Manual de Jornalismo

Anabela Gradim, Universidade da Beira Interior

Maio de 2000

5º de 6 ficheiros

(1/6, 2/6, 3/6, 4/6, 6/6)

 

7. Utilização da Linguagem; 7.1 Estilo; 7.2. Como escrever; 7.2.1. Simplicidade e originalidade; 7.2. 2. Estrutura das frases; 7.2.3. Adjectivação; 7.2.4. Verbos; 7.2.5. Muletas linguísticas; 7.2.6. Repetições; 7.2.7. Lugares comuns; 7.2.7. Lugares comuns; 7.2.8. Queísmo; 8. A pontuação; 9. Convenções tipográficas; 9.1 Caixa alta ou baixa?; 9.2. Numerais; 9.3 Horas; 9.4 Abreviaturas; 9.5 Aspas; 9.6 Siglas; 9.7 Topónimos estrangeiros.

 

 

7. Utilização da Linguagem

 

            Barthes, num texto célebre, a lição inaugural proferida no prestigiado College de France, prova que a língua é fascista. “Um idioma define-se menos por aquilo que permite dizer, do que por aquilo que obriga a dizer” constitui a tese central deste trabalho. “A linguagem é uma legislação, e a língua é o seu código. Não nos apercebemos do poder que existe na língua porque nos esquecemos que qualquer língua é uma classificação, e que qualquer classificação é opressora” [45]

            Falamos a língua, mas, ao mesmo tempo, somos falados por ela.  A estrutura própria de cada língua permite-nos dizer as coisas, mas também nos obriga a dize-las de determinada maneira. “My language is the sum total of myself”,  proclamava Peirce quase um século antes. Nomear é sempre constituir um sujeito, e um objecto, um enunciador, e um enunciado. Sendo a linguagem uma cristalização de formas e uma ordem, estão sempre nela inscritas relações de poder, e as “escritas brancas” [46] preconizadas por Barthes são simplesmente impossíveis.

            “A língua, como performance de toda a linguagem, não é nem reaccionária nem progressista; ela é pura e simplesmente fascista; porque o fascismo não consiste em impedir de dizer, mas em obrigar a dizer” [47] , conclui Barthes.

            Ao linguista esta perspectiva, o carácter fascista da linguagem, interessa em termos estruturais, e o tema constitui um manancial inesgotável para os estudos empíricos da linguística comparada. E mais não pode fazer que revelar, revelar obsessivamente. Dela não há fuga possível, e mudar de língua, mudar a língua, um projecto que não se pode cumprir.

            Ao jornalista o tema interessará sobretudo num âmbito muito mais restrito — o do valor semântico de certas expressões que surgem associadas a aprioris culturais tão vastos de que nem chega bem a dar-se conta. Colombo provou, sem margem para dúvidas, que o jornalismo, por maior perfeição que um país tenha atingido na forma como o pratica, está sempre sujeito a uma determianda atmosfera cultural,  a “certos dados impalpáveis das condições em que os jornalistas trabalham” [48] . Mais do que as condições jurídicas e materiais, condições internas e culturais, um omnipresente clima moral, podem condicionar o que e como se diz.

            Ora contra isto, é possível estar vigilante. O fascismo semântico pode e deve ser combatido. Por que razão um toxicodependente “rouba auto-rádios” enquanto um gestor “deu um desfalque de meio milhão”, ou “desviou fundos”? João Com Fome é pura e simplesmente “o réu”, ao passo que, sentado no mesmo banco, um ex-governante é “o ex-ministro acusado pelo Ministério Público de...”? Os ciganos “burlam”, vendendo latão por ouro, gato por lebre, ao passo que os empresários “se envolvem em processos de facturas falsas”, ou “deixam de pagar à Segurança Social”; Maria é despejada por “não pagar a renda”, enquanto a empresa onde trabalha continua “com salários em atraso”. E podem-se contornar tais armadilhas da linguagem? Não é nada fácil. Mas pode-se, pelo menos, estar atento.

            O jornalista, para não ser como o comerciante desonesto, deve usar sempre o mesmo metro, evitar as designações pejorativas; as generalizações de grupos étnicos, religiosos, profissionais ou outros;  formular as suas perguntas de forma neutra, e usar da mesma neutralidade na revelação dos factos. Posto isto, como se fazem então as notícias?

 

7.1 Estilo

            Esta é a questão crucial para todos os jovens aspirantes a jornalista. Como escrever? Que tipo de linguagem utilizar? Os textos jornalísticos gozam de uma identidade muito própria que permite identificá-los a um simples olhar entre muitos outros documentos. Tal identidade consegue-se observando as regras de produção da notícia, mas também mediante um emprego cuidadoso da linguagem, que é o que virá a conferir à peça o seu estilo.

            A linguagem jornalística deve ser clara, precisa, concisa [49] , ritmada e com vivacidade. A clareza deriva da utilização de frases curtas; do uso preferencial de uma ideia por frase; de um rigoroso encadeamento lógico entre as ideias explanadas no texto; e de uma utilização económica da linguagem: preferir as palavras mais curtas, e o número mínimo destas necessário a veicular a informação sem perda de conteúdo informativo. Depois, só pode escrever claro quem tem ideias claras sobre o assunto em causa, e estas obtém-se procedendo de forma rigorosa à recolha da informação. Para o jornalista, não podem subsistir dúvidas acerca do assunto que está a noticiar.

            A precisão prende-se com o rigor semântico na utilização da linguagem, que deverá ser ultra-cuidado. Muitas vezes, na pressa de escrever, e embalado por certos automatismos, o jornalista esquece, por exemplo, que “dizer”, “afirmar”, “defender”, “contar” - não significam rigorosamente a mesma coisa, nem podem ser aplicados indistintamente. Quando uma palavra é utilizada com precisão no interior de um texto, ela não é intermutável, nem pode impunemente ser substituida por outra  Uma outra vertente da precisão tem a ver com a riqueza de pormenores, a completa identificação das fontes, a descrição precisa das coisas narradas. É preferível dizer “corveta” a barco; “Range Rover” a jipe; “kalashnikov” a arma de fogo.

            Também ligada à clareza está a concisão da linguagem: se uma informação puder ser transmitida em quatro palavras, não se utilizam seis; e se puder sê-lo em duas, não se utilizam quatro. Afinal, não são precisas muitas mais para dizer que começou a III Guerra Mundial.

            Finalmente, e induzida pelo apuro semântico e concisão, a escrita jornalística é ritmada, e as frases, necessariamente curtas, evoluem com vivacidade e com brilho — algo que retiram tanto da forma como do conteúdo — contrastando absolutamente com a prosa monocórdica e soporífera que a inversão destes termos se arrisca a produzir.

            A língua é para o jornalista o que a enxada é para o agricultor — um instrumento de trabalho — e precisa dominá-la perfeitamente, e aperfeiçoar esse domínio ao longo do tempo. Ortografia, gramática, e pontuação empregues com correcção são imprescindíveis ao trabalho jornalístico. Mas não só. Sem prejuízo do que foi dito àcerca da clareza e concisão, o jornalista deve utilizar um vocabulário rico; preciso, mas não rebuscado; e escrever com ritmo, imaginação e originalidade. A simplicidade é, por vezes, de todas as formas, a mais trabalhosa de atingir.

