetivo é difundir informação jornalística.
Os leitores podem enviar notícias junto com comentários pessoais a qualquer pessoa na rede. Basta clicar num botão
vermelho disponível no alto da página de uma das duas estações e informar o
e-mail do destinatário, seu nome, seu e-mail, comentários e enviar a mensagem.
Em 3 de março, o UOL lançou outro serviço interessante ao
assinante: resposta automática para e-mail. Funciona como uma espécie de
secretária eletrônica para o internauta deixar mensagens programadas.
3.2.
Redação Web
Ainda
não há um formato definido para redação jornalística web. As normas seguidas
são as mesmas que constam nos manuais de redação das empresas de comunicação. O
diferencial está no uso que se faz dos recursos de multimídia na produção do
jornal digital.
É
comum a utilização do hipertexto, um sistema de escrita e leitura não linear
aplicado à multimídia. Aliás, o hipertexto
é característica distintiva da web. Links clicáveis para outras informações na
mesma ou em outras páginas.. Hipermídia adiciona links de áudio, de imagens e
de vídeo. O resultado é a informação não-linear, um formato que leva o leitor a
ler e acessar em qualquer ordem que escolher[24].
Como
observa a professora da universidade do Kansas, Carole Rich, em estudo
realizado para o Instituto Poynter de Estudos da Mídia, escrever para a web pode ser definido a
partir do interesse do leitor. A redação
deve ser curta, com subtítulos e bullets (listas com bolinhas), pois o modo como as pessoas lêem online
afeta a redação. Muitos leitores apenas navegam
pelas notícias e lêem apenas os elementos-chave.
Carole propõe algumas perguntas antes de escrever para web:
Devemos escrever
notícias em pirâmide invertida, com a informação mais importante no topo do
texto?
Devemos escrever em
forma de narrativa como um texto de ficção com um argumento que se desenrola do
início ao fim?
Devemos organizar
matérias em cachos para o leitor clicar ou em uma tela contínua que ele possa
rolar?
Ou devemos criar novas
formas de contar histórias para a web?
Além
disso, Carole divide o processo de redação online em 5 etapas (colher
informação, organizar informações, escrever a matéria e reescrevê-la), porque
escrever em forma não-linear requer uma maneira diferente de planejamento,
organização e elaboração de uma história.
Redatores
necessitam de um processo, estejam eles criando matérias para impressão,
radiodifusão ou distribuição online. Em qualquer meio, tal processo envolve
planejamento, pesquisa, organização,
escrita e reescrita. Notícias online requerem alguns elementos próprios à
escrita web. É preciso uma equipe com redator, editor e grupo técnico -
incluindo um especialista em multimídia.
Abaixo,
a autora sugere algumas questões e, na página seguinte, um roteiro para o
planejamento da redação jornalística para web:
§
O pano de fundo
da história se presta para lincar a uma página web separada?
§
O pano de fundo
ou elementos relacionados devem ser apresentados como uma linha de tempo ou
visualmente, em vez de texto?
§
Elementos
multimídia como áudio ou vídeo devem
acompanhar a matéria?
§
A história se presta
para discussão ou outros elementos interativos que envolvem leitores?
§
De quais
elementos visuais a matéria necessita: mapas, fotos etc? Este processo é o
mesmo para impressão, mas o próximo ponto deve ser considerado.
§
Quem deve ser
envolvido desde cedo no processo: editores web, designers, especialista
multimídia?
Para
terminar, eis algumas dicas propostas por Carole Rich, que podem ser usadas
para qualquer estilo de redação online:
§
Escreva primeiro
uma pergunta para discussão, quer você use-a ou não. Isto irá ajudá-lo a criar
seu próprio foco e inserir um contexto que irá se relacionar com leitores. Você
pode mover a pergunta para o final mais tarde.
§
Faça um gráfico
no topo de sua matéria como um teaser. Isto irá ajudá-lo a focalizar melhor sua
matéria. Este diagrama pode ser usado
como uma ferramenta e removido mais tarde se ele não servir como subtítulo.
§
Use sentenças
curtas. Evite conectar sentenças com conjunções.
§
Use parágrafos
curtos.
§
Escreva
entretítulos.
§
Escreva em blocos de informações que possam
ser separados em subtópicos lógicos e em partes não-lineares relacionadas.
§
Se as matérias
são apresentadas em diferentes páginas web, trate cada bloco como uma história
separada, como um sidebar (boxes, no jornalismo brasileiro). Situe novamente o
leitor sobre o contexto.
§
Use a técnica de blocos quando possível,
especialmente numa matéria informativa básica.
§
Se a matéria tem três ou mais fontes [de
informação], tente estruturá-la de modo que cada fonte fique num bloco e você
não tenha que usá-la novamente. Evite a convenção jornalística de usar apenas o
último nome em uma segunda referência.
Quando leitores rolam diferentes telas ou cliquem para outro bloco em uma página separada, a
segunda referência é confusa.
§
Ignore os tabús
jornalísticos sobre escrever perguntas em títulos e transições. Eles funcionam
bem na web, especialmente no final dos blocos.
§
Tente criar
suspense em finais de matérias com links para outra tela. Escreva para atrair
3.2.1. O Leitor Web
"Jornalistas do mundo digital estão à mercê
dos leitores. Ciberespaço diz respeito a leitores e não a escritores".[25] Estudo realizado por Carole Rich
para o Instituto Poynter de Estudos da Mídia da Universidade do Kansas, aponta
o comportamento do ciberleitor:
Pesquisas realizadas por Jakob Nielsen, engenheiro da Sun
Microsystems demonstraram que ler na Web é 25% mais difícil por causa da
resolução da tela. Isto não significa que o texto deve ser 25% mais curto,
escreve ele em sua coluna bimestral no site da Sun Microsystems. Ele deve ser 50% mais curto. Avisa: matérias para a
web devem ser curtas, simples e escritas no estilo de pirâmide invertida.
Em 1997, Nielsen realizou
estudo intitulado Como escrever para a
Web, testou quatro modelos de escrita:
a)
Texto promocional usando adjetivos e "marquetês" encontrado
em muitos sites comerciais.
b)
Texto conciso com metade das
palavras encontradas no modelo promocional
c)
Lay out escaneável, usando bullets [bolinhas marcando o início das
linhas]
d)
Linguagem objetiva, eliminando adjetivos .
O texto conciso foi o mais popular, seguido pelo modelo escaneável com
bullets e pelo modelo de linguagem objetiva. Nenhum dos sujeitos do teste
escolheu o modelo de texto promocional, com enfraquecida credibilidade[26].
O conteúdo é fator determinante para o ciberleitor na busca de
informações na rede. O primeiro passo para atraí-lo são títulos e sumários.
Considerado scanner, a maioria deles lê os textos superficialmente da mesma forma que faz o leitor do jornal
impresso.
3.3.
Design Web
O
projeto gráfico e visual de um site é definido também a partir do interesse do
leitor. O designer é o responsável por organizar informações na home page e incentivar o leitor a navegar pelo espaço
virtual.
Para
apresentar informação na web é preciso determinar como será a estrutura
narrativa do assunto abordado (linear ou não-linear) e utilizar ferramentas que
facilitem a navegação para não confundir o leitor com excesso de links ou
hipertextos.
O designer deve ter em mente antes de tudo a
forma pela qual o usuário irá interagir com o site e o que fará a seguir. O
design de sites na web envolve em larga medida facilitar a navegação dos
usuários por suas páginas e o estabelecimento de uma estrutura que permita que
o leitor encontre rapidamente o que precisa[27].
É preciso levar em conta as possibilidades tecnológicas de cada leitor:
Hoje
em dia, especialmente, os projetistas gráficos da web devem levar em conta as
restrições de largura de banda (pensem em quanto tempo um leitor com modem
lento terá de esperar para ler uma página de jornal) e da linguagem HTML, a
mais empregada na web. Os designers gráficos online devem também levar em conta
os diferentes computadores e browsers (programa de navegação) da web que os
leitores dos jornais eletrônicos empregam para visitar seus sites, e é preciso
testar os projetos com diferentes plataformas computacionais.[28]
Outro
ponto importante e que deve ser discutido é a diagramação de matérias na web.
Em geral, cada texto é publicado em uma
página. É indispensável aos
jornais ter uma versão de impressão consolidada para que os leitores possam imprimir textos de seu interesse, mesmo
que alguns deles (os leitores) façam
download (transferir arquivo) do texto completo para arquivá-los.
O
papel do designer é descobrir as necessidade dos usuários potenciais da rede,
adaptar tecnologias e desenvolver ferramentas para superar suas expectativas
(do usuário) minimizando obstáculos durante a navegação.
O
jornalista André Mantra faz um comentário interessante a esse respeito:
O projeto gráfico do web site é outro
elemento importante ao lado do design de navegação. Os melhores layouts de
jornais e revistas digitais são aqueles
que dispõem os elementos textuais e visuais de forma clara e funcional,
facilitando a leitura e o acesso às
informações. O uso excessivo de recursos gráficos e de multimídia, no entanto, pode comprometer a
velocidade de carregamento das páginas. Quanto maior o número de gravuras, ilustrações, fotografias, animações e
trechos de áudio e vídeo, maior será o
tempo que o browser vai levar para carregar os documentos. Como a maioria
absoluta dos usuários acessa à Internet através de linhas telefônicas comuns de
baixa qualidade, com modens que variam
de 14 400 a 57 600bps, páginas muito "pesadas" dificultam a navegação
e deixam o internauta impaciente com a
lentidão na recepção. Para que uma
publicação na Web se torne viável, os designers devem sempre levar em conta esta limitação na largura de
banda das transmissões de dados via
Internet e não exagerar em recursos que consumam muitos Kbytes. Um bom layout
deve ser simples, com textos e gráficos
equilibrados de forma homogênea na tela e com imagens relativamente pequenas[29].
Para
ampliar o debate acerca do design para web, Roger Black[30],
discute regras usadas anteriormente em projetos de mídia impressa. Black acredita que os princípios que
nortearam a qualidade do design impresso por centenas de anos são igualmente
válidos online. Na sua opinião, não se deve jogar o velho fora para criar o
novo.
Steve
Outing, consultor de informática de Editor
& Publisher escreveu sobre o assunto:
Embora não haja nada a
criticar nas credenciais de Black, o
célebre guru do design não tem uma reputação tão imaculada no mundo
online. Muitos projetistas de sites da web
consideram que Black tem ligações fortes demais com o
"establishment da mídia velha guarda". Ele se apega demais às "velhas" regras de projeto
gráfico, alegam, e não está disposto a arriscar na definição de um novo visual
para a mídia online que se desvincule
completamente da mídia impressa.[31]
O que
vemos com muita freqüência (em jornais e revistas, principalmente) é um
monótono ritmo de imagem, título, texto,
anúncio e assim por diante, afirma. E acrescenta que é preciso personalizar
para a web. O site precisa ter um design consistente. Se temos páginas
diferentes e seções diferentes, as ferramentas de navegação e as ilustrações
precisam ter o mesmo aspecto em todas elas[32].
Algumas regras observadas por Black:
§ Dividir informação em porções menores: "Não se
pode colocar todas as informações na superfície de uma xícara de café".
§ A cor deve ser usada com cuidado para causar
contraste suficiente entre a figura e o fundo da tela.
§ Não espaçar letras minúsculas e não colocar todos os
tipos em maíusculas.
§ Use uma ou duas famílias de tipos. Um leve e outra
em negrito.
§ Legibilidade: É preciso ser um editor tanto quanto um
designer. Nunca coloque grande quantidade de texto todo em maiúscula. Torna a
leitura mais difícil.
