A tecnologia como mediação fundante da comunicação na pós-modernidade 1

 

Silvio Ricardo Demétrio
Universidade de São Paulo

 

Assim como o século XIX foi marcado pela emergência de um pensamento voltado para a potência da história, na esteira de Hegel e Marx, as forças políticas, sociais, econômicas e culturais do século XX engendraram uma condição na qual a teleologia das grandes utopias construídas pelos ideais iluministas demonstra um ponto de fadiga na passagem para um novo século.

Paradoxal, o tempo que se inaugura recebe diferentes nomes: pós-modernidade, modernidade tardia, modernidade reflexiva, entre outros. A polêmica está lançada e, pela profusão dos direcionamentos com que tem sido conduzida, está longe de uma resolução sintética. A modernidade enquanto expressão histórica do devir da razão segundo o Iluminismo conduziu o próprio conhecimento humano a uma profunda crise que é paradigmática. O saber não se encontra completamente fora dos princípios modernos que o definem na contemporaneidade, no entanto, a maneira pela qual se colocam novos objetos a este saber faz com que lacunas surjam -- zonas de sombra, imprecisões, em suma, limites novos de uma nova cartografia para o conhecimento humano.

No pensamento ocidental a modernidade surge com Descartes quando este propõe uma forma de conhecimento que prescinde de uma dúvida metódica na interpelação do objeto pelo sujeito. É a dúvida cartesiana o elemento pelo qual a cisão entre a res cogitans e a res extensa se institui como condição fundamental do conhecimento.

O saber moderno é dicotômico por definição. Nasce com isto uma metafísica de dois mundos em função dos quais a razão se constitui como ponte: o mundo do conhecimento e o mundo dos objetos desse conhecimento. É a razão que surge como redenção que esgota a dúvida em sua própria potência negativa. Daí o processo pelo qual se legitima o valor da certeza segundo Descartes.

A racionalidade moderna portanto pauta-se pela razão como instrumento pelo qual o homem pode transcender a dúvida e assim dominar, enquanto sujeito do conhecimento, tudo aquilo que se apresenta a ele como objeto. O devir da modernidade segundo esta sua origem é a racionalização do mundo dos objetos pelo conhecimento como transcendência do sujeito. Na linha sucinta aqui traçada que busca definir os contornos da modernidade o pensamento de Kant se situa como origem de uma segunda condição fundamental do conhecimento. À cisão cartesiana entre sujeito e objeto do conhecimento sobrepõe-se a divisão kantiana entre o âmbito do númeno e do fenômeno, entre a coisa em si e a coisa tal qual ela é percebida pelos sentidos. Segundo Kant o conhecimento só é possível em relação aos fenômenos -- não há possibilidade de conhecimento da coisa em si.

No plano das determinações de ordem histórica, a modernidade traduz-se pela ascensão da uma nova classe social, a burguesia. O fenômeno histórico que figura esta emergência é a Revolução Francesa. O modo de produção capitalista se estabelece no ocidente e a Revolução Industrial desencadeia um processo que transformará as relações do trabalho. Surge então o proletariado. A sociedade moderna capitalista é então, segundo o marxismo, fundamentada por uma nova cisão, agora concernente ao coletivo: a luta de classes. Ao inverter o idealismo hegeliano, Marx propõe a sobredeterminação das condições objetivas materiais (infraestrutura) como fundamento das relações sociais. A cultura, as instituições, enfim, a ``produção espiritual'' da sociedade surge como um reflexo destas condições objetivas e é determinada por ela. Como este reflexo dissimula e encobre as relações fundamentais de produção na sociedade, a infraestrutura se reveste de ideologia (superestrutura). Existe uma teleologia marxista que dota a história de um sentido mais amplo do que aquele proposto por Hegel de uma passagem da natureza para a sociedade. Para o marxismo a história desenvolve-se segundo uma linha definida pelo conflito de classes. Seu sentido é dado pelo movimento de superação dialética das contradições inerentes ao sistema capitalista. A modernidade de Marx assinala o proletariado como sujeito da história. O conhecimento se torna uma ferramenta a serviço dessa classe que, ao combater a ideologia que mascara as relações de produção, conduziria a sociedade como um todo à superação dos conflitos de classes. Toda cisão operada pelo estatuto do conhecimento na modernidade pressupõe um movimento de recondução dos termos a uma unidade sintética. Constituir assim um saber social para Marx é então perceber o movimento dialético pelo qual a história se constrói como resultado dessa luta. Mais uma vez o caráter dicotômico do saber na modernidade se afirma.

