- ... comunicacional1
- Resumo da tese de doutoramento em Ciências da Comunicação, defendida na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa
- ...
encontra2
- Que são, aliás comuns a todas as abordagens
não positivistas.
- ... aglutina3
- "Causalidade
linear. Sujeito e objecto permanecem separados e bem reais. A realidade
é objectiva e universal, exterior ao sujeito que a representa. A
representação e as suas características constituem o próprio fundamento da
acção e da percepção.(...) A representação é a única forma de
garantir a realidade do sujeito e a realidade da natureza. A
representação assegura a sua coincidência.(...)
Representação é um meio útil de ligar os elementos estocásticos, atomizados
para obter a ligação poderosa que exige a vida em sociedade:
hierarquias, ligações verticais e horizontais, representação
de representação por meio de signos e sinais.
Expressão é
ligação interna e participação total. Se algumas etapas e
hierarquias são exigidas para alimentar entre si certos elementos que,
por definição, são já totalidades, é para convocar
alguns níveis específicos de ligação em domínios
particulares.textitCrítica da Comunicação, Lucien Sfez, ed. Inst. Piaget, p.63,64.
- ...
campo4
- Sobre a noção de Campo, mais precisa neste
contexto, ver à frente o ponto 4. deste capítulo.
- ...
outro.5
- Para Hegel, este período crítico de
evolução de um processo, é aquele em que "o espírito que se
configura, amadurece lentamente e em silêncio até à sua nova
configuração, desintegrando fragmento a fragmento o edifício do
seu mundo precedente, enquanto que o aparecimento deste mundo se mostra
apenas por sintomas esporádicos: a insatizfação e o enfado que
atingem o que ainda subsiste, o vago pressentimento do desconhecido, são
os sinais premonitórios de algo que se prepara. "Prefácio`a Fenomenologia do Espírito, Hegel, ed. Vozes, Petropolis, 1990, p. 7
- ... fundado".6
- "Experiência e crise", em
Analítica da Actualidade, Bragança de Miranda, J., ed. Vega, Lisboa, 1994, p.70
Para J.
Bragança de Miranda, é a crise aberta pelo desaparecimento do
fundamento que determina os processos de agenciamento da experiência.
Processos de constituição abstractos e concretos que implicam "um
trabalho de figuração, de ficcionalização do mundo, para o
pôr plasticamente ao alcance do agir". No processo de
estabilização destes procedimentos, observar-se-íam basicamente
dois géneros de agenciamento: "os escriturais e os tecnológicos, e a
sua co-pertença à linguagem confere-lhes uma ambiguidade
insolúvel. No caso extremo de controlo absoluto, abolindo ficção
e ambiguidade, os procedimentos referidos estabilizar-se-íam em formas
rígidas, a saber:
1) ao nível escritural - a
cristalização da experiência em normas e regras explícitas
e codificadas, reduzindo a constituição da experiência ao rigor
do formalismo jurídico; e 2) ao nível da tecnologia - a
produção das práticas e das condições da existência
(tempo, espaço e sujeitos), inscrevendo-as em automatismos de
repetição ``eterna''. ibid. Analítica da Actualidade p. 89-90.
- ...
heideggerianos?7
- "... a modernidade pode caracterizar-se, de
facto, como dominada pela ideia da história do pensamento como
``iluminação'' progressiva, que se desenvolve na base de cada vez
mais ampla apropriação e reapropriação dos ``fundamentos''
- os quais amiude são considerados também como ``origens'', de
modo que as revoluções, teóricas e práticas da história
ocidental se apresentam e legitimam principalmente como
``recuperações'', renascimentos, retornos. A noção de
``superação'', que tanta importância tem em toda a filosofia
moderna, concebe o curso do pensamento, como um desenvolvimento progressivo,
em que o novo se identifica com o valor através da mediação da
recuperação e da apropriação do fundamento - origem.
ibid. O Fim da Modernidade, Vattimo, G., ed. Presença, Lisboa, 1987, p.8.
Vattimo
continua, chamando a atenção para o facto de tanto Nietzsche como
Heidegger, terem posto em questão a noção clássica de
fundamento e de pensamento como fundação. A máxima estabilidade
do ser acontece no acontecimento, quase happening, . ''A ontologia não
é mais que a interpretação da nossa condição ou
situação, já que o ser não é nada fora do seu
``acontecimento'', que sucede no seu e nosso historicizar-se.''