4. Folha de S. Paulo - Impresso e Digital
4.1. Impresso -
aspectos gráficos e textuais
Caderno:
Brasil
Circulação: Diária
A1) Aspectos gráficos
A edição impressa da Folha de S. Paulo reúne como aspectos gráficos e textuais na
produção das páginas do jornal : lay out, diagramação, marca visual e
publicidade e propaganda. Divide suas edições em Nacional, Regional e São
Paulo.
O jornal
divide-se em cadernos. São eles: Brasil,
Mundo, São Paulo, Esportes, Dinheiro, Folha Invest, Agrofolha, Mais, Folhinha,
Folhateen Ilustrada, Turismo, Informática, TV Folha e Classificados. Aos
domingos, é publicada a Revista da Folha
.
O caderno Brasil (edição São Paulo), objeto deste estudo, traz notícias de política, economia, ciência e mundo.
À época, a Folha publicou, nas duas versões, material especial intitulado Eleições no qual foram editadas matérias
sobre a campanha eleitoral de 1998.
Este material não foi utilizado como amostra neste trabalho.
A diagramação da Folha é didática e moderna, com padrão de organização de material
iconográfico e texto. Há valorização do espaço em branco. O jornal é dividido
em seis colunas verticais. As matérias mais importantes são editadas na página
de número ímpar porque elas atraem mais a atenção visual do leitor do que as
páginas de número par.
A primeira página do jornal é editada
segundo padrões normatizados pela editoria da Folha. Traz os principais assuntos do jornal. O tamanho da página é denominado Standard e tem 54cm por 33 cm da área de impressão. Está
estruturada da seguinte forma:
-
Cabeçalho,
disposto na parte
superior da primeira página no qual consta logotipo e informações como data,
número de textos publicados, edição, preço, nome do diretor, endereço da sede
do jornal, slogan e clichê (designa as edições sucessivamente atualizadas do
jornal em um mesmo dia)
-
Manchete
-
Fotos ou foto-legenda (legenda ampliada
que, em combinação com a foto ou ilustração a que se refere)
-
Chamadas, textos curtos na primeira página
divididos por editoria que resumem as informações publicadas pelo jornal
-
Remissão, número da página
-
Sumário, pequenos textos de primeira página reunidos num quadro.
-
Atmosfera, que traz
informações do tempo na capital
-
Opinião da Folha, que traz a opinião do jornal e o endereço eletrônico do jornal.
A estrutura de texto jornalístico é a da
pirâmide invertida, na qual a informação mais importante está no início do
texto. A notícia é apresentada ao leitor de forma linear. Abaixo, um esboço
desse padrão:
-
Linha-fina (frase ou período sem ponto final,
que aparece abaixo do título e serve para completar seu sentido ou de outras
informações),
-
Título
-
Assinatura de texto
-
Retranca (cada unidade de texto)
-
Lead - primeiro parágrafo que introduz o leitor ao texto
-
Sublead - segundo parágrafo do texto
-
Intertítulo ( pequeno título
que aparece no interior de textos muitos longos)
-
Material iconográfico ( fotos,
gráficos, box, etc.) para facilitar o entendimento do leitor com o assunto
abordado).
A disposição do lay out dos cadernos
facilita a localização de assuntos de interesse do leitor:
-
Fio (traço contínuo de diferentes
espessuras usado em diagramação) para
separar textos ou delimitar qualquer material iconográfico.
-
Fio-data, traço sobre o
qual se escrevem dados como data de edição, número de página, nome e seção do
jornal. Disposto no alto de cada página ou em capas de caderno, logo abaixo do
logotipo
-
Chapéu, palavra ou expressão curta colocada acima do título.
Usada para indicar o assunto de que trata o texto ou os textos que vêm abaixo
dela
-
Cabeça de página, espaço reservado para publicação de textos mais
importantes ocupando toda a largura da página, com título
-
Canal, espaço em branco na página impressa que
separa verticalmente duas colunas de texto sempre que estas não estão divididas
for fios
-
Entrelinhamento, distância entre as
linhas de um texto; olho, recurso de
edição usado para anunciar os melhores trechos do texto impresso.
O contato com o leitor é feito a partir de
cartas endereçadas à redação, fax, telefone ou por e-mail. O endereço é
publicado na página 1-3 do caderno Brasil,
logo abaixo da seção Painel do Leitor. Em algumas seções, encontramos o e-mail do
autor do texto no final da matéria.
A2)Aspectos de conteúdo textual
A seção de opinião do jornal está
disponibilizada nas páginas 1-2 e 1-3 e nela contém:
-
Expediente, seção do jornal em
que ele torna públicas informações sobre si e cita os membros integrantes da
editoria executiva e atual conselho editorial. Ocupa o canto superior esquerdo
da página
-
Editorial, que traz a opinião
da Folha sobre temas atuais. (disposto logo abaixo do expediente)
-
Charge, desenho
humorístico de caráter político (ocupa o centro da parte superior da página)
-
Opinião, na qual são editados textos de vários articulistas
sobre temas atuais. Ocupa o lado inferior e superior direito da página
-
Frases, que publica
frases interessantes de personalidades. Ocupa o canto inferior direito da
página
-
Tendências e Debates, na qual personalidades
escrevem sobre temas polêmicos Ocupa o lado esquerdo da página
-
Painel do Leitor, espaço aberto para publicação de cartas dos leitores.
Ocupa o lado direito da página)
-
Erramos, seção que aponta e corrige os erros publicados pelo
jornal. Ocupa o canto inferior direito da página
Na página 1-4 há as seguintes colunas
-
Entrevista da 2ª, na qual é
publicada entrevista de um especialista sobre temas em destaque no noticiário
-
Painel, que dispõe de tópicos com os principais acontecimentos
políticos do país, (ocupa o canto superior esquerdo da página
-
Expediente, logo abaixo
do painel, com os principais números de telefones do jornal
-
Datadia, coluna na qual
o jornal publica todo dia pesquisa realizada pelo Datafolha (órgão de pesquisa do jornal) para medir o grau de satisfação do leitor (ocupa o canto inferior
direito da página).
Nas outras páginas, a ordem é de publicação
é a seguinte: notícias de política, economia, ciência e por fim, as
notícias do mundo.
Na seção intitulada Mundo, há uma coluna permanente, a Multimídia, na qual são publicadas as últimas manchetes mundiais,
de modo resumido, extraídas dos principais jornais. Não há um lugar certo na
página para publicação. Geralmente é publicada no canto inferior direito da
página impressa.
4.2. Digital - Aspectos
Gráficos e Textuais
Seções: Opinião,
Charge, Painel do leitor, Erramos, Brasil, Mundo, Ciência e Ombudsman
Atualização: Diária
B1) Aspectos gráficos
Para acessar o conteúdo e o banco de dados
da Folha é preciso ser assinante do Universo Online, provedor de acesso onde
o jornal é publicado.
Na edição digital, o jornal está dividido
por seções. Cada seção é um link para remeter leitor ao conteúdo do texto. Para
este estudo, foram utilizadas as seguintes seções: Opinião, Charge, Painel do leitor, Erramos, Brasil, Mundo,
Ciência e Ombudsman, coluna da jornalista Renata Lo Prete publicada somente
aos domingos. Essas seções correspondem ao conteúdo do caderno Brasil da versão impressa.
A página de abertura apresenta um cabeçalho
na parte superior da home page no qual consta logotipo e informações como data,
número de textos e links para: Índice
geral, que traz os títulos das matérias, o nome do autor e origem do
texto; Pesquisar edições anteriores;
Fac-símile das capas; Horários de atualização e a barra de ferramentas do Universo Online com links para serviços
disponíveis no provedor.
Os links para as seções do jornal estão dispostos no canto superior
esquerdo da home page; Há um fio para separar o cabeçalho do restante das
informações no site.
As seções estão divididas em: Opinião, Charge, Painel do leitor, Erramos,
Brasil, Mundo, Dinheiro, Ombudsman, Revista da Folha, Cotidiano, Esporte,
Ilustrada Quadrinhos, Agrofolha, Informática, Especial, que traz notícias de cadernos especiais
publicados no papel e Ciência. Logo
abaixo, as edições regionais: Campinas,
Ribeirão e Vale; A edição integral
do jornal é oferecida ao leitor somente em português.
Ao clicar em Arquivo, o internauta pode realizar pesquisa em edições anteriores
da Folha bem como em outros serviços de busca disponibilizados no site. Há também links para:
-
Fórum, espaço aberto para debates sobre
temas polêmicos.
-
E-mail, que
traz os e-mails do jornal
-
Projeto editorial, que traz o projeto editorial da Folha de
1997
-
Agenda, que traz a programação de Eventos
Folha
-
Assinaturas, para fazer assinatura da versão impressa do
jornal
-
Links, que traz links interessantes escolhidos
pelo jornal durante a semana
-
Grupo Folha, com informações sobre os produtos do Grupo Folha
-
Clube Folha, guia online do
cartão Clube Folha, benefício
exclusivo de assinantes da versão impressa da Folha
-
Expediente, que traz
informações sobre o jornal, conselho editorial, endereço da sede, telefones
para contato
À direita, estão a manchete, seguida por 3
chamadas, e um link para Eleições 1998,
especial sobre a campanha eleitoral; além de 5 banners (anúncios ) que ocupam a parte inferior da home page. No
centro da página, há sempre uma foto-legenda,
geralmente igual ao do impresso. A legenda é um link para remeter o leitor
ao texto.
Em cada página, há indicação para retornar à
capa ou navegar em outras seções do jornal. É possível determinar a página em
que o leitor está. Ele pode localizar as matérias por meio das seções, de um índice
geral localizado na parte superior esquerda da home page ou de um índice que há
em cada página editada. Os nomes das seções são repetidos no pé da página.
O leitor navega no jornal online por meio de
links ( botão ou trecho destacado do texto, que ao ser selecionado remete o
leitor a outra página) e hipertextos ( texto que contém vínculos - links - para
outros documentos, permitindo ao leitor que se desloque de um para outro e leia
os documentos de ordem diversa).
O
contato com o leitor é feito por e-mail. No online, há um link na home page do jornal sob o título
de e-mails que traz endereços eletrônicos alguns jornalistas da Folha.
A2)Aspectos de conteúdo textual
A edição dos textos segue o mesmo padrão da
versão impressa. Não há estilo de redação jornalístico específico para a web. O
que muda é a forma de distribuição das notícias na rede. É possível afirmar que
92% do material produzido para a versão impressa da Folha é transposto integralmente à versão digital do jornal (veja
quadro pág. 37).
Em geral, as manchetes publicadas na versão
digital são iguais as da versão impressa. E cerca de 50% das chamadas do
impresso são publicadas no online.
Os textos de opinião do jornal são editados
na íntegra. Apenas algumas notícias são alteradas por conta de novos
acontecimentos no decorrer do dia. Nota-se que há também títulos de matérias ou
frases que compõe a linha-fina editados diferentes.
Isso ocorre porque a edição online da Folha reúne textos e anúncios
classificados das edições Nacional e São Paulo que circulam em papel. Vai ao
ar, de segunda a domingo, às 2h30 (horário de Brasília). Quando o mesmo texto é
publicado nas duas edições originais, a edição online publica o texto mais
atualizado, que é o da edição São Paulo (www.uol.com.br)
As matérias estão alinhadas ao lado esquerdo
da página e a tipologia é diferente para manchete e textos, da mesma forma que
na versão impressa. Não há gráficos para complementar os textos. Há pouca
utilização de fotos e ilustração: cerca de 15% do material produzido para a
versão impressa é publicado na rede.
O lay out de cada seção do jornal online é
padronizado. Em geral, cada matéria está editada em uma única página
(diagramação 1 coluna), diferentemente do impresso, no qual encontramos vários
textos organizados numa mesma página.