Conhecer então num sentido moderno é, de certa maneira, apartar-se, destacar-se daquilo que se busca conhecer. Constitui-se neste afastamento o sujeito do conhecimento moderno por definição. Diante disto o social enquanto objeto do conhecimento instala sua problemática: como se apartar dele? O conhecimento que se debruça sobre o social vai responder de maneiras diferentes a esta questão. Duas matrizes fundamentais são delineadas: o positivismo de Comte, que vê o método científico a partir de uma positividade absoluta, daí o seu nome, e uma segunda e profícua posição, a de um saber crítico, isto é, de um método que interroga o seu próprio estatuto em relação a seu objeto. Neste sentido Marx é definitivo em relação aos métodos das ciências sociais.

O campo da comunicação como saber surge como uma especialização do campo sociológico e vai reproduzir esta dicotomia em sua formação. O viés positivista é expresso pela vertente dos estudos americanos funcionalistas que se inspiram no modelo de processo da comunicação de acordo com a hipótese da agulha hipodérmica (Bullet Theory). Segundo Mauro Wolf, a comunication research organiza-se a partir dos trabalhos de Harold Lasswell. Sua conhecida fórmula Quem? Diz o que? Em que canal? Com que efeito? Estrutura as variáveis que definem o estudo da comunicação:
``Qualquer uma destas variáveis define e organiza um sector específico da pesquisa: a primeira caracteriza o estudo dos emissores, ou seja, a análise do controlo sobre o que é difundido. Quem, por sua vez, estudar a segunda variável, elabora a análise do conteúdo das mensagens, enquanto o estudo da terceira variável dá lugar à análise dos meios. Análises da audiência e dos efeitos definem os restantes sectores de investigação sobre os processos comunicativos de massas. A fórmula de Lasswell, ordenando aparentemente o objeto de estudo segundo variáveis bem definidas, sem omitir nenhum aspecto relevante dos fenômenos em causa, na realidade depressa se transformou -- e assim permaneceu durante muito tempo -- numa verdadeira teoria da comunicação, em ligação estreita com o outro modelo comunicativo dominante na pesquisa, isto é, a teoria da informação.''2
Segundo Lasswell, as variáveis de sua fórmula estruturam a pesquisa sobre comunicação. É no âmbito das funções sociais que a comunicação cumpre que emerge o objeto unificador da comunication research -- são estas funções que definem o reconhecimento da comunicação enquanto fenômeno. É sobre tal plano que Lasswell irá recorrer a uma idéia trazida como herança da Escola de Chicago: a ecologia humana. Dessa maneira, entende-se todo contexto pelo qual se reconhece uma determinada sociedade como um complexo sistema de interações que se orientam segundo uma metaestabilidade geral do todo, tal qual nas interações entre uma determinada espécie e seu habitat. O equilíbrio metaestável, a homeoestase, ou seja, o perfeito funcionamento da organicidade do todo é o que regula o social. Mais especificamente, Lasswell elabora sua teoria segundo a metáfora do organismo social, que tem sua origem na fisiocracia -- uma das matrizes da ideologia liberal que marca o funcionalismo3. O organismo social se estrutura segundo funções que se somam num todo de modo a manter o equilíbrio de seu funcionamento diante da troca de estímulos com o meio exterior. A comunicação é exatamente o elemento-chave que na sociedade garante a regulação desse trânsito com sua exterioridade. Aqui o funcionalismo de Lasswell demonstra forte influência da psicologia behaviorista americana, entendendo o contexto social segundo um esquema estímulo-resposta pavloviano. Subjaz à retórica positivista do funcionalismo uma concepção antropológica em que o fora, a exterioridade, o outro, são vistos como uma ameaça ao equilíbrio interno de uma dada sociedade. Cabe à comunicação cumprir seu papel como instrumento pelo qual é garantida a ordem estabelecida:
`` O organismo unicelular ou o grupo mais complexo tende a manter um equilíbrio interno e a reagir às mudanças de ambiências, de forma a manter esse equilíbrio. O processo de reação aos estímulos do meio exige maneiras especializadas de organizar as partes do todo para uma ação harmoniosa. (...)

(...) Os processos de comunicação da sociedade humana, quando examinados em pormenor, revelam equivalência em relação às especializações encontradas no organismo físico e nas sociedades animais inferiores.(...)