- ... estatal8
- (O
Estado enquanto dispositivo de institucionalização do poder num
determinado território, em conformidade com as exigências racionais
da ordem acordada é, essencialmente, um conceito racional, um conceito
de síntese, representante do cruzamento dos diversos campos de
legitimação das várias ordens que submetem o social. Esta
noção implica igualmente uma ideia de poder perene que transcende as
vontades particulares e que é legitimada precisamente pela sua
capacidade de representar a vontade colectiva, pelo menos ideologicamente.
É, assim natural que, a primeira substância estruturante do seu
corpo surja sob forma jurídica. Não são elementos de facto mas
elementos de direito que determinam a sua essência, que são o seu
núcleo de sustentação. O Estado enquanto dispositivo de
institucionalização do poder num determinado território, em
conformidade com as exigências racionais da ordem acordada é,
essencialmente, um conceito racional, um conceito de síntese,
representante do cruzamento dos diversos campos de legitimação das
várias ordens que submetem o social. Esta noção implica
igualmente uma ideia de poder perene que transcende as vontades particulares
e que é legitimada precisamente pela sua capacidade de representar a
vontade colectiva, pelo menos ideologicamente. É, assim natural que, a
primeira substância estruturante do seu corpo surja sob forma
jurídica. Não são elementos de facto mas elementos de direito
que determinam a sua essência, que são o seu núcleo de
sustentação.)
A definição de "Estado" aqui sintetizada,
ainda é a que "se aprende na escola- a versão oficial. Este
Estado-de-Direito já quase se não consegue dar a ver. Este é
igualmente um dos contributos para a crise geral. Foucault faz uma
crítica radical a esta noção e ao modo como o Estado é
assim entendido. A partir do séc. XVIII, começou a emergir na
sociedade moderna o poder disciplinar e racionalizado, mais difundido e
eficiente que o do Estado tradicional, e que este não demorou muito a
absorver. Este era o poder dos especialistas (poder pericial) e dos saberes
que normalizavam e disciplinavam as subjectividades num mapa actorial
previsível. Segundo Foucault, este conjunto de poderes teria esvaziado
mais o poder político-jurídico.
ver Pouvoir-corps, Michel Foucault, Revista
Quel Corps, n2, septembre 1975, p.2-5, ver também La Volonté de Savoir, Michel
Foucault, ed. Gallimard, Paris, 1976
- ... Portugal9
- Portugal pertence a essa fatia de
países periféricos em que o Estado-providência começa a
soçobrar ainda antes de ser efectivo. Uma triste estória...
- ...
contra-correntes10
- Ver, a este propósito, "As tecnologias do
fazer-acreditar", em O Estado Sedutor , Debray, Regis, ed. Vozes, Petrópolis, 1994,
p.59, or. L'État séducteur: Les révolutions médiologiques du pouvoir, ed. Gallimard, Paris, 1993.
- ... social11
- Ver, a este
propósito, "IV. O Preço da Audiência", em O Estado Sedutor , Debray, Regis, ed.
Vozes, Petrópolis, 1994, p. 131.
- ... representante12
- No
sentido de "o que assume poderes por delegaçïo".
- ...aveis13
- Como é
o caso do Ministério da Educação português.
- ...oes14
- Sobre
Análise Institucional e a dinâmica do tecido institucional, ver A Análise Institucional,
René Lourau, ed. Vozes, Petrópolis, 1975; ver também L'Analyse Institutionnelle, Remy
Hess, ed. PUF, Paris, 1991.
- ... cuidadoso.15
-
Há excepções, como o jogo de tensão que o governo de Cavaco
Silva, na sua pessoa, gosta de provocar à Comunicação Social,
acusando os jornalistas de incompetentes e mentirosos por altura da
criação de uma Escola Superior de Comunicação Social afecta
ao seu campo de poder.
- ...
``cultura''16
- Estamos a referir-nos a uma cultura que,
geralmente, não se cruza com nenhum dos sectores anteriormente
referidos. Não é uma ``cultura'' necessariamente "oficial", nem
necessariamente "de elite". mas é suficientemente depurada de todos os
cruzamentos incómodos.
- ...
concorrente17
- O poder em exercício, pura e simplesmente
fugirá ou não admitirá qualquer comparação, limitando-se
a assumir, melhor ou pior, o "queijo" em que se vizualisa a
distribuição das verbas por sector no OGE ao fim do ano. Os poderes
concorrentes, raramente comentam ou questionam os factos, dado que estes
só são visíveis bem depois de merecerem comentário (com
rendimento político). Assim, só por acidente estas questões
subirão à esfera mediática da imagem (televisão). Quando
muito, a estas questões, poderá um articulista mais afoito a elas
referir-se e questionar-se nos jornais, mas nem isso é garantido.