 

7.2. Como escrever

            Para além das precisões gerais a imprimir ao estilo, algumas medidas práticas podem ser atendidas no sentido de o melhorar, uniformizar a escrita da publicação, e não cometer erros jornalísticos. São elas:

            1. Não começar parágrafos sucessivos coma mesma palavra;

            2. Nem utilizar repetidamente as mesmas estruturas frásicas;

            3. Não repetir palavras no interior de uma frase ou de um mesmo parágrafo.

            4. Não permitir a utilização de expressões, palavras e construcções sintácticas com sentidos duplos ou dúbios. “Navio português entrava no Porto navio espanhol” [50] .

      5. As rimas, repetições e cacofonias produzem invariavelmente um efeito desagradável. Este aspecto recomenda atenção especial, já que é o tipo de coisa que pode suceder aos melhores: “Alma minha gentil que te partiste”  poetava Camões.

      6. Na escrita jornalística é proibida a utilização da primeira pessoa. Mesmo descrições, ou transes, pelos quais o jornalista passou, e que contaria de ordinário na primeira pessoa, deverão ser descritos de forma impessoal.

      7. Os verbos deverão ser colocados preferencialmente na voz activa, preferindo-se os vde movimento aos que exprimem estados — imprimirão maior ritmo e dinamismo à frase.

            8. Em regra o tempo verbal por excelência utilizado nas notícias é o presente do indicativo; de tal forma que pode e deve mesmo utilizar-se também para referir o passado ou futuro próximo.

            9. O vocabulário será preciso e muito rico, empregue sem cair na pedanteria ou exibicionismo.

            10. Descrever com pormenor, não suprimir informação, e enriquecer o trabalho com um grande número de factos desta ordem é perfeitamente compatível com tudo o que já foi enunciado. Imperdoável só mesmo gastar rios de palavras para nada dizer.

            11. Aspecto fundamental da precisão e rigor é uma correcta identificação das fontes [51] .

            11.1. As fontes não identificadas serão excepção, excepção essa que deverá ser discutida com a direcção ou chefias. E mesmo quando tal suceda, deverão ser determinadas com o máximo de precisão possível. “Um elemento da tripulação do Sagres” é melhor que “fonte ligada ao projecto”; “um dos elementos presentes na reunião”, é preferível a “fontes próximas de S. Bento” —  tais determinações são importantes, conquanto se preserve a identidade que se acordou preservar.

            11.2. No caso de o jornal estar a utilizar fontes duplas, deverá citá-las sempre. “Mário Soares, em declarações à Rádio Comercial, reconheceu entretanto que...”

            11.3. Num determinado órgão, as fontes deverão ser identificadas coerentemente, obedecendo sempre às mesmas regras. Uma das formas possíveis de o fazer é utilizar o nome completo da primeira vez que uma pessoa é nomeada, e a partir daí tratá-la pelo primeiro e último nome.

            11.4. Deverão ainda ser claramente nomeadas determinações como o cargo que ocupa ou a sua idade, se, no âmbito da notícia, falar em alguma qualidade especial.

            11.5. Nomear as fontes que são figuras públicas pelo nome pelo qual são mais conhecidas. O director dos Serviços Académicos da UBI, por exemplo, de seu nome Carlos Alberto Melo Gonçalves; deverá ser identificado como Carlos Melo, e não Carlos Gonçalves — este último um perfeito desconhecido para a generalidade da Academia.

            11.6. No caso de se estarem a noticiar fatalidades, acidentes, ou actos heróicos protagonizados por desconhecidos, a identificação das fontes deve conter o máximo de dados possíveis: nome, idade, profissão, estado civil, naturalidade e residência.

            11.7. Os graus académicos e honoríficos só se utilizam na identificação das fontes quando estas falarem com o jornal nessa qualidade, e portanto o título for uma informação noticiosamente relevante: o engenheiro que comenta um desabamento de terras numa obra; o médico que fala da contaminação de um bloco operatório; ou o arquitecto que comenta o embargo de uma obra pela Câmara Municipal. Nestes casos, a fonte é identificada apenas uma vez: “António Pedro, engenheiro dos serviços técnicos da Câmara Municipal da Covilhã...... de acordo com António Pedro...na opinião daquele técnico camarário”.

            12. Devem evitar-se certas redundâncias algo ridículas, como a expressão “fontes bem informadas”  — afinal que jornalista utiliza fontes que não estão bem informadas?

            13. É necessário identificar rigorosamente os lugares de onde se fala – eles podem ser óbvios para o jornalista, mas não para quem lê o jornal em Paris ou no Congo. Por isso, são totalmente desadequadas expressões como “nesta universidade”, “aqui”, “nesta cidade”, “neste País” — neste País é o país onde o leitor se encontra nesse momento, e é impossível prever qual seja.

            14. As identificações geográficas exigem uma medida de bom senso: basta dizer Porto, Lisboa ou Setúbal para estes locais serem correctamente identificados; mas não no caso de terras pequenas ou pouco conhecidas: “Torrozelo, uma aldeia da Covilhã” — além de que a toponímia em Portugal é traiçoeira e há nomes que se repetem obsessivamente de norte a sul do País. Celorico tanto pode ser da Beira como de Basto; aldeias do Bispo existem pelo menos uma boa meia dúzia...

            15. As datas incorporadas nas peças jornalísticas reportam-se sempre à data do cabeçalho do jornal,: de forma que, num diário, por exemplo, hoje é ontem, ontem anteontem, e amanhã hoje.  No caso de um semanário, amanhã é o dia a seguir à saída do semanário, e esta data até pode estar a uma semana de distância do dia em que o jornalista escreve.

            16. O uso dos artigos definidos (o, a, os, as) deve ser exclusivamente reservado para referir assuntos já conhecidos do público ou para indicar implicitamente exaustividade.

“Greve da CP paraliza acessos a Lisboa”; mas “Foi desconvocada a greve da CP que ontem instalou o caos nos acessos à cidade de Lisboa” — a greve já é do domínio público, sendo notícia não a greve, mas o facto desta ter terminado. «As viagens-fantasma dos deputados» é um título que indica que o jornal falará exaustivamente de todas as viagens-fantasma que se apurou terem os deputados feito. “Viagens-fantasma sob investigação” um título que indica que a PGR continua a investigar o assunto, e que o jornal não dispõe da totalidade da lista.

            17. Salvo por vezes em citações, nunca se utilizam artigos definidos junto de nomes próprios, por duas ordens de razões: se o jornalista de facto conhece intimamente a personagem, está a excluir deliberadamente o leitor; se não conhece e se lhe refere dessa forma é bacoco. Depois, o emprego de artigos definidos desta forma é também uma maneira de trazer à enunciação o enunciador; ora um dos primeiros deveres do jornalista é apagar-se deliberadamente face ao acontecimento.

            18. São desadequadas, e estão perfeitamente em desuso, a utilização, em textos escritos, de expressões como “a uma pergunta nossa”, “disse ao repórter”, “disse à nossa reportagem”, “perguntamos”, “inquirido sobre” — se temos a resposta, é evidente que foi perguntado e respondido.