(...) Para exprimir a questão em outros termos: se a `verdade' não é compartilhada, os elementos dominantes esperam mais o conflito interno do que o ajustamento harmonioso ao meio externo do Estado. Daí o controle dos canais de comunicação, na esperança de organizar-se a atenção do conjunto da comunidade, de tal forma a limitarem-se as respostas àquelas considerações favoráveis à posição de poder das classes dominantes.''4
Para Lasswell, a comunicação é uma especialização orgânica da sociedade, portanto funcional. Cabe a ela então cumprir seu papel vigiando, organizando a maneira pela qual o sistema vigente possa responder ao que o desestabiliza e transmitindo a herança cultural de modo que a sociedade garanta sua positividade -- estas são as três funções sociais da comunicação segundo Lasswell. É uma concepção positiva do social porque avessa a qualquer historicidade que possa advir dos conflitos com a ordem vigente de valores orgânicos. A comunicação é vista sob um viés positivo também, porque ela é entendida como um instrumento pelo qual se preservam as relações de poder na sociedade, porque serve de solvente de qualquer conflito que possa se instalar como uma ameaça a este poder. Neste momento fundador da comunication research Lasswell atinge o topo da tendência assinalada pela hipótese da agulha hipodérmica, isto porque a comunicação fica vinculada a uma condição de exercício do poder na sociedade. A maneira pela qual são entendidos os processos de comunicação de massa implica, na visão de Lasswell, uma posição na qual a recepção das mensagens dos meios é passiva e assujeitada ao poder de manipulação destes. A recepção, dentro dos parâmetros fixados pelo funcionalismo na comunicação, se dá num processo unilateral em que as mensagens atravessam o social segundo uma lógica indivíduo a indivíduo, tal como na vacinação em massa. Todo conflito é visto como uma algo a ser imobilizado e destituído de sua potência -- a comunicação assume assim caráter de profilaxia social. A recepção é compreendida segundo um ponto de vista individual, apassivador e positivo. A sociedade funcional se constrói pela eficiência das técnicas de comunicação em massa que produzem esta passividade orgânica.

O funcionalismo vai desenvolver-se a seguir segundo um contexto no qual os pressupostos de Lasswell serão confrontados por uma abordagem empírico-experimental. Há um investimento ainda mais vigoroso nos métodos da ciência comportamental behaviorista. Se Lasswell constituiu uma teoria da comunicação ao pesquisar as técnicas de propaganda utilizadas na I Guerra Mundial, a pesquisa funcionalista sobre os fenômenos comunicacionais vai, num segundo momento, voltar-se para os efeitos da persuasão. Segundo Wolf5,
`` (...) A abordagem deixa de ser global, incidindo sobre todo o universo dos meios de comunicação e passa a `apontar', por um lado, para o estudo da sua eficácia persuasiva óptima e, por outro, para a explicação do `insucesso' das tentativas de persuasão.''6
Com a pesquisa voltada para um horizonte experimental psicológico e de trabalhos de campo eminentemente empíricos o período de proeminência da hipótese hipodérmica é encerrado. No entanto perduram algumas considerações que vão acentuar o vínculo do funcionalismo com um ponto de vista ainda centrado no emissor como valor fundamental de seu conceito de comunicação. No movimento pelo qual a pesquisa funcionalista redireciona seus parâmetros persiste o caráter de um saber que busca racionalizar as técnicas de comunicação no intuito de otimiza-las. É certo que, como nota Wolf7, esse redirecionamento significa uma relativização do acento sobre o emissor como elemento fundamental do processo de comunicação -- admite-se pela primeira vez indicativos da incidência de elementos que influenciam o processo e que não apenas o controle por parte do emissor. Todavia, o horizonte que circunscreve a consideração de aspectos ligados aos outros elementos do processo de comunicação - fatores relativos à audiência (interesse em obter a informação, exposição seletiva, percepção seletiva e memorização seletiva) e fatores relativos à mensagem (credibilidade do comunicador, ordem de argumentação, integralidade das argumentações e a explicitação das conclusões) -- só se dá no sentido de ampliar a eficiência do controle do processo de comunicação pelo emissor através de uma persuasão eficiente. É nesse momento que o caráter ``administrativo'' da pesquisa funcionalista é instituído em plena potência. A comunicação está a serviço de uma engenharia do social.