- ... reduzem.begintex2html_deferred18
- A Crise do Estado-Providência,
Rosanvallon, Pierre, ed. Inquérito, Lisboa, 198?, p.7.
- ... XVIIIbegintex2html_deferred19
- ibid., A Crise do Estado-Providência, Rosanvallon,
Pierre, ed. Inquérito, Lisboa, 198?, p.18.
Nesta perspectiva,
Rosanvallon sintetiza nestes termos a evolução do Estado
moderno:
"1. O Estado moderno define-se fundamentalmente como um
Estado-protector.
2. O Estado-providencia é uma extensão
e um aprofundamento do Estado-protector.
3. A passagem do
Estado-protector ao Estado-providência acompanha o movimento pelo qual a
sociedade deixa de se pensar a partir do modelo do corpo para se conceber
sob o modo do mercado.
4. O Estado-providência visa substituir a
incerteza da providência religiosa pela certeza da providência
estatal.
5. É a noção de probabilidade estatística que
torna praticamente possível e teoricamente pensável a
integração da ideia de Providência no Estado." ibid. p.23
- ... procura.begintex2html_deferred20
- ibid. A Crise do Estado-Providência, Rosanvallon,
Pierre, ed. Inquérito, Lisboa, 198?, p.33, 34 e 39.
- ... sociais.begintex2html_deferred21
- ibid. A Crise do Estado-Providência, Rosanvallon, Pierre, ed.
Inquérito, Lisboa, 198?, p. 51
- ... etc.)begintex2html_deferred22
- "Ao contrário do que se passa
nos países centrais, não se trata de influências exercidas
sobre o Estado e sua acção mas da configuração interna do
próprio poder do Estado. O autoritarismo estatal, por ser relativamente
ineficaz, é não só incompleto como contraditório, o que, por
sua vez, contribui para a grande heterogeneidade e fragmentaridade da
actuação do Estado". Uma dessas formas de heterogeneidade "reside no
modo como a actuação da burocracia do Estado oscila entre a extrema
rigidez, distância a formalismo com que obriga o cidadão anónimo
e sem referências (a que chamo sociedade civil estranha) a cansar-se aos
balcões de serviços inacessíveis, a preencher formulários
ininteligíveis, e a pagar impostos injustos e a extrema flexibilidade,
intimidade e informalidade com que trata, para os mesmos efeitos, o
cidadão conhecido e com boas referências (a sociedade civil
íntima). Trata-se de uma oscilação entre os Estado predador e o
Estado protector segundo uma lógica de racionalidade totalmente oposta
à do espaço de cidadania...par
"O Estado e os modos de
produção de poder social", Pela Mão de Alice, Boaventura Sousa Santos, ed.
Afrontamento, Porto, 1994, pps 115-117.
- ... "espectacularesbegintex2html_deferred23
- A hegemonia da
espectacularidade é, em Portugal, ainda recente e não foi
devidamente analisada; tem a ver com a preponderância da imagem
pública nascida nos anos 70 e com a recente abertura dos novos canais de
televisão em Portugal.
- ... pesquisa24
- Referimo-nos às matrizes sobre as formas de mediação, formas de
valoração e, enfim, à generalidade dos instrumentos de pesquisa
esboçados neste trabalho, com capacidade de posterior desenvolvimento.
- ... negativa25
- "O programa é formado por regras metodológicas: algumas indicam-nos
as rotas de investigação que devem ser evitadas (heurística negativa) enquanto outras
nos indicam os caminhos que devem seguir-se (heurística positiva)par
Traduzido de "Una
metodologia de los programas de investigación científica", La Metodologia de los Programas de Investigación Científica, Imre
Lakatos, ed. Alianza Universidad, Madrid, 1989, p. 65.
Ver, igualmente,
"4.5 - Heurística", "Cap. 4 - Problema", La Investigación Científica, Mario Bunge, ed. Ariel,
Barcelona, 1985, pp 224-227.
- ...ao26
- Este é um ponto que
merece uma abordagem bem mais extensa e aprofundada que a que lhe foi aqui
reservada. No entanto, como se observa mais à frente, este é um
ponto de reflexão central à alterações que pode sofrer um
novo modelo do património.
- ... crescimento?begintex2html_deferred27
- Traduzido de "Una metodología
de los programas de investigación científica- , La Metodología de los Programas de Investigación Científica, Imre Lakatos,
Madrid, 1989, p. 66, p.71.
Ver, no mesmo livro, "el requisito de
crecimiento continuo", p.117.
- ... reduzem.begintex2html_deferred28
- A Crise do Estado-Providência,
Rosanvallon, Pierre, ed. Inquérito, Lisboa, 198?, p.7.