 

 

7.2.1. Simplicidade e originalidade

            A escrita jornalística deve primar pela simplicidade, sem abdicar da originalidade. Simplicidade porque um dos objectivos de quem informa é, necessariamente, atingir a faixa mais alargada de público e assim, idealmente, seria desejável que um mesmo texto pudesse ser lido por um cientista e um pescador, e ficassem igualmente bem informados. Por outro lado, a rapidez da vida quotidiana também não convida, mesmo o leitor culto, a aventurar-se eiado intrincados — que por vezes pouca informação têm para dar — ou à decifração de charadas e enigmas.

            Simplicidade significa rapidez e eficiência na transmissão de informação, mas não facilidade nem simplismo. É difícil produzir textos com estas características, e especialmente produzir textos simples, mas precisos e rigorosos, que tratam de assuntos complexos. A falta de simplicidade numa notícia é um defeito que pode dever-se ao facto do jornalista pura e simplesmente não conseguir dominar a complexidade da matéria que transmite, a insuficiência vocabular, ou, pior ainda, a um certo narcisismo que o leva a exibir as preciosidades do seu intelecto, à boleia de uma notícia qualquer.

            Há mil e uma maneiras de cultivar a simplicidade, e tal significa que se pode fazê-lo sendo original, quer através da utilização da linguagem, quer através da perspectiva pela qual o assunto é encarado, e da forma que se escolhe para contar uma história.

 

 

7.2.2. Estrutura das frases

            As frases, na linguagem jornalística, devem ser curtas, pouco complexas, veiculando preferencialmente apenas uma ideia. Claro está que a construção gramatical que segue a ordem sujeito-predicado-complemento não é a única que pode ser utilizada, mas dá geralmente bons resultados. Agora, orações como as que em tempos idos se dividiam nos Lusíadas é que são absolutamente desadequadas num jornal. Também não vale a pena poupar nos pontos finais, construindo frases intermináveis, com muitas orações intercalares. Sempre que chegar ao fim de uma ideia, faça ponto e inicie outra frase.

 

7.2.3. Adjectivação

            Devido às características da linguagem jornalística, os adjectivos devem ser utilizados com extrema parcimónia e, nas notícias, quase sempre podem ser suprimidos sem prejuízo de maior. Quando não, devem ser preferidos os adjectivos descritivos — que indicam estados — aos valorativos — que emitem juízos de valor.

            Sub-capítulo da adjectivação é a necessidade de vigiar o emprego de palavras com carga ideológica, política ou étnica que possam indiciar juizos de valor em relação aos acontecimentos. Mesmo que não sejam adjectivos, pela conotação de que estão imbuídos, também adjectivam. É profundamente incorrecto designar as pessoas por elementos não neutros: o cigano, o monhé; afinal, também não se diz: o vendedor ambulante branco e português dos quatro costados.

            Além disso, em geral, os advérbios e adjectivos, são dispensáveis na notícia, porque este género habitualmente não se alonga em descrições.

 

7.2.4. Verbos

            Os verbos devem ser utilizados preferencialmente no presente do indicativo, mesmo quando se referem a um futuro próximo. Verbos de acção e movimento constroem frases mais fortes, mas é necesário muito cuidado relativamente à carga semântica que comportam: “dizer” não é o mesmo que “denunciar”, “acusar”, ou “revelar”.

            O tempo por excelência da notícia é o presente do indicativo, por vezes o passado. Por esta razão, o condicional só deve ser utilizado em casos especiais: é um tempo que inspira no leitor dúvida quanto aos factos ou à credibilidade da fonte, e por isso só se utiliza quando o jornalista pretende marcar precisamente essa dúvida. Ora tal procedimento só é admissível em casos excepcionais, pois os jornais não noticiam dúvidas, boatos ou rumores.

 

7.2.5. Muletas linguísticas

            Demasiadas vezes, para promover a ligação entre frases, parágrafos, ou mesmo assuntos, os jornalistas socorrem-se de muletas linguísticas, de que são exemplos as expressões “por outro lado”, “com efeito”, “aliás”, “efectivamente”, “entretanto”, “recorde-se que”. Não que o seu uso seja proibido, mas o abuso arrisca tornar os textos pesadamente cinzentões e anormalmente uniformes. Na maioria dos casos, tais expressões são simplesmente supérfluas, e se eliminadas do texto verifica-se que não fazem lá falta alguma, nem alteram o seu sentido.

 

7.2.6. Repetições

            Mais do que em qualquer outro tipo de escrita, na linguagem jornalística devem evitar-se as repetições, que tornam os textos pesados e perturbam o ritmo. Tal far-se-á quer recorrendo a sinónimos, quando for imprescindível designar muitas vezes o mesmo objecto ou entidade: “Câmara”, “autarquia”, “edilidade”; quer, no caso de pessoas, designando-as alternadamente pelo nome, cargo ou função que ocupam, idade, ou qualquer outra característica pertinente no caso em apreço.

 

7.2.7. Lugares comuns

            São uma sequela das muletas linguísticas, mas de consequências ainda mais danosas para a prosa do jornalista. O pior é que o cliché ou lugar comum manifesta capacidades adaptativas que suplantam as de qualquer vírus conhecido. Uma coisa torna-se lugar comum quando exaustivamente repetida, nas mesmas circunstâncias, de forma que a lista do início do século já nada tem a ver com a que poderiamos publicar hoje, e muitas vezes estas modas espalham-se de forma epidémica  numa dada região — de tal modo que o que é um estafadissimo e irritante lugar comum na Beira Interior, não o seria por exemplo em Leiria.     Exemplos de lugares comuns universais são “o esférico”, “rematou à figura”, “espectáculo dantesco”, “soldados da paz”, “abnegada mãe”, “opíparo repasto”, “violento incêndio”, “pasto de chamas”, “aparatoso acidente”. Lugares demasiado comuns em algumas rádios desta região são “palavras ditas”, “candeias às avessas”, “já se sabe”, “polémicas instaladas”, entre outros.

            Como os lugares comuns, como aliás as gralhas, aparecem nos sítios mais insuspeitos, pousando onde menos se espera, o melhor profiláctico é mesmo a vigilância atenta.

 

7.2.8. Queísmo

            É uma falha que ataca os profissionais que escrevem frases demasiado longas — aqueles, preciasamente, que economizam no ponto final. Constroem então frases monstruosas, com ligações improváveis efectuadas mediante o abuso da partícula “que”, promovendo o desagradável e inestético “queísmo”.         

 

 

8. A pontuação [52]

            O uso correcto dos sinais de pontuação é fundamental para a produção de textos jornalísticos  claros e precisos, já que o significado e portanto a interpretação correcta de uma frase dependem muitas vezes da qualidade e oportunidade da forma como é pontuada.

Também a concisão, outra das características e qualidades que um texto jornalístico deve ter, depende do uso adequado dos sinais de pontuação. Um texto padrão utiliza frases curtas, orações directas; e corta os parágrafos de forma cirúrgica, proporcionando a construção por blocos que tantas vantagens pode trazer à notícia.

O texto jornalístico deve ser rapidamente acessível ao leitor de cultura média. Para tal é importante, entre outros factores, evitar ambiguidades, duplas interpretações ou sentidos dúbios: a linguagem jornalística deve ser unívoca, para que possa esclarecer o leitor em vez de semear a dúvida no seu espírito, ou, pior ainda, induzi-lo em erro. E essas duas coisas podem decorrer apenas do mau uso da pontuação.