Segue-se um terceiro momento no qual vão ser estudados os ``efeitos limitados'' dos media. Sob a batuta de Lazarsfeld a pesquisa funcionalista administrativa volta-se principalmente para o estudo de campo das campanhas eleitorais nos EUA. Juntamente com Elihu Katz, Lazarsfeld elabora o modelo do two step flow of comunication, literalmente, fluxo de comunicação em duas etapas. Buscando compreender os determinantes da eficiência persuasiva das campanhas, este modelo rompe definitivamente com a teoria hipodérmica ao propor que os processos de comunicação sofrem a influência decisiva dos líderes formadores de opinião. Logo, o itinerário pelo qual as mensagens dos meios de comunicação chegam até suas audiências passa pela mediação transversal desses líderes que ativam tendências latentes da massa, ao mesmo tempo que efetuam um reforço das atitudes já arraigadas em relação às tendências de voto. Um líder formador de opinião identifica-se por uma participação mais consistente nos processos políticos da comunidade, o que o coloca numa posição de redistribuidor das mensagens -- o fluxo da comunicação segue então um percurso de duas etapas -- rompe-se com a linearidade mecanicista do modelo hipodérmico centrado no indivíduo. O que é fundamental neste novo modelo funcionalista é que as interações sociais é que legitimam tais líderes formadores de opinião:
``Os líderes formadores de opinião e o fluxo comunicativo a dois níveis são, pois, apenas uma modalidade específica de um fenômeno de ordem geral: na dinâmica que gera a formação da opinião pública -- dinâmica em que participam também os mass media -- o resultado global não pode ser atribuído aos indivíduos considerados isoladamente, deriva, pelo contrário, da rede de interações que une as pessoas umas às outras. Os efeitos dos mass media são parte de um processo mais complexo que é o da influência pessoal.''8
Os novos parâmetros que orientam os trabalhos de Lazarsfeld o conduzem, em companhia de Robert K. Merton, a propor uma outra categorização relativa às funções da comunicação na sociedade: a atribuição de status, a execução das normas sociais e a disfunção narcotizante. Esta última é relativa à dimensão pela qual os meios de comunicação criam a ilusão de uma participação nos processos que definem a sociedade, mas é neste mesmo movimento ilusório que eles imobilizam suas audiências. Para Lazarsfeld a comunicação também possui disfunções, valores negativos que dão a medida do grau de sua eficiência persuasiva. `Disfunção narcotizante'' porque, ao aspecto ilusório da participação, soma-se um valor negativo quanto à função social que se deixa de cumprir. É a lógica do enterteinement, da diversão.

O modelo funcionalista administrativo expressa como um todo sua historicidade. É fruto de um contexto que atravessa a Segunda Guerra Mundial e ganha fôlego durante a emergência da Guerra Fria. Contextualizada assim a teoria funcionalista carrega consigo os valores pelos quais a persuasão da propaganda ideológica se constitui como substrato de seu modelo. Há ainda mais uma influência que, embora gerada num contexto independente, vai acentuar o positivismo dos pressupostos da pesquisa adminstrativa: a teoria da informação de Shannon e Weaver. Os dois engenheiros elaboraram um modelo estrutural do processo da comunicação a partir da encomenda de uma pesquisa pela AT&T. Este modelo originariamente desenvolvido para entender o processo de comunicação entre duas máquinas simples (telefonia) acabou sendo expandido para se pensar a comunicação como um todo segundo um viés tecnicista. Em conjunto com a especificidade da teoria hipodérmica, a teoria da informação, desenvolvida na década de 30, é que concretiza a imagem do esquema pelo qual se representa a linearidade e unidirecionalidade que caracterizam a concepção funcionalista do processo de comunicação. O esquema nasce do empréstimo de conceitos e métodos da física estatística e da termodinâmica. Informação é uma grandeza estatística que atravessa as mensagens como um grau de liberdade no processo em que são elaboradas. É o grau de liberdade de escolha do emissor, da fonte. A informação marca a autonomia do emissor e coloca o destinatário da mensagem numa situação que reproduz o assujeitamento da teoria hipodérmica. O processo de comunicação ocorreria segundo as mesmas leis que regem os fenômenos de troca de energia estudados pela termodinâmica. Mais uma vez a idéia de equilíbrio está presente. A grandeza fundamental da termodinâmica é a entropia -- relativa ao grau de desorganização da energia presente em dado sistema de trocas. Há uma tendência intrínseca a toda troca energética em se alcançar um grau de organização e coerência crescente direcionado a uma estabilidade do sistema. Toda troca de energia nasce de um desequilíbrio, de uma desigualdade que tende a uma resolução organizadora dessa troca, diminuindo a `desorganização', isto é, a entropia. O modelo pode ser exemplificado por um sistema de troca de calor. Forma-se um sistema ao se conjugar um corpo A com uma quantidade x de calor com um corpo B com uma quantidade y. Estabelece-se uma interação na qual a energia calórica de A é diferente de B -- a equação (x-y) representa o grau de desorganização inicial do sistema. Essa desorganização faz com que se estabeleça um processo de troca na interação entre os corpos. Ao término do processo ambas as quantidades de calor serão equivalentes, equilibrando o sistema. Neste processo uma parcela da energia inicial do sistema se perde. A entropia é a medida do grau de desorganização do sistema, isto é, da diferença que desencadeia a troca de calor.