Ao clicar nas seções Opinião, Charge, Painel do Leitor e Erramos, o leitor irá encontrar
os mesmos textos publicados na versão impressa da Folha. Geralmente, nestas seções os textos são publicados na íntegra.
Porém, não há, na versão online, a coluna Multimídia,
publicada diariamente na seção Mundo do
jornal.
4.3.Quadro
Comparativo - impresso e digital
§
92%
do material impresso é transposto na íntegra para a versão digital do
jornal. §
50%
das chamadas do impresso são
publicadas no digital. §
15%
do material iconográfico do impresso é publicado no digital. §
Enquanto
a versão impressa publica 255
textos em aproximadamente 82 páginas, a versão digital publica 234 textos em
234 páginas.
4.4. Nota de Atualização
Em 18
de fevereiro a home page da Folha foi
totalmente reformulada com mais links e um painel de notícias atualizado em
tempo real pela Agência Folha e pela Redação do Universo Online. Diagramação
verticalizada, formato duas colunas . É possível ler a última edição dos
cadernos semanais em qualquer dia e acessar edições online dos últimos quatro
meses do jornal. Anteriormente, apenas as últimas 20 edições estavam
disponíveis. Também os fac-símiles das capas das edições Nacional e São Paulo
do jornal são clicáveis, com links diretos para as reportagens destacadas.
A
página de abertura agora é apresentada com um cabeçalho na parte superior da home page, no qual consta logotipo e informações
como data, número de textos e links para: Índice
geral, que traz os títulos das matérias, o nome do autor e origem do
texto; Pesquisar edições anteriores;
Fac-símile das capas; Acima, há 3
banners e a barra de ferramentas do Universo Online com links para serviços
disponíveis no provedor.
Logo
abaixo, ao centro da página, há um link para notícias atualizadas em tempo
real, 1 foto-legenda que trata-se de link para remeter o leitor ao conteúdo do
texto e cerca de 10 chamadas divididas
por seções.
Ao
canto esquerdo da home page há links para Especiais
(Agenda de Eventos, Especial, Guia da
Internet, Ombudsman, Previsão do Tempo, Jornal de Resenhas), Regionais ( Campinas, Ribeirão e Vale ), Arquivos
da Folha, Assine a Folha, Conheça o Clube Folha, Grupo Folha, Lista de e-mails
da Folha, Dê a sua opinião (anteriormente era chamado de Fórum), Projeto editorial da Folha, Expediente do Jornal, Horários do site
(anteriormente chamado de Nota sobre a
edição online).
Há menos links
para navegar pelas seções do jornal. Estão dispostos no canto direito da home
page. São eles: Brasil, Ciência,
Classificados, Cotidiano, Dinheiro, Esporte, Ilustrada, Mundo e Opinião.
Durante a semana de análise, foi verificado
que
algumas seções reproduziam o conteúdo de outras. Os links das seções Opinião, Charge, Painel do leitor
e Erramos remetiam o leitor ao mesmo
conteúdo (veja no capítulo. 4.4)
Nessa nova
reformulação do site da Folha, não há link para seção charge, painel do leitor e erramos. Há somente um link para opinião, no qual estão agrupadas as
seções erramos, painel do leitor e charge.
Logo abaixo das
seções, há links para os cadernos semanais do jornal: Agrofolha, Empregos, Folhateen, Folhinha, Guia da Folha SP, Imóveis,
Informática, FolhaInvest, Mais!, Revista da Folha, Tudo, Turismo, TV Folha e
Veículos.
Não há mais
repetição dos links no pé da página como havia na versão anterior do site do
jornal. O que permanece é a barra de ferramentas do Universo Online tal qual há na parte superior da home page.
O conteúdo do site é de acesso exclusivo para
assinantes do Universo Online. Em
breve, assinantes do jornal também poderão ler os textos na Internet. (www.uol.com.br).
Embora
o site do jornal tenha sido totalmente reformulado, ainda há a transposição
integral das matérias produzidas para a versão impressa.
5. O Estado de S.
Paulo - Impresso e Digital
5.1. Impresso - aspectos gráficos e textuais
Caderno:
Brasil
Circulação:
Diária
A1)
Aspectos gráficos
O Estado de S.
Paulo conserva aspectos da diagramação tradicional. Está dividido em seis
colunas verticais. As matérias mais importantes são editadas nas páginas de
número ímpar tal qual a Folha. As edições dividem-se em Nacional, Regional e São Paulo . O
conteúdo do jornal é oferecido ao leitor em português e inglês.
O jornal é dividido em cadernos: Primeiro Caderno, Economia, Cidades, Caderno
2, Esportes, Empresas, Classificados, Agrícola, Informática, Estadinho,
Feminino, Casa & Família, Telejornal, Autos, Imóveis, Negócios e Empregos.
A primeira página é diagramada conforme
padrões estabelecidos pela editoria do
jornal. Tamanho standard (54x 33cm) . Apresenta-se da seguinte forma:
-
Cabeçalho, disposto na parte
superior da primeira página no qual consta logotipo e informações como data,
número, ano; linguagem colunas edição, preço, nome do diretor e período da
gestão
-
Manchete
-
Chamadas
-
Foto-legenda, também chamado
de texto-legenda, legenda ampliada que, em combinação ao número da página com a
foto ou ilustração a que se refere, para explicar o assunto abordado
-
Bandeira, título sem texto de chamada, com
remissão para página ou caderno
-
Sumário, pequenos textos de primeira página
reunidos num quadro.
-
Notas e Informações (o resumo de um
dos textos do editorial)
-
Tempo previsão do tempo na capital e
estado
-
Índice, sumário e número de páginas, por editoria, que constam no jornal
daquele dia.
Como recurso gráfico o jornal adota com
muita freqüência fios ou bigodes que servem para separar os textos de anúncios
ou qualquer outro material iconográfico.
Outros recursos gráficos bastante utilizados
pelo jornal são a capitular e o olho. Capitular é um recurso gráfico que
consiste na utilização da primeira letra do texto em tamanho maior que as
demais. Olho é recurso de edição usado para anunciar os melhores trechos do
texto impresso.
A estrutura de texto jornalístico do Estado também é a da pirâmide invertida.
Porém, a edição do texto é um pouco diferente da que a Folha segue. Esta dividida basicamente em:
-
Título
-
Olho
-
Assinatura de texto, com o nome da
cidade, estado ou país. Serve para localizar o leitor ao lugar cujo assunto se
refere.
-
Texto
-
Retranca
-
Íntertítulo
As páginas do jornal possuem o mesmo padrão
gráfico: fio-data, fio ou bigode, canal, capitular, entrelinhamento, pé
biográfico, olho, selo (marca visual de textos sobre mesmo assunto) e boneco
fotográfico.
A2)Aspectos de conteúdo
A
seção de opinião do jornal está disponibilizada nas páginas A2 e A3 e divide-se
em:
-
Espaço Aberto, que traz a opinião
de celebridades
-
Notas e informações, que traz a
opinião do jornal sobre temas em destaque no noticiário.
-
Expediente, seção na qual contém informações do
jornal. Publicada no canto superior esquerdo da página, traz os nomes dos
diretores do Estado, telefones para
contato, endereço eletrônico, endereço da sede do jornal e crédito do material
fornecido usado na produção do jornal
-
Fórum de Debates, espaço aberto para opinião de leitores sobre temas em
destaque. Ocupa o canto esquerdo da página, logo abaixo do expediente
-
Fórum dos Leitores, que publica cartas
dos leitores endereçadas á redação. Ocupa quatro colunas no canto inferior
direito, logo abaixo do editorial.
Nas páginas de número A4 e A6, são
publicadas a coluna Destaque, (A4) traz a
opinião de personalidades. Coluna do
Estadão e a coluna Jogo Rápido, (A6) trazem textos curtos
sobre fatos políticos da semana.
Nas
outras páginas, a ordem é de publicação é a seguinte: política, geral, ciência e por fim, internacional. Há a coluna Breves
na qual são publicados textos curtos relacionados ao assunto abordado em cada
editoria.
5.2. Digital - aspectos
gráficos e textuais
Editoria: Política, Internacional, Geral e
Editoriais
Atualização:
Diária
B1) Aspectos gráficos
Na edição online, o jornal está dividido por
editorias. Cada editoria é um link que remete o leitor ao conteúdo do texto.
Neste estudo, foram utilizadas as editorias de Política, Internacional, Geral e Editoriais. Elas correspondem ao
conteúdo do Primeiro Caderno da
versão impressa do jornal.
A página de abertura do Estado está organizada de forma simples e clara para atrair o
leitor. Em cada página, há índice para retornar à capa ou navegar em outras
editorias. É possível determinar a
página em que o leitor está: se esportes ou política, por exemplo. Diagramação
moderna. Formato em duas colunas. Utiliza cores para distinguir as editorias.
Tipologia igual para manchetes e chamadas. A manchete ocupa o canto superior
esquerdo da home page, e geralmente é acompanhada de1 foto-legenda para
ilustrá-la, seguida de 8 chamadas.
A estrutura gráfica da primeira página está
organizada da seguinte forma: um cabeçalho, disposto na parte superior, no qual consta logotipo e informações como
data, e links para:
-
Últimas notícias
-
Arquivo
-
Índice de notícias
-
Endereço eletrônico do jornal
-
Net Estado
-
Market Estadão
-
Negócios pela Internet.
No canto esquerdo da home page há links para
Especiais, que contém textos sobre Canudos; Portinari; Cinema e Cérebro;
Suplementos: Agrícolas; Autos; Empresas; Estadinho;
Feminino; Franquias; Imóveis; Informática; Painel Negócios; Telejornal; Viagem; Zap; Arte Digital - 3D;
Ilustrações; Montagem e Colagem; Variedades - Astral, Colunistas, Guia de TV,
Há um século, Guias, Tempo, SuperQuiz; Seu Bairro - Norte, Nordeste, Oeste,
Leste, Gde SP Oeste e Gde SP Sul; Pesquisa: Edições anteriores, Reportagens
do Estado; Manual de Redação: Sites de Busca, Assinaturas e Serviços, Assine
já, Clube do Assinante, Atendimento ao Assinante, Serviços, Brindes e Produtos;
Grupo OESP; Fale conosco; Fórum e Mapa do Site.
Ao final da página, encontramos links para Suplementos: Editoriais, Colunistas, Versão
em Inglês do jornal, Diretório Estadão: JT Web Agência Estado, Rádio Eldorado; Classificados,
Assinaturas; Marketplace; Roteiros, Divirta-se; Guias Prêmio Mídia
Estadão, 1968 - Do sonho ao pesadelo;
Microsoft Explorer para atualizar o
programa por meio de download do programa; Ao final de cada página é publicado
o direito autoral da empresa.
Embora bem organizada, as páginas do jornal
são verticalizadas , que faz com que o internauta tenha que rolar a barra de ferramentas para encontrar os links de
navegação de seu interesse.
O lay out de cada editoria do jornal é
padronizado. Espaço em branco é
valorizado. Podemos dizer que há um fio-data com data, nome da seção e
ícone para NetEstado. Há utilização
constante de índices e ícones como marca visual para reportagens especiais.
Ao clicar na seção de seu interesse, o
internauta terá à sua disposição, um índice próprio além do proposto na home
page. Este índice poderá remetê-lo a
outras seções do jornal. Não há banners nas páginas que contém
matéria. Não é
preciso ser assinante da NetEstado
para acessar a versão online e a seção "Arquivos" do jornal.
Ao final, há um e-mail para o leitor deixar
seu comentário sobre as reportagens. Há um botão para que o leitor retorne ao
início da página. Os textos são separados por fios. Em
cada seção, ao final da página, encontramos links com assuntos relacionados à
editoria.