A este respeito, são excelentes os exemplos apontados por Silva Araújo no seu manual de Jornalismo [53] . “Maria, tomando banho, na água quente, sua mãe, por obséquio diz: traz água fria” e “Maria, tomando banho na água quente, sua. Mãe, por obséquio – diz - traz água fria.” são frases lexicalmente idênticas mas, devido à pontuação, com sentidos totalmente distintos. É também o caso do conhecido “Morra Salazar. Não faz falta à Nação” e “Morra Salazar? Não!! Faz falta à Nação”.

            A pontuação serve para reproduzir, quando lidamos com a forma escrita, os movimentos, as pausas, entoação e ritmo da linguagem falada. Parte da descodificação de uma enunciação depende de aspectos de pragmática que qualquer falante treinado sabe perfeitamente interpretar. A pontuação destina-se a surprir os recursos pragmáticos da enunciação na linguagem escrita, fornecendo a “boa leitura” de entre todas as possíveis a que um texto se presta.

            Os sinais de pontuação dividem-se entre aqueles que se destinam fundamentalmente a marcar as pausas:

            - a vírgula ( , )

            - o ponto e vírgula ( ; )

            - o ponto final ( . )

A vírgula marca pausas de pequena duração, e emprega-se para separar os elementos de uma oração, orações de um só período; separar orações coordenadas, e isolar orações intercaladas.

            O ponto e vírgula é um sinal que serve de intermediário entre a vírgula e o ponto, podendo aproximar-se mais de um ou de outro de acordo com o tipo de pausa que representa no texto. Utiliza-se, num período, para separar orações da mesma natureza com alguma extensão; para separar partes de um perído das quais uma esteja subdividida por vírgula; e para separar items de enumerações.

            O ponto assinala a pausa máxima da voz depois de um grupo fónico. Emprega-se para indicar o termo de uma oração declarativa; períodos que se sucedem uns aos outros na mesma linha; e períodos que encerram uma ideia ou raciocínio, caso em que se deixa o resto da linha em branco e se continua o texto na linha seguinte: é o ponto parágrafo.       

Representando valores melódicos, é possível utilizar correctamente a pontuação de forma intuitiva. Celso Cunha e Lindley Cintra sintetizam da seguinte forma as características melódicas dos sinais de pausa: “O ponto corresponde sempre à final descendente de um grupo fónico; a vírgula assinala que a voz fica em suspenso, à espera de que o período se complete; o ponto e vírgula denota em geral uma débil inflexão suspensiva, suficiente, no entanto, para indicar que o período não está concluído” [54] .       

            O segundo grupo de sinais de pontuação compreende aqueles que se destinam a marcar o ritmo, melodia e entoação do enunciado:

            - dois pontos ( : )

            - ponto de interrogação ( ? )

            - ponto de exclamação ( ! )

            - reticências ( ...)

            - aspas ( « » )

- parênteses  (  ( )  )

            - travessão  (  ­-  )

 

            Os dois pontos empregam-se para anunciar: uma citação; uma enumeração; uma síntese, um esclarecimento ou uma consequência do que foi anunciado.

             O ponto de interrogação utiliza-se no final de uma pergunta directa para assinalar o seu carácter interrogativo. Nas notícias e títulos de jornal deve, sempre que possível, evitar-se a sua utilização. O jornal afirma acontecimentos positivos, não noticia não-acontecimentos, nem serve para espalhar dúvidas, rumores ou insinuações. Utiliza-se pois sobretudo nas questões das entrevistas pergunta-resposta, e sob a forma de citação, para dar corpo às declarações de uma fonte.

            O ponto de exclamação serve para diferenciar os enunciados de entoação exclamativa, empregando-se depois de interjeições, apóstrofes, ou do imperativo. Tratando-se de um sinal de pontuação que veicula ordens ou uma forte carga emotiva nunca deve ser utilizado pelos jornalistas em textos noticiosos ou respectivos títulos, excepto se se tratar de uma citação.

            As reticências empregam-se fundamentalmente para reforçar o valor de uma interrogação; quando se quer mostrar que uma enumeração não está completa; ou para deixar em suspenso algo que não foi dito mas apenas implicado. É bem de ver, dadas as características da escrita jornalística, que o seu uso se reveste de carácter excepcional, devendo, sempre que possível, evitar-se a sua utilização. É importante, também não confundir as reticências com o sinal tipográfico de três pontos, apresentados entre parênteses – (...) – que se utilizam para indicar que foram suprimidas palavras numa citação.

            As aspas, no Urbi et Orbi, utilizam-se exclusivamente para marcar o início e o fim de citações. Nas restantes situações que poderiam implicar o seu uso – para amrcar estrangeirismos, ironia... – deve optar-se por outras soluções tipográficas.

            Os parênteses utilizam-se para intercalar num texto indicações acessórias. Na escrita jornalística devem, em regra, ser evitados, substituindo-se por travessões. A excepção são as nomeações de siglas, que devem, a primeira vez que são mencionadas num texto, sê-lo por extenso, seguindo-se a sigla entre parênteses. Desta forma, daí por diante,  pode utilizar-se apenas a sigla no decurso desse mesmo texto. Por exemplo: «A Organização Mundial de Saúde (OMS) revelou dados preocupantes relativos às doenças infecto-contagiosas nos países do terceiro mundo (...). Segundo o relatório da OMS os grandes laboratórios da indústria farmacêutica têm bloqueado a produção maciça de vacinas...»

 

            O travessão emprega-se para indicar, nos diálogos, a mudança de interlocutor; ou para isolar, num determinado contexto, palavras ou frases, correspondendo aqui, grosso modo, aos parênteses, aos quais deve ser preferido visto ser greaficamente menos agressivo. Também pode utilizar-se o travessão para destacar, com grande ênfase, a parte final de um enunciado. 

 

9. Convenções tipográficas

9.1 Caixa alta ou baixa?

            Caixa alta e caixa baixa são as expressões utilizadas em gíria para referir palavras grafadas, respectivamente, com maiúscula ou com minúscula inicial. Há razões históricas para o nascimento de tais expressões. No tempo em que os jornais eram compostos a chumbo os tipógrafos, quando compunham as páginas, tinham junto de si caixas de madeira contendo os caracteres necessários ao seu trabalho, sendo que as letras minúsculas, mais utilizadas, ficavam numa prateleira inferior em relação às maiúsculas. Donde, a maiúscula de um caracter encontrava-se na caixa alta, e a respectiva minúscula na caixa baixa.

            É da máxima importância a determinação daquilo que, num jornal, é caixa alta ou caixa baixa, não só por razões de uniformidade no estilo da publicação, mas também porque está associado ao uso da caixa alta uma forte conotação simbólica, e todo o leitor, ainda que inconscientemente, é sensível a essas marcas.

            No Urbi et Orbi, grafam-se em caixa alta:

 

            § As palavras País, Nação, Hino, Governo e Presidente da República, quando tais palavras se reportam a Portugal. Assim, escreve-se “o Presidente da República faz hoje uma comunicação ao País”; mas “Marrocos é um país em vias de desenvolvimento”.

 

            § A palavra Estado se tomado como figura de Direito Público: o Estado Russo;  Portugal continua em litígio com o Estado Espanhol devido ao negócio do Tota.