Shannon e Weaver recorrem a este modelo termodinâmico para afirmar a comunicação como um fenômeno de interação, de troca. Desta maneira existe uma desigualdade fundamental no peso da posição em que os elementos do processo de comunicação ocupam. Assim como no modelo termodinâmico o corpo com maior quantidade de calor é o ponto de partida do processo de troca de energia, no processo de comunicação é o emissor quem ocupa esta posição. Mais uma vez também a eficiência se coloca como um fundamento valorativo. A comunicação aqui é entendida segundo um viés fundamentalmente técnico: é o processo pelo qual uma mensagem que parte de um ponto A (fonte) é codificada através de sinais que permitem que ela seja transmitida por um meio físico, o canal, e que possa ser decodificada com a minimização das possibilidades de erro ao chegar num ponto B, de modo a ser reconstruída com o maior grau de fidelidade possível. Existe um grau de incerteza relativo à transmissão que é representado pela entropia -- quanto maior o grau de desorganização, de complexidade da mensagem, maior a probabilidade de que o processo não se cumpra com fidelidade. Esta complexidade relaciona-se com a quantidade de informação da mensagem, isto é, o grau de liberdade em sua formulação pela fonte. Quanto mais informação maior a entropia, menor a possibilidade de que haja fidelidade no processo, ou seja, de que a decodificação do receptor coincida com a codificação do emissor. A teoria da informação reitera o emissor como elemento definidor do processo de comunicação.

Às sucessivas cisões que o saber moderno institui como seu fundamento, a comunicação em seu estado nascente na pesquisa administrativa acrescenta a sua, modelando o processo da comunicação segundo uma abordagem que isola e torna estáticas as posições que o definem. Se o fenômeno comunicacional se define por um deslocamento de algo, por uma troca, esta troca no modelo administrativo é desigual. Logo, a comunicação, na pesquisa administrativa, recai sobre a ideologia no sentido marxista do termo, pois ao encobrir essa desigualdade entre emissor e receptor, dissimula o caráter manipulatório de coerção que seu modelo concebe.

Enquanto saber moderno, portanto dicotômico em sua raiz, a comunicação elabora outra posição que se contrapõe ao modelo e abordagem administrativos. A segunda posição fundadora do campo da comunicação é a pesquisa crítica, que nasce do movimento mais amplo que o Instituto de Pesquisa Social de Frankfurt desencadeou na primeira metade do século vinte nas humanidades como um todo. Adorno e Horkheimer são nomes os quais em torno de si aglutinam outros que irão atualizar o marxismo ao relê-lo em conexão principalmente com a psicanálise. É a partir dessa releitura que os frankfurtianos propõem uma crítica dos pressupostos que devem orientar toda e qualquer pesquisa social. Resgatam dessa maneira o fundamento do marxismo, no sentido que não elidem de seus pressupostos epistemológicos o fato da cisão do método científico ser problemática em relação às ciências sociais -- ao fazerem incidir sobre sua reflexão um questionamento de seus próprios métodos, a teoria crítica se torna uma forma de desvelamento da ideologia. Segundo Adorno e Horkheimer existe um fundamento contraditório na constituição do próprio saber moderno. O Iluminismo como fenômeno histórico assinala a emergência da razão como instrumento de emancipação do homem. O projeto emancipatório da modernidade tem sua origem aí. A condição pela qual a razão se torna o elemento fundamental desse projeto é que ela é o elemento fundador de uma nova relação com o mundo. Onde antes prevalecia a superstição e o encantamento, a razão se constituirá numa ferramenta pela qual as forças naturais serão apropriadas pelo homem. Sua relação com a natureza portanto passa a ser uma relação de dominação. A razão torna possível a domesticação das forças naturais através da técnica, que faz com que estas forças se submetam ao homem -- lança luz, esclarece as causas pelas quais as forças naturais se manifestam e assim inverte a condição pela qual o homem se colocava como assujeitado à natureza. A contradição está no fato de que neste processo pelo qual a razão emancipatória do Iluminismo é direcionada ao véu ideológico de encantamento que recobria as relações do homem com a natureza, a técnica se torna o elemento pelo qual o domínio será exercido em relação ao próprio homem, tratando-o como coisa, coisificando-o. De sujeito da razão iluminista o homem se transforma em assujeitado pela técnica. É essa a ``dialética'' do esclarecimento que o converte em ``mistificação das massas''. O esclarecimento que nasce como um projeto de emancipação agrilhoa o homem à técnica que o subjuga. A sociedade não reflete mais um sentido histórico de redenção do homem através de seu conhecimento pois este se torna instrumento de dominação e que, portanto, reinveste-se nas desigualdades do conflito de classes da sociedade capitalista. As relações sociais decorrentes desta condição são embrutecedoras pois o esclarecimento converte-se em ideologia, em mistificação. Somente um saber crítico poderá romper com este estado de coisas. Um saber que seja resultado de uma reflexão dialética que se dobre sobre suas próprias determinações no sentido de desmontar a lógica que o ameaça de reificação.