Na seção Editoriais,
o texto está disposto no centro da página. Esta seção dividi-se em Notas e Informações, Espaço Aberto, Painel
do Leitor e Painel de Debates.
Durante a semana estabelecida para análise,
foi verificado que não havia pé biográfico com informações sobre o autor do
texto. Raramente é usado algum recurso de edição do impresso como olho ou capitular. Não há e-mail para contato com o leitor nas páginas de
opinião como no impresso. Formato de diagramação de uma coluna.
Na editoria Geral encontramos um ícone para Estadão
na Escola, além de links para: o suplemento Agrícola; Canudos, a guerra
no sertão; MST, o filão da terra; Índios;
Cérebro; Cientistas Brasileiros; Caos;
Plantas Medicinais;- A história da Internet; e Brasil Pensa, que ocupa o canto superior direito da página.
E por fim, Internacional, na qual encontramos links destaques do New York Times; Especiais: Albânia a terra
dos extremos; Yeltsin, o coração da instabilidade; Saddam, além do estereótipo;
Israel, 50 anos.
B2)Aspectos de conteúdo
O
jornal é transposto na íntegra para a versão digital, salvo alguns títulos de
matérias ou frases que compõe a
linha-fina diferentes. No mais, o padrão de edição é o mesmo adotado para a versão impressa. Apenas algumas notícias são alteradas
por conta de novos acontecimentos no decorrer do dia.
Em geral, as manchetes publicadas na versão
digital são iguais as da versão impressa. 61% das chamadas do impresso são
publicadas no online.
Os textos
estão alinhados ao lado esquerdo da página. Tipologia é a mesma para título e
texto. O que muda é a formatação e tamanho do tipo: itálico ou negrito.
Diagramação em 1 coluna. Não há
gráficos para complementar os textos. Há pouca utilização de fotos e
ilustração: cerca de 5% do material produzido para a versão impressa é
publicado na rede (veja quadro pág. 47).
O lay
out de cada editoria é padronizado. Em geral, cada matéria é publicada em uma
única página, ao contrário do impresso, em que a página é diagramada para
publicação de vários textos. Os banners estão dispostos somente na primeira
página do jornal.
O
leitor navega no ciberespaço jornalístico do Estado por meio de links e hipertextos. É possível determinar a página que ele está. Há um índice,
localizado no canto superior direito, que o remete à outras editorias do
jornal. Ao final de cada página, um botão para voltar ao início do texto.
Em
geral, os textos de opinião são editados na íntegra. Curioso destacar que, na
seção Notas e Informações, que
exprime a opinião do jornal, havia sempre um parágrafo a mais que no impresso.
Nas seções Painel do Leitor e Fórum de Debates não há e-mail, telefone
ou endereço da sede do jornal para contato com o leitor e em Espaço Aberto, não havia informações sobre
o autor do texto no final de cada página.
Durante
o período de estudo, foi verificado que na editoria de política não havia a Coluna do Estadão, publicada no impresso
diariamente na página A6. Ao final deste trabalho, em nova pesquisa realizada
em início de dezembro, o site havia passado por uma reformulação e esta coluna
está agora disponível. (veja em Nota de
atualização, cap. 4.4 )
A
estrutura textual para editar matérias na web é a mesma adotada pelo impresso.
Porém, há pouca utilização de recursos gráficos de edição. A matéria é
apresentada ao leitor da seguinte forma: título, olho, texto e recursos multimídia. Alguns títulos de
matérias ou frases que compõe a linha-fina são diferentes, mas o assunto
abordado é o mesmo. Ao clicar em um texto web, temos a possibilidade de ouvir
depoimentos de pessoas envolvidas no assunto em pauta ou ver algumas imagens
que complementam o trabalho do repórter.
É
possível afirmar que existe material produzido especialmente para web. Há um
link na editoria de política sob o título Pesquisa
InformEstado, com sondagem de opinião realizada à época das eleições de
1998 sobre intenção de voto do eleitorado brasileiro.
5.3.Quadro
Comparativo - Impresso e Digital
§
100%
do material impresso é transposto na íntegra para a versão digital do
jornal. §
61%
das chamadas do impresso são
publicadas no digital. §
15%
do material iconográfico do impresso é publicado no digital. §
Enquanto
a versão impressa publica 401 textos em aproximadamente 128 páginas, a digital publica 401 textos em 401
páginas.
5.4.
Nota de Atualização
No início de dezembro de 1998, o site do jornal
passou por algumas modificações:
O lay out da primeira página exibe o logotipo
no alto e no centro o endereço eletrônico do jornal. Tipologia diferente para
chamadas e títulos das matérias. Textos mais curtos que na versão anterior.
Alteração no padrão de cores para capa e editorias. Há menos links que na
versão anterior.
No canto superior esquerdo da home
page há link para a NetEstado; Especiais em que o leitor encontra
conexão para a XXIV Bienal de SP; Cinema; Bossa Nova e Dalí; Arte Digital,
com links para 3D, Ilustração, Montagem e
Colagem; Pesquisa nas edições anteriores; Manual de Redação; Assinaturas; Fale
Conosco; Forum; Mapa do Site; Grupo OESP e English; Programa de busca. Há também um link para votação do melhor
site de 1998.
Logo abaixo da home page há um painel
com notícias importantes do jornal. Há também um índice geral em que o
internauta pode escolher a seção de seu interesse. Mais adiante, links para Editoriais, Espaço Aberto, Suplementos,
Índice de notícias e Colunistas JT WEB, Agência Estado, Rádio Eldorado,
Diretório Estadão, Classificados, MarketPlace, Listas Amarelas Assinaturas,
Roteiro, Divirta-se, Guias.
Em seguida, link para Últimas notícias; Fac-símile da capa do
impresso no qual o leitor tem acesso direto às matérias do dia; Ícone sobre Vestibular 99; The Wall Street Journal
Americas; Download do Internet Explorer; Retrospectiva 1998; Fim de semana e
contagem regressiva para o ano 2000.
No pé da página, informações sobre
direitos autorais do jornal.
Nas páginas que contêm matérias há
botões que remetem o leitor às outras editorias do jornal. Lay out padrão:
texto alinhado ao canto esquerdo da página. Ao lado superior direito, há links
para índice geral, e outras editorias;
Ao final da página, há informação sobre direitos autorais e link para a
NetEstado;
As seções de Política, Geral e Internacional, objeto de análise desta
pesquisa, contém agora, um quadro com foto e chamadas para as principais
matérias. Logo abaixo, há um índice com o restante das notícias, e-mail para o
leitor enviar seu comentário e os direitos autorais da empresa.
A Coluna
Estadão passou a ser publicada, fato que não acontecia anteriormente.
6. Especial / Entrevistas
Entrevista com o editor executivo da NetEstado, Luciano
Martins, dezembro de 1998.
ù
P: Por que a versão impressa de O Estado de S.
Paulo na rede está na íntegra? Existe alguma proposta para mudar a forma pela
qual o jornal é publicado na Internet?
R. O
conteúdo está na íntegra porque essa é a melhor maneira de atender aos
leitores. Os leitores encontram na NetEstado todas as reportagens, editoriais e
artigos do Estadão, além de matérias em "tempo real" produzidas pela
Agência Estado e matérias especiais produzidas especialmente para a Internet
por nossa equipe própria. A proposta é mudar a cada quatro meses para melhorar
o design, agregando novas ferramentas de edição, mas com a mesma tendência de
oferecer todo o conteúdo do jornal.
P: Quais são as normas básicas que a prática do
jornalismo online do Estado adota? Há estudos para elaboração de um Manual de
Redação Online?
R. As
normas básicas são: toda criação deve resultar de parcerias entre o jornalista,
o designer e um técnico. O jornalista seleciona e elabora os conteúdos, o
designer indica qual sua melhor apresentação e o técnico escolhe a ferramenta
adequada. A elaboração de todo conteúdo deve levar em consideração aspectos de
cor e recursos adequados. Por exemplo, uma matéria sobre tragédia nunca deve
trazer animações ou cores que denotem alegria.
P: Que aspectos gráficos da versão online do
jornal você destacaria? Qual é o design adequado para jornais na web?
R. O
principal aspecto é a possibilidade de oferecer variados níveis de leitura para
cada tema, permitindo que o leitor se aprofunde conforme seu interesse ou sua
disponibilidade. Outro aspecto é a interatividade, que deve ser muito equilibrada
e inteligente, para não aborrecer o leitor. O design adequado não revela
deslumbramento com tecnologia nem com efeitos especiais. Eles devem ser usados
com ponderação e sempre em favor de mais conforto da leitura e mais eficiência
na transmissão da mensagem. Este é o caso extremo em que o meio é a mensagem. O
design de jornais na Web deve ser limpo e direto, as histórias devem ser
contadas de forma não-linear, as opções de extensão da leitura devem ser
claras.
P:
Qual o critério para edição de matérias do jornal online? Como é feito o
fechamento da edição online do Estado?
R: A
edição é feita continuamente, pela atualização da área de últimas notícias.
Durante o dia, se os fatos justificarem, fazemos atualizações na homepage e em
páginas de seções. Por volta das 23 horas, atualizamos todo o conteúdo diário,
colocando na rede a edição do Estadão do dia seguinte.
P: Qual edição fecha primeiro: a impressa ou a
digital?
R. A
edição impressa fecha primeiro no sistema editorial Hermes e enquanto a gráfica
roda os exemplares em papel, se completa o fechamento da edição digital.
P: Há jornalistas no Estado que escrevem
somente para a web, ou a edição digital é feita com base na produção da redação
do diário impresso?
R. Há
jornalistas que só escrevem para a Web, embora eventualmente sua produção seja
aproveitada também no papel. Veja nossas edição de Futebol. Ali há matérias
feitas especialmente para a NetEstado, muitas vezes em cobertura ao vivo de
jogos importantes, de modo que o leitor pode ir acompanhando os fatos em seu
computador. Também temos colunistas exclusivos para a Web. Veja nossa edição em
Inglês.
P:
Qual deve ser o perfil do jornalista na era digital? Como ele deve estar
aparelhado para se adaptar a essa nova mídia?
R.
Essa resposta exige uma conversa de pelo menos duas horas. Vamos resumir com a
idéia de que a era digital é a maior revolução já produzida nas comunicações
humanas desde que Johann Gutenberg inventou a impressão com tipos móveis, em
1447. O jornalista da era digital deve ser capaz de filosofar sobre o que é a
comunicação. Ao tomar conhecimento de uma história, ele (a) deve ser capaz de
elaborar não apenas a narrativa em si, mas escolher a linguagem e o meio mais
adequados àquela história. Precisa ser capaz de encontrar rapidamente na rede
informações de suporte, o que exige conhecimento de outros idiomas e grande
capacidade de organização mental aliada à criatividade.
P:
Que características fundamentais separam o jornalismo impresso do digital?
R. O
jornalismo impresso é produzido em função do "deadline", a linha de
tempo fatal para o final da edição, que é definida pelo setor industrial e pela
logística de distribuição, ou seja, quem define os padrões finais não é a redação.
No jornalismo impresso, tudo funciona no limite da capacidade industrial da
empresa jornalística. No jornalismo digital, o limite é a capacidade das
pessoas (jornalistas, designers e técnicos) de criar conteúdos interessantes
com o uso de tecnologia adequada. Não há limite de tempo nem a restrição do
papel.
P:
Os grandes diários utilizam os manuais de redação para normatizar os critérios
editoriais de seus jornalistas. Há critérios específicos para a versão digital?
R.
Sim. O primeiro critério é a correção jornalística, ortográfica e gramatical.
Outro deles é a adequação do texto ao novo meio, respeitando-se as
características da leitura na tela. Há ainda o critério da escolha de
formatação e linguagem para cada história.