 

            § Os nomes dos órgão de soberania: Presidente da República, Assembleia da República, Governo, Conselho de Ministros, Tribunal da Relação de Coimbra, Provedoria da República; e ainda as instituições públicas que dependem de tais poderes, como Ministério dos Negócios Estrangeiros, Secretaria de Estado da Cultura, Alta Autoridade para a Comunicação Social, Direcção Geral de Ensino, Comissão de Coordenação da Região Norte. Agora, muito importante, à excepção de Presidente da República, que é sempre grafado com maiúscula, o nome das instituições escreve-se com caixa alta, mas não a designação das pessoas que ocupam tais cargos: Ministério da Igualdade, mas: a ministra da Igualdade; Secretaria de Estado da Cultura, mas: secretário de Estado da Cultura, fulano de tal; Direcção-Geral da Educação, mas: o director-geral de Educação; o ministro António Costa e o primeiro ministro António Guterres.

 

            § Os nomes dos partidos políticos e coligações: Partido Social Democrata, Partido Socialista, Os Verdes, Plataforma de Esquerda, Coligação Democrática Unitária.

 

            § Os nomes das instituições da administração local: Câmara Municipal da Covilhã, Junta de Freguesia de Massarelos, Assembleia Municipal de Penamacor.

 

            § Os nomes próprios: José, Maria, João Paulo Mendes, Joaquim Fernandes...

 

            § Os nomes das estações do ano, quando utilizados em sentido próprio e não figurado, caso em que se utiliza caixa baixa. “Chegou o Inverno”,  e “quatro risonhas primaveras”.

 

            § Os nomes das corporações policiais, militares ou outras: Polícia de Segurança Pública, Polícia Judiciária, Guarda Nacional Republicana, Guarda Fiscal, Exército, Armada, Marinha, Aviação...

 

            § Os nomes de empresas: Confecções Paulo Oliveira, Malhas Ameal, Fábrica de Chocolates Regina, Radiotelevisão Portuguesa.

           

            § Os nomes de países, incluindo a Indonésia; bem assim como nomes geográficos: Beira Interior, Cova da Beira, Pirinéus, Riff, Ásia Menor, Sahara, Teneré.

            § Os nomes dos oceanos e dos continentes: Atlântico,  Índico, Europa, América, África.

           

            § Os nomes de factos, e períodos históricos e geológicos: Reforma, Restauração, I Guerra Mundial, Renascimento, Idade Média, Descobrimentos, Quatrocentos, Glaciário.

 

            § Os nomes de cursos superiores, médios, técnicos, profissionais ou outros, bem como as disciplinas ou cadeiras de qualquer nível de ensino. Assim, escreve-se: Licenciatura em Ciências da Comunicação, Desenho Técnico, Técnico de Marketing; mas “aquele licenciado”, “fulano de tal, técnico de marketing”; e ainda Filosofia, Geometria Descritiva, Latim, Física...

           

            § Escrevem-se com maiúscula os nomes de instituições de ensino: Instituto Politécnico da Guarda, Universidade do Minho, Escola C + S de Nave de Haver

 

            § Universidade e Politécnico escrevem-se com caixa alta quando designam, em geral, a instituição universitária. Como no exemplo: “‘A Universidade não pode continuar a sofrer cortes orçamentais’ avisa o CRUP”; mas “Carla dirigia-se à universidade para assistir às aulas da manhã quando o carro que conduzia perdeu os travões”.

 

            § Professor grafa-se com caixa alta para designar um doutorado, podendo ser abreviado — Prof. —, ou com caixa baixa para designar um professor do ensino primário, e neste último caso nunca há lugar a abreviatura.

 

            § Deus grafa-se com caixa alta quando se utiliza para designar o Altíssimo; grafando-se igualmente com caixa alta todas as expressões que se lhe referem, como “então Sebastião viu-O a pousar numa leira”, ou “‘É d’Ele esta força que me anima’, conta o padre Inácio”.

 

            § Os nomes de cargos dentro da hierarquia da Igreja Católica (que é caixa alta quando designa a instituição, e baixa nas outras situações: “Excomungando-o, o Papa expulsou-o da Igreja”, mas “Ana ia à igreja confessar-se”), grafam-se com caixa baixa, excepto Papa, ou suas variações, como Sumo Pontífice, e ainda Monsenhor. Mas padre, diácono, bispo, escrevem-se com minúscula.

 

            § Santa Sé, Cúria Romana, Sínodo, Cabido, Nunciatura, Cúria Diocesana, Tribunal Eclesiástico, Sé, Diocese, Clero, e ainda os nomes das ordens religiosas: Beneditinos, Dominicanos, Jesuítas, Cistercienses.

 

            § Maiúscula levam ainda os nomes dos líderes de outras religiões que não a católica, que possam, por analogia, comparar-se ao Papa:  Dalai Lama, Xá, 

 

            § Grafam-se com maiúscula os nomes de entidades religiosas como Pai, Filho, Espírito Santo, Virgem, Alá, Paraíso, Inferno, Purgatório, Demónio, Diabo, Anjo, Graça, Mistério, Revelação.

 

            § Nomes mitológicos como Dionísio, Afrodite, Minotauro, Júpiter, Morfeu.

 

            § Cognomes ou apelidos, os quais deverão grafar-se entre aspas, como: Pedro, “O Crú”; “Manitas de Plata” (nome de um músico espanhol); D. Dinis, “O Lavrador”; José “Foquinha” (alunha de um delinquente).

 

            § Substantivos que pertencem a nomes próprios: Rio Douro, Igreja da Lapa, Museu Soares dos Reis, Faculdade de Letras, Palácio de Belém, Convento de Mafra, Mosteiro da Batalha, Torre dos Clérigos.

 

            § Os nomes de ruas, praças, largos ou lugares: Rua do Covêlo, Travessa Escura, Praça da República, Largo Marquês de Pombal, Jardim Público, Lugar da Freixiosa.

 

            § São igualmente  caixa alta os nomes de festas públicas muito conhecidas, religiosas ou profanas: Natal, Páscoa, Carnaval, Ano Novo, S. João, Hannukah

 

            § Designações para certos períodos de tempo dos calendários religiosos: Advento, Quaresma, Ramadão.

 

            § Os nomes de obras literárias, obras de arte e correntes: Memorial do Convento, Os Lusíadas, Os Ciprestes, O Grito, Vénus de Milo, Vitória de Samotrácia, Impressionismo, Romantismo, Simbolismo, Futurismo.

 

            § Os nomes de escolas ou correntes filosóficas: Tomismo, Marxismo, Existencialismo, Pragmatismo, Teoria Crítica.

 

            § As designações de prémios e condecorações: Grã-Cruz da Ordem de Cristo, Medalha de Bronze; Prémio Nobel da Literatura; Prémio Pessoa.

 

 

9.2. Numerais

§ Os números até dez escrevem-se por extenso, e a partir daí utilizam-se algarismos. Exceptuam-se as datas do calendário, as quais se escrevem sempre com algarismos, bem como os números que integrem moradas. Assim: sete anões, uma Branca de Neve, 12 toneladas, 53 litros, 7 de Março, três millhões de contos, 12 milhões de contos

 

            § Empregam-se sempre algarismos para designar a idade das pessoas, bem como as datas do calendário: 6 anos, 54 anos, 23 de Agosto, 4 de Julho.