O campo por excelência onde se expressa a coisificação do homem pela técnica, segundo Adorno e Horkheimer, é a cultura. Algo do processo pelo qual a técnica passa a ser um componente de mediação das relações sociais após a Revolução Industrial atinge o cerne das produções do espírito. A cultura mediada pela técnica passa a ser apenas uma aparência, um reflexo ideológico das contradições que perpassam a sociedade capitalista. Esta mediação se dá exatamente através dos meios de comunicação de massa. Adorno e Horkheimer partem em sua reflexão de um questionamento sobre o estatuto da cultura diante desta mediação técnica: será possível se falar em uma cultura de massa? Para estes frankfurtianos fundadores a resposta é negativa, pois a massa é o que destrói qualquer possibilidade de cultura como expressão do projeto emancipatório da modernidade. Para Adorno e Horkheimer a expressão ``cultura de massa'' é um oxímoro, isto é, uma contradição de termos justapostos por uma violência simbólica que os solda e ao mesmo tempo os destitui de seu sentido. O resultado da mediação da cultura pela técnica é a projeção da lógica industrial sobre o campo da superestrutura. A cultura passa a responder segundo os imperativos da lógica industrial de produção -- é uma cultura reificada destituída de seu sentido enquanto expressão da razão emancipatória. A estandartização é o signo que assinala esta produção cultural mediada pela técnica. Aquilo que na cultura é o componente pelo qual se criam identidades é convertido em seu oposto, na impossibilidade de qualquer identidade, um assujeitamento total à ideologia que serve de base à lógica industrial: o lucro. Daí Adorno e Horkheimer descartarem a possibilidade de uma cultura de massa em detrimento de um fenômeno que eles irão chamar de Indústria Cultural. A lógica de produção industrial do capitalismo projetada sobre a cultura ``integra'' os campos da alta e da baixa cultura -- arte e cultura popular -- reproduzindo seu valor fundamental, o lucro, que reifica a dimensão da cultura como um todo. As tecnologias de comunicação se tornam o palco onde a mascarada da mistificação das massas persuade suas audiências em seu engodo. O Esclarecimento converte-se em seu oposto.

A posição crítica dos frankfurtianos faz da pesquisa em comunicação um questionamento dos pressupostos pelo qual a técnica converte a cultura em ideologia. O poder dos meios de comunicação mais uma vez é centrado no pólo do emissor. A recepção é uma instância de assujeitamento ideológico e as mensagens são comandos que executam este processo. A historicidade desta teoria é marcada pela leitura de uma condição histórica marcada pelos pesadelos totalitários que desembocaram na II Guerra Mundial. A grande questão à qual Frankfurt buscou uma resposta foi a de como a modernidade enquanto projeto emancipatório pôde se converter no seu oposto. A técnica como mediação da cultura foi o elemento que tornou isto possível através das tecnologias de comunicação que, ao constituírem um novo contexto de relações sociais dadas por um contexto caracterizado pela massa, assassinou a cultura e em seu lugar erigiu seu totem mistificador: a Indústria Cultural. Apesar do pessimismo frankfurtiano, esta escola também apresenta linhas de fuga ao nihilismo adorniano, especialmente em relação ao nome de Walter Benjamin. A reprodutibilidade técnica das produções culturais que a técnica permite significam para Benjamim uma mudança de estatuto da obra de arte na modernidade. Ao valor de culto que fundamenta a obra de arte ``aurática'', a reprodutibilidade técnica contrapõe um valor de exposição que, segundo Benjamim, dota as artes industriais de um valor político. Para Benjamin a técnica que possibilita a reprodutibilidade da obra de arte e rompe com sua unicidade é um elemento pelo qual se pode politizar a estética, isto é, reverter o processo pelo qual o totalitarismo se constitui como expressão da derrocada dos ideais iluminstas ao estetizar a política.