P:
Qual seria o melhor caminho para selecionar informações úteis ao leitor com a
democratização do acesso à rede? Como garantir qualidade de informação em meio
a tanta oferta de informação?
R. O
repórter precisa ter um critério muito afinado. Ele precisa aprender a buscar
informações em sites adequados. Dados sobre um cantor vou buscar em sua
gravadora ou em sua homepage oficial, nunca em fã-clube digital ou em sites
não-oficiais. Também não se pode confiar em informações obtidas por e-mail de
pessoas não credenciadas ou nas
correntes de
mensagens. Deve levar em consideração que aquilo que ele colhe também pode ser
obtido pelo leitor diretamente na fonte. A diferença é que o jornalista está
treinado para ir mais rápido à fonte
confiável.
P: Quem é o leitor online do Estado? O leitor
do jornalismo impresso está migrando para o digital? Há alguma pesquisa para
medir o grau de satisfação desse leitor?
R. O
leitor online do Estado tem entre 25 e 40 anos, com uma divisão quase igual
entre homens e mulheres, predominando levemente o gênero masculino. Gente de
classe média para cima. Parte dos leitores de jornais está claramente migrando
para a leitura na tela, conforme declarado diretamente por eles em mensagens à
redação da NetEstado. Mas também ocorre de um leitor tomar conhecimento do jornal
pela Internet e se tornar assinante do jornal no papel, porque adquire o hábito
da leitura e nem sempre pode acessar a rede.
A
última pesquisa de satisfação do leitor da NetEstado, realizada em novembro
deste ano, revelou um índice de 98% de aprovação. Desde maio de 1997, as
avaliações mensais nunca apontaram uma proporção menor do que 82% na aprovação
do nosso site.
P:
Ao final de cada texto publicado no jornal online há um endereço eletrônico
para o leitor enviar sua opinião sobre as reportagens que leu. Quantos e-mails
a redação recebe por dia com esse tipo de comentário? Qual é o tratamento dado
a essas mensagens?
R.
Recebemos cerca de 30 mensagens diárias. As mensagens são selecionadas pela
ouvidora-geral do Estadão, Cecília Thompson, que envia cópias aos destinatários
e cobra providências ou respostas.
P: Por que não
há, na seção Espaço Aberto, informações sobre o autor do texto no final de cada
página?
R. Essa é uma boa
sugestão. Acontece que essa seção é editada automaticamente, e acrescentar
outros dados exige uma mão-de-obra de que não dispomos. Mas vamos estudar uma
forma de resolver isso.
P: Por que o
conteúdo do banco de dados do Estado está disponível a qualquer leitor, uma vez
que diários como a Folha restringem esse tipo de acesso?
R. Porque
enquanto for possível preferimos oferecer esse serviço gratuitamente, uma vez
que no atual estágio da Internet no Brasil precisamos todos investir para criar
bons hábitos na rede. Um deles é o hábito de buscar conteúdo informativo para
trabalhos escolares e
profissionais. Quando pudermos oferecer um
serviço de qualidade superior, que ainda não existe nos sites brasileiros e
isso justificar a cobrança, vamos pensar a respeito.
P: Durante análise
realizada no período de 14/09 a 20/09/98 foram verificadas diferenças gráficas
e de texto que, hoje, já não existem mais. Por que a homepage do Estado foi
modificada?
R. Porque esse
meio exige renovação constante, porque o formato anterior já não permitia
abrigar todo nosso conteúdo e porque já estava ficando desconfortável a
navegação no site. Logo depois (em novembro), fizemos uma mudança radical.
P: A informação online irá substituir a do papel
impresso?
R.
Sim. Num prazo ainda indefinido, a informação online vai substituir a
informação impressa em muitos casos, mas não em todos. Mas antes de o
computador acabar com os jornais, vai desaparecer o computador que nós
conhecemos. Na verdade, já está em desenvolvimento o computador que irá
substituir as máquinas atuais e será o meio de comunicação por excelência.
ù
Entrevista com o gerente de produtos do Universo
Online, Graciliano Toni, dezembro de 1998.
ù
P:
Por que a versão impressa da Folha de S. Paulo está na íntegra na rede? Há
alguma proposta para mudar a forma pela qual o jornal é publicado na Internet?
R: A
Folha vai na íntegra porque todo seu conteúdo é interessante para os
internautas. Ela pode ser lida por pessoas (por exemplo, pesquisadores no
exterior) que de outra forma não teriam acesso ao jornal ou leriam com grande
atraso. A idéia é criar cada vez mais conteúdo exclusivo para a Internet.
P:
Quais são as normas básicas que o jornalismo online da Folha segue? Há estudos
para elaboração de um manual de redação online?
R: Na
versão online, as normas são as mesmas do jornal impresso -na verdade, é uma
transposição integral. Imagino que a próxima versão do Manual da Redação inclua
tópicos sobre a Internet - que além de ser outra forma de veicular o jornal é
ferramenta de pesquisa.
P:
Como são os aspectos gráficos da versão online do jornal? Qual seria a melhor
forma de organizar o design dos jornais na web?
R: Os
logotipos seguem o padrão gráfico do jornal. Há menos material iconográfico na
Internet, tanto para evitar peso excessivo das páginas quanto por dificuldades
técnicas para uso de fotos e quadros (basicamente, o que é feito para o papel
não serve para a Internet).
P:
Qual o critério para edição de matérias do jornal online? Como é feito o fechamento da edição online da Folha?
R:A
hierarquia na versão online é a mesma da impressa.
P: Qual edição fecha primeiro: a impressa ou a
digital?
R: A
versão digital começa a ser feita antes do fechamento do jornal e é completada
depois do jornal estar impresso.
P: Há atualização do jornal publicado na rede? Com
que periodicdade ele é atualizado?
R: Em
casos excepcionais, como as eleições, há uma espécie de edição extra. Está nos
planos passar a fazer atualizações ao longo do dia.
P:
A redação da Folha está produzindo para um espaço virtual? Há jornalistas que
escrevem somente para a web?
R: O
Guia da Internet da Folha tem atualização 3 vezes por semana na Web. Nenhum
jornalista produz exclusivamente para a rede.
P: Qual deve ser o perfil do jornalista na era
digital? Como ele deve estar aparelhado para se adaptar a essa nova mídia?
R:
Deve ser rápido, ter bom texto, ser atento, estar disposto a trabalhar em
horários não muito regulares, gostar de novas tecnologias. O perfil é mais de
redator que de repórter (embora nada impeça a divulgação de reportagens feitas
para a Internet).
P: Que
características separam o jornalismo impresso do digital?
R: O
jornalismo digital é obviamente mais ágil. Permite o uso de som (como fitas
comprometedoras) e vídeo; o impresso tem vantagens gráficas e de portabilidade.
P:
Os grandes diários controlam a informação impressa e o comportamento de seus
jornalistas por meio de manuais de redação. Como a Folha controla as
informações (e os jornalistas) na Internet?
R:
Como a versão online é a transformação do material que é usado no jornal
impresso, nada muda no controle sobre os jornalistas.
P:
Qual seria o melhor caminho para selecionar informações úteis ao leitor com a
democratização da rede? Como garantir a qualidade de informação?
O segredo
é sempre buscar fontes confiáveis - como os jornais do Grupo Folha e as
revistas do Grupo Abril.
P:
Quem é o leitor online da Folha? O leitor do jornalismo impresso está migrando
para o digital? Há alguma pesquisa para medir o grau de satisfação desse
leitor?
R: É
jovem, de alto poder aquisitivo e escolaridade elevada - nos três casos, mais
que o do jornal impresso. Ainda não fizemos pesquisas de grau de satisfação.
P: Por que
algumas seções reproduzem o conteúdo de outras? Durante análise da home page da
capa da Folha, foi verificado que os links das seções "opinião",
"charge", "painel do leitor" e "erramos" remete o
leitor ao mesmo conteúdo. Seria mais adequado permitir acesso somente ao seu
conteúdo ou então agrupar o nome das seções?
R: Nas páginas da
Folha, essas seções também ficam agrupadas. Na verdade, desta forma o
internauta poupa uma etapa de navegação.
P: Você considera
que o Universo Online está suficientemente preparado para o desafio da era
digital, em comparação à empresas do primeiro mundo, ou precisa evoluir mais
para atingir o padrão?
R: O UOL já tem
audiência comparável à dos maiores sites do mundo, tem conteúdo diversificado
como o dos grandes portais de Internet, testa e aplica tecnologia de ponta. Tem
sim padrão de Primeiro Mundo.
P:
O Brasil Online, primeiro jornal em tempo real em língua portuguesa, poderá ser
uma nova forma de jornalismo praticado para a Internet?
R:
Quem faz jornalismo na Internet já se guia pelo Brasil Online.
P: A informação online irá substituir a do papel impresso?
R: Com certeza não em pouco tempo.
ù
7. Considerações
Finais
A Internet é uma nova mídia e ainda
está em processo de amadurecimento. Desde
que os jornais entraram no mundo digital, em 1995, poucas modificações
foram feitas na forma de editar o jornal na rede. Online significa em tempo real, e o que encontramos hoje
nas versões digitais de jornais como Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, são algumas notícias atualizadas, o que não é
o suficiente em se tratando da velocidade com que estamos recebendo informação.
O jornal publicado atualmente não é um trabalho original, embora adquira outra
dimensão quando transportado ao espaço virtual.
Em geral, há a transposição integral do seu conteúdo
para a rede e as notícias ainda são oferecidas sob o ponto de vista do material
impresso. Não há uma forma estabelecida para redação jornalística online.
Inclusive, as normas seguidas na produção e edição de notícias web são as
mesmas que constam nos manuais de redação da versão impressa dos dois jornais.
O que muda é a forma de distribuição de notícias, sobretudo em relação ao
design, desenvolvido para melhor apresentar o jornal ao leitor.
Jornalismo
online é uma nova concepção na rede. É jornalismo para a Internet e não na
Internet. Portanto, há que se encontrar um formato e uma linguagem mais
adequados para publicá-lo. É preciso reinventar o jornalismo e adaptá-lo a esse
novo meio. Este modelo que aí está não irá satisfazer o ciberleitor por muito
tempo - se é que ainda o satisfaz, pois o planejamento da redação jornalística
para web ainda é feito sob o ponto de vista do leitor de mídia impressa.
Durante a década de 60, McLuhan[33]
já insistia em que a era da cultura escrita havia passado e que era urgente
compreender a natureza, as características e efeitos das novas formas de
comunicação baseadas nas tecnologias eletro-eletrônicas, nas quais todos
estavam integral e irremediavelmente imersos desde então. (Sevcenko, 1998, p.5-6 ).
Dizia que, quando
uma tecnologia é introduzida num
ambiente social, ela não cessa de agir nesse ambiente até a saturação de todas
as instituições: um novo meio nunca se soma a um velho, nem deixa o velho em
paz. Ele nunca cessa de oprimir os velhos meios, até que encontre para ele
novas configurações e posições[34].
Para
ele, os donos dos meios de comunicação sempre se empenham em dar ao
público o que o público deseja, porque percebem que a sua força está no meio e não na mensagem ou na linha do jornal.
8. Anexos
Em busca do jornalismo da era digital
Sonia Aguiar*
Um veículo
de comunicação quase tão instantâneo quanto o rádio e mais ágil que a tevê, com
recursos visuais que misturam design, fotografia, vídeo, animação e realidade
virtual, mas com as mesmas possibilidades de detalhamento e análise de assuntos
e acontecimentos de um jornal ou de uma revista de informação. Que nome darmos
a isto? Ciberjornalismo?