 

            § As temperaturas grafam-se igualmente com algarismos, sendo que para designar grau, e sinal, não se utilizam os símbolos (+; -) mas escreve-se por extenso: estão 6 graus negativos na serra da Estrela. 

 

            § Cem escreve-se sempre por extenso: cem mil escudos, cem anos...

 

            § Escreve-se por extenso: mil, milhar, milhares, milhão, milhões, bilião, biliões; sendo que não podem usar-se de forma composta: não se diz um milhão de milhões, mas sim um bilião. 

 

            § Para nomear dinheiro utilizam-se como unidades escudos, milhares de escudos e contos. Assim, diz-se um escudo e não cem centavos; dez escudos e não dez mil réis.

 

            § A numeração romana utiliza-se para designar séculos, monarcas e o papas: Séc. XX, Séc. XII, Frederico I, Afonso IV, João Paulo II, Leão XXIII.

 

            § No caso de eventos, adoptam-se as designações de origem, isto é, aquelas que forem empregues pelos organizadores: V Congresso de Saúde Mental da Beira Interior; 3ªs Jornadas sobre Pragmatismo; 2º Encontro das Ciências da Comunicação; III Colóquio Saber Mais.

 

 

9.3 Horas

            § As horas, quando certas, grafam-se da seguinte forma:  22 horas, 9 horas; sendo preferíveis as expressões meio-dia e meia-noite a 12 horas e 00 ou 24 horas. Quando, além das horas, for necessário indicar também os minutos, escrevem-se da seguinte forma: 22h30; 12h25; 13h42.

 

9.4 Abreviaturas

            Por razões de clareza, o uso de abreviaturas será reduzido ao mínimo indispensável. Aplicam-se apenas em casos excepcionais, quando são sobejamente conhecidas, e o uso da expressão equivalente por extenso perturbaria a fluência da leitura.

            Podem abreviar-se deterninados graus académicos, bem como títulos profissionais: Prof. (para um doutorado); arqº, engº — mas não méd., ou jor. para referir um médico ou um jornalista, simplesmente pq nã são de uso corrente.

            Podem abreviar-se igualmente as designações de pesos e medidas: kms, ha, kg, cm; mas não litros, metros e graus; e mesmo assim só quando tais expressões aparecem associadas a um numeral: “Sortelha dista do Sabugal uns 50 kms”; mas não “as plantações de tabaco estendem-se por kms a perder de vista”.

            Século pode ser abreviado quando seguido de numeral romano: “séc. XV”.

            Sr. e Srª, Exª, Exmº, Exmª podem ser abreviados, embora o seu uso só se registe em citações.

            As designações de diplomas legais, quando seguidas dos elementos que permitem identificá-los como tal: “DL 189/99”, mas não: “o regime de transmissão de propriedade horizontal passa a reger-se por um novo DL”. “O artº 4 da Lei de Bases do Ensino Superior”, mas não “ee trata-se de um artº especialmente polémico”.

            Número pode abreviar-se, por exemplo nas moradas, quando seguidos de um númeral: “Rua da Graça, nº3”, ou “Jardel, envergando a camisola nº 11”; mas não “as cheias em Moçambique provocaram um nº indeterminado de mortos”

            Fora estes casos, ou na dúvida, o bom senso recomenda que se prescindam das abreviaturas.

 

9.5 Aspas

            As aspas servem para, num texto, introduzir em discurso directo as informações prestadas por uma fonte, e são portanto utilizadas em todos os géneros — notícia, reportagem... — excepto na entrevista de pergunta-resposta, onde o discurso do entrevistado já está sobejamente identificado como discurso directo proveniente de determinada fonte.

 

            § Quando se utilizam aspas a seguir a dois pontos, a citação deve iniciar-se em caixa alta, como no exemplo: Descontente, António Soares acusa: “A companhia de seguros está a fugir às suas responsabilidades”.

 

            § Se as aspas são utilizadas no meio de uma frase, a citação segue-se em caixa baixa, como no exemplo: Agora, diz António Soares, “é tempo de trabalhar para reconstruir as casas levadas pelas cheias”.

 

            § Nunca se utilizam aspas para grafar palavras estrangeiras; quando estas tiverem de ser utilizadas, colocam-se em itálico: overdose  e não “overdose”.

 

            § Também não se utilizam aspas para assinalar que determinada palavra é empregue não em sentido próprio mas figurado, nem para assinalar ironia. Quando o sentido que a palavra toma no texto não for claramente perceptível sem as aspas, então é porque essa opção não é a correcta e deve escolher-se outra palavra. Precisão e rigor são fundamentais na linguagem jornalística.

 

            § Ao introduzir uma citação no decurso de uma frase, é preciso atender à forma de “partir” o texto citado — este deve funcionar, em relação à frase, como uma unidade lógica autónoma. Assim, pode escrever-se: Joaquim Fernandes acredita que “o estacionamento planeado para o novo mercado é claramente insuficiente”; mas não: Joaquim Fernandes acredita “que o estacionamento planeado para o novo mercado é claramente insuficiente”.

 

9.6 Siglas

Para as siglas utiliza-se a designação portuguesa: Sida e não Aids; ONU (Organização das Nações Unidas) e não UN (United Nations).

Ao grafá-las, as siglas não se separam por pontos: UBI, e não U.B.I.; PSP e não P.S.P.

            Ao introduzir uma sigla, se esta não for do domínio público – e domínio público quer dizer mesmo muito conhecida (TAP, RTP, Sida) — nomeia-se primeiro por extenso, escrevendo a sigla a seguir entre parênteses; e a partir daí poderá passar a usar-se a sigla sem mais precisões.           

É preciso atender, também, que a capacidade de memorização dos leitores é limitada, de forma que não se deve abusar das siglas, construindo parágrafos perfeitamente herméticos que mesmo um profissional treinado teria dificuldade em apreender. Acima de tudo, o leitor quer ser informado com rapidez e eficiência, não dedicar-se à decifração de enigmas. Como no seguinte — e muito exagerado — exemplo, em que o segundo parágrado é praticamente ininteligível:

            “De acordo com a Comissão de Trabalhadores (CT) a Associação dos Profissionais de Turismo Hotelaria e Similares (APTHS) não se esforçou o suficiente para chegar a um acordo com o Conselho de Administração (CA) pelo que vai ser necessária a intervenção do Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações (MOPTC) no sentido de regularizar a situação, tendo já sido apresentada queixa à Organização Internacional do Trabalho (OIT).

            Segundo a OIT o CA não responde às aspirações do CT por culpa do MOPTC, que falhou as negociações com a APHTS...”