As duas teorias fundadoras do campo da comunicação, a que sustenta as práticas de pesquisa administrativa e a vertente crítica, são saberes modernos por excelência. Mesmo ao constatar a coisificação do homem pela técnica, a perspectiva crítica prescinde da orientação dada pelo projeto moderno quanto à razão como fator de emancipação. Convencionalmente a leitura que se faz destas posições é caracterizada por um antagonismo que pode ser traduzido em termos de perspectivas políticas opostas. O funcionalismo seria uma concepção positiva da sociedade que investe no laissez faire laissez passer do liberalismo, reproduzindo assim sua ideologia ao interrogar os processos de comunicação na sociedade segundo uma perspectiva que se concentra no fundamento do livre fluxo de mercadorias como modelo para a circulação da informação. O que importa neste contexto funcionalista é otimizar tecnicamente o processo de circulação das mensagens de maneira que a própria sociedade operaria as regulações pelas quais mantém o seu equilíbrio. A comunicação é vista como um elemento articulador deste processo pelo qual se mantém a ordem estabelecida pelo sistema. A metaestabilidade funcional das forças sociais é garantida pelas práticas de comunicação que asseguram a permanência da herança cultural através da vigilância constante de tudo aquilo que possa se apresentar como uma perturbação da ordem vigente de relações sociais. O funcionalismo é a-histórico e reacionário em termos políticos e positivista em sua perspectiva sociológica. É uma teoria sistêmica a serviço da manipulação e da persuasão como instrumentos de controle social. Existe no funcionalismo uma assimilação da idéia de imanência do sistema de relações sociais, cabendo às técnicas de comunicação investirem na funcionalidade do todo. É por esta imagem de imanência que o funcionalismo converge para as relações éticas que sustentam o capitalismo, tal como estas analisadas por Max Weber em ``A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo''. Ao introduzir a idéia de acese intra-mundana, segundo Weber, o protestantismo preparou as bases pelas quais o capitalismo se desenvolveu de forma otimizada em países que adotavam essa orientação religiosa. O lucro e o sucesso no trabalho são recompensas pela fé afirmada de um ponto de vista estritamente individual. Este valor ético perpassa o funcionalismo no sentido de seu aspecto individualizante, seja em relação ao modelo hipodérmico, seja em relação à desconsideração dos fatores que incidem sobre o processo da comunicação para além de sua dimensão técnica. A escola crítica frankfurtiana ainda resguarda uma imagem de transcendência do processo, que não é visto como um fim em si mesmo, mas como reflexo de uma conjuntura estrutural própria do capitalismo.

Como vimos, estas duas posições marcam a emergência do campo dos estudos e pesquisas em comunicação. As escolas e movimentos que sucederam esta dicotomia inicial tentaram cada uma a sua maneira articular métodos e respostas diferentes para a fratura originária. O estruturalismo buscou no ferramental da lingüística e das ciências da linguagem um aparato que pudesse dar conta de explicar os processos de comunicação a partir da leitura dos mecanismos pelos quais as mensagens dos meios de comunicação constroem ideologias. A obra estruturalista modelo desse tipo de abordagem é ``Mitologias'' de Roland Barthes. Os estudos culturais buscaram relativizar o nihilismo frankfurtiano desconstruindo o poder exagerado creditado aos meios de comunicação com um cruzamento das considerações de Gramsci sobre as relações entre culturas de resistência e culturas hegemônicas. A recepção pela primeira vez é abordada plenamente como um elemento ativo na comunicação, que transforma as injunções da ideologia dominante veiculada pelos meios através das práticas sociais. O cotidiano é visto como um espaço de resistência que re-significa as mensagens.

Quando se coloca em questão um possível esgotamento da grande narrativa iluminista, apontada por Lyotard como sinal da emergência da pós-modernidade, a todas estas problematizações do campo da comunicação soma-se a potência de uma crise dos modelos pelos quais convencionalmente se orientam as pesquisas em comunicação. Os recentes choques provocados pelas novas tecnologias são índice desta crise. É a própria tecnologia que se torna o lugar do debate teórico, como uma mediação em sua plena potência.

