— Lyonnaise Communications
(Lyonnaise des Eaux)..........................................................
18,2%
— Communication - Developpement
(Com-Sev) (Caisse des Dépôts)................................
27,5%
— France Télécom Câble.......................................................... 9,0%
— Outros Operadores de Cabo............................................... 16,2%
- Serviço antena (TF1, A2, FR3, Canal Plus criptado, ARTE e M6);
- Três canais específicos do cabo (TV Sport, Canal Infos, Canal J);
- Cinco canais por satélite ( RTL TV, TV5, MTV, Super Channel, La RAI Uno );
- Um canal local ou em alternativa um canal-mosaico;
- Pode ainda escolher 1 entre 2 canais (Ciné - Cinéfil ou Ciné - Cinéma) custando cada um 76 francos e 20 francos respectivamente.
— Uma oferta "à la
carte":
Um estudo do Grupo Crédit National apontava para que em média "o break eaven point" de exploração do cabo em França só seria atingido com uma taxa de penetração na área do Plan Câble" em 40% dos lares ligados e fora do "Plan Cable" com cerca de 55%, bem longe portanto dos cerca de 19% actuais.
A situação dos diferentes canais temáticos em termos de resultados financeiros era também negativa, conforme é possível constatar pelo quadro seguinte:
CANAIS TEMÁTICOS EM 1994
CANAIS | Assinantes
do
cabo e do satélite |
Volume de negócios 1994 | Resultados
líquidos 1994 |
Resultados
líquidos 1993 |
CinéCinèma Câble |
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CinéCinémas: |
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CinéCinéfil: |
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Canal Jimy |
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Planéte Câble |
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TV Sport |
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Paris Premiére |
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SEESTS (Canal J) |
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MCM Euromusique |
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TOTAL |
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Nota: Valores em milhões de francos (31/12/1994) Fonte: Ecran Total, 21 de Junho de 1995
Em 31/12/93 | Canal
Plus |
Général
d'images
* |
Lyonaise de Communi | Com.
Dev. |
Ou-tras |
Planete |
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Cineci-
nefil |
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Cine-
cinemas |
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Canal Jimmy |
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SEESTS
(Canal J) |
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MCM |
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Euro-sport
(France) |
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Paris
Premiére |
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*Filial da Général des Eaux Fonte: Relatório de actividades 1993 - Canal Plus
A oferta de canais nas redes de cabo é a seguinte:
6. Produção
Em 1992 os quatro canais hertzianos
difundidos em aberto (TF1,A2,FR3 e M6) realizaram um volume de negócios
de 17,5 mil milhões de francos, dos quais 9 mil milhões de
francos do serviço público e 8,5 mil milhões de francos
para o sector privado. Contando com o canal hertziano criptado (Canal Plus)
o volume de negócios total geral do audiovisual eleva-se em 1992
a 25,5 mil milhões de francos (dados do Grupo Crédit National,
1993)
No período compreendido entre
1988 e 1992 o custo dos programas (sem contar com o Canal Plus) aumentou
todavia mais que os recursos. A concorrência exacerbada entre os
diferentes canais fez inflacionar os custos dos programas, que de 5,5 mil
milhões de francos em 1988 passaram a 8,3 mil milhões de
francos em 1991, ou seja um aumento de cerca de 50%.
Na batalha pelas audiências,
que suscita a inflação dos custos dos programas, os canais
privados obedecem exclusivamente às leis do mercado, retirando a
quase totalidade das suas receitas da publicidade. Os canais públicos,
sem ignorarem a publicidade, tem ainda hipótese de receitas provenientes
das taxas, para além de dotações financeiras excepcionais
do Estado.
Analisando os programas difundidos
em 1992 por todos os canais hertzianos (incluindo o Canal Plus e excluindo
o canal ARTE) é possível constatar que na grelha de programação
predomina a ficção cinematográfica e televisiva com
um total de 40,7%, muito embora no caso do Canal Plus esse valor atinge
61,9%. De um total de 40 315 horas de emissão a programação
mais difundida foi, segundo dados do CSA de Janeiro de 1994:
- Ficção televisiva com 28,8%;
- Música e divertimento (inclui música, dança, variedades, jogos e outros divertimentos) com 17,1%;
-Documentários/Magazine com 16,3%;
-Ficção cinema com 11,9%;
-Informação com 10,7%;
-Desporto com 6,9%;
-Outras emissões (publicidade, telecompra, loto, etc.) com 5,8%;
-Outros elementos (separadores de anúncios, indicativos, etc.) com 2,5%;
-Total de 100%;
7. Algumas perspectivas
Conforme as diferentes perspectivas de evolução regulamentar é possível encarar diferentes cenários futuros, mais ou menos favoráveis as redes de cabo.