 

9.7 Topónimos estrangeiros

            No caso dos topónimos, bem como de outros vocábulos estrangeiros que já integrem a língua, devem usar-se preferencialmente as formas mais aproximadas do português, ou o seu aportuguesamento. Mas sem fundamentalismos, nem exageros. É ridículo escrever Oxónia por Oxford, ou em linha por on line; mas futebol, e não football. É evidente que a lista de topónimos mais comuns que se apresenta é puramente convencional, mas é precisamente por essa razão que deve ser respeitada — ela garante a coerência do produto final. Eis  alguns topónimos estrangeiros, e a forma como deverão ser utilizados:

 

A

Abijã

Amazonas

Árctico

Abissínia

Amazónia

Árctica

Acapulco

Ambrizete

Ardenas

Adis Abeba

Ambundo

Argel

Adriático

América

Argélia

Afeganistão

Amsterdão

Argentina

Agadir

Anatólia

Arizona

Agrigento

Ancara

Arménia

Aix-la-Chapelle

Andaluz

Ásia

Alabama

Andaluzia

Ásia Menor

Albacete

Andes

Assíria

Albânia

Andorra

Assuã

Alberta

Angola

Astúrias

Álbion

Antárctico

Atenas

Alemanha Ocidental

Antárctida

Atlas

Alemanha Oriental

Antilhas

Australásia

Alexandria

Antioquia

Austrália

Alicante

Antuérpia

Austrásia

Algeciras

Apalaches

Áustria

Almendra

Apeninos

Ávila

Almeria

Aquitânia

Avinhão

Alpes

Arábia

Azerbaijão

Alsácia

Arábia Saudita

 

Alto Volta

Aragão

 

Amã

Arkansas

 

 

B

Baamas

Benim

Bornes

Babilónia

Beócia

Bornéu

Baçorá

Berberia

Bósforo

Bacu

Berlenga

Bósnia

Badajoz

Berlengas

Boston

Baden

Berlim

Botão

Baden-Baden

Bermudas

Botswana

Bagdad

Berna

Brabante

Baía

Besançon

Brandeburgo

Baiona

Betânia

Brasil

Balcãs

Bétis

Brasília

Baleares

Betlém

Bratislava

Báltico

Biafra

Brazavile

Baltimore

Biarritz

Bretanha

Bamaco

Bié

Brístol

Bangladeche

Bielorrússia

Bruges

Banguecoque

Bijagós

Bruxelas

Barbados

Bilbau

Bucareste

Barcelona

Birmânia

Budapeste

Basileia

Biscaia

Buenos Aires

Batávia

Bissau

Búfalo

Batemberga

Bizâncio

Bulgária

Bavária

Bogotá

Burges

Baviera

Bolívia

Burgos

Beirute

Bolonha

Buriti

Belfast

Bombaim

Burkina Faso

Bélgica

Bona

Burundi

Belgrado

Bordéus

Butão

Benguela

Borgonha

Burma

 

C

Cabinda

Carolina do Sul

Conacri

Cabora Bassa

Cárpatos

Congo

Cabo Verde

Cartagena

Copacabana

Cabul

Cartago

Copenhaga

Cáceres

Casaquistão

Corcovado

Cádis

Cáspio

Córdova

Cafarnaum

Cássia

Coreia

Caiena

Castela

Coreia do Norte

Cairo

Castela-a-Nova

Coreia do Sul

Calábria

Castela-a-Velha

Corfu

Calatrava

Catalunha

Corinto

Calcutá

Catânia

Cornualha

Calecut

Catmandu

Córsega

Caledónia

Cáucaso

Costa do Marfim

Califórnia

Cazaquistão

Costa do Ouro

Camarões

Ceará

Costa Rica

Camberra

Ceilão

Cracóvia

Camboja

Cesareia

Creta

Campinas

Checa

Crimeia

Campos Elíseos

Checoslováquia

Croácia

Canaã

Cherburgo

Croácia-Eslovénia

Canadá

Chicago

Cuamba

Cananeia

Chile

Cuando

Canárias

China

Cuando-Cubango

Canaveral

Chipre

Cuango

Candelária

Cidade do Cabo

Cuanza do Norte

Cantuária

Cidade do Vaticano

Cuanza do Sul

Capadócia

Cidade Rodrigo

Cuba

Cápri

Cleveland

Cubango

Cápua

Coblença

Cuíto

Caracas

Cochim

Cunene

Carachi

Cochinchina

Curaçau

Caraíbas

Colômbia

Curdistão

Carcassona

Colorado

Curitiba

Carolina

Colúmbia

 

Carolina do Norte

Compostela

 

 

D

Dabul

Damasco

Dniepre

Dacar

Danúbio

Dniestre

Dácia

Danzigue

Dominicana

Dacota do Norte

Delfos

Dresden

Dacota do Sul

Deli

Dublim

Dalas

Díli

Dusseldórfia

Dalmácia

Dinamarca

 

 

E

Edelberga

Escandinávia

Estocolmo

Edimburgo

Escócia

Estónia

Éfeso

Eslávia

Estrasburgo

Egeu

Eslavónia

Estugarda

Egipto

Eslováquia

Etiópia

Elba

Eslovénia

Eubeia

Elêusis

Esmirna

Eufrates

Élida

Espanha

Evereste

Emirados Árabes Unidos

Esparta

Extremo Oriente

Eólia

Éssen

 

Equador

Éssex

 

Eritreia

Estados Unidos

 

Eritreu

Estalinegrado

 

 

F

Federação Russa

Finlândia

Francoforte

Fenícia

Flandres

Francónia

Fez

Florença

Freiberga

Fidji

Florianópolis

Friburgo

Filadélfia

Flórida

Frísia

Finisterra

Formosa

 

 

G

Gabão

Geórgia

Grécia

Galápagos

Germânia

Grenoble

Gales

Gibraltar

Gronelândia

Gália

Glasgow

Guadalaxara

Galileia

Goa

Guadalquivir

Galiza

Gólgota

Guadalupe

Gâmbia

Gomorra

Guernica

Gana

Gotemburgo

Guiana

Ganges

Gotinga

Guiné-Bissau

Garona

Grã-Bretanha

Guiné-Conacri

Gasconha

Granada

Guiné Equatorial

Gaza

Grande Deserto de Areia

Guipúscua

Genebra

Grande Deserto Vitória

Gurué

Génova

Grão-Pará

Guzarate

 

H

Habsburgo

Havana

Hiroxima

Haia

Havre

Holanda

Haifa

Heidelberga

Honduras

Haiti

Hélade

Honolulu

Halicarnasso

Helesponto

Horne

Hamburgo

Hélicon

Huambo

Hanói

Helsínquia

Hudson

Hanôver

Helvécia

Huelva

Harlém

Herzegovina

Huesca

Havai

Himalaias

Hungria

 

I

Ibéria

Inhambane

Irlanda do Norte

Iémen

Insbruque

Irum

Iémen do Sul

Ínsua

Islamabad

Ilinóis

Ipanema

Islândia

Índia

Ío

Israel

Indiana

Iorque

Istambul

Indianápolis

Ipiranga

Ipres

Ítaca

Índico

Ipres

Itajiba

Indochina

Irão

Itacoatiara

Indonésia

Iraque

Itamaracá

Indostão

Irlanda

Iucatão

 

J

Jacarta

Jericó

Jordânia

Jafa

Jérsia

Jordão

Jamaica

Jerusalém

Jugoslávia

Japão

Joanesburgo

Jutlândia

Java

Jónia

 

 