Por pós-modernidade pode-se entender uma certa abordagem dos fenômenos sócio-culturais que parte de uma contextualização histórica na qual não é mais de reconhecimento imediato o primado da razão emancipatória. Ao saturar suas contradições, a própria modernidade entra em colapso e os saberes mudam de estatuto, pois não são mais unificados por um valor unívoco que os integra num projeto. Estabelece-se uma ordem imanente do mundo que encontra sua expressão histórica nos discursos da globalização. Numa realidade pós-Guerra Fria, as relações macro-estruturais passam a integrar uma ordem sistêmica ainda mais profunda e determinante do que a ideologia liberal clássica poderia acreditar. O neo-liberalismo não dicotomiza com nenhum outro termo. Fredric Jameson analisa o contexto pós-moderno segundo uma concepção de que o econômico converteu-se em cultural. O capitalismo tardio se reproduz segundo uma lógica de produção cultural. O fluxo do capital especulativo nas bolsas de valores é a imagem desse processo. Um capital que não mais está atrelado à produção. Um capital parnasiano, etéreo e volátil, quase espiritual, que reproduz a si mesmo tal qual um vírus que infecta mercados. As relações sociais resultantes desse modo de organização da produção no capitalismo tardio dão à pós-modernidade seu caráter não mais dicotômico, mas paradoxal. Diante de uma ordem imanente totalizante como a perpetrada pelo capital especulativo, os condicionantes das relações sociais não seguem mais as grandes promessas das grandes utopias. O cotidiano e o tempo presente são os novos valores que sedimentam as relações sociais. Não mais a razão, mas os sentidos, a fruição e o prazer como elementos pelos quais se estabelece não mais um grande projeto coletivo unificador, mas um estar-junto hedonista. As tecnologias da comunicação se tornam um elemento pelo qual a subjetividade pós-moderna advém. Não mais a cultura mediada pela técnica como na crítica frankfurtiana, mas a subjetividade que se produz nos agenciamentos tecnológicos pelos quais se formam novos modos de socialidade. Diante dessa perspectiva, o campo das ciências da comunicação se abre a novos questionamentos. As tecnologias da comunicação no contexto sócio-cultural do debate da pós-modernidade representam um condicionante que traduz a invasão do imaginário pelo tecnológico. A tecnologia neste contexto se torna fundante. Na contemporaneidade a pesquisa em comunicação se orienta por uma abordagem marcada pela mestiçagem de métodos que lida com objetos híbridos. Isto porque a pós-modernidade também pode ser entendida como a incapacidade de uma axiologia dicotômica que ainda era possível na modernidade. A dicotomia sujeito objeto dá lugar a uma assimilação pela qual o sujeito é entendido como instável, produzido pela sua relação com o objeto, portanto assujeitado a ele -- não mais como coisa pensante, res cogitans, mas como coisa desejante, um produto de suas relações com o mundo. Assim se passa da ideologia ao simulacro, porque a lógica não é mais de persuasão mas de sedução. O sentir se rebate sobre o entender. Não há mais promessas nem horizontes, mas um pulsar do desejo que é afetado por aquilo que é desejado. Assim como Armand e Michélle Mattelart concluem em seu livro sobre a história das teorias da comunicação:
``A era da chamada sociedade da informação é também a da produção de estados mentais. É preciso pensar de maneira diferente, portanto, a questão da liberdade e da democracia. A liberdade política não pode se resumir no direito de exercer a própria vontade. Ela reside igualmente no direito de dominar o processo de formação dessa vontade.''9
Dominar o processo de formulação das vontades, isto é, do desejo, é algo que se inscreve no plano de uma abordagem direcionada para o imaginário. É necessário interrogar os processos de comunicação massiva na sociedade contemporânea segundo uma perspectiva que possa dar conta de problematizar a tecnologia como uma mediação que passa a ser fundante. A interatividade que estas novas tecnologias têm como característica fundamental é a componente que impõe uma reconsideração do modelo de processo da comunicação. A crise instalada pela pós-modernidade no saber acadêmico se revela neste contexto no campo da pesquisa em comunicação: talvez o modelo linear que serviu de ponto de partida para as narrativas da comunicação tenha se esgotado.

1  Bibliografia

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1
Trabalho apresentado à disciplina Embates e Debates, ministrada pelo professor doutor Mauro Wilton de Sousa. 2003
2
WOLF, Mauro. Teorias da Comunicação. Lisboa, Editorial Presença, 1999. pp.29-30.
3
MATTELART, Armand e Michélle. A História das Teorias da Comunicação. São Paulo, Loyola, 2000.
4
LASSWELL, Harold. A Estrutura e a Função da Comunicação na Sociedade. In COHN, Gabriel (org.). Comunicação e Indústria Cultural. São Paulo, Editora Nacional, 1978. pp. 106 a 116.
5
WOLF. Op.cit. p.33.
6
WOLF. Op.cit. p 34
7
Ibdem.
8
WOLF. Op.Cit.p54.
9
MATTELART, Armand e Michélle. A História das Teorias da Comunicação. São Paulo, Loyola, 1999. p.187.