Fizemos esta pergunta a
vários jornalistas de publicações especializadas em informática e editores(as)
de sites de veículos impressos na Internet, além de pesquisadores do programa
de pós-graduação em Comunicação da Universidade Federal da Bahia (Facom/Ufba),
que, no Brasil, são os pioneiros na investigação sobre o impacto cultural do
chamado “ciberespaço”. Marcos Palacios, pesquisador da Ufba, por exemplo,
prefere a expressão “jornalismo digital”.
– Trata-se de um jornalismo multimídia que
usa como suporte as redes informáticas e que tem como característica essencial
o fato de ser massivo e interativo, simultaneamente, ao contrário da TV, que é
massiva mas não interativa, ou do telefone, que é interativo porém não massivo.
Outra importante característica do
J.D., que o distingue do jornalismo tradicional, é o fato de que as
notícias, neste novo formato, não são
"circuladas" mas sim "disponibilizadas". Isso
implica que tem que haver um "movimento ativo" do consumidor potencial em acessar aquela informação.
Some-se a tudo isso a característica da personalização (o consumidor pode
"formatar" seu jornal de acordo com seus interesses e preferências) e
teremos um perfil básico do J.D.
Anna Catarina
Siqueira, editora da revista Internet World, também não é muito a favor do
termo "ciberjornalismo".
– Acho que o que muda, no caso, é o formato
do veículo, que passa o ser on-line. A prática e a atividade do jornalismo
continuam sendo as mesmas. By the way, eu o definiria como um jornalismo
dinâmico, em tempo real, como nos moldes do rádio e da televisão; mas com a
possibilidade de irmos mais a fundo (já que o
formato permite), e aí lembramos os moldes do jornal. Acho que é uma
junção da prática exercida em todos
esses meios com um algo mais. Vou tentar explicar em termos práticos: se
um fato extremamente importante ocorre
(como a queda do Fokker da Tam, por exemplo), o usuário sabe que a qualquer
momento que acessar um serviço on-line
de notícias vai encontrar informações novas e atualizadas. Ou seja, as noticias
estarão lá esperando por ele, sendo
complementadas a cada instante. É diferente do jornal, que o leitor só verá no
dia seguinte, ou do rádio e da TV, aos
quais o ouvinte/espectador tem que ficar atento, caso contrário perde os flashes ao vivo.
Luis Leiria, redator da editoria internacional de O Globo e
colaborador da Internet World, chama a
atenção para importância do conteúdo das publicações digitais em relação
às novas tecnologias, como o
shockwave, que tornam necessário dominar as técnicas da multimídia para a
produção de um ciberjornalismo eficiente. “O ciberjornalismo será tanto mais
eficaz quanto puder oferecer um conteúdo interessante aos seus
ciberleitores...”, pondera. Cora Rónai, editora do caderno Informática e etc,
considera que a principal diferença entre o “ciberjornalismo” e o “jornalismo,
puro e simples” está no tratamento da notícia, pois, “essencialmente, o
trabalho do ciberjornalista é o mesmo que o do jornalista ‘comum’: correr atrás
da notícia e fazê-la chegar ao seu público da forma mais rápida, honesta e
interessante”.
Silvia Gomide,
repórter do Caderno de Informática de O DIA, acha que o “ciberjornalismo” é
algo que ainda precisamos descobrir.
– Ainda temos que saber
como dar notícias nesse novo meio que é a Internet, aonde a falta de padrões e
de experiências nos deixa a todos
tateando no escuro. O ciberjornalismo tem como grande vantagem a igualdade de
oportunidades para todos os jornalistas plugados na rede. Ou seja, a informação
está ali disponível para o jornalista brasileiro, americano, africano. Não
importa onde, geograficamente, a pessoa está e sim como e onde ela vai buscar
informação (claro que a estrutura de telecomunicações do país faz
diferença).
Fernando Villela, supervisor editorial da revista
Internet.br, considera que “jornalismo digital” e “ciberjornalismo” têm o mesmo significado, com uma ressalva:
–
Ciberjornalista seria um profissional que utiliza a Internet (o ciberespaço)
como ferramenta de trabalho. Não que ele tenha que utilizar só esse meio, mas
que tenha intimidade com a rede e a use em apoio/complemento às maneiras
tradicionais de se obter informação e contactar as pessoas.
Ele
aponta duas maneiras de utilização da rede para fins jornalísticos:
a)
digital > analógico: busca de informações no meio digital, pesquisa e
entrevistas com pessoas no ciberespaço, direcionadas para publicações em papel,
não digitais. Exemplo: “nós, da Internet.br,
assim como jornalistas de revistas especializadas ou cadernos de informática,
que trazem dados do ciberespaço para publicações tradicionais em papel”.
b)
analógico > digital: transforma informações analógicas e publicadas em papel
em sites na Internet. Levam pessoas (que às vezes nem tiveram contato com a
Internet antes) para entrevistas no ciberespaço. Exemplo.: webmasters,
jornalistas de jornais digitais como JB On-line e Globo On, Universo On-line
(UOL) e de revistas e zines na Internet. Em alguns casos, o ciberjornalista
pode exercer as duas funções; uma não exclui a outra.
Daniel Deivisson, subeditor do JB On-line, concorda com esta
dupla vertente da Internet: a de ferramenta de apoio à pesquisa para os meios
de comunicação convencionais, como jornais, TV, rádio, e a de criação de uma nova forma de se fazer jornalismo, que
ele prefere tratar como "jornalismo digital", tema de um trabalho
acadêmico por ele desenvolvido. Para Luiz Augusto Siqueira, jornalista do
programa Hipermídia, o Jornalismo on-line” é aquele que cobre o mundo virtual
ou digital. E para Ana Redig, editora do Jornal da Cidadania on-line, a
definição simplista seria "jornalismo via Internet".
Mas penso que “ciberjornalismo” ultrapasse essas
barreiras. Na verdade, a rede permite – e exige – que você trate todo tipo de
informação com o mesmo peso da informação jornalística, incluindo aí os CGIs,
formulários etc. Creio que os ciberjornalistas estão no início de um processo
de transformação da informação (se me
permite a rima). Aquilo que nos foi ensinado como informação mais
importante para o texto jornalístico está se ampliando. Cabe a nós
experimentar, muito e muito, e traçar este novo caminho.
Opinião semelhante tem Helio Hara,
editor do Globo On, para quem o jornalismo on-line pode ser considerado “a
migração do jornalismo para a Internet”, que se caracteriza “pela dinâmica que
permite alterar/adicionar notícias ao longo do tempo”, aumentando a
interatividade e permitindo criar núcleos, comunidades virtuais agrupadas em
torno de temas de interesse. “Se fosse para um dicionário”, o chefe da
diagramação de O Globo e criador da página Bit Bit Sputnik, Cláudio Prudente,
definiria “ciberjornalismo” como o "jornalismo da e para a rede". O
termo teria que explicar o fato novo
de o jornalista e seu leitor dividirem o mesmo canal, todos transmitindo e recebendo. Gustavo Gindre, integrante do
Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) também chama atenção para esta forma de comunicação
extremamente interativa, que permite intercâmbio maior entre quem produz e quem
recebe a mensagem.
– É
justamente deste ponto-de-partida, quase consensual, que surgem os problemas.
Acredito que as fronteiras da categoria profissional serão totalmente
redesenhadas. Questões como registro profissional e copyright vão mudar
bastante. Com a chegada da fibra ótica até o consumidor final, a Internet
estará apta a transmitir som e imagem de alta qualidade em tempo real. Esta
mudança vai nos trazer uma gama tão grande de opções que o jornalismo tenderá a
se diluir em um complexo informacional, reunindo diversão, marketing,
reportagens, filmes e muito mais. Falar
em interatividade remete automaticamente à segmentação de mercado. Cada leitor
fará suas próprias escolhas. A função de um editor será incrivelmente
esvaziada. E, ao contrário do que esta última frase, de forma isolada, pode
deixar transparecer, nunca se fará tanta edição quanto no “ciberjornalismo”
(especialmente, a partir de uns cinco/dez anos pra frente).
Cecília Queiroz, diretora da Puente – Projetos de
Comunicação e Editora, vai ainda mais longe nas suas previsões:
– Pode demorar um mês, um ano ou uma década.
Mas o certo é que os cibernautas vão tomar conta da distribuição da informação e cada vez mais o papel vai ser
abolido. Isto não quer dizer, é claro, que o jornal tradicional vai morrer. Afinal, muita gente adora ler jornal no
ônibus, na praia, na cama ou no banheiro e o
ciberjornal não tem tanta mobilidade; mas que ele vai perder cada vez
mais espaço para as informações on-
line, não resta dúvida. O impacto do
ciberjornalismo hoje é o equivalente ao impacto do radiojornalismo das décadas passadas.
*Sonia Aguiar é Doutora em Comunicação
pela UFRJ e professora de Jornalismo do Departamento de Comunicação da
Universidade Federal Fluminense (UFF)
Do papel à multimídia
Todos
concordam que essa mídia exige uma nova linguagem que ainda está sendo esboçada, tateada, testada, na
própria prática da Internet, como aconteceu nos primeiros tempos da televisão,
quando o que saía das telinhas em preto e branco tinha a cara do teatro e o som
do rádio, assim como muitas publicações on-line ainda estão presas à metáfora
do papel.
Ivson Alves, editor das publicações do Sindicato
dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro (que ainda não tem
home page) e “dono” da “página não-oficial” dos jornalistas cariocas, atribui a
semelhança das publicaç ões on-line com os jornais analógicos em parte a um
problema técnico: a banda passante é muito lenta para as aplicações multimídia
intensivas. Mas acha também que os jornalistas do ciberespaço ainda não
encontraram um meio de usar bem a "linkagem", que tornaria mais rico
o acesso à informação em tempo (quase) real. “Creio que o ciberjornalismo
poderia ser divertido como a TV, mas sem o sentido de fragmentação deste meio;
rápido como o rádio, mas com um
sentido de contextualização maior; e reflexivo como a imprensa escrita, mas
utilizando bem a técnica do link, habilidade da Internet que, na minha opinião,
é a mais específica do meio e pode ser o
ingrediente básico desta "salada" que me parece ser o
ciberjornalismo."
Marcos Palacios – Ainda estamos num momento de
transição. Como já disse McLuhan, cada vez que uma nova tecnologia
comunicacional entra em uso, nos tornamos todos novamente analfabetos. Mas acho
que continuar dizendo que os jornais digitais são meras transposições é ignorar
os avanços. O Universo Online é um bom exemplo nacional de busca de novas
formas. A experimentação é essencial.
Por incrivel que pareça, a vasta maioria das faculdades e cursos
de Comunicação no Brasil ainda não incluiu o Jornalismo Digital como disciplina
curricular e prática laboratorial.
Ana Redig – Embora predomine a metáfora do
papel, há inovações, como os chats – que aproximam os veículos do leitor,
tratando-os justamente como usuários e não como simples "esponjas"
de informação. A maior dificuldade
está em nos livrarmos do modelo da imparcialidade fria. A informação através de
rede coloca todos no mesmo patamar. A hierarquia do saber jornalístico cai por
terra diante da interatividade com o leitor. E nós, jornalistas, precisamos de
tempo para descermos do pedestal e reconhecermos que não somos os donos da
verdade. Mesmo assim, acredito que chegaremos a uma nova linguagem mais
rapidamente quando os veículos tiverem equipes maiores para produzirem on-lines
mais independentes de suas publicações impressas.
Fernando Villela – Pelo que observo, percebo que o terreno ainda
está sendo explorado e isto vai sendo feito devagar, até porque a rede ainda
está se desenvolvendo e não temos aqui no Brasil uma estrutura a jato. Eles [os
serviçios noticiosos] estão começando a encontrar uma linguagem aos poucos, mas
realmente estão ainda pensando linearmente, com a lógica mecânica e
reducionista do papel. O hipertexto é holístico, expansionista, mas ainda não
foi tão explorado o quanto merece (esse
dia ainda chegará). No momento, ele foi atropelado pelos encantos da
multimídia, o som, a imagem e o movimento, que vão chegando na rede, e depois
ainda vem o video. Mas, quando a poeira baixar, o deslumbre tecnológico passará
e então essa linguagem vai novamente chamar atenção para o seu potencial.