L

Lacedemónia

Líbano

Lovaina

La Paz

Libéria

Luanda

Lapónia

Líbia

Lubango

Las Vegas

Ligúria

Lubeque

Latrão

Lituânia

Lugo

Laos

Liverpool

Luisiana

Lausana

Livorno

Lunda

Leninegrado

Lobito

Lunda Norte

Lérida

Logronho

Lunda Sul

Lesbos

Lombardia

Lurdes

Lesoto

Lomé

Lusaca

Letónia

Londres

Lusambo

Levante

Lorena

Luxemburgo

Lião

Lourenço Marques

Luxor

M

Macau

Mântua

Mileto

Macedónia

Maputo

Mindanau

Madagáscar

Mar da Palha

Minesota

Madrid

Mar Morto

Miróbriga

Magdeburgo

Mar Vermelho

Mississípi

Magna Grécia

Marburgo

Missouri

Magrebe

Marquesas

Mitilene

Maine

Marraquexe

Moçambique

Maiorca

Marrocos

Moçâmedes

Malabar

Marselha

Mogadíscio

Malaca

Martinica

Moldávia

Málaga

Mauritânia

Molucas

Malange

Meca

Mónaco

Malásia

Medelim

Mongólia

Malawi

Médio Oriente

Monreal

Maldivas

Mégara

Monróvia

Mali

Melanésia

Montana

Malvinas

Melbourne

Montanhas Rochosas

Manágua

Melilha

Monte Carlo

Manaus

Mênfis

Montenegro

Manchester

Mérida

Montevideu

Mancha

Mesopotâmia

Morávia

Manchúria

Messina

Moscóvia

Mandimba

México

Moscovo

Manila

Micenas

Munique

Mansabá

Michigan

 

Mansoa

Milão

 

 

N

Nagasáqui

Nicarágua

Nova Goa

Nairobi

Nice

Nova Guiné

Namibe

Nicósia

Nova Holanda

Namíbia

Níger

Nova Inglaterra

Nampula

Nigéria

Nova Iorque

Nantes

Nilo

Nova Jérsia

Nápoles

Norfolque

Nova Lima

Nassau

Normandia

Nova Lisboa

Natal

Nortúmbria

Nova Orleães

Navarra

Noruega

Nova Sibéria

Navas de Tolosa

Nova Amsterdão

Nova Zelândia

N’Dalatando

Nova Bretanha

Novo Horizonte

N’Djamena

Nova Caledónia

Novo Hamburgo

Nebrasca

Nova Deli

Novo México

Neerlândia

Nova Escócia

Núbia

Nepal

Nova Friburgo

Nuremberga

Niágara

Nova Gales do Sul

 

 

O

Oceania

Orão

Osaca

Oclaoma

Oregão

Oslo

Ohio

Orense

Otava

Omã

Oriola

Oviedo

Ontário

Orleães

Oxford

Orange

Ormuz

 

 

P

Pádua

Paros

Placência

Países Baixos

Patagónia

Plasença

Palença

Peloponeso

Polinésia

Palermo

Pensilvânia

Polónoa

Palestina

Pequim

Pólo Norte

Pamplona

Pérgamo

Pólo Sul

Panamá

Perpinhão

Pompeia

Papua

Pérsia

Pontevedra

Papuásia

Perú

Praga

Paquistão

Perúsia

Pretória

Pará

Petersburgo

Provença

Paraguai

Petrogado

Próximo Oriente

Paraíba

Piemonte

Prússia

Paris

Pirenéus

Punjabe

Parnaso

Pisa

 

 

Q

Quala Lumpur

Quiefe

Quissanga

Quebeque

Quilimanjaro

Quito

Quelimane

Quinxasa

 

Quénia

Quioto

 

R

Rabat

Rodes

Rossilhão

Ragusa

Roma

Roterdão

Rangum

România

Rovuma

Reino Unido

Romélia

Ruanda

Reiquiavique

Roménia

Rússia

Riga

Rondónia

 

 

S

Sabá

Saragoça

Sídnei

Sabóia

Sardenha

Silésia

Saigão

Saxónia

Sinai

Salamanca

Segóvia

Singapura

Salamina

Seicheles

Siracusa

Salamonde

Sena

Síria

Salerno

Senegal

Sófia

Salisburgo

Serajevo

Somália

Salisbúria

Serra Leoa

Sorbonne

Salonica

Sérvia

Sri Lanca

Samotrácia

Seúl

Suazilândia

Sampetersburgo

Sevilha

Sudão

Santander

Sevres

Siécia

Santiago de Compostela

Sião

Suez

Santiago de Cuba

Sibéria

Suíça

Santiago do Chile

Sicília

Suriname

 

T

Tadziquistão

Tessália

Toscana

Tailândia

Tessalonica

Trafalgar

Taipa

Tete

Trácia

Taipé

Tetuão

Transilvânia

Tamisa

Texas

Transval

Tanganhica

Tibete

Trento

Tânger

Tibre

Trieste

Tanzânia

Timor Loro Sae

Trópico de Câncer

Tarento

Tirana

Trópico de Capricórnio

Tarragona

Tiro

Tubinga

Tarso

Tirol

Tulherias

Tartária

Tobago

Tunes

Tartesso

Togo

Tunísia

Tasmânia

Toledo

Turim

Tebas

Tolosa

Turíngia

Teerão

Tombuctu

Turquel

Telavive

Tóquio

Turquestão

Tenerife

Tordesilhas

Turquia

Tenessee

Toronto

 

 

U

Ucrânia

Úlster

Urales

Uganda

Úmbria

Uruguai

Uíje

Upsália

Uzbequistão

Ul

Ur

Utá

Ulisseia

Ural

Utreque

 

V

Valhadolid

Vestefália

Volta

Vancôver

Viena

Vosgos

Varsóvia

Vietname

Vratislávia

Verona

Vladivostoque

Vurtemberga

Versalhes

Volga

 

 

X

Xangai

Xantum

Xetlândia

 

Z

Zagrebe

Zambézia

Zelândia

Zaire

Zâmbia

Zimbabué

Zambeze

Zanzibar

Zurique

 

 

 

 

 

 

 



[45] . Roland Barthes, A Lição, col. Signos, Edições 70, 1988, Lisboa, p. 15.

[46] . Barthes, Roland, O Grau Zero da Escrita, Edições 70, 1988, Lisboa.

[47] . Ibidem, p. 16.

[48] . Furio Colombo, op. cit, p. 27.

[49] . “Claro, preciso e conciso” eram os adjectivos que o jornalista Costa Carvalho, de quem fui aluna, utilizava para caracterizar o estilo da linguagem jornalística, no seu excelente manual “O Mundo na Mão”. Infelizmente a citação e atribuição de créditos não pode passar daqui já que os dois volumes que compunham esse manual desapareceram completamene circulação, e nem nas bibliotecas públicas foi possível localizar exemplares.

[50] . Exemplo muito feliz retirado de Silva Araújo, op. cit.

[51] . É evidente que ela também se recomenda por motivos éticos. Mas no caso dos jovens jornalistas, verifica-se que muitas vezes não conseguem identificar completa e correctamente uma fonte não porque esta se recusasse a fazê-lo, mas por pura inexperiência.

[52] . Segue-se aqui de perto o que sobre este tema dizem Celso Cunha e Lindley Cintra, 1993, Breve Gramática do Português Contemporâneo, Ed. Sá da Costa, Lisboa, pp. 429-434.

 

[53] . Araújo, Domingos Silva, 1988, Vamos falar de Jornalismo, Direcção-Geral da Comunicação Social, Lisboa, p. 66 e ss.

 

[54] . Celso Cunha e Lindley Cintra, 1993, Breve Gramática do Português Contemporâneo, Ed. Sá da Costa, Lisboa, p. 434.