Construção
de cenários prospectivos para as redes de cabo
(a partir da possível
evolução regulamentar)
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Mento da 5ª rede |
NEGATIVO |
Atribuição
durante o dia da 5ª rede a um canal temático
NEGATIVO |
POSITIVO |
de decisões possíveis |
programas |
Manutenção de preços elevados para os programas do cabo NEGATIVO |
Baixa de preço dos programas do cabo. POSITIVO |
. Baixa de preços dos programas do cabo POSITIVO |
|
NEGATIVO |
NEGATIVO |
POSITIVO |
Nota: IVA corresponde ao Imposto sobre o Valor Acrescentado.
* Nos finais de 1994
o governo francês fez surgir um novo canal temático durante
o dia utilizando a 5ª rede (La Cinquième).
Fonte: Groupe Crédit
National, Dezembro de 1993
O exemplo americano parece mostrar
que no cabo a oferta estimula a procura, já que a taxa de penetração
costuma aumentar quando cresce o número de canais propostos.
No referente ao caso francês,
aproveitando a experiência de um mercado mais desenvolvido como o
americano, parece ser possível pensar que o principal problema que
justifica a baixa taxa de penetração actual (19%) não
é a falta de uma boa oferta de programas, que cobre já os
principais centros de interesse, mas sim a política de preços
praticada pelos principais operadores de cabo (nos USA é possível
ter acesso, por um preço equivalente ao francês, a pelo menos
sete vezes mais canais).
Felizmente a baixa de preços
deverá surgir por três motivos principais: o desenvolvimento
dos sistemas numéricos (ou digitais) vai provocar uma baixa de custos
da difusão que poderá beneficiar o consumidor final; o surgimento
de novos operadores de cabo no mercado vai permitir o desenvolvimento de
ofertas promocionais a preços mais competitivos; por fim, a possível
falência de alguns operadores poderá conduzir ao surgimento
de novos operadores mais dinâmicos.
Um estudo optimista sobre o cabo
em França, feito pela CARAT TV em Março de 1995, prevê
que no ano 2000 cerca de 30% dos lares (6,6 milhões) irão
ter acesso a um conjunto complementar audiovisual que ultrapassa os 100
canais. 3,6 milhões de lares serão cablados e 3 milhões
de lares equipados de recepção por satélite.
Todavia é no domínio
dos serviços de telecomunicações, nomeadamente do
telefone, que se vai jogar muitas das potencialidades futuras do cabo em
França. A liberalização, em 1998, das telecomunicações
na União Europeia vai permitir que seja possível às
redes de cabo francesas, tal como já acontece no Reino Unido, uma
importante expansão do volume dos seus assinantes e aumentos consideráveis
da sua rentabilidade.
A próxima experiência,
que vai ser lançada em Setembro no VIIº Bairro de Paris pela
Multicâble (aliança entre a France Télécom e
a Lyonnaise des Eaux) de serviços on line, permite prever que o
futuro do cabo francês esta longe de passar exclusivamente por canais
de televisão ou novos serviços audiovisuais como o pay- per-view
ou o video-on-demand.
Esta nova experiência vai
tornar possível que utilizando o seu computador doméstico
o assinante do cabo possa já, de uma forma rápida e a cores,
ter acesso aos seguintes serviços: supermercado ao domicilio; reservar
o seu lugar no cinema ou noutros espectáculos depois de percorrer
os anúncios promocionais dos diferentes filmes ou espectáculos;
ver as cotações da bolsa; o comércio electrónico;
serviços bancários; consulta dos jornais; jogos vídeo;
acesso directo à INTERNET;
Tudo parece assim indicar que estaremos
cada vez mais longe do «velho» serviço de cabo que se
limitava a aumentar as nossas hipóteses de escolha de canais. Só
que todos estes novos serviços oferecidos tem um preço, por
vezes bem alto na factura a pagar no fim do mês, que nada garante
ser facilmente aceite no mercado real dos possíveis consumidores.
RESUMO
São analisadas genericamente
algumas das grandes mudanças da paisagem audiovisual francesa a
partir dos anos 80 e as condições de surgimento da Pay TV
(Televisão a pagamento) e da televisão por cabo. Comparativamente
à Alemanha existe um atraso significativo no desenvolvimento da
penetração do cabo em França, apesar de este país
ter uma oferta rica de programação e de canais temáticos.
Por último são perspectivadas
algumas das tendências futuras do cabo em França, nomeadamente
em termos de novos serviços e de mudanças do quadro regulamentar.