Maktub!
Silvia Gomide – Algumas publicações on-line estão
encantadas com os recursos gráficos da rede e lidam com problemas de poluição visual
em suas páginas; outras ainda estão buscando uma linguagem mais adequada para o
meio. É complicado e só o tempo e a experiência vão dizer o que é melhor. Por
exemplo: o ciberleitor quer notícias curtas para ler on-line ou prefere
notícias longas, para
baixar e imprimir e poder curtir seu jornal? Provavelmente,
o ideal é uma mistura dos dois. As questões são muitas e todos ainda estamos
aprendendo.
Cláudio Prudente – Certamente eles ainda não
encontraram sua linguagem. A leitura no computador é diferente. Existem links,
scripts, animações, sons, isso faz a diferença. A Internet é seletiva. Ainda
não vi nenhum serviço jornalístico na Web que esteja sendo editado com essa
nova linguagem e acompanhando suas constantes mudanças. Todos ainda apenas fornecem
os textos dos seus jornais.
Só que crescem os novos recursos multimídia. Isso certamente
irá impor, rapidamente, uma nova linguagem.
Cora Rónai – Todos nós ainda estamos presos ao
que se chama “metáfora do papel”, que tem um peso cultural fortíssimo. A
linguagem própria da mídia eletrônica, mais especificamente da Internet, ainda
está em formação. A gente já tem algumas pistas do caminho que vai seguir, mas
este é um processo de evolução natural, maior do que as pessoas eventualmente
envolvidas com ele.
Gustavo Gindre - Por enquanto, todos ainda mantêm as
referências da linguagem escrita. O que não
é de estranhar. Como Pierre Levy mostra em Tecnologias da inteligência,
trata-se de construir um novo paradigma de cognição, em resposta a um outro que
está aí há milênios. Isto vai nos custar um tempo. Quanto aos caminhos a
seguir, creio que teremos, grosso modo, duas opções, ambas interessantes. A
primeira, chamaria de “quantidade”: um veículo de comunicação vai produzir uma
quantidade enorme de informações, 24 horas por dia, disponibilizando tudo. Quem
fará o recorte será o leitor, provavelmente auxiliado por programas de procura
e seleção automática dentro da rede. A
segunda, de “qualidade”: um veículo vai se voltar para
determinado conteúdo, produzindo material extremamente especializado para um
público segmentado.
Anna Catarina - Acho que as publicações e serviços
de notícias on-line estão no caminho certo, mas devem procurar inovar sempre,
pois a Internet permite e, mais ainda, exige inovações, já que apresenta
possibilidades inesgotáveis. O Globo On, por exemplo, embora se detenha em
reproduzir as notícias do jornal impresso, procura sempre colocar um
complemento on-line, indicar links afins e abrir espaço
para grupos de discussão sobre o tema em questão. [O
JB-Online foi o precursor destes recursos, lembra Ana?]
Daniel Deivisson - Posso falar muito pelo JB Online,
onde trabalho. Aqui o nosso objetivo é manter, pelo menos por enquanto, a força
e a magia dos textos do Jornal do Brasil. Por outro lado, utilizamos novas
formas de apuração e escrita em nosso serviço AJB Extra, que serve justamente
de testes para esta nova linguagem. A meu ver, o jornalista digital precisa
pensar na forma de expor o seu texto, através do hipertexto, e toda a
contextualização do mesmo. A Internet possibilita e requer que os seus textos
tenham ligações com outros, tanto dentro de seu site como em sites externos.
Acredito que, por exemplo, as suites ficam mais fáceis de serem feitas. Basta
escrever as novidades e remeter o leitor a
textos anteriores que contenham a versão inicial do fato. Imagine o caso
Daniela Perez na Internet! Iria poupar a paciência do leitor, já que ele teria
o direito de escolher se quer ou não ver matérias anteriores.
Na mídia
mais democrática que já foi inventada, como alguns exaltam, haveria espaço para
a convivência de grupos gigantes da mídia e os “nanicos” de uma imprensa que se
quer alternativa ao modelo hegemônico?
Marcos Palacios – Sim, da mesma forma que uma imprensa
alternativa (se é que esse termo tão desgastado ainda merece continuar em
circulação) sempre conviveu com a grande imprensa. Considerando os baixos
custos do novo suporte eletrônico, a proliferação é potencialmente ainda maior.
Talvez seja esse o grande problema: quem tem tempo para tanta
alternatividade????
Fernando Villela – SIM!!! Sou otimista! Mas não ao
ponto de achar que a imprensa alternativa irá competir financeiramente com os
serviços noticiosos. A imprensa alternativa pode auto-sustentar-se e existir sim,
aos montes, na Internet, e isso é maravilhoso, porque significa mais
informações sem filtro. É barato manter
uma publicação digital, por isso elas sempre irão existir no ciberespaço. E
convivendo e disputando, com certeza, a atenção do público, contra os grande
serviços noticiosos. Agora, se elas serão capazes de gerar verba no mundo
digital, em oposição à imprensa oficial, aí a questão é outra.
E, sinceramente, não creio que os pontos mais importantes
dessa relação "grandes x alternativos" no mundo digital estejam em
cima do imediato retorno financeiro.
Ana Redig – Não só acredito como luto por ela. O
que falta, hoje, é visão empresarial. Os anunciantes ainda não perceberam que
este é o meio de comunicação mais barato e de maior alcance que existe e ainda
programam sua mídia baseados em dados e índices de audiência que nada têm a ver
com o universo on-line. O Jornal da
Cidadania on-line, por exemplo, tem um pequeno apoio e consegue uma média de
1.100 acessos por edição [quinzenal]. Assim que os empresários perceberem que
vale a pena investir em um veículo que tem um público selecionado e fiel, esta
"imprensa alternativa" vai tomar fôlego e ganhar corpo, podendo criar
uma equipe paralela que atenda melhor às demandas da rede.
Cecília Queiroz – Não sei como é que nós vamos
conseguir fazer um jornalismo alternativo auto-sustentável. Nem sei como é que
o pessoal de publicidade vai conseguir mensurar o retorno da rede cibernética.
Só sei que este é o futuro e o jeito de sobreviver vai depender de criatividade,
reconhecimento do meio, número de visitas e, principalmente, credibilidade do
ciberjornal. O que eu posso dizer é que há muitas idéias no mercado. Para você
ter uma idéia, quando criamos a home page da Puente, queríamos apenas um canal
para divulgar os nossos livros (Colunistas Brasileiros, Cursos para Jornalistas no Exterior, Guia
Brasileiro de Comunicação Empresarial e Assessorias de Imprensa e Fontes de
Informação). Aí, começamos a ter algumas idéias e várias pessoas nos mandaram
mensagens propondo assuntos de interesse. Dessas propostas, desenvolvemos a
Vitrine Profissional e o Midia Press e agora estamos disponibilizando um espaço
para jornalistas de todo o Brasil e do exterior colocarem suas matérias e seus
artigos, mesmo que eles não tenham sido veiculados em outros meios de
comunicação.
Luis Leiria – Sim, desde que encontre seu nicho
específico. É impossível um grupo de jornalistas montar uma empresinha para
concorrer com os grandes jornais...Mas foi possível o Viberti criar o Cadê?,
começando como um hobby, e acho que é possível criar belas e boas publicações
sobre o mundo on-line, desde que oferecam um bom conteúdo, difícil ainda de
achar, pelo menos em língua
portuguesa. As revistas on-line de games estão explodindo na rede... Os
exemplos são muitos, é só pôr a imaginação para funcionar. É claro que ainda
está para se provar se é possível fazer com que uma publicação dessas dê dinheiro. Mas só quem sai à chuva é que se
molha...
Cora Rónai – A Web está evoluindo mais rápido do
que se podia imaginar e manter um site atraente hoje custa muito dinheiro.
Ainda assim, acho que nunca foi tão barato montar uma publicação nanica; se
esta publicação for suficientemente criativa e original para despertar o
interesse de um número significativo
de pessoas, despertará também o interesse de patrocinadores e/ou anunciantes.
Gustavo Gindre – A Internet tem padrões de aculturação
que, acho, têm sido pouco explorados. Questões como os limites de formato e o
uso padronizado do inglês são marcas da rede. (...) Dito isto, é inegável que a Internet abriu brechas
históricas na comunicação de massa (em que pese o fato de que os grandes
conglomerados da área começam a pesquisar a fundo como ganhar dinheiro na rede,
acabando com estas ondas de coisas gratuitas. Quem viver verá!). O caso já
clássico da repercussão de Chiapas mostra bem isso.
Silvia Gomide – Eu decididamente espero que sim!!
Acho que isso pode revolucionar e democratizar a imprensa como existe hoje. E
nessa resposta não podia faltar os meus parabéns a vocês e ao excelente
trabalho que vêm realizando. [A gente agradece, ruborizada... :-)) ]
Mas ninguém
parece querer arriscar uma receita de sucesso na utilização da Internet, do
ponto de vista jornalístico. Pesquisar, experimentar, explorar, arriscar,
ousar, criar, interagir, aprender foram os verbos mais utilizados pelos
entrevistados de Conex@o para o enfrentamento dos desafios que a Internet
impõe. Com diz Silvia Gomide:
– Ainda há muita, mas muita coisa mesmo, a
ser explorada na rede do ponto de vista jornalístico. O potencial é enorme. O
segredo é ter a sacação do que o leitor precisa e como se pode fornecer isso a
ele. No uso da rede como forma de disseminar informações, a principal diferença
é a democratização do espaço, uma vez que é muito mais fácil e barato ter uma
home page do que montar um jornal (óbvio). Passa a valer, então, a máxima da
criatividade: quem fizer um trabalho original, criativo e útil pode ter sucesso
na Internet.
Ou, como alerta
Gustavo Gindre:
– Acho que, em todas as áreas, lucraremos
muito quando percebermos que trata-se de um novo padrão cognitivo. E a partir
disso, redesenharmos todas as nossas aplicações tecnológicas. Isto significará
uma redefinição de várias profissões: artistas gráficos, jornalistas, publicitários,
“informatas” em geral,
bibliotecários,
etc. A rede não será uma nova ferramenta de trabalho, mas um novo paradigma
estruturante das relações coletivas. Para o jornalismo, creio que falta quase
tudo. Afinal, por enquanto fazemos o clássico e o disponibilizamos na rede.
Isso é usar o novo com as mãos de ontem.
Fifth Annual Middleberg/Ross
Media in Cyberspace Study Reveals:
JOURNALISTS'
INTERNET ACCESS
APPROACHES UNIVERSALITY
Web's
Original News Content Exploding
NEW
YORK CITY, March 2, 1999 - Journalists now use the Internet as frequently and
as comfortably as they use the
telephone. Not coincidentally, both the number of Web sites among traditional
print media and the amount of original content on those sites are exploding.
These and other far reaching findings were released today at a news conference unveiling the
"Media Relations in Cyberspace" 1998 study, the largest survey of
journalists' use of the online medium. The news conference was sponsored
by Business
Wire.
The
annual survey has been conducted jointly for the past five years by Associate
Professor Steven S. Ross of the Columbia University Graduate School of
Journalism and the
public relations firm of Middleberg + Associates.
"Growth
in the use of the Internet as a common journalistic tool for research and for
distribution has happened over a
remarkably short timespan," said Professor Ross, co-author of the survey with
Don Middleberg, CEO of Middleberg + Associates.
"The
exploding use of the Internet by journalists has forever transformed the
practice of public relations," said Mr. Middleberg. "There are now
countless opportunities to
communicate to new and old audiences, especially journalists, in the
medium of their choice - the Internet. This impacts how we help companies build
brands, enhance shareholder value and employee moral, reach government and
academic communities, and, of course, sell more products and services.
Key Findings of Fifth Annual
"Media
in Cyberspace Study":
New
Findings · Newspapers, which had tended to keep newsrooms separate at the start
of the new media age in 1994, have now joined their print and new media
sides. Operations
are completely shared in more than half the nation's newsrooms, and are totally
separate in only 13%. In fact,
newspapers and magazines are now quite similar in their accommodations for new media.
For
handling new sources and new providers of story ideas, journalists rank the Internet
second in importance, after the phone (magazine - 42%) and in-person contact
(newspapers - 56%).
Trends
· Original content on Web sites grew enormously in 1998. Only 22% of newspaper
respondents with Web sites said their
sites had less than 5% original content. This compares with 39% of the respondents in
1997 -- a huge cut in one year! For magazines, the drop was from 27% to 11% --
nearly three-fold. Thus, 1998 marks a historic moment -- news organizations
have now clearly broken away from their tendency to use on-line technology
(Web sites
usually, but not always) as a distribution device more than as a new
medium.
Growth in Internet access among journalists increased significantly in
the past few years, and now approaches universality. Only 2% of the respondents
to this year's survey either said they had no access, or did not answer the
question at all. That compares to 37% in the fall 1995 survey, and 9% last
year.
Almost
six out of every 10 respondents to the question on access say their
publication, or portions of it, are already on line! That's a small increase
from 1997, but double the 25% recorded in 1995. Only 6% of the magazine
respondents say they have no plans to go on line. Only 10% of the newspaper
respondents say they have no such plans.
Use
of the Web is gaining in breaking news situations. After hours or in a crisis,
journalists for both magazines and newspapers were most likely to call
"other interested
parties/community groups/emergency services" first.
Magazine
journalists were most likely to call industry experts next, and go to the
company's Web site third. Newspaper journalists said they'd go to the Web
second, and call industry experts third Photos and camera-ready art, along with
electronic images, are strongly preferred over slides and other transparency
forms; slides are preferred by only about one editor in 10.
Journalists
still get their story ideas the old-fashioned way -- from sources, story leads
provided in-person, and from press releases; however, there has been a slight
increase in journalists using story ideas from the Web.
Respondents
took note of "favorite" and "obnoxious" sites. CNN.com and
NYTimes.com received the most mentions as "favorite" sites, followed
by MSNBC, WashingtonPost.com and USA Today. Sites that showed up on both lists:
The Drudge Report, Amazon.com, MSNBC, CNN, Bloomberg, and AOL. Many journalists said they found any slow-loading site
"obnoxious."
Over
the four years between the start of the first survey and the cutoff date for
return of the fifth, the number and circulation of daily newspapers continued
to erode. In part this is due to merging and closing of newspapers, and in part
to merging of daily and Sunday staffs. The magazine industry, in contrast, continues to grow.
Implications For Journalism - Professor Ross
"The
exciting news is in the growth of content specifically for online services. But
1998 shows the downside of '24 by 7'
news distribution. Journalists often got the story wrong, concentrated on
breaking news rather than features, and skirted long-standing ethical practices
concerning privacy and sourcing.
"Although
news organizations blamed the influence of Web journalism for many missteps in
Clinton impeachment coverage, in fact the major media Web sites were following
their print products. Although technically it is possible for Web sites to
scoop print, newspapers have not yet allowed this, for economic reasons. Thus,
the term 'news' when used to describe impeachment stories on the Web, often was
a misnomer."
About the Study:
The Middleberg/Ross "Media in
Cyberspace" study was conducted jointly by Steven Ross, Associate
Professor at The Columbia University Graduate School of Journalism and Don
Middleberg, CEO of Middleberg + Associates, a New York public relations firm.
The fifth annual study was sent to 3,400 newspaper and magazine editors
throughout the country, including all daily newspapers as well as
"Sunday-only" papers. Computer-related outlets were excluded. There
was a 13% response rate among journalists working for daily newspapers and an
8% response rate among those at magazines.
About the Authors:
Steven S. Ross graduated from Columbia
University's Graduate School of Journalism where he is now Associate Professor
of Professional Practice, teaching new media, national reporting and
computer-assisted reporting. A former magazine and newsletter editor, Professor
Ross has written 18 books on business computing and environmental issues,
including his latest on computer multimedia. He has been doing survey work for
many years, and has authored a statistics book. He recently took a leave from
teaching to help the American Press Institute produce and deliver online
training for newspaper journalists and management.
Don
Middleberg is Chairman and CEO of Middleberg + Associates, an independent
public relations and interactive communications firm in New York City that
specializes in media relations, Internet communications, research, and
strategic counseling. Mr. Middleberg is a noted author and lecturer on public
relations and marketing, and has appeared before many industry groups and
educational forums. In January 1999, Inside PR magazine named Middleberg +
Associates "Best Agency of the Year" in the small-to-medium size
category. Among the firm's clients are: CBS MarketWatch.com, Datek Online, The
Dreyfus
Corporation, The Equitable, Lucent Technologies, Nickelodeon, and Prodigy Internet.
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American Journalism Review - http://ajr.newslink.org
Comitê
Gestor da Internet - http//:www.cg.org.br
Editor e Publisher Home Page - http://www.mediainfo.com
El país - http//:www.elpais.es
Escola de
Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo - http://www.eca.usp.br
Folha de S.
Paulo - http://www.uol.com.br/fsp
Guia da
Imprensa Brasileira na Net - http://preview.com.br/med.htm
Instituto
Gutenberg - http://www.igutenberg.com.br
Intercom - http://www.intercom.org.br
Labjor - http:www.unicamp.br/nudecri/labjor
Middleberg + Associates - http://www.middleberg.com
Museu da
Imprensa / Portugal - http://www.imultimedia.pt
Observatório
da Imprensa - http://www2.uol.com.br/observatório
O Estado de
S. Paulo - http://www.estado.com.br
Perfil dos
usuários http//:www.ibope.com.br
Parem as
máquinas - http://www.uol.com.br/internet/parem
Revista
HotWired - http://www.hotwired.com
Universidade
do Vale do Rio dos Sinos - http://ccc.unisinos.tche.br
Universidade
Federal da Bahia - http://www.facom.ufba.br
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Novo Manual de
Redação - São Paulo: Folha de S. Paulo, 1992
MARTINS, Eduardo.
Manual de redação e estilo. São Paulo: O Estado de S. Paulo, 1990
* Apresentação
Desenvolver estudo comparativo sobre jornalismo online e impresso foi
um grande desafio, sob o ponto de vista das descobertas, dos erros e dos
acertos; das idéias que abandonei e, sobretudo, das que acrescentei ao longo
deste ano.
Como pesquisadora, a grande dificuldade que encontrei para realizar
este trabalho foi a ausência, no Brasil, de bibliografia específica sobre
Jornalismo Online, de forma que tive que recorrer à Internet, ferramenta indispensável para pesquisar boa parte do conteúdo deste trabalho.
Para romper minhas limitações conceituais, recebi apoio de professores,
amigos e colegas. Agradeço, especialmente a Mário César Carvalho, repórter
especial da Folha de S. Paulo; a Milton Bellintani, coordenador do curso de
Comunicação Social da Universidade
Bandeirante de São Paulo; a Sebastião Squirra, professor- doutor da
disciplina de Jornalismo Online do curso de Pós Graduação da Universidade de São Paulo; a Carlos
Alberto Barbosa, professor - mestre das disciplinas de Filosofia, Estética na
Comunicação e Ética da Universidade
Bandeirante de São Paulo; a José Antonio Meira da Rocha, professor de curso
de Jornalismo da Universidade Vale dos
Sinos (RS) e às amigas Gisele Sayeg e Sandra Rodrigues.
Não poderia deixar de agradecer a Luciano Martins, editor executivo da NetEstado e Graciliano Toni, gerente de
produtos do Universo Online,
colaboradores importantes sobre a prática do jornalismo no ciberespaço.
O meu muito obrigado também a todos aqueles que, de alguma forma,
contribuíram para a realização deste projeto.
Luciana
Moherdaui
moherdau@uol.com.br
[1] Dígito binário, a menor unidade de informação de computador, transmitida como um impulso único significando ligado ou desligado, simbolizado por 1 ou 0.
[2] Dispositivo que liga seu computador à tomada de telefone e transmite
dados a outro modem e computador por meio da linha telefônica, convertendo o
sinal digital do computador em analógico.
[3] Adriana Reis BALBONI, Novas
Tecnologias da Informação, p. 24
[4] Ibid., p.24
[5] Ibid., p.24
[6] Ibid.,
p24
[7] Ibid., p.24
[8] Adriana Reis BALBONI. Novas Tecnologias da Informação , p. 25
[9] Ibid., p.25
[10]Ibid., p. 24
[11] Nicholas NEGROPONTE, . A Vida Digital., p.19
[12] Ibid.; p.59
[13] Luciano MARTINS, Editor executivo da NetEstado . Especial/ Entrevista, cap. V, p.53
[14] Elias Machado GONÇALVES. Jornalismo na Internet, 1996
[15] Luciano MARTINS, Editor Executivo da NetEstado. Especial/ Entrevista, p.53
[16] Lúcia SANTAELLA é Livre Docente em Ciências da Comunicação pela
Universidade de São Paulo e Coordenadora do curso de Doutorado da Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo.
[18] Sebastião SQUIRRA. Jornalismo Online, p.46
[19] Sebastião SQUIRRA é professor-doutor da Escola de Comunicações e Artes
da Universidade de São Paulo.
[20] Ibid. p.48
[21] André MANTRA (http://www.facom.ufba.br),
Guia do Jornalismo Online, 1995
[22] Ibid. (http://www.facom.ufba.br),
[24] Carole RICH (www.ukans.edu~cjrich/poynter/poynterhome.htm), Redação jornalística para a Web, 1998
[25] Carole RICH (www.ukans.edu~cjrich/poynter/poynterhome.htm), Redação jornalística para a Web, 1998
[26] Carole RICH (www.ukans.edu~cjrich/poynter/poynterhome.htm), Redação jornalística para a Web, 1998
[27] Steve OUTING ( http://www.uol.com.br/internet/parem). Os designers existem para ajudar
e não atrapalhar, 1998
[28] Ibid., ( http://www.uol.com.br/internet/parem)
[29] André MANTRA (http://www.facom.ufba.br).
Guia do Jornalismo, 1995
[30] Roger
Black foi diretor de arte da
"Roling Stone" e "The New York" Times". Atualmente a Roger
Black Inc. está seriamente envolvida no projeto visual de sites on line; seu
Interactive Studio responde pela aparência de sites muito conhecidos como o
"USA Today Online", "Discovery Online" e "@Home".
[31] Steve OUTING (http://www.uol.com.br/parem/par/09/04.htm) Design na Web: A "voz da experiência" contra -ataca
[32] Roger, BLACK. Web Sites que Funcionam, p.48, 1997.
[33] Herberth Marshall MCLUHAN foi professor de literatura inglesa no Canadá, formulou diversas teorias sobre as redes de comunicação que está imerso o Homem na era da eletrônica, da cibernética , da automação, e que afetam profundamente sua visão e sua experiência do mundo, de si mesmo e dos outros. Morreu em 1980. Éscreveu, entre outros, "Os meios de comunicação como extensão do homem".
[34] Marshall MCLUHAN. Os meios de comunicação como extensão do homem, ps. 199 e 203, 1964